Mostrando postagens com marcador funk. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador funk. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de abril de 2011

Weldon Irvine (Spirit Man) 1973

Cês olha bem nos olhos do negão antes de ler ou baixar-lhe o álbum. Ele tem um semblante intenso, é ou não? A mim, ao ver essa capa, na mesma hora a cara do cara inspirou confiança. Sabia que vinha coisa boa. Dai  que quando minhas suspeitas se confirmaram muito além das espectativas, pesquisei-lhe a história.  E quem freqüenta a Casa sabe que meu inglês é lusitano. Portanto, pra chegar até aqui, com uma história batendo sentido do início ao fim, deu um certo trabalho...  E isso quer dizer o quê? Fiquei muito interessado. Principalmente pelo fim dessa história que o Allmusic não conta. Agora repare de novo na face enigmática do homem da capa e senta, ou melhor, acomode-se que lá vem história.

O tecladista Weldon Irvine se agiganta no panteão do funk-jazz, influenciando profundamente as gerações posteriores de artistas de hip-hop para quem atuou como colaborador e mentor. Nascido em Hampton, VA, em 27 de outubro de 1943, Irvine foi criado por seus avós, na sequência do divórcio dos pais, a avó tocava baixo acústico em uma série de programas de televisão regionais de música clássica, seu marido era reitor da faculdade Hampton Institute. Irvine começou a tocar piano na adolescência e, embora mais tarde tenha se formado em literatura na mesma Hampton, a música continuou sendo seu primeiro amor, especialmente após a descoberta do jazz. Ao chegar em Nova York, em 1965, ele foi recrutado para Kenny Dorham e Joe Henderson, um ano antes de assinar com Nina Simone como organista maestro e arranjador. Os dois também escreveram canções juntos e depois de ver uma performance do dramaturgo Lorraine Hansberry “To Be Young, Gifted and Black”, Simone teria pedido a Irvine para compor a letra de uma música de mesmo título. Após duas semanas de bloqueio de escritor, as palavras saíram-lhe em um lampejo de inspiração, e a música ficou pronta. O mérito? Versões cover de artistas como Aretha Franklin, Stevie Wonder e Donny Hathaway, além de  ver sua música tornar-se hino oficial para os Civil Rights americano e transformar-se na canção mais conhecida de suas cerca de 500 composições publicadas.

Depois de separar-se de Nina Simone, Irvine formou seu próprio grupo de 17 peças, que em momentos diferentes incluíam Billy Cobham, Randy Brecker, Bennie Maupin e Don Blackman, em 1973, o rótulo Nodlew emitiu seu primeiro álbum “Liberated Brother”, seguido um ano depois, de “Time Capsule”. Ao longo desses registros o tecladista realmente acertou o passo, aprimorando não só a sua fusão singular ainda qualificados de jazz, funk, soul, blues e gospel - um antecedente direto do que viria a ser conhecido como acid jazz -, ao passo que também a firme consciência social ainda não havia inteiramente definido a sua carreira só para o lado da música. Além de LPs subseqüentes como em 1975, este excelente “Spirit Man” e do seguinte em 1976 “Sinbad”, Irvine também começou a escrever musicais para o palco, e em 1977 no New York's Billie Holiday Theatre, produziu o seu próprio Young, Gifted e provou para si mesmo que poderia ser um sucesso comercial de público e de crítica ganhando uma série de prêmios durante a sua execução de oito meses. No mesmo Billie Holiday Theatre, montou mais 20 outros musicais, os mais notáveis entre eles, The Vampire and the Dentist, The Will e Keep It Real..

Mas, enquanto Irvine focava em projetos dramatúrgicos, sua carreira discográfica caía no esquecimento e após 1979 com "Sisters" Irvine não gravou mais LPs por mais de 15 anos. Nesse tempo seu trabalho foi redescoberto e elogiado por um número crescente de jovens rappers mais politizados, especialmente Boogie Down Productions, A Tribe Called Quest, e os líderes da new school, os quais abusavam, no bom sentido, claro, de samplear suas gravações vintage. Ao contrário de muitos artistas de sua geração, Irvine abraçou a novidade e em 1994 gravou “Music Is the Key”, o tal álbum 15 anos depois, totalmente inspirada na cultura hip-hop para o rótulo indie Luv'N'Haight. Gostou da experiência e colaborou em outras produções como, por exemplo emprestando arranjos de teclados e cordas para Mos Def, E Irvine ainda deu aulas de piano aos rappers Q-Tip e Common. Em 1999, foi convidado a trabalhar com Mos Def, Talib Kweli, Q-Tip em “O Preço da Liberdade”, uma compilação musical que unia todos os gêneros jazz, hip-hop, funk, soul, gospel... O disco era em resposta a covardia e brutalidade policial cometida contra um imigrante africano indefeso Amadou Diallo assassinado em Nova Iorque com uma saraivada de tiros.

No entanto, com toda essa sensibilidade em duas áreas distintas da produção cultural, Irvine, em 09 de abril de 2002 comete suicídio perto da EAB Plaza, em frente ao Coliseu Nassau em Uniondale, Nova Iorque. O local foi escolhido porque era próximo, dava pra se ver da janela, do escritório de sua gravadora, em boa parte responsável por sua situação financeira desesperadora, Os executivos se recusavam a pagar-lhe um adiantamento que o salvaria da falência. Antes do ato de desespero, Irvine chegou a passar várias semanas ligando ou fazendo visitas a tentar negociar o tal adiantamento ou a venda simples de suas composições do catálogo e enquanto o autor desesperava-se cheio de dívidas os homens de negócio sequer retornavam suas ligações ou o recebiam para discutir, considerando o silêncio uma tática de negociação. Weldon Irvine tinha apenas 58 anos quando se desligou da vida.

Weldon Irvine (Spirit Man) 1973

(To Be) Young, Gifted and Black [por Aretha Franklin]



"(To Be) Young, Gifted and Black"

Ser jovem, talentoso e negro,
Oh, que belo sonho precioso
Ser jovem, talentoso e negro,
Abra seu coração para o que quero dizer

Em todo o mundo se sabe
Há um bilhão de meninos e meninas
Que são jovens, talentosos e negros,
E isso é um fato!

