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sexta-feira, 14 de maio de 2010

XAQ'EUCHUTO F.C. I, II, III COMPILATION

Bem amigos da Rede Blogo (não nego postarei -meus cornel- quando puder)... Pois não é qui é que pude?! E não é qui é, qui é, qui a competição futebolística mais aguardada e sufrida do Planeta Bola está prestes a começar! E a colaboração da casa sônica para a festa, antes mesmo de penar pelos klebersons e grafites da vida, é colocar trilha sonora nessa bagaça. Para tal elucubrei 3 esquemas com exatas 60 músicas pingando na área. Na área do Futebol, craro. No fim das contas, na prancheta, a coisa ficou assim:

Das três compilações, as duas últimas tentam seguir um roteirinho, uma história. A 1ª, nem tanto pq a tática ainda estava no plano do treino, daí que só ajuntei apenas músicas que falassem de futebol, sem muitas pretensões - mas esse "apenas" é força de expressão, organizar a escalação dos temas deu um trabalho do cão. Outra coisa é que se passares a escalação, aí em baixo em revista e torceres o nariz  para alguns dos meus selecionáveis, saiba diante mão q desta feita tou com Dunga e não abro, as vezes um som que não parece reunir tantos recursos, agarra a sua chance e se mostra muito mais eficiente, tanto para a torcida, quanto para o conjunto - aka no caso, da obra. No entanto, olha só que curioso, as 2ª e 3ª compilações,  que por montar historinhas parecessem mais  trabalhosas pr'organizar, com a linha já montada, não foi tão dramático ensaiar. As trocas de passes e a ginga fácil começavam a surtir efeito naturalmente. É só reparar ao ouvir que, por exemplo: a 2ª brinca com a coisa da rivalidade acirrada, entre os times e as torcidas, então usei 'hinos' (de guerra mesmo) q nem sempre são específicos de futebol, como os de Tropa de Elite, o filme, e “Caçada” de Chico Buarque (defendida pelo Mestre Ambrosio), lembram do refrão?  “Hoje é o dia da caça, o dia da caça e do caçador...”. Conotações políticas tbm estão na comp. 2. "Pra frente Brasil" (com o Pagodinho), se contrapõe ao rap trágico do "Futebol" do Pensador, sobre dois irmãos que moram na favela e enquanto um vive um conto de fadas tornando-se ídolo, o outro, come o pão que o diabo (que confundem com deus, ca vida, mas é tudo erro umano sem agá) amassou na vida real. Outras fábulas se somarão a esta e a compilation nº2 segue seu rumo, oras fazendo rir, oras mordenas canelas do adversário, que todos sabemos fazem bem parte da nossa realidade 3º mundanas, no estádio da vida.  

A compilação 3, já se lança mais no terreno da comédia embora comece tentando ser séria... Com o "rap das torcidas", que fala da imbecilidade de alguns torcedores partindo pro estádio pra brigar e aterrorizar o pobre torcedor famíla, comum, mas logo cai na galhofa de músicas como o punk-rock de uma obscura banda Flicts (paulistana, se não me faia) q fala de um time da 2ª divisão (do interiorl/Pato Branco) q tem um pênalti a favor no último minuto - q pode levar o time à primeirona -, mas o atacante perde  a cobrança e os torcedores saem do estádio afins de quebrar tudo – o que explica (mas não justifica) o rap das torcidas anterior. Dessa música em diante o roteiro discorre sobre times de “Pernas de Pau” - como a música de um violinista das antigas descoberto no meio da pesquisa, Fafá Lemos -, depois fala-se sobre os craques, músicas defendidas, entre outros, pela eterna Elza Soares... Joga tbm a 3ª compilação, com a rivalidade dos times cariocas e do amor (tara cai melhor) do torcedor pelo seu clube de coração. Fechando com 3 versões do 1 X 0 do Pixinguinha, entremeada pelo clássico ISTO AQUI Ô QUE É . E etc, etc, ETC-FC.

Enfim, amiguinhos leitores, expliquei tudo isso pra dar-lhes uma noção da dedicação com q mergulhei nesse trabalho – já há no mínimo um bom mês. As 3 compilações estão bem legais. Se lembrarem de mais músicas, por favor, me passem em comentários. Já que na geral foram uns quase 70 títulos (poucos repetidos/versões diferentes). Acredito que, num país fanático como o nosso haja bem mais  músicas a explorar. Entoces, se tá drento, cai drento. Mas cês hão de convir que embora este trombador esteja bem adiantado, me posicionei legal, na cara do gol. Nada de fomiagem, passa a pelota e Xaq'ueuchuto!


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Às mulheres...


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Moças, em tese, toda pessoa, no mínimo, em tempo de Copa do Mundo, ama o futebol. Mas há também a tese, muito furada já, de que mulheres costumam não curtir o jogo dos 11 contra 11, atrás de uma bola, com um juizinho no meio, dentro de uma arena, cheia de, na maioria, outros homens, e + dois juizinhos quase insignificantes mais ainda quando não agitando suas bandeirinhas... Para apontar aquela infração incompreensível para todas as mulheres, que não as bandeirinhas fêmeas. Pelo sim, pelo não, resolvi arriscar embora seja meio cismado com um fato q presumo ser meio chato ficar puxando a barra da calça (os homens não precisam desse incentivo) ou, no caso das mulheres, puxando-lhes a barra da saia, como um garotinho e ficar apontando "vem ver o que eu fiz pra vocês" ...Bem, tudo bem q não foi exatamente só pra vocês, eu sou um tantinho mais ambicioso então na verdade a compilação foi feita para o Mundo!...


