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domingo, 3 de abril de 2011

Weldon Irvine (Spirit Man) 1973

Cês olha bem nos olhos do negão antes de ler ou baixar-lhe o álbum. Ele tem um semblante intenso, é ou não? A mim, ao ver essa capa, na mesma hora a cara do cara inspirou confiança. Sabia que vinha coisa boa. Dai  que quando minhas suspeitas se confirmaram muito além das espectativas, pesquisei-lhe a história.  E quem freqüenta a Casa sabe que meu inglês é lusitano. Portanto, pra chegar até aqui, com uma história batendo sentido do início ao fim, deu um certo trabalho...  E isso quer dizer o quê? Fiquei muito interessado. Principalmente pelo fim dessa história que o Allmusic não conta. Agora repare de novo na face enigmática do homem da capa e senta, ou melhor, acomode-se que lá vem história.

O tecladista Weldon Irvine se agiganta no panteão do funk-jazz, influenciando profundamente as gerações posteriores de artistas de hip-hop para quem atuou como colaborador e mentor. Nascido em Hampton, VA, em 27 de outubro de 1943, Irvine foi criado por seus avós, na sequência do divórcio dos pais, a avó tocava baixo acústico em uma série de programas de televisão regionais de música clássica, seu marido era reitor da faculdade Hampton Institute. Irvine começou a tocar piano na adolescência e, embora mais tarde tenha se formado em literatura na mesma Hampton, a música continuou sendo seu primeiro amor, especialmente após a descoberta do jazz. Ao chegar em Nova York, em 1965, ele foi recrutado para Kenny Dorham e Joe Henderson, um ano antes de assinar com Nina Simone como organista maestro e arranjador. Os dois também escreveram canções juntos e depois de ver uma performance do dramaturgo Lorraine Hansberry “To Be Young, Gifted and Black”, Simone teria pedido a Irvine para compor a letra de uma música de mesmo título. Após duas semanas de bloqueio de escritor, as palavras saíram-lhe em um lampejo de inspiração, e a música ficou pronta. O mérito? Versões cover de artistas como Aretha Franklin, Stevie Wonder e Donny Hathaway, além de  ver sua música tornar-se hino oficial para os Civil Rights americano e transformar-se na canção mais conhecida de suas cerca de 500 composições publicadas.

Depois de separar-se de Nina Simone, Irvine formou seu próprio grupo de 17 peças, que em momentos diferentes incluíam Billy Cobham, Randy Brecker, Bennie Maupin e Don Blackman, em 1973, o rótulo Nodlew emitiu seu primeiro álbum “Liberated Brother”, seguido um ano depois, de “Time Capsule”. Ao longo desses registros o tecladista realmente acertou o passo, aprimorando não só a sua fusão singular ainda qualificados de jazz, funk, soul, blues e gospel - um antecedente direto do que viria a ser conhecido como acid jazz -, ao passo que também a firme consciência social ainda não havia inteiramente definido a sua carreira só para o lado da música. Além de LPs subseqüentes como em 1975, este excelente “Spirit Man” e do seguinte em 1976 “Sinbad”, Irvine também começou a escrever musicais para o palco, e em 1977 no New York's Billie Holiday Theatre, produziu o seu próprio Young, Gifted e provou para si mesmo que poderia ser um sucesso comercial de público e de crítica ganhando uma série de prêmios durante a sua execução de oito meses. No mesmo Billie Holiday Theatre, montou mais 20 outros musicais, os mais notáveis entre eles, The Vampire and the Dentist, The Will e Keep It Real..

Mas, enquanto Irvine focava em projetos dramatúrgicos, sua carreira discográfica caía no esquecimento e após 1979 com "Sisters" Irvine não gravou mais LPs por mais de 15 anos. Nesse tempo seu trabalho foi redescoberto e elogiado por um número crescente de jovens rappers mais politizados, especialmente Boogie Down Productions, A Tribe Called Quest, e os líderes da new school, os quais abusavam, no bom sentido, claro, de samplear suas gravações vintage. Ao contrário de muitos artistas de sua geração, Irvine abraçou a novidade e em 1994 gravou “Music Is the Key”, o tal álbum 15 anos depois, totalmente inspirada na cultura hip-hop para o rótulo indie Luv'N'Haight. Gostou da experiência e colaborou em outras produções como, por exemplo emprestando arranjos de teclados e cordas para Mos Def, E Irvine ainda deu aulas de piano aos rappers Q-Tip e Common. Em 1999, foi convidado a trabalhar com Mos Def, Talib Kweli, Q-Tip em “O Preço da Liberdade”, uma compilação musical que unia todos os gêneros jazz, hip-hop, funk, soul, gospel... O disco era em resposta a covardia e brutalidade policial cometida contra um imigrante africano indefeso Amadou Diallo assassinado em Nova Iorque com uma saraivada de tiros.

No entanto, com toda essa sensibilidade em duas áreas distintas da produção cultural, Irvine, em 09 de abril de 2002 comete suicídio perto da EAB Plaza, em frente ao Coliseu Nassau em Uniondale, Nova Iorque. O local foi escolhido porque era próximo, dava pra se ver da janela, do escritório de sua gravadora, em boa parte responsável por sua situação financeira desesperadora, Os executivos se recusavam a pagar-lhe um adiantamento que o salvaria da falência. Antes do ato de desespero, Irvine chegou a passar várias semanas ligando ou fazendo visitas a tentar negociar o tal adiantamento ou a venda simples de suas composições do catálogo e enquanto o autor desesperava-se cheio de dívidas os homens de negócio sequer retornavam suas ligações ou o recebiam para discutir, considerando o silêncio uma tática de negociação. Weldon Irvine tinha apenas 58 anos quando se desligou da vida.

Weldon Irvine (Spirit Man) 1973

(To Be) Young, Gifted and Black [por Aretha Franklin]



"(To Be) Young, Gifted and Black"

Ser jovem, talentoso e negro,
Oh, que belo sonho precioso
Ser jovem, talentoso e negro,
Abra seu coração para o que quero dizer

Em todo o mundo se sabe
Há um bilhão de meninos e meninas
Que são jovens, talentosos e negros,
E isso é um fato!

