Mostrando postagens com marcador Texto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Texto. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A caninha do dilema


Já que o Blogger, agora vive me negando o direito de comentar nos blogs amigos, aconteceu, virou postagi. Essa vai em resposta a última postagem do meu amigo Lester:


Olha, mr., me perdoe ser sempre (ou na melhor das hipóteses, quase sempre) o troglodita desta casa, mas, em se tratando da marvada, aí é que não dá pra manter a linha.

Pois veja, outro dia fui no Pianense. Simpatíssíssimo botequinho que, para bom entendedor o meio termo “"C” de fora”, basta. Fica ali entre o Humaitá e Botafogo, numa rua nos fundilhos da Cobal. Infim, lá o que tem é cachaça a dar com o pau de Pereira. E ainda que não estivesse disposto na intenção, com tanta oferta, resolvi fazer a posição do que procura. E quem procura... Normalmente só bebo Salinas, porram, naquele dia fiquei no ânimo de improvisar. E foram, Boazinhas; negas fulo, tomei também uma Providência e outras... Mas antes de entrar na coleção das caninhas de duplo sentido, rapidamente "no estado", tratei de lembrar de esquecer.

Pois também lá tinha uma famosa inesquecível. Tanto que numa analise detida ao campo das marcas e patentes, considerei a grife, a pior jogada de marquetingue deste planeta marqueteiro. E por uma letra só! Vê se não é:

A danada se chama “Na Bunda”, agora imagina um tour por todas aquelas maravilhas... A curiosidade - agora de um estudioso - aflorando a cada dose, mas sempre, por uma questão óbvia, tendo que empurrar “Na bunda” pra depois... Não, porque o nome é bom! Tem humor, atrai a curiosidade... Digo, pense num teste sério, criterioso, sem preconceitos, mas incompleto. E incompleto pelo Q? Timidez? O bom e retrógrado machismo? Mas, veja bem, meu leitor, se um cara, supostamente pesquisador sério, deixar pra tomar “Na Bunda” logo na entrada já é estranho, imagina deixar pra provar "Na Bunda" no fim, quando o do bêbado não tem dono. Não! Numa segunda análise, chega-se a conclusão que esse marqueteiro é um provocador, um Rabelais! Porque, veja: se o freguês se orgulhar de ser um bêbo conhecido - nem alcoolatra anônimo, muito menos pesquisadorzinho hipócrita -, consumindo direto "Na Bunda" estará literalmente, enchendo o cu de cachaça! Não é o que quer? Então a questão é rabelaisiana, sim!

Agora, pq disse que uma letra apenas é o grande dilema? Simples, se se tira a contração, a responsabilidade passa toda pro fornecedor. Você pode dizer, por exemplo, satisfeito só pra  tirar uma onda: “Pronto já tomei todas, agora ta na hora de, finalmente (daí a gente esfrega as mãos), você me servir... “A Bunda”! é ou não, pro cliente (que afinal ta pagano), mais confortável do que, com a mesma ansiedade e/ou curiosidade, ter que se contrair nessa hora delicada, e com o detalhe de já bebum, ainda estar impaciente e sem vergonha,  esfregando as mãos... “Pronto já tomei todas, agora ta na hora de, finalmente, você me servir"... Complete a linha pontilhada. Como diria o cara que rima(va), o Bussunda: Fala sério!

Mas anfã, se a curiosidade do leitor no plural geral é saber se o provador foi até o fundo na pesquisa... Essa terminou na hora certa. Afinal essas caninhas importadas do interiorl, costumam custar caro. De, com sorte, 4 a 8 r$ a dose, daí q antes de chegar "Na Bunda", cutuquei o bolso lateral e vi que só sobrou só o da passagi. Ufa! De troco fica a idéia. Se boa ou não, se decide no balcão.
 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sem fins lucrativos (com a imagem de terceiros)

Texto retirado de e-mail (meu) enviado a amigo:



"Ultimamente, tais situações ocorrem "somente aos domingos" – make um título de filme -, praticamente todos os domingos! Pro may mal e pro bem. Mas observe, senhor X, só tem vosmecê, q conhece a história desde o começo, p'reu poder compartilhar (agora compartilho com os meus 3 leitores aqui). Tou bem eu lá na orla, pondo meu sonzinho e vendendo meus disquinhos, quando me aparece o senhor Y, baterista de uma famosíssima banda carioca... Na verdade, ele, o Y, ia passando batido, uma das amigas dele é que, ao passar pela bike lojinha, reparou no som que rolava - nada menos que "Duke Ellington Meets Coleman Hawkins” (1962). Um clássico... Pois bem, a moça, amiga do Y, batera da banda, parou e perguntou, "quem ta tocando?", apontei a capa e respondi. Aí sim o Y parou diante da lojinha e começou a folhear os CDs. Daí, naturalmente, começaram as vendas. E foi, além do Duke, 2 Crimson Jazz Trio, mais um "Lizard" 1972, do King Crimson, mais o "Three Friends" 1972, do Gentle Giant e mais o álbum "Snafu" (1969) que eu apresentei pra ele, da banda East Of Eden... No fim, disse a clássica frase: "deixa eu fugir daqui senão compro tudo" (clássica porque muitos que pararam naquele point da Delfim, disseram exatamente o mesmo). Classuda também foi a compra, porque, por exemplo, ao comprar o Three Friends, disse-me. "Eu não tenho esse em espécie, só em mp3". Ou seja entendeu na alma o espírito e o conceito "Saudosista é o K7"! E, ó porque frisei que o cara nem reparou no som, nem na bikelojinha: não foi uma crítica. Não foi a amiga quem chamou a atenção dele? Então, pelo fato compreende-se que o baterista da banda famosa, nem leu a marca/conceito "Saudosista é o K7" estampada enorme nas laterais da bikelojinha. Sacou tudo porque é como se fosse da geração internet... Enfim, sobre esses "meninos" que (sem qualquer pretensão) entendem tudo, falarei mais adiante.