Você é jovem, talentoso e preto
Temos de começar a dizer aos nossos jovens
Há um mundo esperando por ti
E sua busca está apenas começando

Quando você se sente realmente por baixo
Sim, há uma grande verdade que você deve saber
Quando você é jovem, talentoso e preto
Sua alma está intacta

Jovem, talentoso e preto
Como se deseja saber a verdade
Há momentos em que eu olho para trás
E sou assombrado por minha juventude

Ah, mas a minha alegria de hoje
Será a de que todos nós podemos ter orgulho de dizer
Ser jovem, talentoso e preto
É onde a gente se encontra

Weldon Irvine (Spirit Man - 1973) Faixa 1: "We Gettin' Down"

sábado, 1 de janeiro de 2011

Vicki Anderson - Anthology (1964-1980)


Ah, qué sa B? Tá D C dido: ramo começá os 11 pintanu set na casa sônica...

ASSENTA QU'ESSA MAMA É UM ACINTE, FILIN!

Faixa 1: The message from the soul

Faixa 9: Home is where the hatred is (with Bossa Nostra)

Nascida Myra Barnes, Vicki Anderson - que gravava as vezes usando o nome de batismo - era uma superstar na era de ouro da soul-funk-R&B dos anos 1960. Ficou mais conhecida por suas performances com James Brown. Gravou uma série de singles e é reconhecida, na autobiografia de "Mr. Dynamite" (Brown) como a melhor cantora com quem já se apresentou e provavelmente a melhor que já havia testemunhado no palco. Ela é viúva de Bobby Byrd (o fundador original do The Famous Flames, grupo vocal soul rhythm & blues nos moldes dos Temptations, daqueles que haviam centenas à época). Vicki também é mãe de duas extraordinárias cantoras soul, que prestaram bons serviços também na explosão do acid jazz, Carleen Anderson e Jhelisa. Vicki entrou para a TFF em 1965 substituindo Anna King, e ficou por três anos como a principal voz feminina do grupo, até ser substituída por Marva Whitney (outra diva do gênero), em 1968. Mas voltou em 69, depois que Marva se afastou, permanecendo por mais três anos até 1972 - Lyn Collins assumiu o posto. Em 1970 ela lançou sua canção mais famosa, o hino feminista "Message From The Soul Sisters". 9vis fora os rasgados elogios, Vicki e Brown tiveram uma conturbada relação profissional enquanto na James Brown Revue, nos 60s, vias de fato legal... Na Inglaterra, Vicki gosa de grande prestígio, sendo considerada a mama soul do Reino Unido. Por sinal,  onde baseiam-se as filhas, Carleen e Jhelisa, que atingiram o topo de suas carreiras nos anos 1990.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Edie Palmieri (Harlem River Drive) 1971


A pessoa que é pessoa boa só vai entender da importância e preciosidade deste álbum, depois que baixá. Sem a menor paciência pra escrever resenha ou algo que me lembre algo que pareça sobre, só vos digo uma coisa... Aliás, duas... acho que é melhor 3: baixa, ouve e pira.

FONTE:

Chorus: Allan Taylor and Marilyn Hirscher
Piano: Eddie Palmieri
Saxophone (Soprano, Baritone): Ronnie Cuber
Vocals: Jimmy Norman
Produced by Lockie Edwards
Every track is played by different musicians like Victor Venegas, Bob Bianco, Charlie Palmieri (Eddie's broter), Eladio Perez and others.

ROULETTE RECORDS. 1971...

a1. Harlem River Drive (Theme Song)
Bass: Victor Venegas
Congas: Eladio Perez
Drums: Reggie Ferguson
Guitar: Bob Bianco
Organ: Charlie Palmieri
Timbales: Nick Marrero

a2. If (We Had Peace Today)
Bass: Gerald Jemmott
Drums: Dean Robert Pratt
Guitar: Cornell Dupree
Trombone: Bruce L. Fowler
Trumpet: Burt Collins

a3. Idle Hands
Bass: Gerald Jemmott
Congas: Eladio Perez
Drums: Bernard Purdy
Guitar: Cornell Dupree
Saxophone (Tenor): Dick Meza
Timbales: Nick Marrero
Trombone: Bruce L. Fowler

b1. Broken Home
Bass: Victor Venegas
Congas and Cowbell: Manny Oquendo
Drums: Nick Marrero
Guitar: Bob Bianco
Organ: Charlie Palmieri

b2. Seeds Of Life
Bass: Victor Venegas
Bass (Fender): Andy Gonzalez
Congas: Eladio Perez
Drums: Bernard Purdy
Guitar: Cornell Dupree
Guitar (Lead): Bob Mann
Saxophone (Tenor): Dick Meza
Timbales: Manny Oquendo
Trombone: Barry Rogers
Trumpet: Randy Brecker

Edie Palmieri (Harlem River Drive) 1971

domingo, 19 de julho de 2009

IMPEACH THE PRECEDENT!



Aproveita e impaecha os DJs óbvios e previsíveis!

1. DJ Shortkut feat. Roy C. Hammond - Impeach the President
2. DJ Einstein & Zaakir - Haves & Have Nots
3. Thes One & J-Live - Give It Up
4. This Kid Named Miles & Medusa - New Definition
5. The Globetroddas - Love
6. Jazzanova - L.O.V.E. and you and I
7. Poets of Rhythm - Flight to St. Vincent
8. Sharon Jones and the Dap Kings - What if we all stopped paying taxes
9. Damon Aaron - Bungalow
10. BLK Sunshine - Echoes
11. Antibalas Afrobeat Orchestra - P.A.Z
12. People Under the Stairs - Bomb Combo
13. Crown City Rockers - Movement
14. Breakestra - Show and Prove
15. New Mastersounds - Bullseye
16. The Rebirth - Everybody Say Yeah

Impeach is a compilation of soul, funk and hip-hop music that was commissioned and collected to impart the idea of changing protocols and paradigms?to Impeach The Precedent in society. This is first AUTHORIZED sequel in the Funky Precedent benefit compilation series, dedicated to providing REAL soul music and REAL results for national charities that move us. The first cd, Funky Precedent benefited music departments of public schools and featured artists that were making a difference in the burgeoning southern California music scene from 1996-1999. It featured artists such as Jurassic 5, Ozomatli, Black Eyed Peas, Breakestra, Ugly Duckling, Damon Aaron, Styles Of Beyond, Aceyalone and others. The album reached #1 on the CMJ hip-hop charts, topped countless top 10 lists and charts for 1999, and was named ?The Number 1 Underground Record of The Year? by Spin Magazine. Proceeds from Impeach The Precedent are being donated to The Rainforest Action Network. RAN.org. campaigns for the planets inhabitants and the natural systems that sustain life by transforming the global marketplace through grassroots organizing, anti-corporate education and non-violent direct action

IMPEACH THE PRECEDENT

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Maceo Parker (Life On Planet Groove) 1992


Disco perfeito para se (a)postar num dia modorrento, sarnento como esta 4ª feira 15 no Rio de Janeiro. Um dia cinzento. Frio como um pitbul de pitboy ou vice-versa, dá na mesma. Ou frívolo como um ato secreto parido nos calabouços do senado!... Enfim, a expressão perfeita para cunhar esta pasmaceira mórbida é: um maldito dia agaciélico. Melhor me agarrar às profecias buarqueanas de hollanda de que vai passar.