Lembra-me uma teoria minha - essa é totalmente minha! Sobre isso de "Hei, olha o que eu consigo fazer!" e/ou “Olha o que eu fiz pra você”.

Vou tomar um pouco mais do tempo das leitoras, principalmente DELAS, pq sei q a teoria é boa: siguinte, era uma vez, um Eu já bem mais maduro na espreguiçadeira de um piscina, presenciando  aquela clássica cena do menino de seus 8/9 anos a gritar para mãe: "Mãe ó só como eu mergulho!" e mergulhava. No primeiro, a mãe prestou aquela atenção, aplaudiu, enfim, prestigiou... Mas teve o 2º e o 3º e o 4º... De modus que, no 10º a pobre mal tirava os olhos da revista que lia para sorrir e acenar um positivo com a cabeça. A teoria vem daí: Todos nós, homens, encarnamos esse menino. Em tudo que fazemos, desde um exibido mergulho na piscina, pequenas ou grandes conquistas no futebol... Até às grandes descobertas de novos mundos, séculos passados, certamente, havia uma mulher a quem tencionava-se dedicar tal feito. Tipo, "amor, olha o que eu conquistei para você"... ou “por você”. Nesse ponto, estou completamente de acordo com Orson Welles: "Se não fosse as mulheres, o homem ainda estaria agachado em uma caverna comendo carne crua. Nós só construímos a civilização com fim de impressionar nossas namoradas." E assim a humanidade evoluiu. Como definiu em poucas palavras o Gil, "por causa da mulher.".


Então é isso. Achei q tinha q dividir com as moças a quem dedico a "teoria  do menino na piscina" e agora os 3 números da compilation “Xaq’euchuto”. Porque, no fundo no fundo... e no razo tbm, sou um exibido muleque de 8/9 anos, querendo entrar na casa de quanto mais famílias melhor, nos momentos de esquenta antes dos jogos. Deu na telha, o momento pediu, já que, como disse, e repito, (em tese) homens não precisam de incentivo para qualquer coisa ligada àquela bola. E, também, em tese, quem vai preparar os “comes”, pros “bebes” que os marmanjos atocharam na geladeira, congelador, no tanque cheio de gelo, coberto com jornal, no isopor, nos armários da dispensa, na garagem e na mala do carro, se vacilar no dele e na mala do seu, tomém, porque não? Que malas!... 

Mas por fim, só falo por mim: via de regra somos meio muito infantil, a beça! Mas, com um pouquinho de compreensão, carinho e alguma paciência, até que a gente somos boa pessoa. Putz, falando assim mais pareço uma mulázinha! E, gata... dá pra passar um pano nas vírgulas, custa nada, pô.............


1. Chico Buarque - O FUTEBOL 2. Gilberto Gil - MEIO DE CAMPO 3. Pedro Mariano - FAZENDO MÚSICA, JOGANDO BOLA 4. Zuco 103 - FUTEBOL 5. Edie - FUTEBOL & MULHER 6. Elis Regina - AQUI É O PAÍS DO FUTEBOL 7. J.Viana e L. da Silva - TEM VIOLENCIA DEMAIS NO FUTEBOL ATUAL 8. Tom Zé - BOLA PRA FRENTE 9. Collapsed Lung - EAT MY GOAL 10. Edson X - O QUE É GINGA? 11. Edson X - GINGAR PARA SER FELIZ 12. Dr. Sin - FUTEBOL, MULHER E ROCK'N'ROLL 13. Nonato Luiz - BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE 14. Novos Baianos - SAMBA DO ZIRIGUIDUM 15. Caju & Castanha - FUTEBOL NO INFERNO 16. Nana Vasconcelos - FUTEBOL 17. Azymuth - MARACANÃ 18. Cesar Mariano &; Cia - FUTEBOL DE BAR 19. Waldir Calmon - QUE BONITO É 20. Moraes Moreira - REIS DA BOLA


1) Caju e Castanha - FUTEBOL LÁ NO CÉU 2) Abertura Funk - ITRO. TROPA 3) Tihuana - TROPA MONTAGEM 4) Tihuana - TROPA DE ELITE 5) Soulfly - UMBABARAUMA 6) Edson X - SAMBA E FUTEBOL É TUDO 7) O Rappa - EU QUERO VER GOL 8) Caju e Castanha - CRAQUES BRASILEIROS 9) Wilson Simoninha - AQUELE GOL 10) Mestre Ambrósio - CAÇADA (Chico Buarque) 11) Jorge Ben - ZAGUEIRO 12) Zeca Pagodinho - PRA FRENTE, BRASIL 13) Gabriel O Pensador - FUTEBOL 14) Edson X - IH, FUDEU, ROMARINHO APARECEU! 15) Paralamas do Sucesso - UM A UM 16) Airto Moreira - MULATA AND FUTEBOL 17) Paulinho Nogueira - O JOGO É HOJE 18) Novos Baianos - SÓ SE FOR BRASILEIRO NESSA HORA 19) Lecy Brandão - BRASIL DE BOLA E SAMBA 20) Novos Baianos – POUPORRI