Você é jovem, talentoso e preto
Temos de começar a dizer aos nossos jovens
Há um mundo esperando por ti
E sua busca está apenas começando

Quando você se sente realmente por baixo
Sim, há uma grande verdade que você deve saber
Quando você é jovem, talentoso e preto
Sua alma está intacta

Jovem, talentoso e preto
Como se deseja saber a verdade
Há momentos em que eu olho para trás
E sou assombrado por minha juventude

Ah, mas a minha alegria de hoje
Será a de que todos nós podemos ter orgulho de dizer
Ser jovem, talentoso e preto
É onde a gente se encontra

Weldon Irvine (Spirit Man - 1973) Faixa 1: "We Gettin' Down"

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Billy Butler (Guitar Soul) 1969


... É um grão de areia na orla, o que, por exemplo (nem vou me citar), o Ed Motta, tem na sua discoteca apartamento lotado – um ap. para os LPs outro pros CDs. Agora, por exemplo, este disco. A gente acha, bate a vista, lê passando os olhos sobre o texto e pensa, olhando a capa: “Billy” não é nome de mulher... E uma mulher, nos 50/60’s tocando guitarra, linda assim... É um sonho! E que descoberta seria, fosse real...

Mas todas essas idéias vieram enquanto ainda decidia se baixava o álbum. Depois, enquanto baixava, sem ouvir, veio a constatação e uma melhor nitidez na filtragem da informação.  "Definitivamente, não é a mamãe".  Primeiro, no meu 'site salvação', allmusic.com, ele só confundiu a pesquisa, quando apontou Billy Butler como um vocalista da soul music. Certo. Da soul music, esse nosso Billy Butler também o é. Mas o cara é guitarrista. E dos ótimos! Comassim não está relacionado corretamente no allmusic? Ponho agora a busca, no mesmo allmusic, mas pelo nome do álbum.

Billy Butler produz um saboroso jazz-soul, habilmente misturando o seu toque com uma abordagem à Charlie Christian nos anos 50, e com o R&B e sulcos backbeats, submeteu a sua guitarra elétrica de corpo oco, um tom morno e emprestou à sua maneira de trabalhar, solos enganosamente simples e preenchimentos que transformaram-se em ganchos R&B no vocabulário da guitarra. "Honky Tonk", dele, Butler, e Bill Doggett, só com Butler, é talvez o protótipo do R&B no violão. "Ram-Bunk'-Shush"e "Big Boy" são outros destaques de seu mandato com Doggett.

Ele começou a tocar com o doo-wop / R & B do Harlemaires no final dos anos 40, então liderando combos até 1952, quando ingressou no trio Doc Bagby. Butler co-escreveu "Honky Tonk" enquanto trabalhava com Doggett entre 1954-1961. Ele também gravou com King Curtis, Dinah Washington, Panama Francis, Johnny Hodges, Jimmy Smith e David "Fathead" Newman nos anos 60. E trabalhou em bandas na Broadway, no início dos anos 60, mas encontrou tempo para sessões de gravação com Houston Person e Turney Norris no final dos anos 60 e 70. E ainda liderou sua própria banda, gravando para a Prestige em finais dos anos 60 e início dos 70. Também gravou com a Al Casey e Jackie Williams. Excursionou pela Europa com freqüência nos anos 70 e 80, fazendo sessões tanto lá como nos Estados Unidos natal.

Bem, entre erros e acretos de tradução, eis porque mesmo os dois apartamentos musicais do Ed Motta, não comportam uma mínima... miserável mesmo, porção do que se tem em gravações e bons artistas pelo mundo afora. Veja a quantidade de nomes neste pequeno texto a cima... E quem é Bill Doggett?! Foi lá? Viu a discografia do cara?... Organista. Mais de 50 álbuns gravados... E aí vem a lista dos que gravaram e tocaram com os que tocaram e gravaram com eles... E isso não pára nunca.

Daí que o importante é saber que peixe pesquei, hoje, certo? Atente para algo mais, antes de dar play no som: o apitinho de trem que vai marcando com malemolência o andamento  preguiçoso dessa música... Ki.di.lícia!

E por fim, veja que som eu (e você também) poderia morrer (eis a questão "ferida exposta") sem ao menos saber que um tal Billy Butler existia ou existiu um dia.

A banda:
Billy Butler: guitarras elétricas, acusticas e baixo
Bob Bushnell: Baixo elétrico
Sonny Phillips: orgão
Seldon Powell: flauta e sax tenor
Specs Powell: bateria
e Ruddy Val Gelder na engenharia de som 

Billy Butler, faixa 5 - Blow For The Crossing

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Esther Phillips (Burnin' + Confessin' The Blues) 1970-75


Ela era tão versátil, pro seu próprio bem, que, comercialmente, seu incomensurável talento a atrapalhou e fez-lhe um mal imenso... Como isto é possível? Simplesmente, os executivos (sempre eles...), não tinham uma clara idéia de como, em que nicho, encaixá-la no mercado, o que a impedia de alcançar o reconhecimento ao longo de seus pouco mais de 25 anos de carreira. Um gosto ou, para alguns, um vício, a voz de Phillips tinha uma singularidade: anasalada e rascannte ao extremo, até ganhou comparações com Nina Simone, embora ela mesma contasse que Dinah Washington era a sua principal inspiração. A carreira de Phillips - pelo dom inquestionável - começou quando ela era muito jovem, mas ainda nesse breve desabrochar, Esther já lutava contra a dependência química na adolescência... Qualquer semelhança com a nossa Amy, não é mera coincidência, não apenas pela  queda às profundezas dos poços mais sem fundo, como também suas vozes se assemelham bastante. Mas, no caso de Esther, os tempos eram outros. O impacto à saúde, decorrência de prolongada drogadição, abreviou-lhe a vida a parcos 49 aninhos. Não fosse o seu extraordinário talento, a história de Esther Phillips poderia ser contada assim: "Esther Mae Jones de 23/12/1935 em Galveston, Texas, a 08/08/1984 em Carson, Califórnia". Mas ela tem a música. E agora, alguns de nós a temos também.

