
“A mulher, a quem eu já me esforçava em decifrar (não existe idade em que não se sonhe com isso: quando crianças, apalpamos com sensualidade ingênua o regaço das moças que nos beijam e nos mantém em seus braços; aos 10 anos, sonhamos com o amor; aos 15, o amor acontece; aos sessenta, ele ainda não desapareceu e se mortos ainda sonhamos em nossos túmulos, sonhamos decerto em conquistar sob a terra a tumba ao lado, para soerguer o sudário da falecida e nos unir a seu sono)”
... que certamente, sonha com tal união. Afinal nos esforçamos tanto! É o desejo sobrepujando a morte! "Príncipe encantado" é quem te deseja, mulher. Além do mais, nessas condições, não estás nem mais em idade - de fazer tanta exigência!
No livro "Novembro" do meu camarada Gustave Flaubert (Iluminuras), e da foto que busquei lá do blog de seu Salsa san, reparei agora, na romântica maneira de ver do autor francês, que é tão somente através do desejo e na busca do prazer que a vida encontrou a fórmula exata para teimar em se expandir. Expandir-se A de infinito! Quando existe o desejo, até na morte há vida. Todo desejo é uma espécie de oração. E sem tesão (desejo em estado bruto) não há solução, né seu Roberto Freire? Pois não é que é verdade?
E pra fechar (babaca para alguns, moral da história para os inteligentes), nessa de “ficar”, pegar e beijar na boca 15, numa balada, meu, não se pega, nem se cata
Só existe um tipo de vida: a inteligente que se expande, outros modelos, morrem, uma, duas, infinitas vezes e renascem outras tantas, até pegar - no tranco.
Amiguinhos leitores, não dá pra evitar: quando eu bebo, no day after, invariávelmente, na ressaca eu viro filósofo. Fi-lo porque qui-lo, aquilo que me inquieta.