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sábado, 25 de abril de 2009

Dafnis Prieto (Absolute Quintet) 2006


O Big Bang por Dafnis Prieto e seu absoluto Quinteto.

... Eu não sei se está no mercado a droga que o cubano Dafnis Prieto tomou. Indicar também, não seria politicamente decente, mesmo que soubesse a fonte e dela me fartasse. Aliás, já que o assunto, cíclico, veio de novo à tona: por trás de toda a droga, há sempre um amador no crucial momento do insight. Então, impossível precisar se era mesmo a lisergia agindo no exato da criação. O bateirista Dafnis, definitivamente, não é um amador. Pra provar, o registro em disco,
CD.

Precisa foi a forma (musicada) do big bang que aqueceu o caldinho de esperma, lava e lama que culminou em gente feito eu, você e as lá-baratas. Os leões e os tubarões... As borboletas e o livre arbítrio. Mas deixemos de lado o nosso finado juízo de valor. O fato é que o cara, esse gênio da foto aí em cima, tava lá quando o caldo entornou explodindo em vida bruta e pronto! Dafnis Prieto e seu absoluto Quinteto fotografou, dirigiu e montou todo o processo, nos legando esse docudrama. Instante por instante. Mas não se subestime, rapaz, porque até tu, bructus - projeto de caveirão -, no big bang já esteve. Mas aí, amadores torpes, jamais soubemos (vês que me incluo? então né nada pessoal) o lugar certo onde experimentar o ensejo. Dito isso, pra encurtar conversa, ele, o bateirista cubano que conseguiu capturar e capitular as imagens, careta que estivesse, registrou bem assim o momento da criação. Péraê, péraê, péraê! ... Nada não. Quis dizer, piraí, piraí, pira aí:

ATENÇÃO: LINK RESTAURADO
Dafnis Prieto (Absolute Quintet) pt.1

Dafnis Prieto (Absolute Quintet) pt.2

Entrevista com Dafnis Prieto (legendada).

Em tempo: se o texto não disse, nem te serviu para nada, além de criar as maiores expectativas, cumpriu com o objetivo. Alimente-as sem medo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Chano Dominguez (Hecho a Mano) 1996



Com sólida formação de flamenco, Chano Domínguez aprendeu a tocar guitarra de ouvido. Atreveu-se entretanto por diversas áreas do rock, antes de se dedicar por inteiro as suas influências in jazz com o Chano Domínguez Trio, e de passar pelas formações de Pepe de Lucía, Potito e Juan Manuel Cañizares.

Chano Domínguez nasceu em Cádiz em 29 de Março de 1960 (ou seja, um muleque pros padrões convencionados). Aos oito anos o pai ofereceu-lhe seu primeiro instrumento, uma guitarra flamenca com a qual começou a tocar. Aos 18 formou um grupo de rock andaluz, no qual tocava teclados. Gravou três discos para a CBS. Atraído pelo jazz, em 1981 integrou, como tecladista, a banda Hiscadix e nela ganhou sólida reputação como músico, prêmios e presenças em festivais. Ao longo dos anos Domínguez apurou a fusão de ritmos e linguagens do jazz e do flamenco, manifestada na abordagem do swing e da improvisação, cruzados com a energia e a espontaneidade do flamenco. "Cádiz na alma e Thelonious Monk nos dedos", como alguém sintetizou.

Oye cómo viene, foi seu álbum aclamado pela crítica e nomeado para os Grammy na categoria de Jazz Latino (2002), com Chano Domínguez piano, Mario Rossy, contrabaixo; Marc Miralta, bateria; Blas Cordoba "Keíjo", canto e palmas; e Tomás Moreno "Tomasito", dança e palmas. Mas no meu entender, este álbum ter sido destacado para ganhar prêmios importantes, dá-se mais pelo fato de ter sido numa época em que Chano já conquistava os ouvidos do mundo. Não seria ainda, na minha opinião, um disco para se introduzir aos iniciantes. Fiz uma escolha mais palatável para isso. Escolhi um disco, mezzo a mezzo. Nem tanto ao jazz, nem tanto à Espanha.

Enfim, o flamenco jazz foi uma variação e experiência completamente nova para mim. E, até onde sei, uma criação (será?) exclusiva de Chano Dominguez. Talvez por ele guardar mais identificação com os dois estilos. Há o fusion espânico de DiMeola, assim como o característico (quando ao jazz) violado do De Lucia. Mas a mim, falou mais original o piano de Chano. É difícil ficar indiferente a este jazz "espanholado" assim como como impossível ficar imune/imóvel também. Mas facinho é o som de Dominguez te fazer incorporar o Antonio Gades que há em tua alma de memória cíclica – ou o Sidney Magal, afinal, su alma, su palma. Brincadeiras a parte, re-ouvi os cds que tenho de Chano e este "Hecho a mano" (1996), não penso duas vezes em recomendá-lo. O cd está recheado de bons músicos, estupenda música - quase todas de autoria do pianista (à exceção da faixa 4 de Bill Evans, e 11 de Thelonious Monk). Tendo ouvido os demais, assim, na base do critério, elegi este como o mais recomendável.

