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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um tapinha não dói



Nada tem a ver com nada. O título, a foto, a viagem... (ou não)


Música sempre foi a minha tara. Cena mais remota da relação eu e ela? Estou na sala do ap, no chão, deitado diante de uma vitrolinha phillips, dessas portáteis, na cor azul piscina que eu adorava mergulhar... Ainda mono (monaural). Tanto que, em se removendo a tampa - oh que moderna praticidade -, tíinha-se já a mão uma caixa de som! Nela fechada não cabiam discos long play. No máximo, compactos simples. Os LPs que mais gostava de ouvir na paz, eram Sergio Mendes & Brasil 66 - aquele dos guarda-chuvas coloridos "Look Around" - e a trilha de "Um homem uma mulher", Francis Lai. Pois é, mesmo o francês era carioca bossa-nova da gema. Então já tinha, de alguma forma o jazz na preferência. Depois veio o Jimi (Hendrix) que já me chegou morto (1971), Led Zeppelin, Deep Purple, Grand Funk Railroad e aí eu me perdi do gênero híbrido da iniciação, só mantendo a simpatia pela batida diferente. Lembro-me também de uma fita cassete (minhas amiguinhas de 17 estão perdidinhas...) dos Tijuana Brazz, do meu pai, que eu simplesmente adorava! E tocava meu saxofone imaginário, trompete e trombone idem, amarradão. Dos metais em brasa eu era a orquestra! Num dado momento, num daqueles dias em que dava meu showzinho virtual às escondidas no quarto, o Pelé - não o Edson, o Pelé das criancinha -, lá na sala, preparava-se pra bater o pênalti, contra o Vasco do Andrada. Seria o definitivo mil. Só aí descansei meu sax sobre a cama pra presenciar o momento histórico.


Com algo ali na portinha do Jazz, são as cenas de que me lembro. Depois disso vieram as guitarras e os sintetizadores do Emerson(Lake & Palmer), a reboque veio até uma sitar de um tal de Shankar. Aí phodeu, né? Minha educação musical, a cuca e a memória, porque pintou um cigarrinho no bojo, bicho, que era baseado em algo que não me lembro bem mas dizia-se que abria as portas da percepção. Bem, veio o Huxley... Admirável mundo novo! Nesse momento já, portas e janelas da percepção escancaradas, me apareceu o 1º acidinho(a gente nunca esquece). Foi a mãe de um amigo que pôs na minha língua o primerão. Esta cena, impossível de esquecer, fala sério. Até porque, a mãe do amigo era namorada do Ronald. E o Ronald era big brother. Não. Não era o do Big Mac, muito menos aquele palhaço do MacDonalds, era o Biggs em pessoa, bro! O do trem pagador! Sem sacanagem, tô mentindo não. A mãe desse amigo não sabe mas, agora recordando, ela me educou para a vida... Tudo bem, marginal. Mas àquela época, graças ao bom Deus, o ainda da foto uma postagem mais abaixo, era uma marginalidade vital para uma boa formação para um muleque de 14 anos. Porque dali veio Kafka e veio Castaneda já com mais d"A erva do diabo"... De modus que me veio um monte de gente boa de se ler e ouvir no movimento.. Porque estou dizendo tudo isso, sei lá. Talvez pra deixar aqui um testemunho clichê, que seja, de que tudo vale a pena, quando tua alma não é pequena. As sequelas são a quase memória, quase Cony. Normal. Imagina, gente...

Postagem de álbum – músico de jazz - importante que me fez divagar sobre todas essas coisas vem logo acima...


Em tempo: Notícia triste no finalzinho do ano. Morreu Freddie Hubbard, genial trompetista de jazz, aos 70 anos em Sherman Oaks, California, em função de complicações após um infarto em 26 de novembro. Cara, é como disse nos comentários do Jazzseen: Infarto, morte breve, morte breve, boa morte. A obra fica. E o dia, como todos os dias, pode ser um belo dia pra se morrer em paz. Até porque, vide O Globo (30 de dezembro, terça feira): "ISRAEL DECLARA GUERRA TOTAL"... Ah, amiguinhos, tô de saco cheio e estufado dessa porra.