Minutos depois passa um senhor, ali pela nossa idade (minha, do senhor X e a dele mesmo), começa a folhear os discos - tem um razoável conhecimento de jazz - e eu apresento-lhe o Benny Bailey "Grand Slam" (1978), de quem M nunca ouvira falar. M me diz, depois de um breve bate-papo sobre jazz: "Tou muito afim de comprar, mas... (meio aflito, revela) “é que eu sou músico"... Bom, o cara estava com crise de consciência porque os CDs eram cópias.



Resumindo a ópera: senhor X, sabe porque abomino deus mercado? Justamente porque ele se tornou, a bem, ou melhor, pro mal de uma verdade cidadã, um Todo Poderoso Deus! Quando alguém acha que está respeitando o artista, já nem entende mais que raciocina pela falácia ecoada muitas milhares de vezes pelos obreiros do Senhor (mercado) que "comprar pirataria é crime". Claro que é crime! Por exemplo, comprar pirata a obra da Ivete (Sangalo) é um crime, não porque a elite do bom gosto acha ruim, mas porque provavelmente tal produto pode ser que ainda seja inteiramente encontrado nas Lojas Americanas do seu e do nosso bairro, ou o filme Tropa de Elite 2, ou sei lá o que quer que esteja à venda nas boas e nas más casas do ramo. Isto sim é crime, porque existe uma indústria por trás (aliás por trás, pela frente e de ladinho!)... No fundo ele (o senhor M de músico com medo) sabe que o meu produto é raro, e ele sabe, também, que, no original, o produto pode custar uma fortuna, mas o que principalmente ele não sabe ou não atina para (e aí está um bom exemplo do universal poder da voz ecoada pelos obreiros do "Senhor"), é que não fosse o apresentador do "produto" (artista Benny Bailey), ele que regula com a nossa idade (minha, a do senhor X e a dele próprio, que já ultrapassamos o cabo da boa esperança), poderia bem/mal morrer sem conhecer o incrível trompetista BB! E aí à lá Rei Roberto Carlos, eu te proponho duas questões bem distintas, sr. X: há maior desrespeito a qualquer artista, que morrer sem se ter conhecimento dele? Então se é assim, Mercado é ou não é um deus que cega (e por tabela ensurdece) as pessoas?"



Aí alguém diz “Ah, senhor Sergio Sônico, você insiste demais neste assunto. Teria o senhor algum drama de consciência?” E eu diria sim e não. Sim porque ilegalmente, também pratico o mercado! Olha o tamanho do conflito - este sim, mais justo! E enquanto pessoas cultas como o senhor M pensarem como pensam, eu, com minha ética rígida, me preocuparei de estar tornando uma compra, venda no meu caso, um tormento pra M. Imagine, ele, no sacro santo lar, ouvindo um sonzaço daqueles sem relaxar, todo conflituoso entre ele e a consciência ética mais rígida que a minha.

Já que é assim, a M o que é de M. Aqui vai uma sugestão toda digratis: Porque não pesquisa no Amazon* e, após ouvir a cópia, em gostando compra o original? Daí, o senhor M poderia até devolver o produto maculado pro vendedor... Pode, numa boa, trazê-lo de volta, como quem pega numa cueca do alheio usada. Se pago o que já pagou somente pela informação, tá zuzo certo! Seria genial! Minha lojinha toda cheia de máculas, poderia virar uma locadora! Paga-se (aluguel) pela informação! Assim, deixam de alugar a minha paciência e consciência ética, tão zelosa delas mesmas. Mas... quer saber, meu camarada leitor? Ainda assim, seria crime. Assim como é crime, se fores blogueiro, disponibilizar a cópia mp3 de seus próprios discos! Meu amigo, me desculpe se eu gritar, se gritei foi pra frisar, mas, nesse particular, ABSOLUTAMENTE TUDO É CRIME! Não surpreenderá se amanhã bem cedo, a polícia do mercado prender a mim ou ao leitor amante de música, se nos pegam cantando canção alheia (cada um no seu quadrado, claro) no chuveiro, sem pagar direitos autorais - isso naquele bom e velho esquema: 0,1% pro autor, a parte do leão, meio a meio, ao leão e ao executivo da gravadora. Justo, muito justo. Justíssimo!