Ah!, ps.: Jô (ó eu metido), é música pra trilhar suas viagens líricas. Em suma e na língua em que melhor me expresso: bom vragarái.

Chano Dominguez (Hecho a Mano) 1996

quarta-feira, 16 de julho de 2008

DAVID MATTHEWS (NIGHT FLIGHT) 1976


Pra início de conversa, classudaço! esse álbum que já abre (em 1976) reconhecendo a força da música de mr. Milton Nascimento com uma versão matadora de Vera Cruz. Os arranjos, tanto aqui, como por todo álbum, orquestrados são primorosos!

David Matthews já vem com o talento musical de fábrica, pela grife: local de nascimento, Sonora /Kentucky. O músico, conheci por acaso muito tempo depois de me deliciar com álbum solo - num estilo ímpar da obra de Blue Mitchell, o R&Bzíssimo, “Graffiti Blues” de 1973. Descobri que eram de Matthews os arranjados daquele disco... Pausa no assunto. E agora (a 17/06), encontro finalmente a peça do quebra-cabeça que faltava para montar o perfil estilístico do cara: "O pianista, maestro, compositor David Matthews ficou famoso pelos arranjos na banda de James Brown nas décadas de sessenta e setenta" Ah tá!... Mas, pelo nome, revendo os créditos (do Graffiti Blues), ele lembrou-me apenas, em princípio, o bem mais famoso astro do pop-rock David Matthwes(Band) que ainda devia engatinhar em 1976. A bem da verdade, é Dave e não David (Matthews). Mas os dois já se assinaram Dave - vide a imagem da capa deste. E agora? Numa breve garimpada, a esmo, encontrei o David/Dave correto neste Night Flight, sem jamais suspeitar de que estava na pista certa. É que encontrei o LP, perdido, disponível numa lojinha aqui perto de casa, a Satisfaction - mas o último exemplar, creio eu, alguém peguei, não sei quem fui... Hehe (acho-te uma graça!...). De mais a mais enquanto um se assina Dave Matthews Band o outro é "Big Band" e pra se perceber a diferença nem precisa ter-se doutorado em música n'algum conceituado conservatório. Anfã: recomendabilíssimo, bom vara-garái!... E o que é melhor!, não será por falta de cópias que o navegante deixará de ter acesso à tal pérola rara.

À título de pesquisa, vasculhando o site ALLMUSIC.COM acha-se boa biografia do maestro, e/ou outras opções não tão raras de álbuns do mesmo artista. Sobre o em questão, achei esse nada ou pouco mais que nada de texto abaixo:

"12-piece studio sessions. Chick Corea's "Time Lie", two Miles Davis standards are the highlights. Very good band." (by Michael G. Nastos)"... E a ficha técnica:

A Orchestra: Kenny Berger: Clarinet, Clarinet (Bass), Sax (Baritone) - Sam T. Brown: Guitar - Sam Burtis: Trombone - Burt Collins: Trumpet, Flugelhorn - Sue Evans: Percussion - Fred Griffen: French Horn - Chuck "Fingers" Irwin: Engineer - James Madison: Drums - David Matthews: Piano, Producer - Toni Price: Tuba - Joe Shepley: Trumpet - Joseph J. Shepley: Trumpet, Flugelhorn - Harvie Swartz: Bass - David Tofani: Flute, Sax (Alto), Sax (Soprano), Sax (Tenor) Frank Vicari: Flute, Saxofone (Tenor)

MÚSICAS: 1) Vera Cruz [Milton Nascimento] 5:23 - 2) All Blues [Miles Davis] 7:04 - 3) Seven Steps to Heaven [Davis, Feldman] 4:34 – 4) Night Flight [Brecker] 5:51 – 5) Times Lie (Corea, Potter) 5:00 – 6) East Side Lady [Matthews] 6:01”

DAVID MATTHEWS (NIGHT FLIGHT) 1976

domingo, 29 de junho de 2008

CONCHA BUIKA DE ESPANHA (2006)



Pois é, caro navegador. Nada como estar de corpo e alma numa experiência... Sorte nossa, no entanto, se o narrador (texto abaixo) souber passá-la tão próxima à realidade que basta um trago de imaginação e a mágica acontece. Então se faz possível provar a essência da coisa experimentada in loco, degustá-la - o que já não será nada mal, concordas? - e finalmente, para obra completar-se, dividimos a sensação e a descoberta com o próximo>>>

Concha Buika de Espanha

“...Luzes apagadas, um guitarrista arranca notas de seu instrumento. De repente, uma voz que enche o Teatro Caem, que se faz sentir, que te arrepia e te anima. Concha Buika entrou em palco. O meu coração bate depressa, depressa...

