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sábado, 14 de agosto de 2010

FOSSA PERFUMADA, A HISTÓRIA QUE DEU LUZ À SÉRIE (COM TRILHA INCIDENTAL)



REPOSTAGEM (com trilha)

Fossa Perfumada ainda é pura ficção. No mais, todas as histórias que conto e ainda contarei aqui, no balcão deste sônico butiquim, são reais. Veja, leitor, que trágica esta, não fosse ela tão patética:

Um amigo me conta que andou numa fase make exagerada na bebida. Motivos não faltavam. Um belo dia, quando menos esperava (e o que seria das surpresas se por elas esperássemos?), a esposa, sempre tão correta, incapaz de surpreende-lo sequer com a conta do supermercado, propôs (ao maridão) convidar a amiga de infância (famosa jogadora da seleção) do tempo do basquete no Flamengo, para que os 3... digamos, dormitassem juntos. E falou desse jeito blasé e de chofre enquanto descalçava os chinelos para ir se deitar. Bem - disse-me o amigo - uma coisa é a fantasia, outra a ducha fria da rebeldia...

Ele estava certo. O termo rebeldia não coube ali apenas para fechar uma rima ruim. Me explique, leitor, que outro motivo senão a modorra sexual faria a sua fiel esposinha, até ontem tão recatada, de repente propor trazer para o sacrossanto quarto do casal algum tipo de orgia com uma magic paula qualquer? Ainda se a outra jogasse vôlei e fosse, simplesmente, Leila... - perdão, aqui fui eu que divaguei cá com os meus neurônios já contaminados por idéia tão excitantemente pecaminosa.

Outro bom motivo, para citar duas das questões que atormentavam o amigo, era a velha crise do ser humano moderno nesta (palavras dele): desumana selva do capital liberal. Ele, artista plástico, um talento incompreendido! Ela, simplesmente, a prática. Dessas que cobram com duplicatas na mão, resultados realistas ao fim de todo mês. E enquanto, na mesma pauta, as discussões ganhavam tons de teledramaturgia do SBT, as contas, sem ter para onde ir, superlotavam a caixa do correio do lado de lá do muro - na época, moravam de favor num imóvel da sogra, sublocado, em Pedra de Guaratiba (atenção, locações, nomes e atividades profissionais são todos ficção!).

Precisa 3º motivo para beber? Assim mesmo forneço-o! Segundo o Ênio cansou de frisar, tanto pra mim quanto antes a si próprio, ele era um sujeito moderno, oras! A proposta da mulher + outra mulher não o abalou tanto assim. Porém, coincidentemente, daquele dia em diante, aquilo da mulher, a amiga e ele, ele, a amiga e a mulher... Os três na cama rolando pelo chão, até mesmo no chuveiro, sem saber ao certo quem ensaboava o quê de qual, mexeu com o imaginário (e otras cossitas que dão rima) do cara. A questão afinal, merecia uma reflexão mais acurada. E, sabe como é, né? – disse-me entre um gole de Kronenbier e outro - cidade pequena, entretenimento masculino mais barato (pra modo de meditar) melhor que um bom butiquim, não há!

E o amigo não fugiu à regra dos temperamentais da cidade. Fraco para a bebida, chegava em casa quase sempre agastado e, não raro, a mulher era obrigada a limpar, de preferência no banheiro, mas sempre em volta da privada, a sujeirada dos refluxos da junkie food que se consome nos bares... Num belo dia (e o belo aqui é pura força de expressão), Ênio adentrou o lar com uma sonambulância danada e no piloto automático, foi direto se atirar na cama. Quando a natureza (dele) chamou, o ébrio não teve tempo nem de virar a cara pro lado certo do chão. Vomitou os prováveis torresminhos, empurrados pelo caldin de mocotó e a cervejada, lubrificada pelo Cointreau (outra de suas excentricidades), ali mesmo na cama entre o casal. Pior! Mal sabia ele que justo naquela noite, o próprio filho dele e daquela puta mulher, ocupava o espaço. Não fê-lo, propriamente, aquilo por querê-lo, claro, mas depois de generalizado o melê, virou-se, agora sim, pro lado certo que dava pro carpete e continuou caindo nos braços do morfeu. Ora, o que o leitor, se bêbado assim estivesse, escolheria? Os dejetos no colchão ou a assepsia do tapetão? Bendito piloto automático que não cochila nem quando se dorme. – pensei. Sou um bom ouvinte nessas horas...