Já para um legítimo Maceo Parker, excelente como este que está cá, numa ocasião em que o dia é a doença, o álbum, a cura, dá-se apenas essa sentença: afaste os móveis da sala e aumente o volume do som - necessariamente nesta ordem.

Maceo Parker (Life On Planet Groove) 1992

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Marlena Shaw (Who is this Bitch, Anyway) 1974



E não é que hoje eu tô totalmente soul? Irremediavelmente dedicado às mulheres... Este disco acho (faço votos, espero, intuo, desejo) cumpre bem a missão. E me deixou tão di bob quando ouvi da 1ª vez que enchi o saco da amiga tradutora (Ana), para, adivinha, traduzir o texto de apresentação do allmusic:

"Um disco tão arrebatador e rude quanto seu título anuncia, Who Is This Bitch, Anyway? lança Marlena Shaw em um mundo novo e corajoso, anos 70 quando começam a aflorar os primeiros gritos do movimento feminista. Época, também, dominada pela funk Motown e o rock progressivo, Shaw aproveita para atualizar-se com uma sofisticada abordagem soul-jazz já experimentada em seus discos anteriores para explorar uma paisagem musical, política e sexual que sofre mudanças rápidas. Abrindo com “Street Walking' Woman (You, Me and Ethel)”, uma sátira hilária à cultura de singles bares, o álbum disseca o romance moderno com um discernimento e uma franqueza incomuns, tratando a luxúria ("Feel Like Makin'Love) e a perda ("You Been Away Too Long") francamente. Com músicas e letras direta sofisticadas, percorrendo escalas, do soul luminoso aos ásperos grooves funk é uma obra digna de figurar entre os melhores do gênero. Além de, nos EUA chegar a ser um campeão de vendas pela Blue Note, Who Is This Bitch, Anyway? representa também o ápice da criatividade de Marlena Shaw."

Isso comentou o cara do allmusic. Vamos ao comentário do cara do sônico: é bom para K...!!! (complete a linha pontilhada).

Moça(s), até eu, acostumbrado na arte do paparico, se continuar atirando flores nesse leito, a coisa há de deixar de ser didicatória pra virar algo bem próximo a homenagem pótuma.

Marlena Shaw (Who is this Bitch, Anyway) 1974

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Novelas 70's Só Soul Funk & Black Music


Taí uma idéia que merecia ser pirateada* pela gravadora oficial... Um passeio ao legítimo funk setentista a pretexto das trilhas sonoras das novelas daquela fase áurea - para ambos. Por falar nisso: aqui quem fala é um executivo de gravadora - oficiosa sim, e-da-ê, ô, xará? A Sergio Sônico Records! Ou melhor, a Reco-Records Corporations. Marca fantasia totalmente garage, justinha ao que se propõe a empresa. Graças a internet, multinacional na origem. Ou ainda melhor, graças a Rede, uma multiuniversal de peso e consistência interplanetárias! E sem fins lucrativos!, pois não é isto que faz tudo rebrilhar até transformar coisas honestas em ouro de tolo? E eu, então! Um desbravador dos 7 mares, no manche do meu blog transoceânico, intergalático... Hum, hum... CV que é só virar empresário que o poder já sobe a cabeça?... Música! Este sim o meu ofício. O melhor dos ofícios! E o ócio do oficio. Ouvir e disponibilizar música! O ócio criativo todo o mundo conhece. Quer o melhor dos exemplos? O que fazia Isaac embaixo da macieira? Esperava, à sombra a lei despencar-lhe na idéia? Evidente que não. Nem me vejo como tal gênio, é óbvio que o Newtinho era muito mais ocioso! E também pouco importa como nos vemos, muito menos como somos vistos, o que importa é ter tesão no que se faz pra pôr coração e mente naquilo, deixando o orgão que por natureza pulsa (... pois é, esse também!), aparecer um bocado mais sincopado, no caso da música. Dai pro mais adiante é tudo festa.


Aqui, por exemplo e por falar em festa, você pode estar certo que a coisa foi feita com o coração lá na frente. Porque da certeza? Porque, antes de tudo, este egoísta fez tudo pra si. O coração pôs lá, pro próprio deleite - em compensação... -, o coração nas mãos também na hora de compartir... Beleza? Então tá. Trata-se de uma seleção do que de melhor se ouvia, nos meados dos 70, em matéria de Black music e soul e funk e música pró-pista... Retiradas, todas as músicas (com uma exceção), de cerca de... “Cerca de”, coisa nenhuma, acabo de conferir: 38 álbuns ouvidos um a um de trilhas de novelas dos anos 70. E... Claro! É só sucesso. Mesmo os mais adolescentes, das adjacências dos 90s, certamente, hão de conhecer a maioria desses hits de época. Aí, ficar parado diante dessa explosão groovera a vera, é que é o grande desafio.


Então, como estamos em plenos festejos de bota fora um anozinho meio meia bomba, porque não cair na gandaia pra fechar a porta do caixão de 08 no sapato de verniz, ou melhor, na sapatada para alah de Bagdá - hein, Bush?! Fica pois a sugestão.


