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domingo, 20 de setembro de 2009

Uri Caine plays Mahler (Urlicht - Primal Light) 1996


Poucas pessoas, pouquíssimas, tentam fundir música clássica e jazz e conseguem. O pianista multiuso Uri Caine e suas vicerais interpretações das obras selecionadas do compositor clássico do século 19 Gustav Mahler são incríveis. É claro que contar com um grupo craquíssimo ajuda muito: o trompetista Dave Douglas, o violinista Mark Feldman, o clarinetista Don Byron, e o baterista Joey Barron, além do DJ Olive "riscando os pratos". Mas o melhor mesmo são os arranjos espertíssimos de Caine. Ele não só transforma Mahler em jazz, como penetra nas canções e harmonias e as usa como ponto de partida para criar uma síntese nova e inspirada da música do criador austríaco de Boêmia. Canções folclóricas judaicas, free jazz e violino clássico fundindo-se num todo que transcende as partes.


Dois dados curiosos a se destacar: na seleção que acompanha Uri Caine, estão, Arto Lindsay, parceiro de Caetano Veloso, David Byrne, entre centenas de colaborações das mais inusitadas e o bardo, Dean Bowman, fiel escudeiro do guitarrista David Fiuczynski no Screaming Headless Torsos.


The dream team:

Uri Caine: Piano, Arranger, Adaptation

Joey Baron: Drums

Aaron Bensoussan: Percussion, Hand Drums, Cantor

David Binney: Sax (Soprano)

Danny Blume: Guitar, Electronics

Don Byron: Clarinet

DJ Olive: Turntables

Dave Douglas: Trumpet

Mark Feldman: Violin

Michael Formanek: Bass

Larry Gold: Cello

Dean Bowman: Vocals

Klaudia Ladurner: Vocals

Arto Lindsay: Vocals

Joe Josh Roseman: Trombone


Uri-Mahler PART ONE

Uri-Mahler PART TWO

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

PROKOFIEV, PEDRO, O LOBO E OUTRAS FERAS AFINS...



ATENÇÃO: LINK RESTAURADO EM 09/06/2008

Este me caiu às mãos, bem próximo à data de seu lançamento: 1976/77. O álbum é um achado! Um feito que muito especialista Wakeman, Emerson... até um certo Lord inglês todo hard, tentou, a semelhança, realizar, mas não com aquele distanciamento necessário. Afinal, roquenrou é roquenrou, bicho, querer transformá-lo em peça erudita bachiana, mezzo a mezzo allegro ma non troppo, sei não... É tipo Retrato de Dorian Gray. Quanto mais peca-se na soberba, mais o tempo corrói, encarquilha. De repente, puf! Virô pó. Pior ainda eletrificar, sintetizar, mimetizar obras sinfônicas para um progressivo dito erudito sério, é de uma pretensão tamanha que só podia dar no que deu: estigma! E daí que outros grandes nomes de um movimento musical bacana, quando não se excedia na fórmula, Genesis, Focus, Gentle Giant, Jethro Tull..., salvo uma ou outra voz de exceção, puseram todos na mesma vala comum, embalados naquele saco de amianto preto pra onde vão presuntos indigentes comuns. E o resto é estória, chororô de fã inconformado. Ninguém foi tão fã de rock progressivo quanto justo este Sônico. Pictures at an Exhibition; Journey to the Centre of the Earth; Tales from Topographic Oceans... e Part 1 e Part II… O que viesse eu traçava amarradão. Mas esse tempo passou. Há muito que não dá mais pra mim. Prefiro a pré-primária adolescência radical aí de baixo… (e/ou do da capa aí de cima, que dá na mesma)

Pra rememorar, breve sinopse:

O avô de Pedro vivia recomendando que o muleque não saísse sozinho, pois a qualquer momento lobos ferozes poderiam surgir da floresta... Naquela época, havia tantos lobos e lobas nas florestas próximos à casa do avô de Pedro, quanto fêmeas e machos mais famintos a rondar o chalé da vovó de Chapeuzinho - principalmente quando pela estrada à fora lá ia a Chapeuzinho, toda só e de bob. Corta pro Pedro: Um dia um lobo faminto se aproximou do muro (muro? Alguém subiu no muro?), ameaçando abocanhar os amigos de Pedro: o gato, o pato e o passarinho. Adivinha quem dança? O pato, óbvio – Desculpe! Não era para ter revelado momento tão crucial da trama! Então Pedro teve de usar de toda a sua astúcia para salvaguardar seus amigos e dar uma lição em regra no lobo glutão.

A fábula baseia-se no enredo da suíte musical Pedro e o Lobo, composta por Sergei Prokofiev em 1936, com o objetivo pedagógico de mostrar às crianças as sonoridades dos diversos instrumentos. Pássaro, flauta; pato, oboé; gato, clarinete; avô, fagote e assim por diante. Já no caso do álbum postado, Pedro-roquenrou versus o Lobo-darkmetal, os instrumentos tradicionais são substituídos por guitarra, baixo, bateria e os tais sintetizadores, minimoogs super em voga - o gato sortudo foi o único poupado da eletrocussão. Quem o interpretou, ao violino, foi um tiozinho jazzy aí de nome Stéphane Grappelli... Garoto ainda, devia ter uns 63 anos quando virou o gato da fábula. Morreu em 1997, aos 89 e, dizem, foi um parto tirar-lhe arco e violino das mãos.

Bem, os protagonistas da rock-orchestra estão descritos na capa do álbum, cada qual em seu cada um personagem instrumental. Pedro; pássaro; pato; avô; caçadores; lago... Tudo em cima - clique na capa que a imagem amplia e te dá noção. Boa parte, da banda de apoio, os coadjuvantes, são um psualzinho mais ou menos, que tocava numa fanfarra fusion de nome Brand X: Percy Jones arranha um baixo; John Goodsall, a guitarra; Phil Collins a batera... e dá-lhe Manfred Man, Brian Eno, Alvin Lee, Gary Moore, Bill Bruford... só canastrão na interpretação dos personagens. Aliás, baixa isso não que nem vale à pena. Só tava aqui (i)lustrando um blog d’eu pra mim mesmo.

Baixe aqui leque o som.

Por falar em leque, de muleque, indicadíssimo para ver como reagem. "Reage, muleque! Run, leque, Run!!!"

Mais info-séria sobre o mesmo here.