Dia seguinte, evidentemente, a tromba da mulher atravessava o salão da casa, ia até o muro lá no quintal e, não fosse a imagem uma figura de linguagem - de tão comprido -, o membro domado até seria capaz de buscar as contas já às traças acumuladas na caixa do correio. Já o Ênio, um ingênuo profissional, espichou-se no sofá e nem atinou para o motivo do gelo. Aliás, gelo ele botou na coca-cola pra ver se aplacava aquela maldita ressaca. Depois do almoço, quando marido e mulher ficaram a sós, antes da amélia ir pro tanque das louças – claro que tinha o das roupas -, a esposa pôs tudo em pratos limpos. E as últimas palavras dela foram taxativas. (...) Olha Ênio, pra mim chega! Só vou te dar uma última chance: decida-se de uma vez por todas: ou eu ou o bar!

Aos prantos a mulher se trancou no quarto. Ênio, sem dizer palavra, saiu para caminhar e pensar. Na rua, percebeu o quanto vinha sendo omisso, mais que isso, um insosso com a família e como pai!... Vomitei no meu próprio filho... A que ponto cheguei eu, meu Senhor!... Dá-me forças pra parar com este vício maldito... – suplicou uma provável futura ovelha da Igreja Universal. A bem da verdade, Ênio estava mais pra pai de santo. Era sexta-feira dia em que costuma vestir branco.

E lá se foi o gênio do Ênio, easy rider, pelas vielas estreitas de Pedra - quem sabe a procura do Templo perdido já que tanto aqui como lá eles estão por toda parte. Só parou de pensar e chorar quando se viu sentado em local supostamente estranho, rodeado de mesas com pessoas igualmente estranhas, diante de 5 garrafas de cerveja vazias e uma dose de Cointreau, recém entornada. Levantou-se às pressas, foi até o banheiro, lavou bem a serragem da cara, pediu ao do balcão que acrescentasse à conta 5 Bubaloo de hortelã e seguiu aos trancos e barrancos para casa. Por falar em barranco, chovia fino naquela noite e na emoção do momento, Ênio já havia catado alguns cavacos no caminho. Porra, gênio! Roupa branca? Não leve a mal não, mas até em trajes tu tá todo incorreto! – eu de novo, agora indignado, em protesto verbal.

Enfim, na porta, enquanto exercitava a clássica peleja entre a chave e a fechadura, viu-se, de repente, dentro de casa abraçado à mulher quando esta, com raiva e energia redobradas, obrigou Isaac Newton comprovar a Lei. Emocionado, com a voz embargada e aquele bafo de goma de manguaça que a esposa bem o reconhecia, Ênio, finalmente estava pronto a responder o ultimato “ou eu ou o bar” deixado em aberto horas atrás. É você, amor! Esquece o bar. Por Deus, eu juro que é você!!!

É claro que o leitor é inteligente e este mero cronista da vida privada (dos outros), não é de julgar a índole das pessoas, mas não poderia deixar de frisar que o amigo Ênio teve a pecha de ir pensar, a sério, entre a mulher, casamento, filhos, cachorro, papagaio e/ou o bar, na mesa de um maldito butiquim!

Enfim, na nebulosa manhã do "the day after", mais precisamente, no 1º de abril de um ano qualquer – do dia do mês ele lembra por questões óbvias - após noite pessimamente dormida - na rede pelo lado de fora - e a não menos incômoda viagem rumo ao Rio de Janeiro, no último bem que lhe restara, uma Belina do ano (82), sem mulher, que poderiam até ser duas, sem família e encafifado com que nome teria o correspondente feminino para Ricardão, Ênio voltava à casa de mamãe.