Parece estranho mas é verdade! Aquela terça dia 24 de Abril estava mesmo com vontade de poder finalmente ver a incrível Concha Buika em concerto. Quando ela entrou a cantar no palco (ainda às escuras) do Teatro Caem aqui em Salamanca, eu soube que tinham valido bem a pena os 15 euros de bilhete que paguei por ir.

Esta jovem espanhola de origens africanas é uma delicia para todos aqueles apreciadores das iguarias musicais de hoje em día.

Buika tem uma voz descontrolada que ela controla de maneira maestral como podemos ouvir no último cd dela, "Mi niña Lola" onde encontramos temas que vão dos boleros ao jazz, tudo com uma naturalidade de quem sabe e sente o que faz.

Ela grita, sussurra, ri e dança, tão à vontade como se estivesse em casa, sempre com um sorriso no rosto e palavras sinceras que vai soltando durante o concerto.

A banda (um piano, uma caixa, uma batería, uma guitarra acústica e um baixo) segue o sentimento que ela põe nas músicas ao cantar e não é estranho ver toda a banda rir-se às gargalhadas enquanto dançam e tocam.

Devo confessar que esperava um concerto diferente, mais relaxado e não tão formal. Digo isto porque a sala de espetáculos (Teatro Caem) era bem maior do que eu imaginava e o público bastante mais "engravatado" do que podía imaginar, mas de qualquer maneira Concha esteve mesmo a altura e fez de cada canção um momento de felicidade para um desgraçado que lá estava, de barba por fazer, uma camisa meio rasgada e sentado ao lado de um alemão de uns 70 anos. É verdade, adorei o concerto, adorei a personalidade dela e cada uma das canções (especialmente "Ojos verdes" sem banda. Uau!) . Gritei, assobiei e aplaudí emocionado!”

FONTE

Concha Buika (Mi Niña Lola) abril - 2006

Concha Buika (Concha Buika) agosto - 2006

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

HERMETO PASCOAL (FESTA DOS DEUSES) / DOM UM ROMÃO (SPIRIT OF THE TIMES)



E pra não dizer que o Brasil pouco se manifesta por aqui...

Vai, bruxo acústico, reator nuclear de um bilhão de megatons, vai com tua usina de sons, com teus caboclinhos arretados e tua fazendola de bolso. Tira a roça da cartola e os galos, os marrecos e os porcos da manga. Reproduza, a teu modo supersônico, A revolução dos Bichos de George Orwell. Escancara a porteira dos estábulos, põe a bicharada pra zoar! Sim, zoar de nós! O gado de invernada aqui somos nós. Esse povo marcado com código de barra, manual de instrução e o já vencido prazo de validade. Incorpora teus exus latentes, bruxo das entranhas! Semeia de sons nossos tímpanos e mentes. Vai, Merlin suburbano, com tua cabeleira de fogo, teus quatrolhos irrequietos, tuas túnicas floridas de turista alienígena acidental, tua carcaça solar nativa do planeta Acorde! Já passa, e muito, da hora de acordar! Acordemos: paralisia quando não mata atrofia! Inebria essa massa totalmente amorfa. Fortaleça-nos com tua energia explosiva, criva-nos de dúvidas e a dose exata de rebeldia! Arranca de nós a reação tão retardada! Vai bruxo maldito! Em tua doce contradição ser maldito é que é ser um cabra bom! Então espanta-nos do marasmo e essa preguiça de pensar. Xô preguiça! Xô paralisia! Xô apatia! De hermético em ti não há nada não, home! Hermética é essa carência de emoção e fome.

HERMETO, BIO

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DOM UM ROMÃO, BIO:

O carioca Dom Um Romão (seu nome de batismo) iniciou a carreira no final dos anos 40, tocando em gafieiras, cabarés e rádios. Na década seguinte, integrou o Copa Trio e conviveu com os músicos que gerariam a bossa nova. O histórico disco Canção do amor demais (1958), em que Elizeth Cardoso cantava músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, tinha Dom Um na bateria.

Em 1962, Dom Um participou da primeira formação do sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, e se apresentou com o conjunto no Carnegie Hall, na noite que consagrou a bossa nova em Nova York. Foi Dom Um quem levou Elis Regina, em 1964, para cantar nas boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, dando um empurrão decisivo na carreira da ainda desconhecida cantora.

Ainda em 1964, o baterista gravou seu primeiro disco solo, Dom Um, capítulo importante na história da música instrumental brasileira, em especial do chamado samba-jazz. “Ele fundiu, da melhor forma, o samba de gafieira com o jazz, criando uma escola. Dom Um fez uma ponte Rio-Nova York-Los Angeles que está bem explicada nesse disco’’, afirma Charles Gavin, baterista dos Titãs, ao comentar a morte do colega músico.

