
Já faz mais de mês que fui na minha última festinha. Devo fazer esses programas umas 3 ou 4 vezes por ano. Fui porque o local era o Lagoinha
O barato então dessa festa foi ter ido com uma amiga que não via a anos. Ela estava morando na Inglaterra e voltara com um marido inglês, este sim DJ! E que fora contratado para abrir os trabalhos do DJ famoso. Enquanto o inglês estava abrindo os trabalhos o som era perfeito! O cara sabia mais de música brasileira rara do que a grande maioria dos brasileiros. E foi um desfilar feliz de raros Sergio Mendes, Cassiano, Gonzaguinha, João Donato, Jorge Mautner, Marku Ribas, Marcos Valle... Gainsbourg, Tom Waits, jazz psicodélico vintage italiano dos 70... Putz! Não parava de vir música boa! Tudo raro, tudo muito dançante, tudo maravilhoso!... Agora, me pergunte se havia alguém dançando na pista. Ninguém, meu. Talvez, e muito provavelmente, se essa festa fosse no Braz, na Paulista ou na Angélica, estaria bombando muito mais porque nesse particular, reconhecer o cult, o novo, o diferente, o paulista sabe muito mais do que esse bando de carioca amansado. Anfã, fiquei amigo do DJ Londrino, pq sou muito amigo da atual esposa dele. O cara, que, como eu disse a ele, era pra dar festas em iates cobrando 10 barão de cachê está cortando um dobrado aqui no Rio. Sem trabalho, sem muitas perspectivas... A mulher, que é uma cantora fora de série, grávida, também sem grandes perspectivas. Mas eu entendo a coisa como ela é. Trocar o Rio por Sampa, por ex., não é pra qualquer abnegado. Então nego vai vivendo como dá, aceitando uns trabalhinhos aqui outro acolá, e nesse ínterim, entre o buzum e a van sempre há o Posto 9 em Ipanema e a vida passa mais agradável de se levar... Ah! E o londrino não larga esse osso paradisiaco aqui nem que o Big Ben atrase e mude o fuso horário para "em Brasília 19 horas!". Se um cara de Manchester - acho q é de lá que ele veio - encontra uma carioca bonita, talentosa e que conhece essa cidade em que moramos, nos mínimos detalhes... vai querer voltar praquela pasmacera nebulosa? Acho que não, né? Anfã... Bairrista eu??? Como assim, por exemplo?
Mas, finalmente, o quié é quié que tem Chris Harwood e o álbum (acho que único da cantora) raro e belíssimo a ver com toda essa história? Bem, eu tenho freqüentado o ap do casal DJ inglês/Cantora nacional, grávida, de talentos inquestionáveis e nessa de tomar umas cervejinhas o cara vai me apresentando os seus discos LPs e compactos simples – pois é, o DJ pega um CD como se estivesse manuseando uma cueca suja! A parada dele é vinil e ponto final! Inclusive uma de suas fontes de renda é vender LPs raríssimos pela internet. E nessas de bebe uma cerva aqui põe um LP pra tocar, dá-lhe som nas carrapetas! E não é que de repente, não mais que de repentelho, na octanagem do álccol que transforma toda pessoa normal em generosos amigos de longa data, o cara me presenteia com um compacto simples de Chris Harwood!? Acho que estou rico e não sei, porque a coisa é muito desconhecida. Mas antes de me dar o exemplar, claro!, ele me mostrou a música do disquinho. Uma versão matadora de Wooden Ships dos Crosby, Stills, Nash Young se apresenta nos meus ouvidos desavisados!... E a primeira coisa que eu disse, ao ouvir a versão foi: “Ué! Isso é coisa muito muderna, mermão! você não lida somente com antiguidades?”. Amigo leitor, o disco “Nice to Meet Miss Christine” é de 1970. Observe que maravilha de versão a de Wooden Ships e me digam se a impressão de modernidade não lhes saltam os olhos! No mais o resto do LP também é todo bom e, pra variar, o eu vaidoso meu que pensava que ia apresentar a maior raridade do planeta ao mundo descobriu que já existe um link do disco num blog que não me recordo mais. Mas o importante é conhecer! E o nome do álbum diz tudo o que faltou dizer...