Ah!, fazer surpresa sobre a seqüência das músicas que se vai ouvir é confiar, minimamente, em quem confiou no bom gosto do executivo namber uone da Reco-Records. Faz parte deste negócio de risco a confiança. Aliás, em negócio de risco, entrar desconfiado, é coisa que dá até rima. Revelo, portanto, a única exceção à regra “trilha de novelas”, na faixa 14. Ver a lista de produções de origem das músicas:


FAIXA] NOVELA / ANO

1] "O BOFE” / 1972; 2] “BANDEIRA 2” / 1971; 3] “CORRIDA DO OURO” / 1974; 4] “CARA A CARA” / 1979; 5] “FEIJÃO MARAVILHA” 1979; 6] “PAI HEROI” / 1979; 7] "FOGO SOBRE TERRA" / 1974; 8] “O CAFONA” / 1971 9] “OS OSSOS DO BARÃO” / 1973; 10] “PECADO RASGADO” / 1974; 11] “UMA ROSA COM AMOR” / 1972; 12] “TE CONTEI” / 1978; 13] “PECADO RAGADO”; 14] BONUSTECH: SETEMBER, RETIRADA DA TRILHA DO FILME: "BABEL" / 2006 (REMIX DE FATBOY SLIM P/O HIT DE EARTH, WIND & FIRE)


Em tempo: a imagem aí encima, tbm mostra novelas dos 80s. Como não consegui nada que tenha mais a ver (nada mais óbvio) com o tema proposto, então não teve tu, foi tu mesmo. O que importa é o conteúdo - e manteúdo.


*será que eles ainda nos vêem como piratas? Oxalá esse tempo tenha passado... A lá Tropa de Elite, "ao cabo do 08, que venha o 09!" por hora me despeço.


Novelas 70's - Só Soul Funk & Black Music


domingo, 21 de setembro de 2008

Isley Brothers Compilation One


"'Shout' faz parte do primeiro cânone do rock’n’roll. Influenciamos os Beatles. Tivemos hits na Motown. Jimi Hendrix tocou em nossa banda antes do festival de Monterey. Tivemos hits nas eras do funk e da discoteca. Rappers sampleiam-nos. Você pode ouvir nossa música em estádios, em filmes, em comerciais. Ninguém tem esse tipo de currículo". Ernie Isley tem razão. Ninguém, na história do rock durou tanto tempo, passou por tantas mudanças e continuou importando em toda sua existência como os Isley Brothers. São quase 60 anos na ativa, ajustando-se à modernidade sempre com muito estilo e personalidade.

A história dos Isley Brothers começa quando o chefe do clã Isley, um sujeito enorme e respeitável de fala mansa mas de objetivos bem definidos, chamado O’Kelly aproxima-se de Sallye Bernice em um encontro familiar, revela-lhe seu desejo de tornar-se seu marido e de dar-lhe uma tropa de filhos que se tornaria uma trupe de artistas. Vindo do emergente showbusiness, O’Kelly percebeu como poucos empresários o potencial da indústria de entretenimento no jovem século 20 e apostou a própria linhagem como estava certo. Precisava apenas encontrar a parceira correta. Naquele dia no meio dos assustadores anos 30 (que começara com uma falência financeira massiva e terminaria com uma guerra mundial), o patriarca Isley pousou o pesado olhar sobre a bela pequena e sabia que seu futuro estava começando." (...)

Para ler mais sobre a história desses Brothers vá direto à fonte.

A compilação aqui disponibilizada é apenas uma pequena prova do poder dessa banda. Afinal, 60 anos, não se compilam em 60 minutos. Então são 14 sucessos escolhidos na base do critério, afinal a casa tem um nome a zelar (não achamos interessante citá-los faixa por faixa). A surpresa, em se tratando da banda e, porque não, em se tratando da casa, é sempre a melhor companheira. E estamos certos de que não decepcionaremos o bom gosto dos que por aqui aportarem. Curtam o suspense!

Isley Brothers Compilation One

Em tempo: aqui nas internas, o texto a baixo foi todo climatizado no ambiente bem temperado, entre as calientes baladas soul "melacuecas" setentistas e aquele funk phoda desta compilação, que somente os negões da banda sabem na medida exata nos brindar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Zé Ricardo E Convidados (Ao Vivo) 2005


Esse cara... é sapo* de responsa. Desses que, se afagados** pelo mainstream, transmuta à realeza que há em si num estalar sincopado de dedos. Nunca tinha ouvido falar em Zé Ricardo até ficar chapado com este álbum, de legítimo soul-samba-rock de 1ªríssima qualidade. Fico imaginando o quanto perco, ou deixo de ganhar, não freqüentando mais a Lapa, aqui do meu Rio de Janeiro e sua inúmera diversidade de opções pra cair na pista. Isto porque tá na cara que este Zé, que, claro, não é um qualquer, se encontra fácil nos shows do Circo Voador e adjacências. De qualquer forma, devoro o 2º Caderno do Globo todo dia santo e até onde sei (ou me lembre), nada havia lido sobre Zé Ricardo - embora, até que sobre o projeto de Sandra de Sá + o (hum hum, ai ai ai...) Toni Garrido (cof cof) “Música Preta Brasileira”, já tenha escutado muito falar por aí. Devo confessar que sou meio um tanto ou muito desatento tbm. Enfim. É disco obrigatório e show - pelo que o álbum escancara – imperdível! Fiquem com uma reseinha que encontrei na rede sobre Zé Ricardo (há mais muitas outras é só googlar). O que mais posso acrecentar é que, podes crer: É TUDO VERDADE.

Zé Ricardo é fera, ‘bicho solto’, como diria o ídolo e maior influenciador Djavan. Em seu 3° CD e 1° DVD, o cantor, compositor e guitarrista chama para si a responsabilidade de ser um dos representantes da nova ‘Música Preta Brasileira’ (nome do grupo que forma com Sandra de Sá e Toni Garrido, que relê a obra dos mestres da black music). Nesse álbum ao vivo, Zé lembra canções dos álbuns anteriores, ‘Você Me Ama e Não Sabe’ e ‘Tempero’ (o samba ‘Sexta-Feira’, a suingada ‘É Tão Bom’, a djavaneada ‘Azul Que Vale a Pena’, com incremento de scratches), presta tributos nada óbvios (‘Ela Partiu’ e ‘Bom Senso’, músicas menos conhecidas de Tim Maia; ‘Mas Que Nada’, de Jorge Ben Jor, com citação de ‘Água de Beber’, de Tom e Vinicius; ‘Never Can Say Goodbye’, famosa com Gloria Gaynor, em releitura funkeada) e atrai um timaço de convidados. Destaque para as baladas de acento soul, com os vocais de Djavan (‘Eu Não Te Amo Mais’), Ed Motta (‘Beijo do Olhar’) e Sandra de Sá (‘Gostava de Ir’), além do encontro com os parceiros Sandra e Toni em ‘Bom Senso’. O som de Zé Ricardo – samba, funk, rap, soul, groove – traz um pouco de cada um desses convidados, de Tim Maia a Cassiano, Banda Black Rio e dos melhores ‘gringos’. Nota 10. (M.P.B.)