1) Vários Artistas - RAP DAS TORCIDAS 2) Flicts - LÁ SE VAI O CAMPEONATO 3) Fafá Lemos - TIME PERNA DE PAU 4) Elza Soares - ABC DA VIDA 5) Jorge Ben Jor - GOLEIRO (EU VOU LHE AVISAR) 6) Mlton Nascimento – O JOGO 7) Germano Mathias - MARIA ESPINGARDINA 8) Jorge Ben - CAMISA 10 DA GAVEA 9) Jorge Veiga e Cyro Monteiro - ILMO. SR. CYRO MONTEIRO OU RECEITA PRA VIRAR CASACA DE NENÉM 10) Caju e Castanha - DESAFIO DO FLA X FLU 11) João Bosco - GOL ANULADO 12) Walter Alfaiate - BOTAFOGO, CHÃO DE ETRELAS 13) Vassourinha - E O JUIZ APITOU 14) Tom, Chico & Quarteto 004 - BOM TEMPO 15) Ursula 1000 - SAMBA 1000 16) Bebeto - PRAIA E SOL 17) Baden Powell - 1 x 0 18) Novos baianos - ISTO AQUI O QUE É 19) Yo-Yo Ma - 1 X 0 20) Carlos Malta e Quarteto de Cor - 1 x 0

terça-feira, 2 de março de 2010

Rei de Janeiro


Nenhuma obviedade nesta compilação Reco-records homenageando os 445 anos da Cidade Maravilhosa. E, também, nenhuma exaltação gratuita sem dizer que a terra de São Sebastião não mereça os seus puxões de orelha - aliás a terra não merece mesmo! Quis dizer o povo da terra. Só que aqui, não quis brincar com a coisa do Rio violento de Janeiro à Janeiro - eu não disse sem obviedades? Então busquei a ironia debochada de uma banda carioca nascida na Lapa, a Black Future de 1984 (mereceu o link porque é muito cult), época em que a Lapa já deixara há muito de ser um quase incensado berço da malandragem e se tornara definitivamente marginal pelo abandono. Em “Eu sou o Rio” o que temos é uma ode ao deboche que o povo do Rio, estigmatizado, fazia jus – 'fazia'?, enfim, não desviemos o foco. Bem, com a pisada no acelerador do escárnio de primeira, com direito a cantada de pneu na arrancada, só podia reduzir a marcha na segunda faixa, afinal o trânsito aqui é lento. E, ponha-se no meu lugar, veja a vista que eu vejo e consiga ser ingrato o suficiente pra só ficar metenu o pau no local... É ruim, mermão! Como queria fazer uma compilação com músicas que não só citassem mas tivessem o nome dos bairros no título, foi difícil encontrar a Barra da Tijuca e São Conrado para começar o meu passeio até a Zona Sul. Mas... não é que encontrei duas boas representantes? (ver lista abaixo) Na seqüência segui com a homenagem, com Wanda Sá cantando o Leblon e Ipanema e dei um estirão "Leblon via Vaz Lobo" com a Banda Black Rio intrumentalizando um funk setentista gafeérico pra dar um upgrade no ritmo. Para Fechar o pacote Mi casa su casa local, Pedro Luis e a Parede com "Do Leme ao Leblon". Já Copacabana, geralmente tocada e cantada pelo mote contínuo de hits, ou da eterna Princezinha do Mar ou da bandidagem explícita do Fausto Fawcett, preferi deixar o Alceu pousar a sua visão sobre ela e “Ai de Ti Copacabana” caiu na medida. Bem, dali usei o metrô, já que resolvi pular Botafogo para anunciar com Waldir Azevedo o "Catete". Vê se esse não soa como um alerta, tipo "acorda Catete!" do Waldir... Como se o bairro ainda vivesse sob o trauma do suicídio do Getúlio... Aí depois sim, voltei a Botafogo com o recém falecido Walter Alfaiate... Talvez Botafogo, um bairro que venho freqüentando e até muito desejando, seja o grande homenageado da casa Sônica. “Botafogo, Chão de Etrelas”, é um verdaeiro hino passeando por ruas, botiquins e as figuras ilustres do lugar (acrescente-se que, a idéia da compilação veio depois da audição desta música). Dali pulei para a Lapa – sem visitar as Laranjeiras, senão teria que meter o hino do Flusão na festa. Os tricolores que me perdoem, aqui caí na armadilha de agradar negros e arianos, ou seja, a maioria e a maioria se encontra é no Maraca! E o Maraca, pacero, deve entrar na compilation Zona Norte que um dia hei de fazer... Bem, a Lapa é Centro, mas Centro a gente reivindica pra nós... Ainda mais a Lapa! O legítimo quintal da zona! E aí foi o Paulinho da Viola e Marcelo D2, com o niteroiense Marechal que cantaram o bairro em dois tempos, samba e rap. A Tijuca, Zona Norte, também, por motivos óbvios puxei pro nosso lado. A Tijuca é uma espécie de Juiz de Fora, na relação Rio/Minas, Zona Norte ou Zona Sul?* Eu acho tudo isso uma bobageografia atrós, mas muitos de lá dão uma importância danada, esquecendo a verdadeira importância que o bairro tem para toda a cidade... A Tijuca é o pulmão do Rio! Então pus ali (antes de adentrar o bairro) um achado musical de um certo Edson X, que peguei noutra compilação (gringa) de nome "Brasil After Dark", um som que é quase uma trilha florestal! E pintamos, eu e os músicos, claro, a Floresta da Tijuca, selvajinha como ela deve ser. Pois é, a Tijuca não faria o menor sentido, sem a Floresta da Tijuca... Aliás o que seria do Rio sem a Floresta? Mais uma urbizaí...bizarra... Depois sim, peguei o Tremendão Erasmo, lá na Saens Pena e emendamos numa balada disco/rock essencial pra decorar a Tijuca urbana bem anos 70s. Para o fim do passeio, achei o gringo Willie Colón (que conhecia só de ouvir falar) e ele apresentou amarradão a sua visão turística das maravilhas de (fiquei mais besta): nem que só por alguns dias, experimentar a sensação de ser carioca... - acho que dessa vez nêgo me odeia. Enfim, dei uma pesada no pé de novo numa das finalíssimas, com um belo melancólico samba orai-por-nós-predadores do Jards Macalé, de nome “Rei de Janeiro”... E finalizei dando à Elza o que é de Elza(Soares), o merecimento de encerrar o passeio, no samba "Rio de Janeiro" que além de composto por Aldir e Guinga, é Elza para K...!, Justo, muito justo, justíssimo, porque essa cidade mais do que merece! E essa é a compilation ‘445’ (anos) que deixo para a apreciação do Rio... Que está longe de ser bestinha como este carioca que vos fala discotecando.