Uma observação importante: ao leitor que pensar que vejo M com reservas... Não! Com reservas eu vejo a ingenuidade na quase 3ª idade, num ser que afinal de contas é músico, autista, digo, artista, portanto com todas as condições de reunir algum discernimento... Afinal, esse direito eu tenho.


Bem “sim e não”, eu disse aqui encima, em respeito a consciência. O “sim”, me afeta a consciência, já respondi, sem pestanejar. O “não”, não é tão simples porque felicidade me dá é quando alguém chega na lojinha como um “menino da internet” que já nasce sabendo tudo, diante de um computador. Que me chega grato, não perguntando diante mão se é “pirata”, porque sabe que tal estigma ofende quem se arrisca**... Que não tenta pechinchar, porque entende o trabalho que dá! Que compra grato porque está aprendendo, conhecendo, se deliciando com as boas novas e antigas novidades - porque sabe que tudo o que é bom, em termos de música, se tornou ou raro ou caríssimo, pela édige do talzinho lá que nêgo deu agora de endeusar... Porque reconheceu de bate-e-pronto, que outro ser humano inventou uma fórmula maluca para compartilhar a boa música e dar mais sentido a vida de ambos! Afinal, há o corpo a corpo, o contato direto, o papo, além do conhecimento. Isso é muito mais que bom. É bótimo, é sensacional! E que sorte (a minha) que esse povo que já compra sabendo sem questionamentos, é muito mais numeroso do que os cautelosos e/ou, pior, os arrivistas, que só querem levar vantagem em tudo e ainda desprezam o dono da iniciativa. São eles, os(as) verdadeiros(as) meninos(as) em espírito, sem limite de idade, evidentemente, que me fazem insistir num trabalho lento de conscientização. Sim, conscientização é a palavra! Porque em jogo está mais que a música, está a ciência de que o mercado não pode passar a existir como O orgão regulador da ética, cidadania e de tudo que literal e, antes, naturalmente nos era caro na vida. Antes dele e muito até contra ele, vem a Arte! E porque não tirar o mercado das nossas preces, suas certezas pueris vomitadas e colocar a Arte, na base e acima do resto?

* se o leitor pesquisou no link - antes de tudo obrigado por estar ligado na questão -, viu que o disco de Benny Bailey nem está tão caro 16 dólares. Mas há uma advertência: Temporarily out of stock sendo que os preços variam, entre 16 dólares e até 50 e tantos dólares. O que faz um mesmo álbum custar entre 16 e 50 dólares, não tenho total entendimento, mas, nesse campo legítimo de Mercado, os que têm pra gastar é que entendam.

** o risco é todo de quem vende! Veja, na balada do deus mais picareta do planeta - mais ou, no mínimo, tanto quanto todos os porta vozes das igrejas universais juntos -, à palavra de Mercado não se faz consessão. Nem à arte, muito menos à cultura, justo porque a cultura é o inferno astral d'O Cara! Lembra do Admirável Mundo Novo do Huxley? É por aí. E se não sabes do livro mais famoso do afamadééérrrimo escritor e ensaísta inglês, please, mestre Google não caiu e parou na Rede porque estava de bobeira... 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tá dando pra discerni?

Eu sou a música da gente quando nua e crua
Escorro do nariz do pobre quando ele se assua
Sou Carolina na janela desejando a rua...
Com a solitude eu ando acompanhado
Cada virtude minha é um pecado

Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?

Sou o cachorro na viela cobiçando a lua
Sou o vermelho da donzela quando ela menstrua
O amassado na baixela feito com gazua...
A solitude eu quis por companheira
Toda mentira minha é verdadeira

Trepadeira, borda folha feito ponto macramé:
É um mistério de se ver
E uma lição para se aprender
- Pior que a morte é desviver

Varejeira faz zoeira
No monturo do meu coração
Sete estrelas eu quisera
Sete vezes azuis sentinelas do meu violão

Eu canto a lágrima e o sal que o triste chora e sua
Eu sou a fome que há na santa quando ela jejua
O grito doido na garganta de uma cacatua...

Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?

Sou a paixão que faz seqüela quando pega e encrua
Eu sou o monstro da lagoa quando ele flutua
Se tu disser que é minha, eu digo que é a tua...

Trepadeira borda folha feito ponto macramé
É um mistério de se ver
E uma lição pra se aprender
- Pior que a morte é desviver

Trepadeira tece esteira
Nas paredes do meu coração:
Sete estrelas benfazejas
Sete vezes irmãs sentinelas do meu violão.


Conceito é legal. Economiza tempo.

Por exemplo, o de quem realmente acredita que, salvando a si mesmo, está no plano planta básica de  escolhido pra cuidar da humanidade. Dependendo, claro, da dimensão de espaço, capa, contra-capa e páginal central o escolhido alcance.

