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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Chano Dominguez (Hecho a Mano) 1996



Com sólida formação de flamenco, Chano Domínguez aprendeu a tocar guitarra de ouvido. Atreveu-se entretanto por diversas áreas do rock, antes de se dedicar por inteiro as suas influências in jazz com o Chano Domínguez Trio, e de passar pelas formações de Pepe de Lucía, Potito e Juan Manuel Cañizares.

Chano Domínguez nasceu em Cádiz em 29 de Março de 1960 (ou seja, um muleque pros padrões convencionados). Aos oito anos o pai ofereceu-lhe seu primeiro instrumento, uma guitarra flamenca com a qual começou a tocar. Aos 18 formou um grupo de rock andaluz, no qual tocava teclados. Gravou três discos para a CBS. Atraído pelo jazz, em 1981 integrou, como tecladista, a banda Hiscadix e nela ganhou sólida reputação como músico, prêmios e presenças em festivais. Ao longo dos anos Domínguez apurou a fusão de ritmos e linguagens do jazz e do flamenco, manifestada na abordagem do swing e da improvisação, cruzados com a energia e a espontaneidade do flamenco. "Cádiz na alma e Thelonious Monk nos dedos", como alguém sintetizou.

Oye cómo viene, foi seu álbum aclamado pela crítica e nomeado para os Grammy na categoria de Jazz Latino (2002), com Chano Domínguez piano, Mario Rossy, contrabaixo; Marc Miralta, bateria; Blas Cordoba "Keíjo", canto e palmas; e Tomás Moreno "Tomasito", dança e palmas. Mas no meu entender, este álbum ter sido destacado para ganhar prêmios importantes, dá-se mais pelo fato de ter sido numa época em que Chano já conquistava os ouvidos do mundo. Não seria ainda, na minha opinião, um disco para se introduzir aos iniciantes. Fiz uma escolha mais palatável para isso. Escolhi um disco, mezzo a mezzo. Nem tanto ao jazz, nem tanto à Espanha.

Enfim, o flamenco jazz foi uma variação e experiência completamente nova para mim. E, até onde sei, uma criação (será?) exclusiva de Chano Dominguez. Talvez por ele guardar mais identificação com os dois estilos. Há o fusion espânico de DiMeola, assim como o característico (quando ao jazz) violado do De Lucia. Mas a mim, falou mais original o piano de Chano. É difícil ficar indiferente a este jazz "espanholado" assim como como impossível ficar imune/imóvel também. Mas facinho é o som de Dominguez te fazer incorporar o Antonio Gades que há em tua alma de memória cíclica – ou o Sidney Magal, afinal, su alma, su palma. Brincadeiras a parte, re-ouvi os cds que tenho de Chano e este "Hecho a mano" (1996), não penso duas vezes em recomendá-lo. O cd está recheado de bons músicos, estupenda música - quase todas de autoria do pianista (à exceção da faixa 4 de Bill Evans, e 11 de Thelonious Monk). Tendo ouvido os demais, assim, na base do critério, elegi este como o mais recomendável.

Ah!, ps.: Jô (ó eu metido), é música pra trilhar suas viagens líricas. Em suma e na língua em que melhor me expresso: bom vragarái.

Chano Dominguez (Hecho a Mano) 1996

domingo, 29 de junho de 2008

CONCHA BUIKA DE ESPANHA (2006)



Pois é, caro navegador. Nada como estar de corpo e alma numa experiência... Sorte nossa, no entanto, se o narrador (texto abaixo) souber passá-la tão próxima à realidade que basta um trago de imaginação e a mágica acontece. Então se faz possível provar a essência da coisa experimentada in loco, degustá-la - o que já não será nada mal, concordas? - e finalmente, para obra completar-se, dividimos a sensação e a descoberta com o próximo>>>

Concha Buika de Espanha

“...Luzes apagadas, um guitarrista arranca notas de seu instrumento. De repente, uma voz que enche o Teatro Caem, que se faz sentir, que te arrepia e te anima. Concha Buika entrou em palco. O meu coração bate depressa, depressa...

Parece estranho mas é verdade! Aquela terça dia 24 de Abril estava mesmo com vontade de poder finalmente ver a incrível Concha Buika em concerto. Quando ela entrou a cantar no palco (ainda às escuras) do Teatro Caem aqui em Salamanca, eu soube que tinham valido bem a pena os 15 euros de bilhete que paguei por ir.

Esta jovem espanhola de origens africanas é uma delicia para todos aqueles apreciadores das iguarias musicais de hoje em día.

Buika tem uma voz descontrolada que ela controla de maneira maestral como podemos ouvir no último cd dela, "Mi niña Lola" onde encontramos temas que vão dos boleros ao jazz, tudo com uma naturalidade de quem sabe e sente o que faz.

Ela grita, sussurra, ri e dança, tão à vontade como se estivesse em casa, sempre com um sorriso no rosto e palavras sinceras que vai soltando durante o concerto.

A banda (um piano, uma caixa, uma batería, uma guitarra acústica e um baixo) segue o sentimento que ela põe nas músicas ao cantar e não é estranho ver toda a banda rir-se às gargalhadas enquanto dançam e tocam.

Devo confessar que esperava um concerto diferente, mais relaxado e não tão formal. Digo isto porque a sala de espetáculos (Teatro Caem) era bem maior do que eu imaginava e o público bastante mais "engravatado" do que podía imaginar, mas de qualquer maneira Concha esteve mesmo a altura e fez de cada canção um momento de felicidade para um desgraçado que lá estava, de barba por fazer, uma camisa meio rasgada e sentado ao lado de um alemão de uns 70 anos. É verdade, adorei o concerto, adorei a personalidade dela e cada uma das canções (especialmente "Ojos verdes" sem banda. Uau!) . Gritei, assobiei e aplaudí emocionado!”

FONTE

Concha Buika (Mi Niña Lola) abril - 2006

Concha Buika (Concha Buika) agosto - 2006