*Falá nisso, não agüentei e tive que contar. A piada é sempre mais forte: numa época em que um prefeito do Rio (nem lembro mais qual) resolveu liberar linhas de ônibus que saíam do subúrbio/Zona Norte, direto fazendo ponto final nas praias da Zona Sul, houve uma grita danada da burguesia local. Que, pela primeira vez viu sua orla invadidas por um... digamos “povaréu muito estranho”. Um amigo bem gaiato, depois de ler o jornal (na verdade era a Revista de Domingo do Jornal do Brasil, a publicação popular pq a revista vinha encartada no jornal, mais burguesa da época, que vinha com uma materona de várias páginas sobre o caso*)... Nunca vou esquecer da piada histórica! O amigo fechou a revista e mandou de bate pronto: já sei como acabar com o problema. Muito simples: faz-se um puxadinho no túnel. (fizemos cara de comassim e o cara tocou de letra): Nos fins de semana, fazemos o Túnel Rebouças em U.

Pra quem não conhece, o Rebouças é o túnel (de duas bocas, ida e volta) que faz a ligação Zona Norte/Zona Sul.

Ainda sobre a matéria, cuja repercussão durou semanas! (e estou falando de fins de 80, começo dos 90), lembro-me, também, da declaração de uma mulher indignada sobre a invasão, que sugeriu: não podiam construir uma piscina bem grande só pra eles?...

E aí Dicró!? Zuzo certaí?!

As faixas da compilation:
1) Black Future - Eu sou o Rio
2) John Patitucci - Barra da Tijuca (Tijuca Bay)
3) Mauricio Einhorn - São Conrado
4) Wanda Sá - Praia do Leblon
5) Wanda Sá - Sonho De Ipanema
6) Banda Black Rio - Leblon Via Voz Lobo
7) Pedro Luis e a Parede - Do Leme ao Leblon
8) Alceu Valenca - Ai de Ti Copacabana
9) Waldir Azevedo - Catete
10) Walter Alfaiate - Botafogo, Chão de Etrelas
11) Paulinho da Viola - Lapa em 3 Tempos
12) D2, Marechal & Aori (Prod. Nave) - Lapa
13) Edson X - Tijuca (Floresta)
14) Erasmo Carlos - Turma da Tijuca
15) Willie Colon - Copacabana, Ipanama, Leblon
16) Jards Macalé - Rei de Janeiro
17) Elza Soares - Rio de Janeiro

'REI DE JANEIRO (ZONA SUL)' COMPILATION

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ecletismo é isso aí!



Há uma faixa no álbum "Bandalhismo" do João Bosco chamada "Profissionalismo é isso aí"...

"Era eu e mais dez num pardieiro
No estácio de sá.
Fazia biscate o dia inteiro
Pra não desovar" (...)

Lembra? Parafraseei-o!