Bem, este álbum é um 2 em 1, o 1º é uma apresentação ao vivo, "Burnin'" (1970), o 2º "Confessin' The Blues", gravado em estúdio, em 1975. De ponta a ponta, os dois discos juntos são uma uma maravilha. Destacar faixa, um problema,  não fosse uma conhecida de todos: fosse a mim encomendada uma compilação das melhores versões para as músicas dos Beatles, esta interpretação de "And I Love Him", me viria à cabeça de primeira. E, pra não deixar manco o 2 em 1 e fazer justiça ao "dois", "Confessin The Blues", destaquei um blues mortal! A última faixa do álbum. Confiram.

Esther Phillips (Burnin') 1970

Esther Phillips (Confessin' The Blues) 1975

"And I Love Him" (track 02, álbum Burnin'):


"Blow Top Blues, Jelly Jelly Blues" (track 11 Confessin'...):

sábado, 1 de janeiro de 2011

Vicki Anderson - Anthology (1964-1980)


Ah, qué sa B? Tá D C dido: ramo começá os 11 pintanu set na casa sônica...

ASSENTA QU'ESSA MAMA É UM ACINTE, FILIN!

Faixa 1: The message from the soul

Faixa 9: Home is where the hatred is (with Bossa Nostra)

Nascida Myra Barnes, Vicki Anderson - que gravava as vezes usando o nome de batismo - era uma superstar na era de ouro da soul-funk-R&B dos anos 1960. Ficou mais conhecida por suas performances com James Brown. Gravou uma série de singles e é reconhecida, na autobiografia de "Mr. Dynamite" (Brown) como a melhor cantora com quem já se apresentou e provavelmente a melhor que já havia testemunhado no palco. Ela é viúva de Bobby Byrd (o fundador original do The Famous Flames, grupo vocal soul rhythm & blues nos moldes dos Temptations, daqueles que haviam centenas à época). Vicki também é mãe de duas extraordinárias cantoras soul, que prestaram bons serviços também na explosão do acid jazz, Carleen Anderson e Jhelisa. Vicki entrou para a TFF em 1965 substituindo Anna King, e ficou por três anos como a principal voz feminina do grupo, até ser substituída por Marva Whitney (outra diva do gênero), em 1968. Mas voltou em 69, depois que Marva se afastou, permanecendo por mais três anos até 1972 - Lyn Collins assumiu o posto. Em 1970 ela lançou sua canção mais famosa, o hino feminista "Message From The Soul Sisters". 9vis fora os rasgados elogios, Vicki e Brown tiveram uma conturbada relação profissional enquanto na James Brown Revue, nos 60s, vias de fato legal... Na Inglaterra, Vicki gosa de grande prestígio, sendo considerada a mama soul do Reino Unido. Por sinal,  onde baseiam-se as filhas, Carleen e Jhelisa, que atingiram o topo de suas carreiras nos anos 1990.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Edie Palmieri (Harlem River Drive) 1971


A pessoa que é pessoa boa só vai entender da importância e preciosidade deste álbum, depois que baixá. Sem a menor paciência pra escrever resenha ou algo que me lembre algo que pareça sobre, só vos digo uma coisa... Aliás, duas... acho que é melhor 3: baixa, ouve e pira.

FONTE:

Chorus: Allan Taylor and Marilyn Hirscher
Piano: Eddie Palmieri
Saxophone (Soprano, Baritone): Ronnie Cuber
Vocals: Jimmy Norman
Produced by Lockie Edwards
Every track is played by different musicians like Victor Venegas, Bob Bianco, Charlie Palmieri (Eddie's broter), Eladio Perez and others.

ROULETTE RECORDS. 1971...

a1. Harlem River Drive (Theme Song)
Bass: Victor Venegas
Congas: Eladio Perez
Drums: Reggie Ferguson
Guitar: Bob Bianco
Organ: Charlie Palmieri
Timbales: Nick Marrero

a2. If (We Had Peace Today)
Bass: Gerald Jemmott
Drums: Dean Robert Pratt
Guitar: Cornell Dupree
Trombone: Bruce L. Fowler
Trumpet: Burt Collins

a3. Idle Hands
Bass: Gerald Jemmott
Congas: Eladio Perez
Drums: Bernard Purdy
Guitar: Cornell Dupree
Saxophone (Tenor): Dick Meza
Timbales: Nick Marrero
Trombone: Bruce L. Fowler

b1. Broken Home
Bass: Victor Venegas
Congas and Cowbell: Manny Oquendo
Drums: Nick Marrero
Guitar: Bob Bianco
Organ: Charlie Palmieri

b2. Seeds Of Life
Bass: Victor Venegas
Bass (Fender): Andy Gonzalez
Congas: Eladio Perez
Drums: Bernard Purdy
Guitar: Cornell Dupree
Guitar (Lead): Bob Mann
Saxophone (Tenor): Dick Meza
Timbales: Manny Oquendo
Trombone: Barry Rogers
Trumpet: Randy Brecker

Edie Palmieri (Harlem River Drive) 1971

domingo, 19 de julho de 2009

IMPEACH THE PRECEDENT!



Aproveita e impaecha os DJs óbvios e previsíveis!