*a satisfação é pros que pensam que sapos (vide texto abaixo) caracterizam-se apenas pelas linhas inexatas das aparências, que, via de regra, sempre enganaram, aliás, permanecerão sendo as que mais vítimas fazem. Moça, moço, o brejo e/ou o buraco, como queiram, é bem mais além da Terra à vista.

** pois é, né, rapá... afagados pelo mainstream, afogados pelo establishment. Ê dilema! Ser ou não ser... À música! Enquanto ela é capaz de vociferar que é muito melhor.

Zé Ricardo & Convidados (Ao vivo) 2005

sábado, 31 de maio de 2008

Afrika Underground - Jazz, Funk, And Fusion Under Apartheid





No princípio era o ritmo, nesse átimo veio a dança, com ela ritos de prazer e fertilidade! De um norte distante, desembarcaram conquistadores tementes ao Deus castrador trazendo a lei e a culpa. Diante da massa, ora inerte, todo o mundo empalideceu evoluindo ao máximo... Até essa estética ultra cool do PB Bastião.

Quanto a música aqui... Não na Terra, aqui no Blogui, bem, o ritmo e o som continuam muito bons! As imagens (as do mundo cool) é que seguem valendo tanto quanto mil palavras inúteis.

Afrika Underground - Jazz, Funk, & Fusion Under Apartheid


Really wonderful stuff -- a collection of totally unique grooves that won't cross over with any of your other African funk compilations! The focus here is on jazz, not funk or soul -- and the set features a wealth of great tracks pulled from obscure South African records of the late 70s and early 80s. Funky fusion is definitely in command here -- and the overall feel of the tracks is similar to some of the best European funky fusion of the 70s, fused with elements of African percussion and instrumentation -- creating a true crossover of styles that crackles with a freshness that will have you coming back to this one again and again! Most tracks are instrumental -- and the grooves here are a lot more complicated than on your average James Brown-inspired African funk tracks, a mix of strident modal modes, and other choppier funkier riff-heavy tunes. Plus, the whole thing's put together with the righteous intelligence of all the other Counterpoint titles -- with incredible sound and an approach that will easily take you to a whole new musical world! Titles include "I Remember You" by Mike Makahalemele, "Half N Half" by Zacks Nkosi, "Chapita" by Dick Khoza, "Lament" by Movement In The City, "Blues For Yusef" by Lionel Pillay, "The Way It Used To Be" by Pacific Express, and "La I La I La" by George Lee Larnyoh. © 1996-2008, Dusty Groove America, Inc.

quinta-feira, 20 de março de 2008

MINNIE RIPERTON (COME TO MY GARDEN + PERFECT ANGEL)



Minnie Riperton nasceu a 8 de Novembro de 1947 em Chicago, cidade onde estudou música, teatro e dança. Iniciou-se na música pop aos 15 anos, quando entrou na editora Chess como parte integrante das The Gems; grupo feminino que editou alguns singles que não ficaram na história, ao mesmo tempo que fazia (o grupo, não Riperton) coros em espectáculos de algumas das artistas mais consagradas da editora, como eram os casos de Fontella Bass, The Dells ou Etta James. Após a dissolução das The Gems, Riperton gravou um par de canções em solo sob o pseudónimo de Andrea Davis, ao mesmo tempo que trabalhava como recepcionista nos escritórios da editora.

Em 1967, após uma audição em que, diz a lenda, o produtor e compositor Charles Stepney teria ficado impressionado com a sua voz celestial e operática - Riperton tinha uma voz invulgar de soprano, capaz de chegar sem esforço às cinco ou seis oitavas, tendo, na sua adolescência, chegado a manter uma breve carreira como cantora de ópera -, Riperton foi convidada para cantar nos Rotary Connection - aclamado grupo vocal da soulmusic. Simultaneamente, participou em discos de Quincy Jones, Roberta Flack, Freddie Hubbarb e Etta James e gravou, em 1970, um disco a solo na Chess ('Come Into My Garden'), um álbum que o allmusic definiria alguns anos mais tarde como " a perfect balance between romantic melodrama and sensual nuance" (e eu juro que o disco soa bem melhor do que aquilo que esta descrição faz prever). Porém, quatro anos após a estréia e seis álbuns mais tarde, nos Rotary - com vendas nunca superiores às 200.000 cópias, o que lhes dava o status de ser um dos mais bem sucedidos grupos do underground de Chicago, mas insuficiente para atingir o reconhecimento global - Riperton deixou os Rotary Connection, tendo estes terminado definitivamente a carreira em 1974.

Com o final dos Rotary Connection, Riperton abandonou a Chess e mudou-se para a cidade de Los Angeles (não necessariamente nesta ordem) onde conheceu Stevie Wonder, com quem viajou pelos EUA como backing vocal nas Wonderlove. Fascinado pela voz única de Riperton, Stevie aceitou co-produzir 'Perfect Angel', ao mesmo tempo que tocava bateria e teclados e dava uma mãozinha na autoria de três dos nove temas do disco, incluindo o seu primeiro grande (e único no Brasil) êxito internacional, 'Lovin' You'*. No entanto, os álbuns seguintes - 'Adventures in Paradise' e 'Stay In Love', gravados com a colaboração cúmplice de seu marido, Richard Rudolph - tiveram um êxito muito relativo.

(Faz-se necessário deixar aqui uma pista para a escolha dos álbuns, de conceitos totalmente distintos. Enquanto "Come Into My Garden" vai mais na linha Burt Bacharach, em "Perfect Angel" percebe-se, sem esforço, a mão autoral de Stevie Wonder na concepção do disco.)

Apesar do pouco reconhecimento, Riperton nunca deixou de cantar e atuar ao vivo, mantendo uma carreira discreta mas persistente, até falecer, vítima de câncer, em 12 de Julho de 1979, aos 32 anos.

* O mercado é mesmo padrasto...

FONTE

MINNIE RIPERTON (COME TO MY GARDEN) 1970

MINNIE RIPERTON (PERFECT ANGEL) 1974


quinta-feira, 6 de março de 2008

DORIS DUKE (I'M A LOOSER) 1969


Baixei esse disco há anos e o Sergio Sônico está me ajudando a resgatar coisas que poderiam cair no esquecimento. Pois é. O titular do Blog tira o mesmo proveito dos navegantes. Como vês, é uma atividade de duas vias, com retorno para todos os envolvidos.