Ocorre que, outro dia um amigo me falou A frase. A óbvia, mas que, apontada pra essa gente do conceito num contexto mais especíífico, ainda não tinha sido pensada. "Alguns formadores de opinião, os mais mais bla, blá, blá a serviço disso,  só  amam pobre quando ligam as câmeras."

Explico melhor: essa postagem vai em homenagem àquela Casé, que há algo nela que... sei não.  Só sei que quem pensa que com o nome feito e o dom dado, já se está apto a tratar das feridas do mundo, sem perceber que pras rosas o jardineiro - qualquer um, basta chegar com um regador - é Deus... 

... E que Deus é Pai ou você aceita ou... nem sei o que vai ser de você... 

Varejeira come lixo como creme chantili, que mistério tem aí?

"Sete Estrelas" música de Guinga, letra de Aldir (Blanc)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NO APAGAR DAS LUZES, O 1º MICO DO ANO É MEU:





SER TRANSPARENTE
Difícil ser transparente? Às vezes, me pergunto: "Por que é tão difícil ser transparente?"
Costumamos acreditar que transparência é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais.
Ser transparente é desnudar a alma, é baixar a guarda e as armas, demolir os espessos muros que empenhamos-nos tanto a levantar... Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde!

Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza  na medida do razoável à leveza do que nos exporia em toda a  nossa fragilidade humana. Preferimos o nó travando a garganta às lágrimas que brotam das profundezas... Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas confortáveis à simplesmente admitir que, a bem da verdade, não sabemos e por isso temos medo! Pode parecer indolor ter de vestir a máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, a fim de sustentar uma imagemagem que nos da uma fragilíssima sensação de proteção. Ledo engano. É como bomba relógio.

E assim, seguimos nos sabotando em falsas palavras, em falsas atitudes, falsos desejos. Não porque somos uma grande mentira, mas simplesmente porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos mais como reencontrar a pessoa admirável e autêntica ainda não contaminada que seguramente fomos um dia.

Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem receber o que de mais caro temos, doçura, compaixão... a compreensão de que a maioria sofre calada, compartimentada, isolada. Sensação normal de quem se exercitou na arte do isolamento social ou melhor, do "individualismo coletivo.. Nos sentimos sós, imensamente tristes e se choramos,  que ninguém nos ouça, que ninguem nos veja, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... Isso porque o que resultou do exercício da auto-preservação, é a tática do revide, da acusação, da agressão mútua... E daí, monami, ar-re-pen-di-mento. Ora se precisa ser muito Freudão, pra entender o processo...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura. Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível. Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Só assim, quem sabe,
docemente, consigamos viver, sentir, amar... É chegada a hora implacável do clichê. Mas alguns são mesmo implacáveis! Sejamos mais bregas, paguemos mais mico, não somente ao que parece ser mais razoável, mas também, e em princípio,  nos momentos que nos parecer ser de coração. E ora se não foda-se à convenção que só convence os tolos.

Estamos no começo de um novo ano. Vamos começá-lo com a mente elevada, com pensamentos positivos e com ações construtivas. Vamos fazer as coisas diferentes. Vamos fazer de cada dia uma celebração. Vamos fazer de cada dia o melhor de nossas vidas !
Eu também prefiro os embasados na ciência. Fique com um deles, então:





REFLEXÃO DE UM EMBASADO
                                                            (Deepak Chopra)

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.
A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse propriamente dito!
Suas células estão constantemente processando as experiências e as metabolizando de acordo com seus pontos de vista pessoais. Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento. Você se transforma na interpretação quando a internaliza.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego, de um amor, projeta tristeza por toda parte no corpo. A produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contém traços químicos diferentes das lágrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego ou amor perdido. O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia!
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos". 
Você quer saber como está seu corpo hoje? Lembre de seus pensamentos de ontem. Quer saber como estará seu corpo amanhã? Analise seus pensamentos hoje!
"Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!"


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amo muito tudo isso (também!)



Eu Consumo
Tu Consomes
Ele consome
Nós Consumimos
Vós Consumis
Eles Consomem

Não tem escapatória, conjugue o verbo em qualquer tempo e você ou o próximo estará de certo con.sumido, se só ou ponto com alguém, é com.tigo mesmo. Porque? Porque não existe utopia. Porque para você possuir mais, alguém você deixará em situação mínima de posse, e quanto mais se tem a mais que a maioria, mais se fortalece quantitativamente a  mesma maioria. Que, neste caso específico, pode nem ter sempre razão, mas uma hora terá mais força. Mais força ela tendo, é só uma questão de tempo e de querer. E o querer, vai seguindo este raciocínio lógico, na cabeça de uma minoria rebelada, nascida de uma maioria despossuída, você sabe, é muito poder.

Pra manter uma população carente de posse controlada, usa-se da repressão. O que está ocorrendo no Rio de Janeiro hoje, exatamente? Exatamente o que está passando nos telejornais. Marginais -fortalecidos-pelo-ódio-da-injustiça-social, nascidos-da-maioria-desfavorecida, resolvem-implantar-terror-para-chamar-a-atenção-da minoria que se acha detentora do poder.