1. DJ Shortkut feat. Roy C. Hammond - Impeach the President
2. DJ Einstein & Zaakir - Haves & Have Nots
3. Thes One & J-Live - Give It Up
4. This Kid Named Miles & Medusa - New Definition
5. The Globetroddas - Love
6. Jazzanova - L.O.V.E. and you and I
7. Poets of Rhythm - Flight to St. Vincent
8. Sharon Jones and the Dap Kings - What if we all stopped paying taxes
9. Damon Aaron - Bungalow
10. BLK Sunshine - Echoes
11. Antibalas Afrobeat Orchestra - P.A.Z
12. People Under the Stairs - Bomb Combo
13. Crown City Rockers - Movement
14. Breakestra - Show and Prove
15. New Mastersounds - Bullseye
16. The Rebirth - Everybody Say Yeah

Impeach is a compilation of soul, funk and hip-hop music that was commissioned and collected to impart the idea of changing protocols and paradigms?to Impeach The Precedent in society. This is first AUTHORIZED sequel in the Funky Precedent benefit compilation series, dedicated to providing REAL soul music and REAL results for national charities that move us. The first cd, Funky Precedent benefited music departments of public schools and featured artists that were making a difference in the burgeoning southern California music scene from 1996-1999. It featured artists such as Jurassic 5, Ozomatli, Black Eyed Peas, Breakestra, Ugly Duckling, Damon Aaron, Styles Of Beyond, Aceyalone and others. The album reached #1 on the CMJ hip-hop charts, topped countless top 10 lists and charts for 1999, and was named ?The Number 1 Underground Record of The Year? by Spin Magazine. Proceeds from Impeach The Precedent are being donated to The Rainforest Action Network. RAN.org. campaigns for the planets inhabitants and the natural systems that sustain life by transforming the global marketplace through grassroots organizing, anti-corporate education and non-violent direct action

IMPEACH THE PRECEDENT

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Maceo Parker (Life On Planet Groove) 1992


Disco perfeito para se (a)postar num dia modorrento, sarnento como esta 4ª feira 15 no Rio de Janeiro. Um dia cinzento. Frio como um pitbul de pitboy ou vice-versa, dá na mesma. Ou frívolo como um ato secreto parido nos calabouços do senado!... Enfim, a expressão perfeita para cunhar esta pasmaceira mórbida é: um maldito dia agaciélico. Melhor me agarrar às profecias buarqueanas de hollanda de que vai passar.

Já para um legítimo Maceo Parker, excelente como este que está cá, numa ocasião em que o dia é a doença, o álbum, a cura, dá-se apenas essa sentença: afaste os móveis da sala e aumente o volume do som - necessariamente nesta ordem.

Maceo Parker (Life On Planet Groove) 1992

terça-feira, 9 de junho de 2009

Nikki Yanofsky aos 14



Veja como imagino que se dará o processo. Num 1º momento, desconfiaça. Como essa pirralha se atreve a iniciar-se na carreira, cantando Ella Fitzgerald?... Isto claro, porque o ser desconfiado que inventei pra imaginar, até aqui, o que viu? Dois títulos. Um na postagem, outro na capa de um disco: Ella...of Thee I Swing, ainda não chegou no vídeo do andar debaixo. Se for ousado - o que tem a perder? - baixa o álbum e vê com os próprios ouvidos, sem necessidade da influência de terceiros enchendo-lhe a paciência, que a garota tem cacife para ousar. Enfim, nesses tempos incríveis onde a oferta é infinitamente maior que a procura, concomitantemente, diante de fenômenos reais como Susan Boyle, a Nikki não surpreende sendo apenas uma ilustre desconhecida, mesmo cantando o que e como canta. E "ilustre" pois é ela quem ilustra a capinha de seu 1º álbum solo.

Bem, houve uma vez um verão - pode tbm ter se dado no inverno ou na primavera, mas o mais provável mesmo é que tenha sido no outono - um (ex)amigo blogueiro, acusou-me de ter a arte de falar, falar, falar e de não dizer coisa alguma. Magoou. Bateu fundo aquela crítica maldosa. Desde então, quando me lembro da afirmação, o reflexo é de não dizer coisa com coisa alguma mais. Fique então com a opinião do gringo aqui embaixo. Particularmente, não entendo patavinas do que diz, mas pela quantidade de "WOW" e !!! exclamações, deve estar coberto de razão. Quem sou eu pra discordar de um cara que sabe falar um inglês tão fluente?

"Wow! I predict that’s what you’ll say when you hear this debut offering by Canadian Jazz singer Nikki Yanofsky. As soon as you listen to her remarkable performance on Mel Torme’sLullaby of Birdland, you’ll recognize that this artist has a singularly unique talent. Then…you’ll look at me in disbelief when I tell you that she is all of…wait for it… standard
13 years old!!!
I’m serious. It’s ridiculous how good she is, even before you consider how far she has advanced past her years, in terms of pure, raw ability. To hear her speak, she sounds like a Mouseketeer. Then she starts to sing, and something approximating Aretha Franklin comes out of her mouth. It’s gotta be Memorex, right? Nope, 3 sold-out shows at the Montreal Jazz Festival dispelled that myth.
It staggers me that a girl who might still watch Sesame Street on her days off school can do what she does with Ella Fitzgerald’s It Don’t Mean A Thing (If You Ain’t Got That Swing). It impresses me that Etta James doesn’t absolutely bury her, when you line up Etta’s At Last against Nikki’s version.
Now, before I unilaterally award her the GRAMMY for Record of the Year, what this young lady is… is a prodigy. That is to say that no one should be, relative to her experience, that good. However…Natalie Cole could still sing circles around her. She has lot of growing and learning before I put her on that pedestal.
Yanofsky’s phrasing needs maturity. Her range, while impressive, can be a runaway beast. She has not yet learned how to fully control the talent she possesses. Evidence? Try cut #9, where she gamely attempts Ain’t Got Nothin’ But the Blues, but doesn’t quite pull it off, for all the reasons listed above.
And when you’ve only been on this planet 13 years, there’s a limit to just how much living you can pack into a two-minute song. It just doesn’t FEEL quite grown up yet. She needs a Phil Ramone or a Quincy Jones to mentor her. Until then, she’s a Canadian Renee Olstead. And that ain’t bad!
But if she continues to evolve, and she progresses from where she’s already arrived at? Look out!"

Dê uma sacada:


O álbum:

quarta-feira, 25 de março de 2009

RAMON MORRIS (SWEET SISTER FUNK) 1973



Vida eterna a essa extraordinária vertente do Jazz -Soul-funk-R&Bluesy- adjacente! O saxtenorista Ramon Morris, de quem até ontem, nunca ouvira falar, pelo visto é pai de filho único: “Sweet Sister Funk”, testado e aprovado pelo ICQ da SS*, portanto, peça obrigatória de colecionador antenado. Só mais um detalhe: o link pode estar vencendo. Use e abuse, pra depois não vir pedir pra repostar. Não q a casa seja insensível a vossos apelos, mas sofre de uma preguiça...crônica. Boa audição!


