Confirmando a regra de que haverá sempre exceção, esta será a primeiríssima vez que posto 3 álbuns de uma mesma banda numa única postagem. Isso porque a coisa aqui pede quebra de disciplina rígida. Afinal the hole is more in down... Estamos diante do mais legítimo roquenrou, inusitado (porque deste não se banqueteou o mercado) por ser tão cult. E, embora o som dos The Flamin' Groovies seja tudo que um ser humano comum (de posses), amante da arte da diversão pura e simples desejou ouvir e ter em sua antenada discoteca, sabe-se lá por qual mercadologia, os que fazem girar a roda da fortuna, decidiram deixar esses músicos sempre ali, no compasso da espera. Banqueteemo-nos nós now, então! Ouvindo os Flamin’ Groovies, percebe-se nitidamente, também, que os caras não quiseram se ocupar dessas questiúnculas mesquinhas. Divertiram-se simplesmente, a sós ou com os fãs e em número nunca proporcional a energia que despenderiam. Fizeram parte do mais seleto (e dileto) club privê dos Perdedores Magnânimos! Mas, pra quem já está acostumado a ler biografia de bandas (das ótimas que se perderam no esquecimento), a história desta aqui é apenas mais uma dentre trocentas mil (desculpa dos que don't speak english, óbvio!)...
A expressão perdedores magnânimos* é do musicólogo francês, Philippe Bouchey. Inventada por ele para categorizar certas bandas que, na segunda metade da década de sessenta, apesar das alterações que se estavam a dar na cena musical, preferiram continuar a tocar um rock and roll puro, próximo das raízes blues e soul, abdicando do sucesso comercial garantido.
Os Flamin' Groovies são um dos casos mais categóricos disto. Pelo amor ao rock, passaram ao largo de uma grande carreira. Surgiram no final dos anos sessenta em São Francisco e tocavam um rock cheio de sentido de humor, com influências (as de sempre...) de Beatles e Rolling Stones.
A música deles não pretendia ser mais do que isso. Acima de tudo, eles divertiam-se com aquilo que faziam. A música deles é contagiante. E tocavam, segundo Bouchey, o rock mais puro que se podia ouvir entre 1968 e 1975. Desse período, os 3 álbuns onde se encontra os seus registos mais emblemáticos: ‘Supersnazz’; 'Flamingo' e 'Teenange Head'...
Enfim. O papo tá bom, mas o som é melhor.
Flamin' Groovies, The (Supersnazz) 1969
Flamin' Groovies, The (Flamingo) 1970
Flamin' Groovies, The (Teenager Head) 1971
Mais informações… Bem, aqui quem freqüenta, já sabe: a porta do allmusic é a serventia da casa. Mesmo eles lá nos EUA não pagando nada por tamanha promoção e deferência. Ops! Sergio Sônico, um "perdedor magnânimo", seu criado, muito prazer. Divirta-se!
* a bem da verdade a expressão é "perdedores magníficos", mas atrevi-me a fazer uns ajustezinhos, posto que, quando deixa-se de visar o lucro em detrimento de um ideal, o termo magnânimo cai bem melhor e não se deixa de ser magnífico só por privilegiar tão nobre causa, muito ao contrário, aliás.
Sérgio,
ResponderExcluirJá enviei e-mail com as coordenadas para baixar o disco .
Valeu, Salsa! Baixe esses disquíssimos aqui. Satisfação garantida ou sua paciência de volta - já que dinheiro, não é assunto em voga na casa.
ResponderExcluirvaleu cara muito bom mesmo pirei
ResponderExcluirnao paro de ouvir esse sim sao
verdadeiros petardos mais uma vez obrigado
Flamin' é uma banda bem bacana. Recomendo tb colocar aqui os dois discos do tresloucado grupo Mad River. Fiz uma coluna sobre eles e tenho paixão pelo segundo disco, Paradise Bar and Grill, embora todos considerem o primeiro - Mad River - o grande clássico. Aliás, os dois são encontrados naquelas edições 2 em 1.
ResponderExcluirabração
Rubens Leme, Mofo
Grande Rubens Leme! Acredite se quiser, mas hoje mesmo pensei em te contatar pra dar uns pitaco nessa postagem. Mas, c sabe, entre lembrar e fazer, vai aí um espaço-tempo ocioso.
ResponderExcluirNão conhecia Mad River, mas a expressão "tresloucado" já mexeu com o meu inconsciente coletivo.
Tou correndo atrás...