Assim como tanto artista novo, velho, em atividade, morto, vivo, mas fora do mercado (tipo a Doris aqui), e as mil e umas situações que são ou foram a vida desse povo musical que a internet desencava, a gente baixa, ouve, curte – porque se não curte deleta – depois arquiva e fatalmente esquece. Afinal ainda existe os meus 9 mil 475 discos (+ um compacto simples), além dos que baixei e nessa balada já nem sei mais separar o que foi comprado, dado, emprestado - já que tudo foi direto para dentro do computador - do que foi baixado... Não! Sensacional! Tô reclamando não. Se hospedasse tudo num super HD e pusesse pra tocar dia e noite, sem trégua, todos os dias, a vida ia seguir agora com trilha sonora perene, inclusive às próximas gerações, já pensou? E o que é mais esnobe: sem repetir música, quiçá sem reprisar artista! Agora, faça o mesmo com seus modelitos de grife, madame... A riqueza de uma pessoa deveria ser medida pelo valor cultural intelectual de seus bens. Não que moda não seja arte nem cultura, mas a pessoa tem que ser a própria Athina Onassis pra repetir, com o guarda-roupa, tal façanha musical... Preciso providenciar imediatamente um herdeiro.

Enfim, a biografia do 1º álbum dessa cantora fantástica esquecida está aqui. Nos padrões capitalistas americanos Doris Duke make se antecipa ao julgamento da sociedade quando vaticina: “I’m A Looser”. O álbum precioso é raríssimo! É exemplo de um gênero quase esquecido, chamado DEEP SOUL - o qual, antes de postar, estou re-ouvindo amarradão. E chocado de como poderia ter esquecido a Doris Duke! É lírico, denso, romântico, algumas faixas bem dançantes, e as canções... É luxo só. Diz o texto do allmusic que o álbum “I’m A Looser” é considerado por especialistas no estilo como o melhor disco de DEEP SOUL de todos os tempos. De minha parte, vou só anotando, baixando, computando, arquivando e ouvindo, cheio de satisfação e alegria - agora com o auxílio do Blog que me força a re-re-re, infinitamente, desencavá-los. Agradeço aos navegantes por lembrar-me do que não era pra ser esquecido.

DORIS DUKE (I'M A LOOSER) 1969

domingo, 2 de março de 2008

SHARON JONES AND THE DAP-KINGS (NATURALLY)



"Ninguém me aceitava na indústria da música. Diziam que eu era muito negra, que eu era muito gorda... Diziam que eu era muito nova, que não era bonita o suficiente", relembra.
"Aos 25 anos, me disseram que eu estava velha... Então fui fazer outras coisas." Entre essas coisas, estão dois anos como carcereira na penitenciária de Ryker's Island, em Nova York, e um período como segurança de carro-forte do Wells Fargo Bank, também em Nova York.

O que chamou a atenção de Amy Winehouse, Mark Ronson e tantos outros é a sonoridade única da banda The Dap-Kings e de Sharon Jones. "Fazemos soul music como era feita nos anos 60 e 70", diz Jones. "Hoje todo mundo usa equipamentos digitais, eletrônicos. Nós só usamos instrumentos analógicos. No estúdio, ainda gravamos em fita. Os instrumentos são gravados todos juntos no estúdio, como se fosse ao vivo. É a diferença."
"Esse tipo de música", ela continua, "apesar de antiga, ainda é importante. Não usamos sintetizadores, softwares, nada disso. E os mais jovens não entendem como conseguimos soar dessa maneira. Vamos continuar fazendo assim. Era como Otis Redding, Etta James, James Brown e todos os outros grandes faziam. Nós somos da velha-guarda."

Dois trechos da matéria que saiu na Folha de SP, com a "dona" da banda que tocou no disco "Back to Black" de Amy Winehouse.

Todo megastar tem, no mínimo, um obscuro a inspirá-lo. O que, em si, já é um mérito. Indica que os melhores artistas conhecem a história. Tanto dos bem sucedidos quanto dos gênios massacrados pelo não preenchimento das exigências das majors. Agora, Sharon Jones e The Dap-Kings (se o todo poderoso Deus Lucro quiser) será apontada a velha musa da Soul Music. A que inspirou Amy Winehouse. Aos 51 anos, Jones ainda pode recuperar boa parte da vida tentando se adaptar às exigências – dessa sim! – tropa de elite da Indústria. Vida longa à Sharon!

SHARON JONES AND THE DAP-KINGS (NATURALLY)

sábado, 19 de janeiro de 2008

SOUL SEARCHES - SALT OF THE EARTH


(26/01/08) ATENÇÃO: ALTERAÇÕES NESTA POSTAGEM!
Acrescentei um novo link com 3 faixas bônus do Álbum Chuck & Soul SearchesBustin' Loose”. O que seriam as 3 últimas faixas a complementar este "Salt Of The Earth": 10 - I Gotcha Now; 11 - Game Seven; 12 - Bustin' Loose. Este último, o grande hit do incendiário CB, sangue bom, Chuck Brown.

O que dizer deste The Soul Searches?... O acaso sabe encontrar aqueles que sabem servir-se dele... Que enquanto, lendo, catava o milho da língua inglesa no link que dá acesso a mais informações sobre os mesmos caras que criaram a deliciosa versão de “Peter and The Wolf” (na postagem abaixo desta), é citado um nome de uma 1ª banda deles: (...) The Soul Searchers which also included within its line-up John Goodsall (guitar), Gary Moore (guitar), Percy Jones (bass) and Bill Bruford (drums). Lancaster and Lumley wrote the two songs that appeared as a single, Scaramouche / Head Stand (1975, EMI)”… Claro que corri atrás.

Resultado da busca na Rede: encontrei um baita homônimo The Soul Searches, álbum “Salt of the Earth” de 1974. Fez-se a velha parábola “atira-se no que vê, acerta-se no que não estava exatamente na mira". Outra banda, outra praia.

Salt of the Earth é um raro, maravilhoso álbum r&b-funk-soul, brother, muito na linha Banda Black Rio, pra carioca algum botar defeito, portanto, liderado por Chuck Brown - esse gringo nasceu em Madureira! - que inclui duas versões de Burt Bacharach. Close To You, por exemplo, está matadora... Disco este que só hoje já ouvi 3 vezes sem cansar. Fenômeno raro para quem se acostumou escutar, em média, 5 álbuns novos por dia - em dias de pouco movimento.