*Tradução da sigla: Inquestionável Controle de Qualidade da casa Sônica do Sérgio.


Ramon Morris (Sweet Sister Funk) 1973

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Cat Power (Dark End of the Street)


Calma que ainda não deram as 12 badalada notúrnica! no dia universal...

Caríssimo Papai do Céu, eu sei que não ando fazendo muito por merecer... Mas olha pra esse povo todo ai, Meu Pai! Olha o deputado corregedor do castelo, olha essas bestas universitárias que aplicam trotes animais, principalmente aqueles animais da veterinária que não respeitam nem os bichos calouro! E as delinqüentes da Pedagogia, então? Pois é, Peda-go-gia, Meu Pai!... Perto dessas pit-ovelhas de Vosso rebanho, o que faço eu de errado, além de entornar umas 5 ou 6 latinhas a mais? Fala que eu te escuto. ... Pois é! Depois eu durmo e geralmente não pego - e não faço mal nenhum a - ninguém... Né, Cazuza? "A não ser a mim mesmo, a não ser a mim mesmo"... Então, se na média até que me comporto bem, me manda uma Chan Marshall pra mim, Senhôzinho... Como? Claro, que não! Ela nem precisa cantar. Eu já tenho toda a dicografia dela, meu Pai... Claro! Pode vir muda se assim o Senhor decidir. Ficamos combinados: muda e não se fala mais nisso.

Com o Senhor me deito, com o Senhor me levanto, com a Graça do Senhor... Pensando bem e por falar em graça ... O Senhor vê lá o que anda fazendo enquanto o balão apagado aqui ronca e baba, por misericórdia... Aliás, por misericórdia de ambas as partes.

Quer saber sobre esse disco dessa explosão de talento e formosura chamada Chan Marshall? Vá visitar o Vinil. O disquinho literalmente é mínimo, um EP. As faixas estão aqui:

1. Dark End Of The Street (James Carr, Aretha Franklin)
2. Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival)
3. Ye Auld Triangle (The Pogues)
4. I’ve Been Loving You Too Long (To Stop Now) (Otis Redding)
5. Who Knows Where The Time Goes (Sandy Denny / Fairport Convention)
6. It Ain’t Fair (Aretha Franklin)

Mas, se eu fosse você baixava o álbum antes. Lembre-se que também existem os não tão misericordiosos senhores de gravadoras, que castigam com fé aqueles que pecam contra as leis do divinal mercado.

Cat Power (Dark End of the Street)

Marlena Shaw (Who is this Bitch, Anyway) 1974



E não é que hoje eu tô totalmente soul? Irremediavelmente dedicado às mulheres... Este disco acho (faço votos, espero, intuo, desejo) cumpre bem a missão. E me deixou tão di bob quando ouvi da 1ª vez que enchi o saco da amiga tradutora (Ana), para, adivinha, traduzir o texto de apresentação do allmusic:

"Um disco tão arrebatador e rude quanto seu título anuncia, Who Is This Bitch, Anyway? lança Marlena Shaw em um mundo novo e corajoso, anos 70 quando começam a aflorar os primeiros gritos do movimento feminista. Época, também, dominada pela funk Motown e o rock progressivo, Shaw aproveita para atualizar-se com uma sofisticada abordagem soul-jazz já experimentada em seus discos anteriores para explorar uma paisagem musical, política e sexual que sofre mudanças rápidas. Abrindo com “Street Walking' Woman (You, Me and Ethel)”, uma sátira hilária à cultura de singles bares, o álbum disseca o romance moderno com um discernimento e uma franqueza incomuns, tratando a luxúria ("Feel Like Makin'Love) e a perda ("You Been Away Too Long") francamente. Com músicas e letras direta sofisticadas, percorrendo escalas, do soul luminoso aos ásperos grooves funk é uma obra digna de figurar entre os melhores do gênero. Além de, nos EUA chegar a ser um campeão de vendas pela Blue Note, Who Is This Bitch, Anyway? representa também o ápice da criatividade de Marlena Shaw."

Isso comentou o cara do allmusic. Vamos ao comentário do cara do sônico: é bom para K...!!! (complete a linha pontilhada).

Moça(s), até eu, acostumbrado na arte do paparico, se continuar atirando flores nesse leito, a coisa há de deixar de ser didicatória pra virar algo bem próximo a homenagem pótuma.

Marlena Shaw (Who is this Bitch, Anyway) 1974

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Novelas 70's Só Soul Funk & Black Music


Taí uma idéia que merecia ser pirateada* pela gravadora oficial... Um passeio ao legítimo funk setentista a pretexto das trilhas sonoras das novelas daquela fase áurea - para ambos. Por falar nisso: aqui quem fala é um executivo de gravadora - oficiosa sim, e-da-ê, ô, xará? A Sergio Sônico Records! Ou melhor, a Reco-Records Corporations. Marca fantasia totalmente garage, justinha ao que se propõe a empresa. Graças a internet, multinacional na origem. Ou ainda melhor, graças a Rede, uma multiuniversal de peso e consistência interplanetárias! E sem fins lucrativos!, pois não é isto que faz tudo rebrilhar até transformar coisas honestas em ouro de tolo? E eu, então! Um desbravador dos 7 mares, no manche do meu blog transoceânico, intergalático... Hum, hum... CV que é só virar empresário que o poder já sobe a cabeça?... Música! Este sim o meu ofício. O melhor dos ofícios! E o ócio do oficio. Ouvir e disponibilizar música! O ócio criativo todo o mundo conhece. Quer o melhor dos exemplos? O que fazia Isaac embaixo da macieira? Esperava, à sombra a lei despencar-lhe na idéia? Evidente que não. Nem me vejo como tal gênio, é óbvio que o Newtinho era muito mais ocioso! E também pouco importa como nos vemos, muito menos como somos vistos, o que importa é ter tesão no que se faz pra pôr coração e mente naquilo, deixando o orgão que por natureza pulsa (... pois é, esse também!), aparecer um bocado mais sincopado, no caso da música. Dai pro mais adiante é tudo festa.