Assim surgiu-me a lumino$a idéia do Fossa - o Perfumada é pra já ficar subentendido que nem toda fossa cheira mal. Quem sabe a clientela assumida tope o desafio, ao colocarmos mesinhas na calçada, de se deixar filmar curtindo sua fossa a céu aberto? Sim porque, como o nome indica, o bar temático nada mais é do que um espaço lúdico, diria mais, bucólico, onde os românticos (em geral, do sexo masculino), cultuariam uma trilha musical de gente como Cartola, Nelson Cavaquinho... o “Adeus” do Lobo Edu... E enquanto enchemos a lata, trocaríamos experiências existenciais sobre a dura convivência com este estranhíssimo ser incompreensível, que é a mulher - digo, a ex, né? Porque a atual do próximo, nós, boêmios solitários, seguimos admirando.

Esta história com h é uma homenagem ao ídolo máximo de todos os boêmios, o letrista, poeta, cronista e demais etcéteras mis, Aldir Blanc.

Autor/personagem, Ênio, o gênio.
Ghost writer: Sergio, o sônico imparcial.

TRILHA INCIDENTAL

1) SARAH VAUGHAN - If You Went Away
2) TOM JOBIM - Modinha
3) KING CRIMSON - The Letters
4) CHET BAKER - My Funny Valentine
5) JOANA MACHADO - Olha Maria
6) HAMILTON DE HOLANDA - Cinema Paradiso
7) NINA SIMONE - Ne Me Quitte Pas
8) MEDESKI, MARTIN & WOOD - Hey Joe
9) NICK DRAKE - Parasite
10) GAL COSTA - Fotografia
11) ANTONY AND THE JOHNSONS - Perfect Day
12) EMÍLIO SANTIAGO & JOÃO NOGUEIRA - Amigo É Pra Essas Coisas
13) TAIGUARA - Modinha
14) LAURINDO DE ALMEIDA - Modinha
15) CHICO BUARQUE - Mulher, Vou Dizer Quanto Te Amo
16) GOTAN PROJECT - Una Musica Brutal
17) ELTON MEDEIROS - Lavo Minhas Mãos
18) CHARLES AZNAVOUR - C'est Fini
19) CAETANO VELOSO - Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim
20) CYRO MONTEIRO - Receita de mulher
21) GENE KELLY - Singin' In The Rain
22) GRANT LEE PHILLIPS - Boys Don't Cry

Dicionário Cravo Albin (Aldir Blanc)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O dia em que Emanoel deu de pensar ou "O culpado é o bom senso"




O culpado dis...(Fecha a braguilha e sai. Disfarça) O culpado disso é esse imenso mar de gente a sua volta, pensando e desejando tudo ao mesmo tempo agora. Resultado, para a mais natural transgressão, haverá sempre uma testemunha ocular do fato. E da foto, nesses tempos de "sorria!"... Mas quem disse que não há espaço também pra isso, ou qualquer outra liberdade? Só que o seu termina onde começa o dos outros...(É braguilha ou barriguilha? Eu sempre fiz confusão com essa palavra) E essas fronteiras são determinadas por uma expressãozinha chave mestra, de nome bom senso. Com ela, toda e qualquer porta se abrirá sem abracadabra, sem senha particular, sem QI - de quem indica... Sem nada além do coeficiente de inteligência, porque, no bom senso (Sorria, agora é sério, você acaba de adentrar o 2º restaurante mais fino da cidade, agora vá acabar o que tinhas começado ali na arvore) a inteligência é primordial. Não há mágica no bom senso. O próprio princípio já é a magia. No bom senso não se está de posse de nada. Nada que outro ser sensato também não tenha acesso (Caramba, ocupado?... Tudo bem, mas, mija rápido, ô bacana...). Portanto tudo, no bom senso, é de todos! Com ele, esse coringa que bate e substitui todas as cartadas dos insensatos, é-se capaz de se ter tudo o que se deseja. Por que não? (Porque esse riquinho não abre a porra dessa porta? Tá evacuando? Mas logo agora? Isso é hora de rico sofrer um piriri?) Por exemplo: há bom senso no trânsito caótico urbano? Buzinas, eu, você... Buzinamos todos com bom senso enquanto há trocentos carros, com a mesma pressa e o sinal está fechado prá nós, que somos jovens? E mesmo que ele abra... Quem disse que tens a preferência? Sua pressa é mais urgente do que a de quem está a seu lado? (Pior que é, caralho! Sai logo daí, mauricinhoi dos infernos!) Bom senso é phoda, parcero... Porque ele está sempre pronto a te mostrar aquele tal outro lado, que na maioria das vezes você despreza. E o outro lado é tão simplesmente, outro ser que deseja! Melhor! Que necessita, ser, na maioria das vezes, tão cheio de urgências, quanto você (Mas nem por um caralho, esse daí o é!...). No trânsito, então, porque a pressa? Óbvio! Porque alguém, sem senso comum, numa escala hierárquica feita pra te pôr em seu devido lugar, te ordena a produzir mais e mais e muito mais! E você, com teu bom senso refletido no desejo de um sem-senso-algum (um sem noção) esqueceu que está ali, buzinando, pra produzir lucros nababescos, pra esse safado! (Calma, tu já tá se estressando) que tem a preferência de tudo! (Se vacilá, é meu chefe, o cretino, que não desocupa essa fossa comum dessa espelunca!)... Afinal ele é o chefe! Tua pressa não é sua, afinal. (Afinal, sai ou não sai, esse nababo desse rabo?) Não é legítima então! E teu desejo é menor! Alimentas apenas a ambição de alguém, sentado numa sala maior que o seu condomínio classe média, aboletado numa poltrona maior e mais confortável que a sua cama de casal, luxo único de solteiro (pelo qual ainda estás pagando)... E ele está lá agora, com uma das secretárias gostosas, que neste exato, massageia as costas e o ego do todo poderoso... (Será que estão trepando aí dentro?) E, lá no asfalto, ainda buzinas feito louco! (Ai, meu Deus... Nock, nock, nock on heavens door...) porque não pode deixar o chefe esperando. Mesmo que ele nem saiba o seu nome! Tem algum sentido nisso?