Dia desses, ano passado e o carnaval ia (ou vinha) longe, um amigo sugeriu: "faz uma coletânea de samba pra mim. Tipo uma que conte a história do gênero!" Pô, por quem o amigo me toma, Sérgio Cabral? Mas achei o desafio interessante e topei. Claro que a meu modo. Então juntei uns autores muito antigos à Heitor dos Prazeres (1898 1966), botei a carioquice de lado e acrescentei (sem reservas) o samba ponte aérea Rio/Sampa - da era pré-Electra - dos "da Garoa" e Vanzolini (com Carmem Costa e Paulo Marquez), somei a isso uns cronistas que sempre me inspiraram, como Aldir Blanc... E me divertem, tal qual Bezerra da Silva + uns paulistinhas de vanguarda, como Kiko Dinucci - e seu samba engajado, super-bem humorado. Mas logo esqueci a política da boa vizinhança e pesei as cores no Rio de novo porque não sou de ferro! Daí surgiu essa compilation-do-criolo-doido que apresento agora a você. Ao disco dei o nome de "SÓ NO SAPATO 2" - claro que teve o volume 1. Mas gostei mais do resultado deste aqui. Espero que curtam. O amigo agradece até hoje.

1) Heitor dos Prazeres - NADA DE ROK ROK
2) Nelson Cavaquinho - PRANTO DE POETA
3) Pixinguinha - PATRÃO PRENDA SEU GATO
4) Tom Jobim & R. Menescal - MULHER, SEMPRE MULHER
5) Carmem Costa & Paulo Marquez - MULHER QUE NÃO DA SAMBA
6) Demônios da Garoa - SAMBA DO ARNESTO
7) Jacob Do Bandolim - RECEITA DE SAMBA
8) Cartola - AUTONOMIA
9) Carlos Cachaça - CRUELDADE
10) Cláudia Telles - CORRA E OLHE O CÉU
11) Clementina de Jesus - SONHO MEU
12) Noel Rosa - SAMBA DA BOA VONTADE
13) Bezerra da Silva - A SEMENTE
14) Elton Medeiros - SENADOR
15) Chico B.de Hollanda - SAMBA E AMOR
16) Joao Bosco - GOL ANULADO
17) J.Bosco & Paulinho da Viola - BANDALHISMO
18) Paulinho da Viola - NÃO POSSO VIVER SEM ELA
19) Paulinho da Viola - DESILUSÃO
20) João Nogueira - GAGO APAIXONADO
21) João Nogueira - EU, HEIN, ROSA!
22) Kiko Dinucci - SAMBA MANCO
23) Kiko Dinucci & Duo Moviola - RETRATO DO ARTISTA QUANDO PEDE
24) A.Blanc & Maurício Tapajós - QUERELAS DO BRASIL
25) Dorival Caymmi - APRESENTAÇÃO DE ALDIR
26) Rolando - NA ORELHA DO PANDEIRO
27) Guinga & Aldir Blanc - SETE ESTRELAS
28) João Donato - RIO
29) Sérgio Porto & Aracy de Almeida - RIO DO MEU AMOR, ATÉ AMANHÃ

SÓ NO SAPATO 2

Bem, acima a 1ª parte do meu carnaval. Abaixo, o meu lado franco atirador. Andava meio p da vida com essa sanha momesca de um bloco-em-cada-esquina aqui, nas cercanias do meu quintalzinho particular no Jardin de Alah. Porra até a Preta Gil cruzou o meu espaço com o seu bloquinho vi ai pi que... não podia desfilar na Ilha de Caras? Enfim, naquele dia resolvi ouvir techno - seu san Érico sabe da missa a metade... Eu chamo Techno, mas não é o que é qui é o que eu chamo. Deu pra entender? Explico melhor: Não tenho o menor saco de aprender as 10.000.000 de rotulares variações que a música eletrônica absorve pelo caminho. O que eu sei é que é muito eletronco, ou seja, o tronco (ou o tranco) é eletrônico, mas é muito roquenrou, também. O destaque na compilação, embora todas as faixas sejam bem bacanudas, vão para a banda Saturna, que descobri já esse ano, e o excelente projeto de dois DJs produtores ("hitech-rock" legal!) chamado Atomic Hooligan - esses são velhos conhecidos e eu sempre tive vontade de postálos aqui. Na coletênea estão 3 faixas dos caras. A esse disco-compilation (reco-record) dei o nome de "HiTech Rocks, Remixes & Risks. Riscos porque me arrisquei numa seara que está longe de ser a minha praia. Mas o maior risco agora ficará para quem baixa. É arriscado gostar.

1) Eels - CANCER FOR THE CURE
2) Saturna - POP ROCKS
3) The Frequency - TAKE ME AWAY
4) The High Violets - SUN BABY
5) Bassnectar - WHEN I GROW UP
6) Atomic Hooligan - SEVEN 10 SPLIT
7) Atomic Hooligan - DIRTY
8) Atomic Hooligan - BLAH BLAH BLAH
9) Plaza De Funk - DO IT
10) Peaches - STICK IT TO THE PIMP
11) Kinky - THE HEADPHONIST
12) Brazilian Girls - JIQUE
13) Anne Clark - FULL MOON
14) Dinosaur Pile-Up - MY ROCK N ROLL
15) Spiritualized - OUT OF SIGHT
16) Porcas Borboletas - A PASSEIO

Hi-Techno Rocks, Remixes & Risks parte 1

Hi-Techno Rocks, Remixes & Risks parte 2

quarta-feira, 15 de abril de 2009

OS 'ALEMÃO' SÃO OS CARA!