Amiguinho, possuir (a mais) é A pica! E ‘boa’ pica que se preze está sempre a perseguir um lugar protegido e aquecido pra se inserir e se reproduzir parasitando. Quem se habilita?...

Quem é muito consumista. Geralmente o muito consumista é O picão. E dependendo do picão, no dele, uma boa pica não se insere. Então digamos que toda pessoa muito ambiciosa, obcecada pelo ter, a meta seja ser O picão inatingível. Agora, imagine se esta for a meta da grande maioria da população... Aí é o caos, né? Pois é exatamente esta a sitiação que estamos vivendo. Todos são estimulados a serem picões, mas o Deus Mercado, solenemente caga e anda pra quem atinge a meta. Adula a todos! Indiscriminadamente. Eita deus pra ser democrático!... E assim caminha a humanidade... O picão possui e quanto mais possui, mais picão ele se acha. Deus Mercado, gosta dos picões, porque quanto mais têm, os picões mais querem possuir. O picão, na verdade um bundão, alimenta Deus Mercado e o deus alimentado, vai dando comidinha na boca do bundão, digo picão. Picões/bundões, não estão aí para a maioria pobre - despossuída até de ambição – ao contrário, ele, picão, a despreza solene. Sem perceber que está alimentando o ódio dos rebelados dessa maioria indigente - justo aqueles que possuem tanta ambição quanto o atual picão bem sucedido (farinha do mesmo saco os dois félas das puta). E é justo o consumo, a não possibilidade de consumir, como consomem os picões, que faz os marginais daquela maioria indigente, se rebelar. E eles vão se vingar! Agora veja os telejornais com esse olhar - caso, claro, não tenha atinado pra ele.

Sabe o que disse Fernandinho Beira Mar lá em 2001, na CPI do Narcotráfico sobre como ingressou no crime? "Ah, a gente via aqueles tênis bacanas nos pés dos playboys e queria ter um igual, aí a saída foi trabalhar pro tráfico.”. Ora, prezado leitor se essa não é a história de 9 entre 10 delinqüentes dos morros do Rio de Janeiro?...

Há trocentos anos os comunistas, pensaram: “reprimamos o consumo!”... O mesmo que dizer, “a culpa é do Tênis!  O tênis é a droga! Condene a Nike!”  Deu certo? Nem dará. Pois vou mais longe: assim como no Tropa de Elite 1, acusaram o playboy usuário, pelo aumento e fotalecimento armado da violência, eu condeno a histeria consumista descabida e a estupidez e a insensibilidade que ela provoca nas pessoas, pelo o tudo que acontece agora no Rio de Janeiro. O segredo para se manter uma população satisfeita? Consciência, respeito pelo outro, senso de cidadania... e esses valores não estão à venda. Deus Mercado abomina esse tipo de produção. Como poderá vender a porcariada que fabrica, a preço de batatas chips, para uma população mais seletiva? Na China do Mao, o cara radicalizou: "a droga é o saber, proíba-se a Cultura!" E o que temos lá hoje? Entre tantas ignorâncias, um cidadão eleito prêmio nobel na cadeia, ignorante da própria conquista. A China, o país que mais cresce no mundo! Mas o povo? "Ah, ao povo os chips e as batatas! Utopia não existe. Mas a consciência sim. É só ser estimulada no seio da população. Mas este produto é caro demais, e sua eficiência só se constata há longo prazo, né, PT? Saudações, então. Agora varre essa sujeira ao menos, poder! Com seus tanques, BOPE e caveirões... O negócio não é erradicar o virus, o negócio é maquiar o terminal. De preferência com um showzinho de pirotecnia. "Olha o Caveirão, que lindo! Olha, filho, os tanques das nossas Forças Armadas!" "Parece 7 de Setembro, né pai?"  "Olha, filho! Agora lá vai o nosso herói do BOPE, o Coronel Nascimento! Acena pra ele, filho!"... "Puxa, porquê eu não comprei aquele celular Nokia com câmera cyber-shot de 7.2 megapixels, em promoção na Ricardo Eletro do Hulk"...

Mas afinal quem é esse deus mercado, inimigo meu nº 1 e o melhor amigo da grande maioria?


Sei lá, ele pode ter várias faces. É  um tipo incógnito e voraz que se acha por  toda parte, por exemplo, pra ele já é normal medir a situação financeira de uma nação pelo preço que se cobra por um Big Mac na boca do caixa.  Vê se ele é seguro de si... Mas ele é mais! Ele é tão teso de seu poder de  persuasão,  tão estrategista, manipulador e calculista... quanto se espera de quem só visa os lucros, caraio!... E, taquiupariu!, porque te surpreendes ainda?, ele é tão irônico... Irônico? Irônico sou eu é você. Ele é tão sarcástico, que decorou no próprio 'templo', de uma forma lúdica, o fim e o começo, dele mesmo, e de todos os fiéis  que rezam pelo seu manual. Veja a ilustração do plano simples desse Deus, em detalhes, uma coisa encaixa na outra, como começo e fim, em si mesma

Ah! Os meios... Ora, os meios vão na pronta entrega do prazer.