"Quer saber? Vou agir, no trânsito, da mesma forma serena e civilizada que procedo diante dessa porta fechada" (agora você pensou com o bom senso e a razão).

Mas enquanto raciocinas sobre como lidar com as injustiças sociais desse mundo, este imenso porquinho redondo, azul com uma fenda nas costas, sua vontade de mijar e sua "dança do apertado" já deu até o que falar e reparar no lá no bar... Cheio de seu educado senso - que é bom, é bem paciente - dê mais 3 últimas pancadinhas nessa porta... “Alô!” Ninguém responde. Você olha pro toillete vago ao lado, com aquela plaquinha indicando “mulheres de fino trato” (O fino trato fui eu que improvisei) Mas está livre! E você medita... (Mais?!)

"Meus deus, quanto bom senso eu tenho!"... (pois é. Daqui há pouco, mijas as calças...) Então você entra muito rápido e, ao invés de fazer de pé, senta-se educado, respeitando assim a maneira feminina de se fazer as coisas... Nunca fora do penico. Isso! Não pensa mais não, pensador! É só uma mijada breve, vai lá, entra e faz!


Toc, toc, toc... Putz, agora estão batendo na tua porta – que não é tua coisa nenhuma! Nem aqui é o teu lugar!... Teu lugar era o poste, Mané! E é uma mulher madame, claro!, quem bate... Você não pode dizer “já vai!”. A moça saberá quem você é ("Um homem! E pobre! Que nojo!"), e num restaurante chique assim, ela pode chamar até o gerente. Quiça os seguranças... Com tua sorte, a polícia. Pior! Você pagará por ser um cavalheiro! Um cidadão que, por não querer urinar na rua, entrou de gaiato nesse restaurante chique que não te pertence! Nunca, nunca pertenceu, ao padrão pé sujo que você costuma freqüentar. Por isso estás tão intimidado? Mas, vem cá, porque não mijou nas árvores como faz qualquer mortal comum desta cidade porca?... E, sentado? És gay, por acaso?!

Pára de pensar, rapá! Já estás se confundindo. Destranca logo essa porta e... A lá! A moça fina está bem na tua frente como previstes... E com as mãos na cintura. Ao lado do marido inquisidor - essa tu não previu. Vejamos como te tratam.


“Mas, como assim? O senhor não devia ir neste aqui?” Aponta a mulher, para a porta escancarada do reservado dos homens.


“Perdão, senhora, mas estava ocupado e eu...”


“Não estava ocupado não, senhor. Estava aberta, não é amor?


“Era só empurrar com mais força”, amizade - complementou o maridão meio cordato, outra metade totalmente sardônico.


