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terça-feira, 7 de setembro de 2010

O cara. E o retrato 'dele' em Grey


 

Obsessão pelo poder


Por: Marco Antônio Villa


 Como é sabido, o Partido dos Trabalhadores nasceu em 1980. Contudo, muito antes da sua fundação, foi precedido de um amplo processo de crítica das diversas correntes de esquerda realizada na universidade e no calor dos debates políticos. A ação partidária, os sindicatos e as estratégias políticas adotadas durante o populismo (1945-1964) foram duramente atacados. Sem que houvesse um contraponto eficaz, fez-se tábula rasa do passado. A história da esquerda brasileira estaria começando com a fundação do PT. O ocorrido antes de 1980 não teria passado de uma pré-história eivada de conciliações com a burguesia e marcada pelo descompromisso em relação ao destino histórico da classe trabalhadora.

O processo de desconstrução do passado permaneceu durante vinte anos, até o final do século XX. As pesquisas universitárias continuaram dando o sustentáculo "científico" de que o PT era um marco na história política brasileira, o primeiro partido de trabalhadores. O estilo stalinista de fazer história se estendeu para o movimento operário. Tudo teria começado no ABC. Mas não só: a história do sindicalismo "independente" teve um momento de partida, a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, em 1975 (na posse, estava presente o governador Paulo Egydio, fato único naquela época). Toda história anterior, desde os anarquistas, tinha sido somente uma preparação para o surgimento do maior líder operário da história do Brasil.

A repetição sistemática de que em São Bernardo foi gestada uma ruptura acabou ganhando foro de verdade científica, indiscutível. Lula tinha de negar e desqualificar a história para surgir como uma espécie de "esperado", o "ungido". Não podia por si só realizar esta tarefa. Para isso contou com o apoio entusiástico dos intelectuais, ironicamente, ele que sempre desdenhou do conhecimento, da leitura e da reflexão. E muitos desses intelectuais que construíram o mito acabaram rompendo com o PT depois de 2003, quando a criatura adquiriu vida própria e se revoltou contra os criadores.

Mas não bastou apagar o passado. Foi necessário eliminar as lideranças que surgiram, tanto no sindicato, como no PT. E Lula foi um mestre. Os que não se submeteram, aceitando um papel subalterno, acabaram não tendo mais espaço político. Este processo foi se desenvolvendo sem que os embates e as rupturas desgastassem a figura de líder inconteste do partido. Ao dissidente era reservado o opróbrio eterno.

A permanência na liderança, sem contestação, não se deu por um choque de ideias. Pelo contrário. Lula sempre desprezou o debate político. Sabia que neste terreno seria derrotado. Optou sempre pela despolitização. Como nada tinha escrito, a divergência não podia percorrer o caminho tradicional da luta política, o enfrentamento de textos e idéias, seguindo a clássica tradição dos partidos de esquerda desde o final do século XIX. Desta forma, ele transformou a discordância em uma questão pessoal. E, como a sua figura era intocável, tudo acabava sem ter começado.

A vontade pessoal, fortalecida pelo culto da personalidade, fomentado desde os anos 70 pelos intelectuais, se transformou em obsessão. O processo se agravou ainda mais após a vitória de 2002. Afinal, não só o Brasil, mas o mundo se curvou frente ao presidente operário. Seus defeitos foram ainda mais transformados em qualidades. Qualquer crítica virou um crime de lesa-majestade. O desejo de eliminar as vozes discordantes acabou como política de Estado. Quem não louvava o presidente era considerado um inimigo.

Os conservadores brasileiros - conservadores não no sentido político, mas como defensores da manutenção de privilégios antirrepublicanos - logo entenderam o funcionamento da personalidade do presidente. Começaram a louvar suas realizações, suas palavras, seus mínimos gestos. Enfim, o que o presidente falava ou agia passou a ser considerado algo genial. Não é preciso dizer que Lula transformou os antigos "picaretas" em aliados incondicionais. Afinal, eles reconheciam publicamente seus feitos, suas qualidades. E mereceram benesses como nunca tiveram em outros governos.

É só esta obsessão pelo poder e pelo mando sem qualquer questionamento que pode ser uma das chaves explicativas da escolha de Dilma Rousseff como sua candidata.

Esse é o cara...


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES

No caso, acorde-se. Já que essa foi a 1ª bomba do dia:

Xa
ver se eu entendi... Quer dizer que a nossa Secretaria da Cultura será deixada aos cuidados de dra. Jandira Feghali? Ah, claro! Tudo a ver. Ela toca bateria.