No mais, deixo a quem interessar possa, conquanto, claro, escutem e se disponham pesquisar. De certo, sem a catação de milho (minha) na língua (dos outros) até porque não é de bom tom, Glorinha Kahlil anda no encalço e ninguém merece tais 15 minutos de fama (de lambão).

Pra pesquisar comece daqui.

Aqui se faz, aqui se pega. Faixas Bonus.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA - TROPIDÉLICO



“…infecciosa mistura de descargas latinas, cumbias e outras formas superiores da arte de fazer sacudir as ancas…”

Novo Opus na seguríssima carreira dos Quantic Soul Orchestra. Gravado na Colômbia com a ajuda de músicos locais, Will Holland junta ás explorações funk dos discos anteriores o Hip Hop e ritmos latinos como a cumbia elevando a Música dos QSO a novos patamares.

“…Will mudou-se para a terra das cumbias e usou muitos músicos locais neste álbum enorme, feito de música que parece saída de outro tempo.”

"*": Revista Bizz, Portugal.

LINK RESTAURADO:

THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA (TROPIDELICO) 2007


ALICE RUSSELL - UNDER THE MUNKA MOON




“Under The Munka Moon” é o primeiro disco de Alice Russell, cantora britânica ligada à Quantic Soul Orchestra (mais abaixo mais QSO com Spanky Wilson). Ela é uma menina loira bastante apreciada pela voz que possuí e pela energia que mostra nos concertos ao vivo.

“Taking Hold”, “Hurry On Now”, “Someday” e “Somebody’s Gonna Love You” são os temas de maior destaque num álbum coberto de Soul, dedicação, Jazz e energia vocal.

Esta sua estreia a solo guardou ainda espaço para a sonoridade acústica de “Tired Little One” e para o bom ambiente electrónico de “Search The Heavens”, faixas também muito bem aprimoradas pelo Jazz. “Sweet Calling” é um belo jogo instrumental, vertente que se encontra em contraste nos temas “Something That’s Real” e “Get Ready In The Morning - Song In The Bath”. O primeiro mostra uma cobertura sonora simples mas muito poderosa, enquanto que o tema que fecha o álbum se apresenta vestido apenas pela magnífica voz de Alice Russell. Não tenham mais dúvidas:

Alice Russell é neste momento uma das melhores cantoras britânicas do género, e a qualidade da sua música não anda muito longe daquela que é apresentada por Amy Winehouse

Under The Munka Moon (2004) tracklist:

01. Hurry On Now (feat. TM Juke)
02. Someday
03. Hard Times
04. Sweet Is The Air (feat. Nature Boy)
05. Tired Little One
06. Peace Resides
07. Taking Hold
08. Something That’s Real
09. Search he Heavens
10. Take Your Time, Change Your Mind
11. Sweet Calling
12. Somebody’s Gonna Love You (feat. Quantic)
13. Get Ready In The Morning - Song In The Bath

LINK RESTAURADO:


ALICE RUSSELL - UNDER THE MUNKA MOON - TRU THOUGHTS - 2004


quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

BABY HUEY AND THE BABY SITTERS


Dia desses, em plena febre "Tropa de Elite", o amigo Rocha, ou Rochields, chega aqui em casa e vendo o figuraça aí em cima estampado numa capa de CD me pergunta: "o que o Wagner Moura está fazendo, gordo, na capa de um disco, também tá cantando agora?" É calaro que era fanfarronice do amigo, até porque, o ator tem o cabelo mais lisinho. Expliquei-lhe a história aí de baixo:

James Ramey, era um cantor negro de aproximadamente 180 kg, que adotou o nome artístico Baby Huey, mas na verdade nunca foi muito conhecido pelo público soul. Logo após finalizar as gravações de seu primeiro e único disco, Huey sofreu um ataque cardíaco e faleceu em outubro de 1970.

O disco póstumo saiu no inicio de 1971 e virou peça de colecionador entre fanáticos de musica negra. Este álbum contém diversas interpretações cheias de emoção e ótimas atuações de sua banda que se chamava The Babysitters. “Mama Get Yourself Together” é uma instrumental composta por Baby Huey, e é a única canção de autoria própria no álbum. “A Change Is Gonna Come”, originalmente composta por Sam Coocke, na versão de Huey é de arrepiar. “Mighty Mighty Children”, “Hard Times” e “Running” são de Curtis Mayfield. Essa segunda já foi sampleada pelo DMN em "Mova-se" do EP H. Aço. “California Dreamin” é o famoso hit do grupo “The Mamas and Papas”, foi transposta para flauta e recebeu novos arranjos de metais. O disco ainda tem “One Dragon Two Dragon” que é outra instrumental levada na flauta e com uma bela melodia. Só tem uma palavra pra descrever esse disco: IMPERDÍVEL!

Desfeito o malentendido, Rocha me sai com a tréplica: "puta ator. Ó o tanto engordou pra viver a tragédia soul do negão americano. Que entrega!"

E eu rebato: isso sim é super-exposição midiática...

FONTE

Clikaqui pra baixar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

MICHAEL FRANTI AND SPEARHEAD



As letras engajadas de Michael Franti e o irresistível mix de soul, funk e o hip hop da banda que o acompanha, o Spearhead é o forte do álbum “Stay Human”. O disco é todo construído em torno de um programa de rádio de uma estação comunitária fictícia que está cobrindo a iminente execução de uma ativista negra acusada de assassinato. Trata-se de uma reflexão sobre justiça social e pena de morte, na forma de músicas altamente dançantes e baladas emocionadas. “Stay Human” traz 13 canções inéditas, entremeadas pela história da também fictícia, Irmã Fatima, a benfeitora e ativista que está para ser executada por um assassinato que a comunidade tem certeza que ela não cometeu. "Tenho me dedicado a várias ações contra a pena de morte, algumas na área musical, outras na área da militância política" - explica Michael. "Queria fazer um disco sobre esse tema, mas não queria escrever 13 canções sobre gente na cadeia. Então escrevi uma história para dar um pano de fundo ao tema".

Entre reportagens dramáticas e uma extremamente tensa conversa telefônica com o governador (ninguém menos do que o ator Woody Harrelson), os locutores põe para tocar músicas com letras diretas, corajosas e assertivas. Baladas como "Do Ya Love" têm o lirismo e a qualidade melódica dos grandes artistas do calibre de Sly Stone e Curtis Mayfield. "Speaking Of Tongues" é um rap emocionado, que revela a influência de Gil Scott-Heron.