Você disfarça e resolve dizer, usando do bom senso e aquele rasgo de sinceridade remoída na espera, que...

“Não se preocupe dona, em respeito às damas, eu fiz tudo sentadinho aqui”.


O que deu em você, rapaz? Não é de bom tom ser tão sincero. E, “tudo” o Q, cara pálida? Claro, também, que tais pessoas, as quais, provavelmente, seriam do convívio de teu patrão, se o conhecessem, não tinham o direito de começar a te zoar levantando a mão e gritando...

“Garçom! O número dois!”; “O número dois, Garçom!”; Você esqueceu do número dois, garçom!”; “É dois, hein, garçom?!”...


Caralho. Acabei de passar por um corredor polonês de injúria e difamação. E foi só um pipizinho... Que baixaria. Só porque são ricos? E ricos não mijam, não cagam, nem nunca se atrapalham?...

E tu sai dali tão atordoado com a acolhida que tá pronto pra topar com o primeiro gelo baiano que se lhe aparece na calçada. E tu de sandálias de dedo. As mesmas, por sinal, que denunciaram-lhes o mulambo alienígena que és naquele high societ hostil. Comprasse as havaianas, a 14 euros no estrangeiro... Mas tu com o dedão estraçalhado, se esvaindo, nem cogita mais ater-se a essas barganhagens com tua imaginação delirante. Num ato desesperado, levanta a soteropolitana pedra e tu...

“Aos diabos com o bom senso!" Se houvesse trilha sonora, você ameaçador com esse pedregulhão erguido nas mãos, seria a melô do Zaratrusta 2001 Uma Odisséia No Espaço, o tema. Emblemática cena... “Só de sacanagem, eu vou...” – Nããão! - a voz da consciência e do bom senso soa tão desesperada que o efeito é de um poderoso alarme (Car Sistem) ante-furto - Diga-me que você não vai fazer o que está ameaçando fazer!
“É isso mesmo!... Era o que eu deveria fazer. Barbarizar com todos os vidros desse Citroën Grand Xsara Picasso aqui!... Símbolo fálico maldito! Mas eu sou da paz. Só vou afastar a pedra pra que ninguém mais se machuque.”


"Ô, rapaz! Quê que isso, tá maluco!? Querendo arrombar meu carro, seu moleque? Segura ele, segurança! Pst, você manobrista, que que tá aí parado? Chama o gerente e manda ele ligar pra polícia. Mas, hei!... Alto lá. Eu não conheço você, ladrão?... Você não é o...?"


Como poderia eu adivinhar que, no restaurante da esquina, aquele que é o 1º mais elegante da cidade... Que nem disfarçado de homem invisivel, entrarias - a não ser com uma senha, e haja QI pra freqëntar... -, jantava, ele mesmo. O seu injustíssimo patrão!? E, vê que máximo! Ele sabe o teu nome, o sobrenome, e até sua ridícula 'ex'-posição no trabalho! Agora ele, homem probo que é, ajuda os policiais a fazer justiça com as próprias mãos...Tapa na cara sim, porque dispensar as formalidades?


Enfim, perdeste completamente o bom senso e a razão. Falta-lhe só aquele estágio na Faculdade do crime. Afinal, mudastes numa tacada o referencial. Vergonha deixou de ser essa bobagem de mijar civilizadamente, na elegância. Vergonha agora é não roubar, nem carregar e ainda porriba sair arrastado pr'alguma averiguação... Daqui pra frente, rebeldia pouca é bobagem!


“Vãobora, ladrão, perdeu! Perdeu, vagabundo, tu perdeu!”


"Ó como o cara tá sangrando, Peçanha! Deu tiro no pé, ladrão?"


“Não, dotô! Tem tiro nenhum não, dotô... Eu sou trabalhador... Só fui dá uma mijadinha inucente ali, dotô...”



Parabéns! Teu bom senso é tão automático que já estás verbalizando tal e qual um legítimo detento.

sábado, 6 de setembro de 2008

O MACACO É A ESSÊNCIA? ATÉ QUANDO?



