Esta postagem fica em homenagem ao amigo, vizinho dos mesmos interesses, Rubens Leme – titular do site MOFO. Muito antes de conhecer o Rubens - que teve a gentileza de visitar-me aqui para agradecer algumas citações de seu Site, como fonte de conteúdo – eu já freqüentava o MOFO para me interar da história de novas e velhas novidades musicais, portanto este prólogo não é mera rasgação de seda. Foi naquele site, lá pelos idos de 2003, que conheci a fundo a história de minha banda favorita de sempre, o Gentle Giant. O Gentle Giant (clicando no nome vc chega na história) é figurinha fácil na rede, com muitos fãs interessados em resgatar-lhe o passado. Mas foi no MOFO que encontrei uma resenha primorosa, texto enxuto e extremamente detalhado, mesclando breves depoimentos dos músicos com a trajetória evolutiva do conjunto, sem sequer esbarrar no excesso de informação desnecessária. Com a bio, me foi possível conhecer todo o processo de formação, a chegada ao topo da carreira, as pressões do mercado e o declínio de um projeto musical, ao mesmo tempo em que ameaçadoramente se avizinhava uma nova tendência de apelo ideológico (comercial) muito mais poderoso – no caso a cena punk. Então não estava ali, simplesmente a história de uma banda separada de seu universo, mas, nas entrelinhas às claras, a ascensão e queda de um estilo com todo o peso que essa expressão encerra, seja de comportamento, moda, ideologia... e que fez a cabeça de uma geração inteira deixando muitos adeptos - hoje maiores de 40 - abandonados.
Fica assim desnecessário dizer "de que" (vi a TV Senado ontem...), para quem quer se interar sobre música, mais especificamente sobre rock and roll, consultas ao MOFO são obrigatórias. Assim como, também, não é necessário afirmar (embora acabarei por fazê-lo) que uma banda indicada pelo MOFO deve ser apreciada com atenção redobrada, certo? Direto ao ponto, então:
Bevis Frond, The (Valedictory Songs) resenha extraída do MOFO de Rubens Leme.
“Gravado com seu velhos companheiros Adrian Shaw (baixo), Andy Ward (bateria), além da ajuda do guitarrista Bari Watts em "Can't Feel It", as 17 canções desse trabalho mostram a velha classe de sempre. Escrito, dirigido, produzido e tendo Nick Saloman tocando vários instrumentos, Valedictory Songs mostra todas as faces de seu líder. A abertura psicodélica de "Godsent" introduz o ouvinte ao mundo muito particular de Saloman. "High On A Downer" é uma bela pérola, com arranjos delicados.
O título do disco - em português, algo como "canções de despedida", despertou nervosismo nos fãs. Afinal, estaria Nick deixando a música? Nick conta que se sentia muito inseguro com sua carreira naquele momento e quando começou a gravar o 15ª álbum do Bevis Frond imaginou que fosse o último. Mas, graças ao homem lá de cima, não foi.
Nick é um homem muito prolífico e afirma que apesar de jogar 75% do que escreve no lixo, não encontra problemas em compor uma boa melodia. E isso pode ser ouvido nesse disco. Assim, depois de "High On A Downer", você cairá na oriental "Artillery Row", com Nick dedilhando uma cítara com grande intimidade.
Não há pontos baixos e nem pontos altos no disco e sim uma seqüência de grandes canções, ótimas letras e tudo isso feito por alguém que é capaz de compor com uma competência inexistente em 99% da concorrência atual.
"We Are The Dead" não é aquela faixa de David Bowie presente em Diamond Dogs, de 1974, mas é, igualmente, outra grande canção. E o título serve como uma metáfora para esses dias, pois devemos estar todos mortos por não fazermos um disco como esse um sucesso comercial.
Provavelmente, não foi esse o pensamento de Nick ao escrevê-la, mas é difícil imaginar porque alguém que faz uma obra-prima dessa vive no ostracismo. Talvez (e só talvez) tenha sido esse o motivo de ter chamado o disco de "despedida".
Provavelmente, Nick deve se sentir muito infeliz ao ouvir as rádios de hoje e imaginar porque algumas bandas consomem rios de dinheiro e anos para gravar algumas músicas que ele faria em dois dias.
Ainda assim, continue gravando, Nick e que sua despedida ainda leve algumas décadas...”