E não suma não, rapá! És de grande valia aqui nesta humilde choupana.
dae Sérgio.. tranquilo?
ResponderExcluiroh melhor é isso mesmo se divertir no que se faz!
Salve.
eu tenho o Mad River aqui, posso fazer download uma hora. esses dias andei ocupando escrevendo pro site.
ResponderExcluirMitch Easter escreveu e disse que os fãs por aqui aumentaram. ficou feliz com a notícia.
Rubens Leme
Já baixei os dois Mad River importantes ou os dois únicos noutro blog. Aqui é vapt-vupt, caríssimo. De qualquer forma, tanx!
ResponderExcluirQue luxo: "Mitch Eater ligou"...
Brodi, c tinha que conhecer o Helium (a banda Helium) que o teu amigo Mitch produziu. A postagem está aqui nesse blog. Não é possível q vc não ame esse álbum. Procura aqui mesmo, a postagem, mais lá pra baixo. Magic City o nome da obra...
não disse que ele ligou, disse que escreveu. he he
ResponderExcluireu já ouvi algo de Helium...
ah, tenho um cara te indicar: Anton Barbeau. tenho a discografia completa, cortesia dele mesmo. me mandou todos como presente. tem um, "King of Missouri", que é sensacional, coisa de louco, feito em parceria com o grupo londrino Bevis Frond, um dos melhores discos dos últimos 10 anos. anton tem site próprio (www.antonbarbeau.com) e posso te passar alguma coisa. ele faz uma mistura de power-pop com psycho, muito humor e letras surreais. um filho californiano de Syd. aliás, ele ama Cambridge, vive por lá.
os últimos cinco solos deles são impecáveis. no meu site tem várias resenhas e entrevista com o dito.
Rubens Leme
O que tenho do Barbeau:
ResponderExcluirAnton Barbeau - Black And White
Anton Barbeau - Dig My Pig
Anton Barbeau - Grapes On Plate
Anton Barbeau - Mahjong Dijong
Anton Barbeau - My Special Table
Anton Barbeau - Sula 2
Anton Barbeau - Sweet Creature
Anton Barbeau - Tracy Shellac
Anton Barbeau - Xmassong
São arquivos tão antigos q nem me lembro do som que o cara faz. Vou re-ouvir.
Já Bevis Frond, tenho "What Did For The Dinosaurs", e é bonzaraça!
O Mad River homônimo, já ouvi e não digeri muito bem não. Por isso tou "chorando a carta" do outro album q vc incensou. O "Paradise Bar & Grill". Depois te falo.
Cara, o Helium tem 2 álbuns só, + uns EPs. Dos oficiais, um é cheio de altos e baixos. Mas esse q te indico, Magic City, que o Mitch produziu, é papa finíssima! Não resista nisso de não gostar de baixar disco (abre uma exceção). Re-ouça. Faça-me esse favor, depois me diz. Ou melhor, escreve lá nos comentários da postagem. Se não gostar, senta a pua! Afinal é tudo gosto no final.
Agora vou dar uma saída. Mas continuemos falando de música que o papo tá bom.
Por falar nisso, estou ouvindo amarradão um outro obscuro: Barry Adamson (King Of Nothing Hill). Como diria a mineirada: Nó!
ohh agradecido pela visita caro Sérgio... sobre a 2ª parte do som lá eu consegui já agardecido qualquer problemas c/ os son´s do um toque pra ti.
ResponderExcluiri é isso intercambio de blogs.
abrzz
Sérgio, o Anton precisa ouvir os discos todos. Do Bevis tenho só 4: esse dos dinossauiros, Valedictory Songs (que me mandou autografado) e dois raros: um ao vivo em San Francisco e o que tem Holy Song, o clássico deles.
ResponderExcluirrecomendo, aliás, Hole Song, ao vivo nesse link do you tube.
http://www.youtube.com/watch?v=AvbBoM2nouw
abraços,
Rubens Leme
Rubens, dei uma boa olhada pelaí e já vi que Barbeau não é muito fácil de conseguir. Como disse, meus arquivos são muito antigos, mas esse é um artista que tenho a impressão de que me lembro como cheguei até ele. Até me arriscaria dizer que pode ter sido através do Moffo que li a respeito, o texto aguçou minha curiosidade, encontrei o site oficial do artista e baixei algumas músicas disponíveis lá. Daí que estou aceitando sua oferta de álbuns inteiros.
ResponderExcluirDo Bevis estou baixando um ao vivo que tem o tal clássico "Hole Song". Acabo de ouvi-lo, aliás, e é muito bom...