"Ah mas se eu trabalho honestamente, tenho todo o direito de consumir o supérfluo, tênis, celular... Xuxa Só Para Baixinhos 10, que me der na telha ter. E nem por isso, sou obrigada(o) a correr riscos pela cidade, na qual pago religiosamente os meus impostos.”

Deus mercado ouviu isso. E sorriu pensando satisfeito, “aí está, um(a) candidato(a) em potencial à coroinha na minha congregação...”


Então vos pergunto: enquanto cresceu o mercado de bugigangas de grife, dos vitais celulares, fast foods e, claro, de farmácias em sua cidade – as pequenas, a pesar da menor probabilidade de violência física, são as que sofrem mais rápido com a violência silenciosa – para onde levaram os cinemas, livrarias, e teatros lá pelas tuas bandas?

Quando a cultura se tornar o que já se tornou, o supérfluo, e o barato for ostentar na cabeça a carapinha do Neymar e/ou um traseirão de melancia, o Mercado, que é implacável, terá cumprida (já cumpriu) a sua missão.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carta a mr. Lester (+ uma das raridades máximas do saxofonista Casé)

Ontem reuniu-se bem ao lado aqui da minha Senzala, no Oi Casa Grande, a nata da intelectualidade nacional, gente como Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, Alceu Valença, Marilena Chauí e os agregadinhos da “esquerda”, tipo o ator Paulo Betty, aquela Elba “ai carái!”, a Beth Calvário, que puxou um novo jingle(bells, nós acreditamos em papai noel!) para o pagodinho do Zeca, “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”... Enfim... Todos pra prestar apoio a campamha daquela la. Meu amigo John Lester, é o que eu digo sempre, é-o-fim-da-picada (de estriquinina na jugular!). Todos “juntos vamos” dar apoio à mais inacreditável farsa política jamais personificada num mamulengo (mamolenga soa muito melhor!) só.

Meu amigo mr. Lester, eu tava à toa na vida aqui... estudando e me divertindo com as façanhas do maior saxofonista brazuca de todos os tempos, o Casé – que descobrira outro dia, pegando um bonde andando numa matéria da Globo News - , obcecado, agora, pelo texto do Fernando Lichti Barros, que tem é história pra contar sobre as aventuras do monossilábico músico arredio à fama, quando me convidas pra participar dessa nova postagem/discussão. Querido Lester, quer saber... Calaro que tou dentro! E faça esse trabalho sim! Divulgue!  Chame as pessoas a discussão! Dou a maior força! Imagino com quanta estupefação recebes essas notícias. Me pondo em seu couro, faço coro, porque sei o quanto é complexo agüentar calado e engolir a seco essa canalha que a pseudo esquerda quer nos fazer acreditar ser a legítima defensora das classes desfavorecidas! Eu sou mais a minha classe de desfavorecidos, seu Lester!  Desfavorecidos de tolerância! E te digo mais com a minha santa ignorância - mas a mais santa intuição -, com a mesma verve do autor: afasta de mim esse calice, seu Buarque!

Agora... como sou um democrata pagão... À vontade! Deixo a Dilma os levar... Mas vão com Deus! (como reforço).

E sabe, seu mr., pra essa gente destrà esquerda, o Lula (a dilma é figuração) pode até ser pego e filmado cometendo pedofilia!, são cardeais defendendo sua entidade máxima: não há crime! Ou é a mídia comprometida com as forças do mal ou o FHC também fazia pior (pra eles, serra tbm é figuração).


Pra encerrar, hoje eu acordei com uma imagem na cabeça legal! Pena que o meu traço, tanto nas letrinhas, quanto no desenho, não ajuda, mas, realiza seu Lester...: Em Bedrock, depois de perder o 2º turno por, que sejam, 3000 votos, Lula Flintstone invade com pé na porta a casa de sua criatura e  muito P(t) da vida, desabafa: “Ô Diiiiiiiiiiiiilmaaaaaa!”  



Bom, porque eu misturei a música de Casé, com a carta/comentário que escrevi no blog do amigo Lester? Simples. É o ritmo da vida. Uma coisa leva a outra, que leva a outra e assim, nas voltas que o mundo dá, a gente gira tentando não tontear. E quem for assistir ao vídeo postado no link antterior ainda encontrará relação com o assunto seguinte: e por falar em Casé, este álbum é a trilha sonora de um filme produzido na famosa Boca do Lixo, aquele antro, famoso reduto paulista que sustentou o cinema nacional durante toda uma década (70s) no tempo das chamadas pornochanchadas.  E eu lhe digo, ouvindo essa trilha de "A Viagem a Saint Tropez", se você não for do tipo que torce o nariz para estigmatizações das elites da época, ficará muito curioso sobre o filme também! O difícil será encontrá-lo. Tanto o filme, como qualquer informação a respeito. A melhor imagem de capa  que  consegui foi essa aí de cima, com apenas um comentário: "A Viagem a Saint Tropez, uma trilha arrojada de Hareton Salvanini" e fim de papo. A participação do Casé ao saxofone  (ou na flauta, ou quiça no trombone, porque o homem mandava bem em todas) está atestada no blog do Fernando Lichti Barros onde se conhece toda a história de José Ferreira Godinho Filho, o Casé.