E assim, vamos tendo uma vaga idéia do valor que esses politiquitos de 5ª dedicam à cultura. Se bem que quem votou na Paes está pouco se lixando pr'esses detalhes mínimos. Estão interessados é na segurança pública ou na saúde - de TFP burguesa, mixuruca em que se apegam. Inucentes, trouxas, não pegaram bem a coisa... Que a trolha continuará crescendo à margem, entumenscendo na UnverCidade da vida, avessa a um projeto cultural sério. Que inclua. Cidanem-se todos! Diria o paesagista... Enfim, aquele ex-diferenciado carioca já era. Há muito tornou-se tão isso aí, comum, banal e sem severventia como uma Coca-cola vencida sem pressão nem pra arrotar malícia. Se vacilá, aperfeiçoa-se pró-consumo. E fica Zero! Zero caloria, zero palatável. Um zero à esquerda... Talqualmente o xarope insosso que os verdadeiros malandros d'AgênCIA nos vendem pra nos mantermos naquela boa e velha forma (de otário). Prontos pro abate. Ah, tôputo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Gabeira deles também era bom...

Quer dizer que, na média, os sobrinhos de Sam são bem menos caretas, retrógrados, tradicionalistas, obscuros, previsíveis do que o incensado carioca, no geral? Mau saber. Como diria o cinéfilo, win wenders e aprendenders.

sábado, 11 de outubro de 2008

BLOCH REVISITA MANCHETE N'O GLOBO



... E o sr. Arnaldo escreve hoje, n'O Globo (2º Caderno, 11/10) uma espécie de desagravo à história das fotos de 1ª página (sunga X terno), como se porta voz do Jornal fosse. Esquece-se da importância do marquetingue na questão - colocada nas cartas de leitores pró Gabeira. Minimiza o agravante. Sim. Evidente que (em tese) a imprensa não está nem aí pro marqueting de um ou de outro candidato! E sobre mais um detalhe está coberto! Façamos justiça: o pai da Maya Gabeira sabia que seria fotografado em sua 1ª atividade no day after, óbvio. Então descuidou-se da própria imagem. Está claro, também, que Gabeira não consegue mais lidar sobriamente com o estigma da tanga de crochê, assim como é calo no pé sua posição em relação a descriminalização das drogas. No CQC, Rede Bandeirantes, já tinha dado uma mostra que está de saco cheio da puída piada-de-crochê. E sobre o bagulhinho, ele ainda vai ter muito que se justificar. Então deveria ter pensado (sim!), se seria interessante o postulante ao cargo mais importante da nação, figurar na capa de todos os jornais de sungão e/ou enrolado numa toalha vermelha como se penhoar vestisse, sabendo, diante mão, que a(o) vice-Eduardo Paes-versaria ao raiar do novo dia ralando em traje típico esporte fino de bom burocrata que é.

Noentanto o episódio já deixou de ser importante há muito, douto Arnaldo. O fato crucial é que, ao contrário do que a mais otimista das previsões atestaria, os votos de bispapão estão praticamente divididos entre maurício Paes e Fernando Gabeira! Sendo assim... imagina, Arnaldo Bloch, se eu e quem escreveu P da vida com o Globo, temos qualquer tipo de preconceito, tanto com a tanga de ontem, quanto com o sungão do amanhã... A gente quer é ver o homem adminstrando a Cidade Maravilhosa, varrendo a casa! Tome os missivistas d'O Globo, como torcedores (fluminenses) apavorados, monamí. Foi sob pressão e em desespero de causa que escrevemos. E digo mais! Eu, alarmista calejado, também não gostei nadica de nada da foto do dia seguinte ao Day After, do debate, na própria sede d'O Globo, onde Gabeira aparece, dedo em riste, apontando a cara serena, sorridente e irônica de Eduardo Paes... E o, make de orelhada, grampo telefônico na intriga sobre a Lucinha da Zona Oeste?... Tudo assim de carreirinha é de se descofiar sim! Quêdê a X9 que a redação do seu Jornal pagou pra colar no Paes? X9's fora a passeio? De toca ou tanga n'algum paraíso fiscal?

Não tão confortáveis como o senhor, botafoguense, bem acomodado na tabela e poltrona do emprego, dando-se o luxo de porta-voz de um Jornal que nem mais concorrência à altura ele tem!, eu e os fanáticos pela mudança, roemos as unhas. Repito: eu e os fanáticos pela mudança, roemos as unhas, seu Arnaldo. Isso não é paixão de torcedor. Encare-nos assim. Fanáticos pela mudança! Dá tempo para mais um aliás? (...) Quem cala consente. Aliás, sem ter para onde correr, sou assinante d'O Globo. E, como pôde constatar, um leitor assíduo, seu. De forma cotizada posso até me dizer um pagador régio, mesamês do vosso salário.

Um abraço sem preconceito, rivalidade e por hora qualquer resquício de arrependimento.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

IMAGEM TAMANHO FAMÍLIA


Aí todo esperto diz: deixa de ser inocente, rapá. Continuas acreditando nessa coisa de isenção da imprensa? Em jornal ou jornalista comprometido com a verdade dos fatos? É tudo dinheiro. O negócio não foi feito pra ser pautado pela ética. O negócio é só para quem tem estômago forte! Os espertos sabem tanto, não? Será porque no fundo, nos fundos... se participassem da trama, eles não... Enfim.