Ao lado de Edison Machado, Milton Banana, Helcio Milito, Wilson das Neves e alguns outros, Dom Um Romão firmou um estilo de bateria que atraiu os ouvidos norte-americanos, pois incorporava os andamentos do samba aos movimentos do jazz. Em 1965, engrenou uma longa carreira internacional, tocando com o saxofonista Stan Getz e com brasileiros que se radicaram nos EUA, onde ele lançou nove discos solo.

Entre os músicos que Dom Um Romão acompanhou estão como Astrud Gilberto e Flora Purim. Tocou também com Tom Jobim – participou de Wave e do disco de Jobim com Sinatra – e nos anos 70, fez parte do Weather Report, um dos principais conjuntos da história do jazz fusion, do qual faziam parte Joe Zawinul, Jaco Pastorius e Wayne Shorter.

Dom um Romão morreu aos 79 anos em 26 de julho de 2005

FONTE

HERMETO PASCOAL E GRUPO - FESTA DOS DEUSES (1992)

DOM UM ROMÃO (SPIRIT OF THE TIMES) 1973

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA - TROPIDÉLICO



“…infecciosa mistura de descargas latinas, cumbias e outras formas superiores da arte de fazer sacudir as ancas…”

Novo Opus na seguríssima carreira dos Quantic Soul Orchestra. Gravado na Colômbia com a ajuda de músicos locais, Will Holland junta ás explorações funk dos discos anteriores o Hip Hop e ritmos latinos como a cumbia elevando a Música dos QSO a novos patamares.

“…Will mudou-se para a terra das cumbias e usou muitos músicos locais neste álbum enorme, feito de música que parece saída de outro tempo.”

"*": Revista Bizz, Portugal.

LINK RESTAURADO:

THE QUANTIC SOUL ORCHESTRA (TROPIDELICO) 2007


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Manoel de Barros em trilhas Gismontinas


Uma Didática da Invenção
do "O Livro das Ignorãnças"
ed. Civilização Brasileira.

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com
faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia
para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas
vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência
num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega
mais ternura que um rio que flui entre 2
lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para
Dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras

Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.

Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
Manoel de Barros

Clique em "intimidades do mundo", link para "Maracatu (Sapo, queimada e grilo)".

Clicaki pra baixar o álbum "Nó Caipira" de Egberto Gismonte, a casa do "Maracatu" do sapo, queimada, grilo, e toda a sua didática sonora particular da selva.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

ROBERTO FONSECA - TIENE QUE VER

E completo: Tiene que ouvir. “Aos 32 anos, o pianista, compositor e produtor Roberto Fonseca vem sendo apontado como uma das novas revelações da música cubana, depois de anos acompanhando os também cubanos Omara Portuondo e Ibrahim Ferrer - com Ferrer foram mais de 400 concertos - seu mais novo CD, Zamazu está sendo lançado no Brasil pela Biscoito Fino.”

Era o Zamazu (mais acústico e fiel as tradições 'mpc'-jazzycubanas) que gostaria de apresentar-lhes. Porém, ao saber agora, pouco antes de habilitá-lo, de seu lançamento em nosso habitat, optei por outro álbum assinado por Roberto. Siempre, claro, para que se lhe conheçam a arte. Embora “Tienes Que ver” seja um trabalho mais fusion, expressão que abre o apetite de muitos, mas azeda o paladar de outros tantos, Roberto Fonseca prova neste álbum que é um alquimista de mãos sutis, de apurado senso estético e, portanto, economia em suas experiências. No creo que este álbum desencoraje o interesse, nem da ala musical mais à direita, tampouco a que segue pela esquerda. Afinal o bom gosto, é de bom tom, não discutir quem tem o melhor. Abaixo, um breve histórico do artista:

“Nascido em Havana, numa família com tradição musical, o pianista Roberto Fonseca gosta de funk, soul, música clássica, pop, da tradição afro-cubana ou do jazz. Mas não se considera um músico vindo da escola do jazz nem um herdeiro da tradição pianística cubana, apesar de ter gravado e participado da última fase dos monstros sagrados do Buena Vista Social Club e ter produzido, com Nick Gold, o disco póstumo de boleros de Ferrer. Gosta de Stevie Wonder e Earth Wind and Fire, embora escutasse Peruchín e Bebo Valdés desde pequeno. Há dois anos tocou no desfile da estilista francesa Agnes B, no Men’s Fashion Show de Paris": Todo mundo imagina um músico cubano com charuto, chapéu, camisa de flores e um mojito. Eu não bebo nem fumo. Quero que as pessoas saibam que em Cuba, não é só praia, sol, palmeiras e maracas. Também temos dias chuvoso.

Mais sobre o mesmo

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