Aqui, por exemplo e por falar em festa, você pode estar certo que a coisa foi feita com o coração lá na frente. Porque da certeza? Porque, antes de tudo, este egoísta fez tudo pra si. O coração pôs lá, pro próprio deleite - em compensação... -, o coração nas mãos também na hora de compartir... Beleza? Então tá. Trata-se de uma seleção do que de melhor se ouvia, nos meados dos 70, em matéria de Black music e soul e funk e música pró-pista... Retiradas, todas as músicas (com uma exceção), de cerca de... “Cerca de”, coisa nenhuma, acabo de conferir: 38 álbuns ouvidos um a um de trilhas de novelas dos anos 70. E... Claro! É só sucesso. Mesmo os mais adolescentes, das adjacências dos 90s, certamente, hão de conhecer a maioria desses hits de época. Aí, ficar parado diante dessa explosão groovera a vera, é que é o grande desafio.


Então, como estamos em plenos festejos de bota fora um anozinho meio meia bomba, porque não cair na gandaia pra fechar a porta do caixão de 08 no sapato de verniz, ou melhor, na sapatada para alah de Bagdá - hein, Bush?! Fica pois a sugestão.


Ah!, fazer surpresa sobre a seqüência das músicas que se vai ouvir é confiar, minimamente, em quem confiou no bom gosto do executivo namber uone da Reco-Records. Faz parte deste negócio de risco a confiança. Aliás, em negócio de risco, entrar desconfiado, é coisa que dá até rima. Revelo, portanto, a única exceção à regra “trilha de novelas”, na faixa 14. Ver a lista de produções de origem das músicas:


FAIXA] NOVELA / ANO

1] "O BOFE” / 1972; 2] “BANDEIRA 2” / 1971; 3] “CORRIDA DO OURO” / 1974; 4] “CARA A CARA” / 1979; 5] “FEIJÃO MARAVILHA” 1979; 6] “PAI HEROI” / 1979; 7] "FOGO SOBRE TERRA" / 1974; 8] “O CAFONA” / 1971 9] “OS OSSOS DO BARÃO” / 1973; 10] “PECADO RASGADO” / 1974; 11] “UMA ROSA COM AMOR” / 1972; 12] “TE CONTEI” / 1978; 13] “PECADO RAGADO”; 14] BONUSTECH: SETEMBER, RETIRADA DA TRILHA DO FILME: "BABEL" / 2006 (REMIX DE FATBOY SLIM P/O HIT DE EARTH, WIND & FIRE)


Em tempo: a imagem aí encima, tbm mostra novelas dos 80s. Como não consegui nada que tenha mais a ver (nada mais óbvio) com o tema proposto, então não teve tu, foi tu mesmo. O que importa é o conteúdo - e manteúdo.


*será que eles ainda nos vêem como piratas? Oxalá esse tempo tenha passado... A lá Tropa de Elite, "ao cabo do 08, que venha o 09!" por hora me despeço.


Novelas 70's - Só Soul Funk & Black Music


sábado, 4 de outubro de 2008

Soil & Pimp Sessions (Planet Pimp) 2008


Grupo club jazz japonês que vem recebendo destaque internacional desde o álbum homônimo (2006), devido ao realce por parte de DJ’s a combinações inusistadas, acid/free jazz cheio de adrenalina, enorme espírito desbravador, plural, viking (?)...

Depois de terem conquistado algum espaço na UK, ainda em 2005 foram convidados pelo grupo alemão Jazzanova a actuar em Berlim, abrindo-lhes desde aí a oportunidade para trilhar o Japão e continente europeu divulgando o seu trabalho. Em 2006, Pimp Master foi lançado na Europa e, o sexteto para além de continuar em tour extensiva pelo velho continente, marcou presença no Festival de Montreux. Planet Pimp é o mais recente e quarto trabalho de 2008.

E que som, amiguinho. Cês viram que o blog anda make num recesso sônico, em virtude de Gabeira, que merece toda a atenção. Mas este albão de última hora furou a fila legal! ...e até a preguiça santa local. O bode foi pro espaço - e o coelho também! Pé de pato bangalô 3 vez!... eu diria... Tens dúvida? Pegaí e vê se não é!... Cara teimoso...

Soil & Pimp Sessions (Planet Pimp) 2008

domingo, 21 de setembro de 2008

Isley Brothers Compilation One


"'Shout' faz parte do primeiro cânone do rock’n’roll. Influenciamos os Beatles. Tivemos hits na Motown. Jimi Hendrix tocou em nossa banda antes do festival de Monterey. Tivemos hits nas eras do funk e da discoteca. Rappers sampleiam-nos. Você pode ouvir nossa música em estádios, em filmes, em comerciais. Ninguém tem esse tipo de currículo". Ernie Isley tem razão. Ninguém, na história do rock durou tanto tempo, passou por tantas mudanças e continuou importando em toda sua existência como os Isley Brothers. São quase 60 anos na ativa, ajustando-se à modernidade sempre com muito estilo e personalidade.

A história dos Isley Brothers começa quando o chefe do clã Isley, um sujeito enorme e respeitável de fala mansa mas de objetivos bem definidos, chamado O’Kelly aproxima-se de Sallye Bernice em um encontro familiar, revela-lhe seu desejo de tornar-se seu marido e de dar-lhe uma tropa de filhos que se tornaria uma trupe de artistas. Vindo do emergente showbusiness, O’Kelly percebeu como poucos empresários o potencial da indústria de entretenimento no jovem século 20 e apostou a própria linhagem como estava certo. Precisava apenas encontrar a parceira correta. Naquele dia no meio dos assustadores anos 30 (que começara com uma falência financeira massiva e terminaria com uma guerra mundial), o patriarca Isley pousou o pesado olhar sobre a bela pequena e sabia que seu futuro estava começando." (...)

Para ler mais sobre a história desses Brothers vá direto à fonte.