Daí que o negócio é o seguinte: dia seguinte a (quase) surpreendente vitória do Gabeira sobre o sobrinho do procurador de Jesus, começam a pipocar nas 1ªs páginas dos jornais cariocas a posição "isenta" da imprensa em relação aos candidatos ao 2º turno. Gabeira estampa, na foto, a posição relax na piscina do Clube de Regatas do Flamengo, pra não deixar dúvidas o seu lado Coroa-Garotão-Candidato-Zona-Sul... E pra completar o clichê senvergonha, de sungão!... Que aí já sugere logo a velha história da tanguinha de crochê roxa, as "Dunas do Barato" do Pier... a orientação sexual meio dúbia e fica tudo, pacote completo, numa pose. Enquanto, na mesma 1ª página - afinal, estamos numa democracia -, Eduardo Paes se mostra na situação em que a conservadora e ampla maioria da classe média prefere: jovem, boa aparência, temente a Deus, bem casado, terno e gravata, como é de bom tom e em plena campanha beijando senhorinhas na rua... Qual a paga que O Globo obteve por entrar nesse joguete sórdido de fotos de duplo sentido? A sessão de cartas (hoje) lotada de protestos dos cariocas indignados - esses mesmos, os tais inocentes...

Maya, assume aí!
Embora o vídeo antecipe, sem inocência, a cabeça d'água de esgoto inatura que vem por aí, se o pai enfrentar com a tua tenacidade, vai ser quase tão bonito de se ver quanto você nas ondas. Aliás, minto. Minto não, apelo! Dizer de beleza em se falando de política e Rio de Janeiro, é feio. Deixa o bonito pro amanhã. Afinal a bela imagem hoje aqui é você. Que papai acompanhe.

sábado, 4 de outubro de 2008

GABEIRA JÁ PASSOU O BISBO PAPÃO. SE LIGA NA MISSÃO, BRO. EU MORRO DE MEDO DE (PI)CARETA


Tu não? Então reza comigo: Olhai por nós, eleitores. Agora e na hora de nosso voto, além.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

GABEIRA EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA


CONTERRÂNEO, DESSA VEZ, SE NÃO LEMBRO É PORQUE NUNCA ACONTECEU!... DE TER SAÍDO DE CASA COM A OPORTUNIDADE DE EXERCER O MEU DIREITO DE CIDADÃO COM TANTO ORGULHO E A CONVICÇÃO DE UMA ESCOLHA TÃO ACERTADA.

PRA MIM, HONESTAMENTE: CARIOCA ALFABETIZADO, CONSCIENTE QUE DIZ NÃO A FERNANDO GABEIRA, PODE IR TIRANDO O PASSAPORTE DE DESERTOR E IR VOTAR NO MCCAIN LÁ IN NEW YORK. A RELAÇÃO É ESSA AÍ: SE GABEIRA É ALGO OBAMA, OS OUTROS (NO PÁREO) SÃO MUITO MCCAIN. "AH, VOU VOTAR ÚTIL PRA NÃO DAR (A)O BISPO"... BLIM BLOM: ÍRIS LETTIERI ESTÁ CHAMANDO! E ADIANTA ESSE PASSO PRA NÃO PERDER AVIÃO!

E TOM JOBIM FEZ TISC TISC TISC... FIQUEM AGORA COM O NELSINHO MOTTA, QUE É UM GENTLEMAN, PORTANTO, SEMPRE MAIS COMEDIDO:

Sempre que vejo na televisão a propaganda do TSE mandando a gente ficar de olho nos nossos eleitos, sinto um certo constrangimento e uma sensação de ridículo institucional. Mas também um estranho orgulho e um vago sabor de superioridade: há várias eleições voto no deputado Fernando Gabeira e nunca me decepcionei com seus votos, atitudes e atuação política, mesmo quando, às vezes, discordo de seus pontos de vista. Sua honestidade e inteligência são inquestionáveis.

É uma felicidade democrática ter alguém que realmente representa no Congresso o que você pensa e acredita. Isto também é quase ridículo, porque é uma exceção do que deveria ser a norma, como é em países civilizados. Mas fiquei ainda mais orgulhoso agora que ele impôs suas condições para ser o candidato da frente PV-PSDB-PPS à prefeitura do Rio de Janeiro. Não pediu poderes ilimitados, nem caminhões de dinheiro, nem submissão dos partidos à sua vontade: exigiu uma campanha limpa, sem ataques pessoais, preropositiva; divulgação pela Internet dos fundos e despesas da campanha, e o principal: caso eleito, que o secretariado seja escolhido por méritos e critérios profissionais e não partidários, sem o habitual loteamento como moeda de troca por apoio político. Ele não acha que só porque 'todos' fazem errado ele deve fazer também. É quase uma utopia. Mas se é a realidade em países civilizados, por que não, um dia, no Brasil? Conhecido por sua trajetória dedicada aos direitos humanos, à ecologia, saúde, educação e cultura, com reconhecida capacidade de diálogo democrático e tolerância, sem concessões à ladroagem e à política-como-ela-é, o que ele propõe é o óbvio. Mas parece um sonho quase impossível. O Rio de Janeiro merece esta esperança.