Não. Eu não vim pra explicar o que levei 49 (incompletos) anos pra entender. À conclusão cheguei, numa passagem-estágio pelo Dudu. O butiquim da esquina – de Cupertino Durão com Ataulfo de Paiva. À direita de quem vem, à esquerda de quem vai – a lugar nenhum... Mas é a pele. As mulheres já a têm. É a pele pêssego imberbe que as diferenciam da gente como nós, os macacos na essência. E elas são confusas assim porque já estão, no corpo, com a solução do dilema humano. Agora só falta fazer o download da alma. A essência, nelas, não é mais o bicho. Sacô, bicho? Mas elas não sabem lidar com isso, porque o instinto ainda uiva! (macacos não uivam, em compensação, macacos não falam, nem existe termo pros grunhidos que emitem) Até porque, nós, macacos machos não as ajudamos em nada! Infelizmente não ajudamos a esses seres estranhos de pele pêssego imberbe e profundas com sabor e forma de figo docílimo... Então elas só parem. Não param de parir, essas malucas! Mais e melhores macaquinhos. Nem sempre são, mas... Que bom quando melhores. Porque quando isso acontece dá-se a melhoria da espécie no bojo. Mas, como não sabem, mulheres, mesmo as melhores, como lidar com a idéia de ser humano (serem humanas) ainda estão presas aos instintos. Presas, como nós, numa transversal do tempo (como eu naquele butiquim). E tocam a procurar, como todos os animaizinhos da floresta fazem, os alfas dominantes. Os mais belos, fortes e mais bem formatados. Geralmente, tbm, os mais brutos, brucutus e estúpidos... Calma minha gente que eu disse, geralmente! Não generalizei. Mas, enfim, não tem um livro que diz “mulheres inteligentes, escolhas insensatas”? Pois é! Ê, butiquim conclusivo! Macacos me mordam. Malditos macacos, a maioria dos alfas não passam de macacos, suas tontas! Os mais bem formados geralmente são macacos!... Isto porque vocês se esforçaram justo para que a evolução se desse assim. Treparam nas árvores mais altas dos alfa, o que esperavam que nascesse dessa conjunção carnal? Mais macaquitos alfa. Óbvio! E, como resposta, está vencendo, a macacada, quinem no filme. “O “Planeta dos Macacos”! Tu, mulher insensata, aliás, és a produtora executiva dessa Micagem! Não. Não é à “George Lucas”! É à George Bush, mesmo! Voltem no tempo, per favore! Voltem no tempo das fábulas e procurem ler com atenção redobrada toda àquela parte, na qual vocês tanto se inspiraram na hora de (pro)criar (coragem de se entregar). Voltem tudo do começo e procurem os sapos, caralho! Já dizia o autor da fábula. Um gênio! E se vocês gostam de histórias com happy end, concentrem-se nos batráquios. É nos sapos que está o outro lado da solução do enigma. Aquela outra metade do anel que forma a palavra "Shazan"! O gene dos príncipes bunitinhos os tais que lhes calçam pézinhos de princesa com sapatinhos de cristal na medida -do desejo- e toda aquela babozeira de contos de fadas que vocês adoram adorar... está nos sapos! Meu Deus, como são tolas essas bobas... Mas que pele! Eu, como bom símio (quase sapo evoluído) que tento ser, agora que recebi num trago a compreensão do mistério, continuo com aquela mesma idéia fixa. Prossigo só pensando em me espalhar no monolítico veludo macio de figo & pêssego. Mas agora, com uma abordagem mais... digamos compreensiva de vocês. Então é a Pele a resposta, é? Que diabo, que bosta, 49. Mas até que pode não ser tarde demais.



P.s(s) de última hora.: vai por mim, moço, moça(que, no mínimo, ponderou sobre as palavras ditas aqui): Até aquele fêmur do vídeo aí encima virar estação espacial - operação simplérrima considerando a demora no prazo de entrega - esperou-se umas mil gerações!, justo por causa dos macacos prego filhinhos de papai que empataram a phoda. Um atrás do outro foi uma fileira infinita deles! Assim, não há evolução que se desenvolva. Pois é! Agora não adianta mais chorar todo aquele leite derramado! Recomenda-se só, dar uma agilizada no processo. Se é que você, mulher inteligente - ó pra mim, te apontando cheio de estilo brega&chique - me entende.

Por fim, eu, o bêbado, dedico este texto à Tainá, a equilibrista - equilibrada estava a minha avó!