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

UFRRJ



É cada história da Rural (UFRRJ) de 1977... Pra se ter idéia, Janis Joplin e Jimi Hendrix tinham morrido só 7 anos passados. E Guerras, sem contar a Mundial, mais Coréia, Vietnam não são eventos que se apaguem assim da noite pro dia. Sem contar que o tempo passava mais devagar mesmo antes da informática englobar o planeta. Reduz-se as distâncias entre as passoas e o tempo avoa na real, sem truques. 1977, eu na Rural... Golbery do Couto e Silva e o carvalho!  e/ou calvário – tão duro e de lei quanto aquele tronco! Ce vê como em tempos de democracia a coisa toda muda de figura. Hoje, eminência parda seria Zé Dirceu (seria?). Sifu, até na rima se perdeu (perdeu?). Dizem, eminência parda mais não falha. É tudo dizem - este eu, o espertinho, dá crédito pra evitar surpresas. Enfim, seja lá o que Deus quiser... Agora: Na myô hô renge kyô, eu. Feliz da vida! Mas e em 1977?... Naquele inferno lúdico, seropédico (de Seropédica RJ/Brasil)... O local mais quente do Planeta Rio de Janeiro! Onde nos víamos através da lente crepitante do tempo quente de Baixada. Eu - vê na foto. Não tem foto, imagine - numa casa ao lado do pasto, nas cercanias dos zebus e dos búfalos. Sim! Tinha búfalos, bisões... Mais um golinhos no chá que se fazia lá e tinha até revoada de pterodátilos! A África da savana pré-histórica era bem ali. Você e eu no final da rua número 7. E todos os vizinhos estudantes unidos numa corrente pra frente, cabisbaixos pastando auto-conhecimento no estrume do gado. Pesquisando nas casas dos gnomos... Éramos crescidinhos pra acreditar nas fadas. Então os gnomos, seus machos, que se escafedessem. Procurávamos suas casas plantadas na argamassa legítima de zebu, os fungos, (b)os tais que davam onda! Cabisbaixos, andávamos sem saber, no talvez, jururu. Eu, você (teve nós dois?) e os rapazes da banda. Ideologia? Todos as mesmas tínhamos! E vivíamos com e para elas! Tá bom, nem tanto para. Afinal, ditava o roquenrou do Peso: “com a cabeça feita pra não dar bandeira”.

1970e cético Golberyniano... Ernesto Gaiseificado. Rural, savana psicodélica alucinógena. E eu. Alienado, mas vi-a-jando! “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”... Chico Buarque bombando! Passando a tropa em revista semeando ironias... Por falar em semear, lembro ter plantado e cultivado, um pé de bagulho... é, daquele mesmo, e ele não crescer tão alto e viçoso quanto o que (nem) plantamos, a esmo, semeando da janela lateral da casa no campo - pau a pique e sapê - as berlotas do manga-rosa da época que forravam nossos colomis à farta... Ninguém era temente ao Bop. Ninguém pensava que um dia aquilo de apertar e acender na hora daria pecha e penalidade de fomento à violência... Que faria os companheiros hipócritas, futuros usuários do presente, se deliciarem com cenas de tortura explícita dos cabos 01, 2, 3 de Oliveira 06. Jamais, nem nas piores badtrips, imaginamos o Nascimento de tais heróis! As sementes nossas de cada dia em 77 eram simplesmente jogadas sem culpa ao chão (de terra batida), ao tempo da Rural. E na base da seleção natural, elas briotavam. E as sementes foram as mesmas que denunciaram o mau uso do curso, meu curso, e dos implementos agrícolas que levava pra dever de casa. E foi-se ali um ano de estudo (estudo?) no cinzeiro do quintal que se deu a cena... Ué, comassim? Aqui plantei mal intencionado e ao lado (de lá da janela) a que não tratei nem vi crescer foi a que vingou e floreceu? Pensando bem: OBA! Ó Universo e sua inteligência nata zombeteira, buarquiananárquica! Agora - pensei eu, diante do crescimento espontâneo e do milagre da multiplicação do pé - perguntar o quê ao mestre, sobre o  fenômeno que se deu ao lado da casa? Mestre, plantei uma plantinha diferente, mas totalmente adaptada ao clima de k, e com todos os aditivos que o senhor recomendou no dever de casa (pros os alfaces). Onde tratei, não vingou, onde caíram sementes a esmo a planta cresceu viçosa. Qual a questão então, o tipo da erva?

Só nos 70 na Rural, o que se pastou de auto-conhecimento natural foi uma maravilha tipo no país da Alice. Se tudo que ruminávamos, noite e dia, no seguinte do seguinte, não pairasse no mais absoluto esquecimento, mudaríamos o mundo e o infinito enfim, se necessário fosse.

Mas sempre intuí que fizestes, meu amor do passado, do caminho meu e da turma riponga de 77, a mesma trilha. Careta que seja. O local Rural fez todo o sentido. Daí o esforço de te cooptar naquela época (repito: passada, já plenos 2000 de 100 anos de solidão)... A questão que me ensimesma é descobrir onde foi o desvio. Onde? Qual fim de picada, bifurcou nossos caminhos?... É verdade. Você tem razão. O que importa?

Oxalá tenha sido prum mais adiante oportuno, tanto eu como você, óbvio, num encontro de náufragos. O tal Wilson se perdeu no mar das incertezas.

Este texto está cheio de pérolas escondidas em seus links. Cada qual refere-se ao verso/palavra da música ou ou cena citada. O maior mimo (maior em preciosidade...) está na palavra "caminhos". Clicando nela você você encontra uma corruptela do álbum "Three Friends" dos Gentle Giant , por parte da banda que se juntou agora, ano passado, para fazer um, que eu saiba ,único, show pros órfãos fãs da banda - a música, claro, tudo a ver com o texto, é School Days. Que conta a história de 3 amigos de infância cujas mudanças do tempo distanciam uns dos outros. Obra Prima máxima da era Progressiva. Enjoy!