A compilação aqui disponibilizada é apenas uma pequena prova do poder dessa banda. Afinal, 60 anos, não se compilam em 60 minutos. Então são 14 sucessos escolhidos na base do critério, afinal a casa tem um nome a zelar (não achamos interessante citá-los faixa por faixa). A surpresa, em se tratando da banda e, porque não, em se tratando da casa, é sempre a melhor companheira. E estamos certos de que não decepcionaremos o bom gosto dos que por aqui aportarem. Curtam o suspense!

Isley Brothers Compilation One

Em tempo: aqui nas internas, o texto a baixo foi todo climatizado no ambiente bem temperado, entre as calientes baladas soul "melacuecas" setentistas e aquele funk phoda desta compilação, que somente os negões da banda sabem na medida exata nos brindar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Zé Ricardo E Convidados (Ao Vivo) 2005


Esse cara... é sapo* de responsa. Desses que, se afagados** pelo mainstream, transmuta à realeza que há em si num estalar sincopado de dedos. Nunca tinha ouvido falar em Zé Ricardo até ficar chapado com este álbum, de legítimo soul-samba-rock de 1ªríssima qualidade. Fico imaginando o quanto perco, ou deixo de ganhar, não freqüentando mais a Lapa, aqui do meu Rio de Janeiro e sua inúmera diversidade de opções pra cair na pista. Isto porque tá na cara que este Zé, que, claro, não é um qualquer, se encontra fácil nos shows do Circo Voador e adjacências. De qualquer forma, devoro o 2º Caderno do Globo todo dia santo e até onde sei (ou me lembre), nada havia lido sobre Zé Ricardo - embora, até que sobre o projeto de Sandra de Sá + o (hum hum, ai ai ai...) Toni Garrido (cof cof) “Música Preta Brasileira”, já tenha escutado muito falar por aí. Devo confessar que sou meio um tanto ou muito desatento tbm. Enfim. É disco obrigatório e show - pelo que o álbum escancara – imperdível! Fiquem com uma reseinha que encontrei na rede sobre Zé Ricardo (há mais muitas outras é só googlar). O que mais posso acrecentar é que, podes crer: É TUDO VERDADE.

Zé Ricardo é fera, ‘bicho solto’, como diria o ídolo e maior influenciador Djavan. Em seu 3° CD e 1° DVD, o cantor, compositor e guitarrista chama para si a responsabilidade de ser um dos representantes da nova ‘Música Preta Brasileira’ (nome do grupo que forma com Sandra de Sá e Toni Garrido, que relê a obra dos mestres da black music). Nesse álbum ao vivo, Zé lembra canções dos álbuns anteriores, ‘Você Me Ama e Não Sabe’ e ‘Tempero’ (o samba ‘Sexta-Feira’, a suingada ‘É Tão Bom’, a djavaneada ‘Azul Que Vale a Pena’, com incremento de scratches), presta tributos nada óbvios (‘Ela Partiu’ e ‘Bom Senso’, músicas menos conhecidas de Tim Maia; ‘Mas Que Nada’, de Jorge Ben Jor, com citação de ‘Água de Beber’, de Tom e Vinicius; ‘Never Can Say Goodbye’, famosa com Gloria Gaynor, em releitura funkeada) e atrai um timaço de convidados. Destaque para as baladas de acento soul, com os vocais de Djavan (‘Eu Não Te Amo Mais’), Ed Motta (‘Beijo do Olhar’) e Sandra de Sá (‘Gostava de Ir’), além do encontro com os parceiros Sandra e Toni em ‘Bom Senso’. O som de Zé Ricardo – samba, funk, rap, soul, groove – traz um pouco de cada um desses convidados, de Tim Maia a Cassiano, Banda Black Rio e dos melhores ‘gringos’. Nota 10. (M.P.B.)

*a satisfação é pros que pensam que sapos (vide texto abaixo) caracterizam-se apenas pelas linhas inexatas das aparências, que, via de regra, sempre enganaram, aliás, permanecerão sendo as que mais vítimas fazem. Moça, moço, o brejo e/ou o buraco, como queiram, é bem mais além da Terra à vista.

** pois é, né, rapá... afagados pelo mainstream, afogados pelo establishment. Ê dilema! Ser ou não ser... À música! Enquanto ela é capaz de vociferar que é muito melhor.

Zé Ricardo & Convidados (Ao vivo) 2005

terça-feira, 5 de agosto de 2008

TERRY CALLIER (TIMEPEACE) 1998



SERIA ALGUM TIPO DE PIADA CHULA ESSE CARA NO LIMBO?

Após a audição de Timepeace, quiça, a pergunta sem resposta, multiplique-se pelaí.

É costume se dizer que o tempo é o melhor conselheiro, o senhor da mudança e blá blá, mas na música isso é, sem dúvida, uma verdade. Tantos sons que nem bem envelhecem e rapidamente são esquecidos... Tantas obras-primas que ao seu tempo mal são apreciadas e mais tarde, com o passar de muitos anos, é-lhes, finalmente, reconhecida a qualidade.

Terry Callier, por exemplo, nasceu em 1945 em Chicago, aprendeu a tocar piano aos três anos, começou a compor aos onze, cresceu a cantar em grupos doo-wop e foi amigo de infância de Curtis Mayfield, Jerry Butler e Ramsey Lewis.

Com toda esta ambiência era natural que se viesse a dedicar à música, então lançou o seu primeiro single «Look At Me Now» em 1963 e no ano seguinte gravou o primeiro LP «The New Folk Sound of Terry Callier». E assim seguiu carreira mesclando o Jazz ao Folk e ao Soul... numa das mais brilhantes e consistentes sucessões de álbuns que... Nem me peça para citá-los. Vá pesquisar espaçoso!

Mas apesar de ter lançado essa coleção de obras-primas nos setenta, nunca conseguiu ter sucesso além de alguns hits regionais. Resumo da ópera: abandona a música no início dos 80 para dedicar-se à programação de computadores. Radical. Diria mais, sinistra, a guinada...