“Stay Human” traz uma grande variedade de estilos musicais, mas definitivamente carrega a marca de Michael Franti, artista que começou a sua carreira em 1986 com o duo de drum'n'bass industrial the Beatnigs. A dupla só lançou um cd e logo o inquieto Michael partiu para formar a banda The Disposable Heroes of Hiphoprisy cujo som, um rap pesado com fortes influência de jazz, servia de pano de fundo para letras provocativas, que desafiavam o materialismo e a misoginia do rap mainstream. Dessa banda, Michael evoluiu para formar, em 1990, o Spearhead.

À medida que a história de Stay Human se desenvolve, a música passa a sua própria mensagem: a de que tanto a força dos indivíduos quanto a das comunidades vêm do espirito. E, em função de seu vigor cru, “Stay Human” é, para todos os efeitos, um álbum extremamente espiritual. “A primeira música, 'Oh My God,' é quase uma oração”... Diz Franti. “É como se a gente estivesse perguntando: “Por que nos pusestes numa situação dessas, Senhor? Mas, no final das contas, a gente ainda tem fé no poder do criador. E quanto mais eu evoluo, conheço novos lugares, me expresso, mais importante se torna manter esse espírito.”

“Stay Human” é cheio de reviravoltas surpreendentes. A música que dá nome ao disco contém várias alusões a ícones tão populares quanto P-Funk e o Dalai Lama. A faixa "Listener Supported" nos remete à poesia de Marvin Gaye e tem como convidada especial nos vocais Marie Daulne, líder da banda Zap Mama. "Rock the Nation" é um veemente chamado à ação à moda do KRS-One. "Sometimes", a música que geralmente fecha os shows dos Spearhead, é uma das mais vigorosas da banda e aqui assume ares pop associados à batida hip hop. "Soulshine" é um enérgico soul acústico sobre a beleza da individualidade. Michael Franti é um entusiasta sobre o que está acontecendo na música atual - Jill Scott e Mos Def são dois dos seus favoritos – mas ele também vai buscar inspiração em nomes do passado. "Fui mais influenciado pelo pessoal que fazia o verdadeiro soul, não o pessoal do 'eu quero você, baby', e sim os caras que estavam escrevendo sobre as coisas do coração - Marvin Gaye, Stevie Wonder, Sly Stone, Gil Scott-Heron. Tenho saudades daqueles tempos, quando o R&B realmente tinha coisas importantes a dizer."

No ano passado, Michael lançou o aclamado documentário “I Know I’m Not Alone – A Musician’s Journey Through War in The Middle East”. O filme, cuja temática é o custo humano da guerra, foi feito durante a viagem que Michael fez ao Iraque, Palestina e Israel, acompanhado por um grupo de amigos, algumas câmeras de vídeo e um violão. Além de vencer o San Francisco World Film Festival de 2005, "I Know I’m Not Alone" teve participação brilhante em alguns outros festivais como o de Maui, Rotterdam e Brisbane. "Veja esse filme e depois exija que Michael Franti se torne presidente dos Estados Unidos," disse o premiado diretor Anthony Minghela (“O Paciente Inglês” e “Cold Mountain”) sobre "I Know I’m Not Alone".

O depoimento definitivo sobre o trabalho de Michael Franti, tanto como músico quanto como cineasta, é dado pelo músico, ator e poeta Saul Williams:
"Michael Franti encarna com naturalidade o modelo de artista que todos ansiamos ser, sempre em sintonia com o coração das pessoas e sempre nos entregando uma música dançante, mas cheia de significado, mesmo diante da guerra e do desespero."

Ou Chris Blackwell (Fundador da Palm Pictures, Island Life):
"Michael Franti é o mais importante artista em atividade atualmente que ainda não atingiu o grande público. Os temas de suas músicas são absolutamente autênticos e baseiam-se em experiências pessoais."

Clicaki pra baixar

Em tempo (15/11): aqui uma versão de um clássico dos 70s dos Sly Family Stone para "Family Affair". Aos que conhecem a música, fica um estímulo para que conheçam esse extraordinário Michael Franti. Aos que não conhecem Family Affair... O que dizer?... Que inveja!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

SPANKY WILSON, SARAVÁ E THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA



É por isso que aquele é um dos melhores blogs de música e... Sarava que encontrei no pedaço. Olha a pérola que desencavo num passeio brevezinho só pra pegar o link que dá acesso à Spanky:

“Educação sexual deveria ser ensinada a éguas e cavalos, os homens precisam aprender a amar”
Nelson Rodrigues

Pelo menos o álbum eu descobri sozinho...
E se você não baixar Spanky, que não se encontra nem na Modern Sound, parceiro(a), sinto muito, mas és um vacilão.

Depois de passar em revista a tropa, me dou conta de que este é um álbum tão essencial que 3 comentários ou pouco mais que isso, me causam espanto verdadeiro. Enfim, pensando como marqueteiro, talvez falte aqui um link para mais informações. Continuo hoje, 06 de novembro de 2007, afirmando (depois de breve pesquisa no site da mesma)que este aqui não se encontra nem na recentemente eleita 7ª melhor loja de discos do planeta Terra!, a Modern Sound* (RJ). Em minha opinião, Spanky Wilson & The Quantic Soul Orchestra - "I'm Tankful" é o the best album atual de soul-funk-r&b music legítima dos dourados Motown times já feito em muito tempo de tentativa & erro. Precisa dizer mais?

LINK REFEITO:

THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA & SPANKY WILSON (I'M THANKFULL) 2006


*
Depois comércio e executivos da indústria phonográfica reclamam que blogs como este atrapalham as vendas...

sábado, 20 de outubro de 2007

THE CHAMBERS BROTHERS



E já que mais pra baixo falamos neles... Esses vão sem muito papo ou história. Foram mais sucesso que todos os artistas a baixo relacionados. Mas fazem uma Black Music tão honesta, psyco e tão dançante que mereceram o posto. E, famosos eles são pros especialistas no assunto. Eu, por exemplo, nunca havia ouvido falar. No meu caso, conheci 1º o Shuggie Otis, só então ouvi o nome The Chambers Brother, etc, etc.. Experimente. Te fará um bem que cê não tem noção.

clicaki pra baixar part1

e aki pra part2