Guarde esses nomes, visite esse blog. Eu te garanto, palavra de adepto do ócio, nem sempre, mas, por vezes criativo, que: se começas a ler a biografia que o Fernando escreveu para o Casé... Se der chance a ele de te mostrar 3 capítulos, você não larga mais o texto. Estou no 15º capítulo e sinceramente não entendo como alguma editora ainda não tenha editado o livro "Como toca esse rapaz!"  (mas o livro pode ser comprado pelo próprio blog). E mais! Quem matou, em 1º de dezembro de 1978, o Casé? Há bons indícios de que tenha sido mais uma obra do regime  de exceção e do "acaso", naquela forma da lei... "Ih! Erramos, não era ele. Agora já era." Mas aí... é aqui que o Lichti assume o leme e o rumo da prosa.

Hareton Salvanini (A Viagem a Saint Tropez) 1974

3 curtas faixas da trilha: Na sequencia, faixa 4,5,6: São Paulo; Panorama e Amazonas







Bom, recapitulando. As "velhas" e as outras informações sobre o Casé:

O livro:
Álbuns, nos quais o Casé participa:
"Brazilian Jazz Quartet (Cofee & Jazz) 1958". Loronix

Casé (Samba Irresistivel) 1960. Loronix

Sadao Watanabe Meets Brasilian Friends - 1960

Há mais coisa, no mesmo Loronix, é só correr atrás.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O cara. E o retrato 'dele' em Grey


 

Obsessão pelo poder


Por: Marco Antônio Villa


 Como é sabido, o Partido dos Trabalhadores nasceu em 1980. Contudo, muito antes da sua fundação, foi precedido de um amplo processo de crítica das diversas correntes de esquerda realizada na universidade e no calor dos debates políticos. A ação partidária, os sindicatos e as estratégias políticas adotadas durante o populismo (1945-1964) foram duramente atacados. Sem que houvesse um contraponto eficaz, fez-se tábula rasa do passado. A história da esquerda brasileira estaria começando com a fundação do PT. O ocorrido antes de 1980 não teria passado de uma pré-história eivada de conciliações com a burguesia e marcada pelo descompromisso em relação ao destino histórico da classe trabalhadora.

O processo de desconstrução do passado permaneceu durante vinte anos, até o final do século XX. As pesquisas universitárias continuaram dando o sustentáculo "científico" de que o PT era um marco na história política brasileira, o primeiro partido de trabalhadores. O estilo stalinista de fazer história se estendeu para o movimento operário. Tudo teria começado no ABC. Mas não só: a história do sindicalismo "independente" teve um momento de partida, a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, em 1975 (na posse, estava presente o governador Paulo Egydio, fato único naquela época). Toda história anterior, desde os anarquistas, tinha sido somente uma preparação para o surgimento do maior líder operário da história do Brasil.

A repetição sistemática de que em São Bernardo foi gestada uma ruptura acabou ganhando foro de verdade científica, indiscutível. Lula tinha de negar e desqualificar a história para surgir como uma espécie de "esperado", o "ungido". Não podia por si só realizar esta tarefa. Para isso contou com o apoio entusiástico dos intelectuais, ironicamente, ele que sempre desdenhou do conhecimento, da leitura e da reflexão. E muitos desses intelectuais que construíram o mito acabaram rompendo com o PT depois de 2003, quando a criatura adquiriu vida própria e se revoltou contra os criadores.

Mas não bastou apagar o passado. Foi necessário eliminar as lideranças que surgiram, tanto no sindicato, como no PT. E Lula foi um mestre. Os que não se submeteram, aceitando um papel subalterno, acabaram não tendo mais espaço político. Este processo foi se desenvolvendo sem que os embates e as rupturas desgastassem a figura de líder inconteste do partido. Ao dissidente era reservado o opróbrio eterno.

A permanência na liderança, sem contestação, não se deu por um choque de ideias. Pelo contrário. Lula sempre desprezou o debate político. Sabia que neste terreno seria derrotado. Optou sempre pela despolitização. Como nada tinha escrito, a divergência não podia percorrer o caminho tradicional da luta política, o enfrentamento de textos e idéias, seguindo a clássica tradição dos partidos de esquerda desde o final do século XIX. Desta forma, ele transformou a discordância em uma questão pessoal. E, como a sua figura era intocável, tudo acabava sem ter começado.