Vejam o que é uma tara. Nem Gentle Giant, a eterna paixão, mereceu tamanha honraria aqui, quanto esses alemão aloprados. Muito simples: já aconteceu do leitor procurar durante séculos um álbum/música que marcou-lhe a vida (no caso adolescência) e você, mesmo com tamanha fartura na Rede, nunca mais conseguiu encontrar? Coisa mais comum do mundo pra gente que é louco por música, certo? Então a tal tara geradora desta compilação dupla de duas partes, fica explicada no texto que escorre aí pra baixo.

O Amon Düül nasceu em 1967 como um grupo radical de arte engajada, em Munique. A marca vem da junção dos nomes do deus egípsio Amon com o de um personagem obscuro da ficção turca, Düül.

A sonoridade da banda não demorou muito a cruzar as fronteiras da Alemanha e ganhar, na Europa, o status de banda cult - numa época em que ainda inesistia a expressão krautrock*. Mas, nos primórdios, a banda ou o bando, era uma espécie de “democracia corintiana”, pela liberdade em relação à improvisações geralmente inspiradas em acontecimentos e manifestos do movimento juvenil politizado da época. Internamente, o grupo estimulava a incondicional liberdade artística, valorizando mais entusiasmo e atitude do que a habilidade com os instrumentos - e dizem que foram os punks que inventaram o DIY... Nos primeiros anos a banda era bem receptiva à entrada de novos membros, quem chegasse era bem chegado - o video do linkmake uma idéia da atmosfera. Daí que nesse clima de fraternidade irrestrita, iniciativas como "deixa que eu toco" soavam tipo mantra na garagem dos Düül. Mas apesar do espírito de comunidade, havia uma facção rebelde mais ambiciosa musicalmente, valorizam mais a técnica, o que levou o grupo a uma separação amigável em meados de 1969. Fazendo com que a facção dos exigentes se tornasse o Amon Düül II (diz-se second), enquanto o pequeno exército de Brancaleone original, permaneceu Amon Düül .

No entanto, o disco mais importante, na opinião (sentimental) deste que vos fala, é do Amon Duul só mesmo - ainda como um bando. E chama-se “Para Dieswärts Düül”. Este Especial Amon Duul postado, deve-se ao finalmente realizado encontro deste fã, com o raro espécime da familia. Disquin danado de difícil que eu buscava há mais de 6 anos. Como a coisa (“Para Dieswärts Düül”), no cômputo geral, é uma podrera riponga totalmente amadora, emaconhada, lisergizada e prostituída - experimente pronunciar o nome do álbum depois de um gole de cerveja, por exemplo - e como, também, valor sentimental é coisa pessoal intransferível, Poupei a navegança. Separei apenas a música que martelou na minha cabeça durante anos: Love is Peace, que vem a ser a 1ª faixa da parte 2 do "Amon Duul (Underground Compilation Second)" - compilação caseira "Reco-records" total!

Mas tanto parte 1 como 2, claro, foi tudo feito com o maior zelo! Pode acreditar. Porque compilação? Porque não creio que a banda, ou melhor, os novatos ouvites dela, suportem um álbum inteiro dos caras. Nem eu q me disse fã confesso, conheço obra fechada deles, excelente de cabo a rabo. Mas como há, sim, e em profusão, excelentes musicas, - principalmente nos 5/6 primeiros anos de Amon Düül Second, resolvi que compilar era a melhor solução de apresentar o som para os não iniciados. Depois da experience, quem amar o que ouviu, não faltará blog onde encontrar a discografia ou uma parte dela. Amon Düül é ou foi, no auge dos 70s, tão conhecido como hoje é o Kraftwerk.

Voltando aqui ao que me trouxe, a quem interessar possa: inicie-se pelo "Second" que vem a ser a compilação das melhores compilações + 6 faixas do mais badalado concerto da banda.

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Na compilation "Second", Cinco faixas do "Live in London"...:


Registrado durante a primeira turnê inglesa, Amon Düül II Live in London foi gravado no Greyhound club, em Croydon, em 16 de dezembro de 1972, com a banda ainda divulgando a música de “Yeti” e “Tanz der Lemminge” para uma platéia em delírio. A música ainda era espacial, viajante, elaborada, complexa, mas com uma sonoridade arrebatadora, a banda tocando com energia de sobra. A autoexplicativa “Improvisations” é de arrepiar, como também as versões para o balance pesado de “Eye shaking king” (com direito ao solo arrepiante da guitarra de Karrer). As versões concisas de “Archangels Thunderbird” e “Restless skylight” roubam a atenção e apresentam o poder de fogo da dupla Knaup e Lothar Meid dividindo os vocais. O medley final com “Riding on a cloud” e “Paralyzed paradise” já valeria o disco, com mais solos e solos de guitarras de arrasar quarteirão. Um álbum sensacional, que seria lançado na Alemanha mais de um ano depois.

Logo depois do lançamento de “Vive la Trance**”, “Live in London” e “Made in Germany” a banda mergulharia cada vez mais no abismo do comercial, até quase perder a identidade, na busca do sucesso absoluto. O resultado foi a perda gradativa dos fãs e o esquecimento da crítica, o que provocou a saída de John Weinzierl em 1981 e a eventual dissolução do Amon Dull II. O conjunto reapareceria nos anos 90, mas sem maior impacto. Weinzierl mantém a sua própria versão da banda (a Amon Duul UK) e há muito corre um boato da possibilidade dos integrantes originais se reunirem novamente. Faz isso não, por Deus, Amon...