Passada quase uma década sobre seu abandono é descoberto pelos insuspeitos Gilles Peterson, Dego e Mark Clair (4Hero) e Russ Dewbury que obrigam Terry a renascer para uma nova geração pronta a admirar toda a qualidade esquecida de sua obra. E em seguida nos brindar com novos álbuns. Entre eles, este. O da retomada. “Timepeace” que vos trago em 1ª mão e que mantém intacta a sofisticação habitual. Provando que quem realmente conhece jamais esquece o segredo.

Texto editado do blog português Bruto e feio.

Terry Callier (Timepeace) 1998

sábado, 31 de maio de 2008

Afrika Underground - Jazz, Funk, And Fusion Under Apartheid





No princípio era o ritmo, nesse átimo veio a dança, com ela ritos de prazer e fertilidade! De um norte distante, desembarcaram conquistadores tementes ao Deus castrador trazendo a lei e a culpa. Diante da massa, ora inerte, todo o mundo empalideceu evoluindo ao máximo... Até essa estética ultra cool do PB Bastião.

Quanto a música aqui... Não na Terra, aqui no Blogui, bem, o ritmo e o som continuam muito bons! As imagens (as do mundo cool) é que seguem valendo tanto quanto mil palavras inúteis.

Afrika Underground - Jazz, Funk, & Fusion Under Apartheid


Really wonderful stuff -- a collection of totally unique grooves that won't cross over with any of your other African funk compilations! The focus here is on jazz, not funk or soul -- and the set features a wealth of great tracks pulled from obscure South African records of the late 70s and early 80s. Funky fusion is definitely in command here -- and the overall feel of the tracks is similar to some of the best European funky fusion of the 70s, fused with elements of African percussion and instrumentation -- creating a true crossover of styles that crackles with a freshness that will have you coming back to this one again and again! Most tracks are instrumental -- and the grooves here are a lot more complicated than on your average James Brown-inspired African funk tracks, a mix of strident modal modes, and other choppier funkier riff-heavy tunes. Plus, the whole thing's put together with the righteous intelligence of all the other Counterpoint titles -- with incredible sound and an approach that will easily take you to a whole new musical world! Titles include "I Remember You" by Mike Makahalemele, "Half N Half" by Zacks Nkosi, "Chapita" by Dick Khoza, "Lament" by Movement In The City, "Blues For Yusef" by Lionel Pillay, "The Way It Used To Be" by Pacific Express, and "La I La I La" by George Lee Larnyoh. © 1996-2008, Dusty Groove America, Inc.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

KOKO TAYLOR - BIO + O PRIMEIRÃO E O ÚLTIMAÇO



Cora Walton nasceu no dia 28 de setembro de 1928 em Bartlett, Tennessee. Viciada em chocolate, ganhou o apelido Koko = choco. Desde cedo já se interessou por música, tanto gospel, que ela ouvia nas igrejas na infância, quanto o blues das rádios de Memphis. Mas a pesar do incentivo do pai para cantar somente o gospel cristão engajado, ela e os irmãos gostavam mesmo, com instrumentos caseiros, era de se aventurar no menos ortodoxo, blues.

Quando jovem ela ouvia de tudo o quanto podia do blues. Bessie Smith e Memphis Minnie foram as influências particulares, assim como Muddy Waters, Howlin' Wolf e Sonny Boy Williamson. E embora amasse cantar e o fizesse, como ouvirão os que não a conhecem, ela sequer sonhou em subir num palco um dia. Com 20 e poucos anos, ela se mudou para Chicago já enamorada de seu futuro marido, o já falecido Robert “Pops” Taylor, a procura de uma vida menos sofrida e trabalho pro sustento. Partiu com nada além de 35 centavos e um pacote de biscoitos Ritz, como conta a própria. Se instalaram no lado sul da cidade. Aqui a divina providência se desenha, já que essa era justamente a região conhecida como a Chicago Blues.

Logo Koko arrumou um emprego de faxineira em casas de madames brancas no subúrbio norte. À noite e nos fins de semana, ela e Pops freqüentavam os bares blueseiros onde tocavam alguns rapazes curiosos no estilo como Muddy Waters, Howlin' Wolf, e Junior Wells. E graças a Pops o casal tornou-se amigo de muitas das lendas do blues. Com seu estupendo talento, foi fácil, para ms. Taylor começar a cantar nos palcos de Chicago. E sua maior oportunidade surgiu quando Willie Dixon a viu cantar pela primeira vez. Para o espanto de Taylor, ele disse:

-Meu Deus! Eu nunca vi uma mulher cantar blues como você canta. Existem muitos homens cantando o blues, mas não há mulheres suficientes. É disso que o mundo precisa hoje em dia, uma mulher com a sua voz para cantar o blues.

Dixon conseguiu a chance de gravar o primeiro disco dela para a USA Records e logo em seguida garantiu um contrato com a Chess Records(aqui citada na postagem de Minnie Riperton), a maior gravadora de blues da época. Ele produziu diversas músicas e dois álbuns para ela, incluindo seu grande hit de 1966 Wang Dang Doodle. Essa música finalmente coloca Koko Taylor como a maior cantora de blues do mundo. E esta, "Insane Asylum" - aqui só como uma prova básica e que consta do 1º álbum homônimo, faixa 11, - mr. Willie Dixon faz dupla com ms. Taylor nos vocais.

No ano de 1972 Koko tocou no Ann Arbor Blues and Jazz Festival. Esse festival foi gravado pela Atlantic Records, que lançou um disco ao vivo, ajudando a divulgar ainda mais seu trabalho.

Em 1975 ela conheceu Bruce Iglauer, da Alligator Records. E no mesmo ano lançou o disco I Got What It Takes que recebeu uma indicação ao Grammy. De lá pra cá foram mais dez álbuns, todos eles pela Alligator Records, incluindo o mais recente Old School, de abril de 2007.

Deixo para os navegantes o primeiro (homônimo) e este último álbum de 2007 daquela que passou a ser conhecida, desde os 60/70s como "Queen of the Blues".

KOKO TAYLOR (KOKO TAYLOR) 1969

KOKO TAYLOR (OLD SCHOOL) 2007