
“Adoro ver os meus discos pirateados”
(O Globo - 03 / 07 / 2008):
Num momento delicado para a indústria fonográfica, que encara a pirataria como crime hediondo, é desconcertante a sinceridade da cantora paulista Mônica Salmaso, que está no Rio para uma apresentação amanhã com a Orquestra Sinfônica Brasileira: - Adoro ver os meus discos pirateados! A pirataria é uma grande aliada para mim. Após o choque inicial, vem a justificativa da artista, que coleciona elogios da crítica desde que o disco Afro-sambas, de 1995, e o prêmio Sharp de 1997 a botaram no mapa. - A pirataria, principalmente na internet, é uma ótima forma de divulgação para artistas como eu. O público conhece minhas músicas (pelas versões piratas) e depois compra os CDs originais, porque quer um belo projeto gráfico e qualidade sonora. Não faço CDs descartáveis, sustentados em uma música da moda. Quem compra um CD por causa de uma faixa, que é o sucesso do momento, não faz questão mesmo do original. Meus ouvintes valorizam os produtos bem-acabados vendidos nas lojas e nos meus shows - afirma ela. Para chegar a essa conclusão, Mônica, que desde 2004 grava para o selo Biscoito Fino, fez antes uma avaliação de sua trajetória: - Desde o início de minha carreira, lancei CDs por gravadoras pequenas, sem muito poder de comercialização. Minhas gravações não tocam em novela. Tocam pouquíssimo nas rádios. Isso é um ponto ruim, porque é claro que eu gostaria que todo mundo ouvisse meu trabalho. Mas o lado positivo disso é não criar música da moda, aquelas que tocam em novela e desaparecem depois do último capítulo, para serem substituídas pela próxima canção da vez. Meus discos têm uma durabilidade maior, e meu público tem uma identificação profunda comigo (...) leia o texto na íntegra clicando aqui.
O interessante é que pela lógica da nova lei (ler postagem abaixo) acabo de me dar conta, ao digitar "clicando aqui" que cometi mais um dos meus crimes: piratiei a Biscoito Fino, editora de Mônica Salmaso, que por sua vez, piratiou O Globo. Xiiiii... Alguém vai ter que pagar por isso...
EM TEMPO: "Pirataria", nenhum blogueiro merece ou precisa desse estigma. É claro que Mônica Salmaso usou o termo do momento. Sou de um tempo em que discos piratas eram produzidos nos shows por fãs, munidos de gravadores portáteis (do tamanho de uma caixa de sapato 43 bico largo) e sabe-se lá como conseguiam gravar algumas centenas de LPs. Havia algo de romântico na atividade. Como românticos também somos nós tentando vencer a resistência do mercado, no intuito de suprir uma carência que nem se eles, os do mercado, quisessem na melhor das boas intenções e todo dinheiro do mundo, seriam capazes de resolver. Simplesmente porque não há espaço físico nas lojas. E a quantidade de gente boa, artistas fantásticos perdidos pelaí é o que (agora falando só por mim) me move a continuar desencavando ossadas. No fim das contas, tiro onda de Indiana-Jones-tiozão inveterado, dou continuidade a uma saga romântica sim, com louvor! Porque agora a lei é a do bom senso e o que fica, afinal, é a sensação de que estamos conversados.
EM TEMPO 2: Quer conhecer o trabalho de Mônica Salmaso? Uma das fontes é o blog "Um Que Tenha". Mais especificamente, você poderá encontrar 2 bons álbuns neste link.
O interessante é que pela lógica da nova lei (ler postagem abaixo) acabo de me dar conta, ao digitar "clicando aqui" que cometi mais um dos meus crimes: piratiei a Biscoito Fino, editora de Mônica Salmaso, que por sua vez, piratiou O Globo. Xiiiii... Alguém vai ter que pagar por isso...
EM TEMPO: "Pirataria", nenhum blogueiro merece ou precisa desse estigma. É claro que Mônica Salmaso usou o termo do momento. Sou de um tempo em que discos piratas eram produzidos nos shows por fãs, munidos de gravadores portáteis (do tamanho de uma caixa de sapato 43 bico largo) e sabe-se lá como conseguiam gravar algumas centenas de LPs. Havia algo de romântico na atividade. Como românticos também somos nós tentando vencer a resistência do mercado, no intuito de suprir uma carência que nem se eles, os do mercado, quisessem na melhor das boas intenções e todo dinheiro do mundo, seriam capazes de resolver. Simplesmente porque não há espaço físico nas lojas. E a quantidade de gente boa, artistas fantásticos perdidos pelaí é o que (agora falando só por mim) me move a continuar desencavando ossadas. No fim das contas, tiro onda de Indiana-Jones-tiozão inveterado, dou continuidade a uma saga romântica sim, com louvor! Porque agora a lei é a do bom senso e o que fica, afinal, é a sensação de que estamos conversados.
EM TEMPO 2: Quer conhecer o trabalho de Mônica Salmaso? Uma das fontes é o blog "Um Que Tenha". Mais especificamente, você poderá encontrar 2 bons álbuns neste link.