Faixas
1 - Godsent - 4:22
2 - By The Water's Edge - 3:34
3 - Early Riser - 2:48
4 - Let Them Beautify You - 3:11
5 - High On A Downer - 4:47
6 - Artillery Row - 3:59
7 - We Are The Dead - 4:20
8 - Portobello Man - 2:29
9 - Can't Feel It - 7:00
10 - Sugar Voids - 3:45
11 - Back On My Star - 3:26
12 - The Speed of Light - 6:09
13 - Old School Rock - 4:09
14 - Child - 6:01
15 - Living In Real Time - 2:44
16 - China Fry - 5:25
17 - Confession - 3:12
Neste Link, entrevista com Nick SalomanBEVIS FROND (VALEDICTORY SONGS) 2000 - parte 1
BEVIS FROND (VALEDICTORY SONGS) 2000 - parte 2
Em tempo: recado de Rubens Leme (MOFO):
Jabá feito, agradeço o espaço."
Agradeço, sinceramente, os imerecidos elogios. Eu sempre tive uma queda por uma bela psicodelia envolta com melodias grudentas, quase pop. Esse disco tem umas 10, 12 faixas absolutamente perfeitas e até acho injusto alguém fazer coisas tão boas e ser ainda um completo desconhecido.
ResponderExcluirVolto a reiterar para que prestem atenção na faixa 9, Can't Feel It. Deveria ter colocado isso na resenha, mas esqueci. são mais de 2 minutos de um solo ensadecido de Bari Watts, uma pérola.
no site há uma bio da banda - coluna 140 - onde roubei o começo de um texto feito por ele para seu site pessoal, deletado da net; segundo ele, o "(ir)responsável" pelo sumiço foi o novo "entendido" por cuidar dessas coisas.
vez por outra, mando um email a ele.
Ah, uma coisa boba: é Saloman e não Solomon.
abração
Rubens
deixe eu aproveitar e fazer um pedido: o meu site é amador e a única grana que recebo dele vem daqueles anúncios do google em cima de cada coluna. são dois em cada página. pediria, se possível, que sempre que olhassem nas páginas clicassem uma vez em cada um deles. apesar de pouco, ajuda na manutenção do mesmo. leva poucos segundos e me rende centavos de dólar preciosos para manutenção..
ResponderExcluirjabá feito, agradeço o espaço.
Rubens
Recado final já levado para a 1ª página, amigo.
ResponderExcluirQuanto a minha opinião sobre esse álbum, mesmo vc não sublinhando a faixa 9, Can't Feel It, acredite, já havia reparado na música em especial, antes do tal solo phodão, inclusive. Cheguei a pensar em como vc poderia ter destacado, no seu texto, algumas músicas e esquecido essa?
Pra mim, numa 1ª audição, Can't Feel It é a melhor do álbum. Ainda nessa audição, considerei que a partir da anterior (faixa 8) Valedictory Songs esquentava de verdade. Não que as 1ªs faixas sejam muito inferiores, o disco é o q vc disse, ótimo de cabo a rabo. Mas da 8ª para frente ele ganha aquele peso adicional que chama mais a atenção dos menos atentos... Só depois de outras boas ouvidas é que o disco ganha a unidade.
Mas é isso aí, Rubens, valeu a excelente dica.
na verdade, ela entrou numa recente Velas Companheiras. essa resenha eu fiz depois que mandei um email perguntando ao Nick desse disco. ele falou tantas coisas que na pressa da resenha esqueci-me dela.
ResponderExcluirmas não por muito tempo.
Rubens
Fala Sergio!
ResponderExcluirÉ do Bevis Fround que vc falava? Esse grupo começou no cenário Neo Psicodélico Inglês dos anos 80. Numa onda que trouxe Stone Roses, Echo & the Bunnymen, Happy Mondays e outros. Eu já conhecia, mas não está entre os meus favoritos. No entanto é uma banda de respeito com uns bons anos de estrada. Não sei se ainda estão na ativa. Soube que em 2002 lançaram um disco, depois eu nunca mais ouvi falar, mas como não sou antenado neles é bem capaz de estarem por aí gravando e fazendo shows.
Abraço,
WOODY
Aí perde a graça, Woody. Depois quando eu digo q vc já conhece tudo vc me desdiz.
ResponderExcluirEnfim, melhor sorte (eu) na próxima vez. A banda é de responsa. Mas gosto é taste, num tem jeito, jeitcho nem jeitinho.
porra do k... the best este grupo a musica 5 e foda valeu grato por este presente Andre rj
ResponderExcluirAndré, não esqueça a parte 2, será que já ouviu 'Can't Feel It'? O disco é todo bom mas essa é a minha favorita e o solo de guitarra é algo de muito phodaralhaça.
ResponderExcluirValeu a visita.