terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

BBB HUTCHERSON - OBLIQUE + HAPPENINGS



Não é propriamente Dialogue, a mais que provável obra-prima de Bobby Hutcherson, mas anda lá perto. Durante muito tempo andou escondido, foi avistado inicialmente em edição japonesa, esteve mais de uma dezena de anos a aguardar edição americana, apenas ocorrida em 1980, para depois mergulhar em novo hiato, a que só em 2005 a Blue Note veio pôr fim, ao incluí-lo no catálogo Rudy Van Gelder (um grande bem-haja, Rudy!), com outra capa e grafismo substancialmente melhorado. Falo de Oblique, disco em quarteto de Hutcherson, com Herbie Hancock, Albert Stinson e Joe Chambers. Gravado em 21 de Junho de 1967, Oblique inclui três composições do vibrafonista, uma de Hancock (o tema composto em 1966 para Blow Up, de Michelangelo Antonioni) e três do baterista Joe Chambers, que revela notável habilidade para o ofício da escrita musical. Não é Dialogue, dizia eu no intróito, mas combina bem o lado mais New Thing de 1965, com o modalismo de Miles Davis e John Coltrane, a latinidade e o soul jazz que viria a marcar o resto da década de 60, resultando noutro grande título de Bobby Hutcherson. Emparelha bem com Happenings, do ano anterior, o tal da capa rosa com menina ao centro, que só conheço da Blue Note japonesa. Reeditado em Agosto de 2005.

Fonte: Jazz & Arredores

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4 comentários:

  1. Prezado Sérgio,
    Eis que à casa torno. Recebido o recado, pronta presença. Percebo que você tem ampliado o espaço para o bom jazz. Hutcherson tem uma série de bons discos - inclusive um (o nome me escapa no momento)que até o rancoroso Predador (freqüentador do jazzseen) diz gostar, apesar de Hutcherson estar na sua lista de "abomináveis do jazz".
    Depois que eu comprar o vinho indicado por Lester, curtirei um momentinho de prazer ouvindo Hutcherson e bebendo uma garrafinha básica (receita para manter o coração macio).
    Abraços,
    Salsa

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  2. Fala, Salsa! Tenho 12 álbuns do cara e te digo: é um melhor que o outro. Mas a vontade de juntar e ouvir quase tudo foi totalmente impulsionada por "Mirrors", fiquei inteiramente chapado por essa música. Comecei a ler todos os textos em portuga que encontrei sobre Hutcherson – descobri a existência de Joe Chambers, autor de Mirrors -, soube que Hutcherson estava diretamente ligado a um álbum dito divisor de águas no jazz - segundo Ed Motta, o "Out To Lunch", de Eric Dolphy, seria uma espécie de Acossado de Godard no campo do jazz - Outros críticos menos amadores tbm diziam só maravilhas desse disco antológico... E foi aí que tive uma notícia boa e outra péssima! A boa é que tinha o Acossado do jazz "Out To Lunch", de Eric Dolphy. A péssima é que, pra não te dizer que detestei o disco, te diria que não entendi absolutamente nada! Resultado, descobri que a minha cabecinha rústica, ainda não está preparada para conhecer minimamente de jazz. Porém, e pelo menos, continuo tentando!
    Abraços!

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  3. Eu não confio no ed Motta.

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  4. Cheguei a pensar em não citar o nome, Ed Motta costuma ser polêmico. O problema é que o disco é considerado como 'A' obra prima do jazz.

    "Out to Lunch é frequentemente tido como não só o melhor álbum de Dolphy, mas também um dos maiores discos de jazz já feitos."

    Isso está no Wikipédia... No blog Clube do Jazz, e em tantos outros... Só que não é nada fácil. Já ouviu? O que achou?

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)