* O termo Krautrock foi criado pelo DJ inglês John Peel, quando ele se deparou com o álbum Psychedelic Underground (1969), da banda Amon Düül, de Munique. A música era "Mama Düül und Ihre Sauerkrautband spielt auf" (Mamãe Düül e sua banda chucrute tocam).


** Clipe colhido de última hora.


Amon Duul (Underground Compilation)

Amon Duul (Underground Compilation Second)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Novelas 70's Só Soul Funk & Black Music


Taí uma idéia que merecia ser pirateada* pela gravadora oficial... Um passeio ao legítimo funk setentista a pretexto das trilhas sonoras das novelas daquela fase áurea - para ambos. Por falar nisso: aqui quem fala é um executivo de gravadora - oficiosa sim, e-da-ê, ô, xará? A Sergio Sônico Records! Ou melhor, a Reco-Records Corporations. Marca fantasia totalmente garage, justinha ao que se propõe a empresa. Graças a internet, multinacional na origem. Ou ainda melhor, graças a Rede, uma multiuniversal de peso e consistência interplanetárias! E sem fins lucrativos!, pois não é isto que faz tudo rebrilhar até transformar coisas honestas em ouro de tolo? E eu, então! Um desbravador dos 7 mares, no manche do meu blog transoceânico, intergalático... Hum, hum... CV que é só virar empresário que o poder já sobe a cabeça?... Música! Este sim o meu ofício. O melhor dos ofícios! E o ócio do oficio. Ouvir e disponibilizar música! O ócio criativo todo o mundo conhece. Quer o melhor dos exemplos? O que fazia Isaac embaixo da macieira? Esperava, à sombra a lei despencar-lhe na idéia? Evidente que não. Nem me vejo como tal gênio, é óbvio que o Newtinho era muito mais ocioso! E também pouco importa como nos vemos, muito menos como somos vistos, o que importa é ter tesão no que se faz pra pôr coração e mente naquilo, deixando o orgão que por natureza pulsa (... pois é, esse também!), aparecer um bocado mais sincopado, no caso da música. Dai pro mais adiante é tudo festa.


Aqui, por exemplo e por falar em festa, você pode estar certo que a coisa foi feita com o coração lá na frente. Porque da certeza? Porque, antes de tudo, este egoísta fez tudo pra si. O coração pôs lá, pro próprio deleite - em compensação... -, o coração nas mãos também na hora de compartir... Beleza? Então tá. Trata-se de uma seleção do que de melhor se ouvia, nos meados dos 70, em matéria de Black music e soul e funk e música pró-pista... Retiradas, todas as músicas (com uma exceção), de cerca de... “Cerca de”, coisa nenhuma, acabo de conferir: 38 álbuns ouvidos um a um de trilhas de novelas dos anos 70. E... Claro! É só sucesso. Mesmo os mais adolescentes, das adjacências dos 90s, certamente, hão de conhecer a maioria desses hits de época. Aí, ficar parado diante dessa explosão groovera a vera, é que é o grande desafio.


Então, como estamos em plenos festejos de bota fora um anozinho meio meia bomba, porque não cair na gandaia pra fechar a porta do caixão de 08 no sapato de verniz, ou melhor, na sapatada para alah de Bagdá - hein, Bush?! Fica pois a sugestão.


Ah!, fazer surpresa sobre a seqüência das músicas que se vai ouvir é confiar, minimamente, em quem confiou no bom gosto do executivo namber uone da Reco-Records. Faz parte deste negócio de risco a confiança. Aliás, em negócio de risco, entrar desconfiado, é coisa que dá até rima. Revelo, portanto, a única exceção à regra “trilha de novelas”, na faixa 14. Ver a lista de produções de origem das músicas:


FAIXA] NOVELA / ANO

1] "O BOFE” / 1972; 2] “BANDEIRA 2” / 1971; 3] “CORRIDA DO OURO” / 1974; 4] “CARA A CARA” / 1979; 5] “FEIJÃO MARAVILHA” 1979; 6] “PAI HEROI” / 1979; 7] "FOGO SOBRE TERRA" / 1974; 8] “O CAFONA” / 1971 9] “OS OSSOS DO BARÃO” / 1973; 10] “PECADO RASGADO” / 1974; 11] “UMA ROSA COM AMOR” / 1972; 12] “TE CONTEI” / 1978; 13] “PECADO RAGADO”; 14] BONUSTECH: SETEMBER, RETIRADA DA TRILHA DO FILME: "BABEL" / 2006 (REMIX DE FATBOY SLIM P/O HIT DE EARTH, WIND & FIRE)


Em tempo: a imagem aí encima, tbm mostra novelas dos 80s. Como não consegui nada que tenha mais a ver (nada mais óbvio) com o tema proposto, então não teve tu, foi tu mesmo. O que importa é o conteúdo - e manteúdo.


*será que eles ainda nos vêem como piratas? Oxalá esse tempo tenha passado... A lá Tropa de Elite, "ao cabo do 08, que venha o 09!" por hora me despeço.


Novelas 70's - Só Soul Funk & Black Music


domingo, 21 de setembro de 2008

Isley Brothers Compilation One


"'Shout' faz parte do primeiro cânone do rock’n’roll. Influenciamos os Beatles. Tivemos hits na Motown. Jimi Hendrix tocou em nossa banda antes do festival de Monterey. Tivemos hits nas eras do funk e da discoteca. Rappers sampleiam-nos. Você pode ouvir nossa música em estádios, em filmes, em comerciais. Ninguém tem esse tipo de currículo". Ernie Isley tem razão. Ninguém, na história do rock durou tanto tempo, passou por tantas mudanças e continuou importando em toda sua existência como os Isley Brothers. São quase 60 anos na ativa, ajustando-se à modernidade sempre com muito estilo e personalidade.

A história dos Isley Brothers começa quando o chefe do clã Isley, um sujeito enorme e respeitável de fala mansa mas de objetivos bem definidos, chamado O’Kelly aproxima-se de Sallye Bernice em um encontro familiar, revela-lhe seu desejo de tornar-se seu marido e de dar-lhe uma tropa de filhos que se tornaria uma trupe de artistas. Vindo do emergente showbusiness, O’Kelly percebeu como poucos empresários o potencial da indústria de entretenimento no jovem século 20 e apostou a própria linhagem como estava certo. Precisava apenas encontrar a parceira correta. Naquele dia no meio dos assustadores anos 30 (que começara com uma falência financeira massiva e terminaria com uma guerra mundial), o patriarca Isley pousou o pesado olhar sobre a bela pequena e sabia que seu futuro estava começando." (...)

Para ler mais sobre a história desses Brothers vá direto à fonte.

A compilação aqui disponibilizada é apenas uma pequena prova do poder dessa banda. Afinal, 60 anos, não se compilam em 60 minutos. Então são 14 sucessos escolhidos na base do critério, afinal a casa tem um nome a zelar (não achamos interessante citá-los faixa por faixa). A surpresa, em se tratando da banda e, porque não, em se tratando da casa, é sempre a melhor companheira. E estamos certos de que não decepcionaremos o bom gosto dos que por aqui aportarem. Curtam o suspense!

Isley Brothers Compilation One

Em tempo: aqui nas internas, o texto a baixo foi todo climatizado no ambiente bem temperado, entre as calientes baladas soul "melacuecas" setentistas e aquele funk phoda desta compilação, que somente os negões da banda sabem na medida exata nos brindar.

sábado, 10 de novembro de 2007

THE STRANGLERS COMPILATION



Os Stranglers foram talvez os mais deslocados dos pontas-de-lança da revolução punk de 1977. Primeiro, a banda não era formada por moleques revoltados; eles eram músicos experientes, juntos desde 74. Segundo, sua musicalidade era derivada de fontes improváveis: o baterista (Jet Black) era músico do jazz, tal qual Stewart Copeland no Police, e Dave Greenfield, o tecladista (ahn?), era tão virtuoso quanto qualquer "dinossauro" progressivo. Mas como ainda não havia new wave para embarcá-los... Já, em 1977 surgiam clássicos como Peaches (do álbum homônimo), safada, urgente e macia. Stranglers foi mais um fenômeno exclusivamente inglês, que pouco chegou ao Brasil até hoje, apesar dos 15 discos de estúdio e dos mais de 30 anos de carreira.

De 1981, La Folie, álbum que traz a obra-prima máxima do líder (guitarras e voz), Hugh Cornwall, a extraordinária Golden Brown*. Se for possível apontar obras de arte dentro do rock, essa é uma delas. Uma pintura renascentista de três minutos e meio que é praticamente um madrigal, absurdamente belo e adorável. Você se imagina navegando mar adentro, flutuando sobre ondas sedutoras em direção a um oeste ensolarado. Embora às vezes eu enxergue alguém sob efeito de heroína. Mas o que acontece a partir de 55 segundos de canção é lindo demais para essas trips - enfim, teu cérebro te dá opções e nós (você, no caso) escolhemos com quais preferimos ficar. Pode ser divertido, não é Mano? Ou não...

Pronto para deixar essa no repeat por semanas? Vai nessa! Isso se, na seqüência, sem espaço pro respiro, não houvesse a versão roqueira para Walk On By de Burt Bacharach... Esta compilação só não está perfeita, porque além disso de perfeito ser muito chato, aqui e ali, imperfeições valorizam toda a obra de arte que se preze.

* uma mostra da beleza desta canção é comprovada aqui, numa apresentação de Hugh Cornwell, sem produção alguma, só violão e voz. Clique o asterístico do texto.

The Stranglers Compilation:

01 - Good Times Bad Times / 02 - Peaches / 03 - Bitching / 04 - Tank / 05 - Vietnamerica / 06 - Ice Queen / 07 - Golden Brown / 08 - Walk On By (Long Version) / 09 - Waiting For The Meninblack / 10 - Hanging Around / 11 - English Towns / 12 - European Female / 13 - Dreamtime / 14 - No More Heroes / 15 - 96 Tears / 16 - Always The Sun / 17 - Toiler On The Sea / 18 - Bear Cage / 19 - Waltzin' Black
Faixa Bonus: 20 - Golden Brown (Remix)

Clicaki pra baixar