A vontade pessoal, fortalecida pelo culto da personalidade, fomentado desde os anos 70 pelos intelectuais, se transformou em obsessão. O processo se agravou ainda mais após a vitória de 2002. Afinal, não só o Brasil, mas o mundo se curvou frente ao presidente operário. Seus defeitos foram ainda mais transformados em qualidades. Qualquer crítica virou um crime de lesa-majestade. O desejo de eliminar as vozes discordantes acabou como política de Estado. Quem não louvava o presidente era considerado um inimigo.

Os conservadores brasileiros - conservadores não no sentido político, mas como defensores da manutenção de privilégios antirrepublicanos - logo entenderam o funcionamento da personalidade do presidente. Começaram a louvar suas realizações, suas palavras, seus mínimos gestos. Enfim, o que o presidente falava ou agia passou a ser considerado algo genial. Não é preciso dizer que Lula transformou os antigos "picaretas" em aliados incondicionais. Afinal, eles reconheciam publicamente seus feitos, suas qualidades. E mereceram benesses como nunca tiveram em outros governos.

É só esta obsessão pelo poder e pelo mando sem qualquer questionamento que pode ser uma das chaves explicativas da escolha de Dilma Rousseff como sua candidata.

Esse é o cara...


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Poizé


ACEITAÇÃO... FUMEI MAS NÃO TRAGUEI.


Ontem esteve no Estúdio I, da Globo News, o programa da simpática tagarela, ela mesma, Maria Beltrão, que - para variar, na linha dos novos entrevistadores - fala mais que o entrevistado, o violonista clássico Fábio Zanon. Confesso que não o conhecia. Nada entendo de música clássica. Mas o cara, além de tocar muito, e ter um conhecimento extremo sobre a música erudita, é um bonachão gente boa, simples até dizer chega...  Entre as curiosidades que revelou Zanon - tipo, perguntado por um telespectador-internauta se conhecia algo sobre rock, dizer que foi apresentado há pouco a música do Jimmy Page de quem ele nunca ouvira falar... E que, portanto, pulou a fase roqueiro, mas que não tinha preconceitos com música e que apenas estava focado noutro tipo de sonoridades. Mas que ama a MPB, e é amigo do Guinga e de outros violinistas, etc, etc... Mas, como ia dizendo, entre as curiosidades, Zanon me deixou com pulgas mis atrás dazoréia, quando falou sobre a morte do CD. Até tu, Zanon?

É aqui que entra a idéia “aceitação, fumei mas não traguei”. Por que até um intelectual experimentado, um cara que dá a total idéia de ser alguém que pensa com suas próprias idéias está aceitando, sem se rebelar, sem contra-argumentar, nessa imposição, de fatos mal ajambrados, sobre a morte do CD?

A questão é: o que virá depois? Pensemos na redução do formato LP, (e que está voltando, a todo vapor!) a praticidade do CD e a apresentação do produto, a capa! Como ou em que será substituído o produto música com a morte dos CDs e suas capa maravilhosas?... Meu amigo pensador que está acompanhando o meu raciocínio, quantos discos se vendem pela capa? Quando não conhecemos o artista, não é a capa que grita e ativa a sua curiosidade, que movimenta a engrenagem do desejo e que te faz, mecanicamente, puxar a carteira do bolso e comprar o objeto? Por exemplo, foi a foto da capa do álbum “Tin Cans and Car Tires” de 1998 do moe., que me fez sentir toda a curiosidade que necessitava para correr atrás do disco. E, aos que me conhecem de outras postagens, sim! Estou falido, não compro mais discos, baixo-os!, mas quantas pessoas há, sem tempo para exercer essa atividade criminosa que pratico e ainda não estão consumindo discos pela capa e ou pela paixão ao artista? Sim, as vendas vão cair AINDA MAIS e mesmo muitos que tem grana suficiente pra comprar a loja inteira, continuarão baixando discos, simplesmente porque são sovinas! E/ou pq são falidos como eu... Mas quem guardou o hábito e o prazer de ter CDs na estante? Aqueles que nem deixam a empregada passar paninho nos seus CDs, porque aquilo lá é intocável, até pelo filho mais velho? E esses que ainda gostam de ir, aos poucos, aumentando a cedeteca?... E aqueles que se contentam, as vzs, em apenas olhar, sem trilha sonora, sentar-se na poltrona mais confortável da casa e olhar para as suas estantes lotadas de música? Irão se contentar em não ter mais o objeto, num novo lançamento de seu artista preferido?... E ainda tem aqueles que gostam de presentear com CD!... Como ficam? Passam a mandar o presente zipado por e-mail? Vamos acabar com esse fetiche que temos de possuir o objeto assim de graça, porque o mercado, logo ele, quer assim?! Então o que nos impingirá, Ele, o todo poderoso mercado para continuar a obter os lucros para sua soberba?

Aqui em casa gasto fortunas em tinta de impressora, simplesmente porque não admito disco virtual. Mesmo tendo, o disco só se torna real quando ponho nele identidade visual. E sou um na multidão q continuo adotando o CD player em vez do mp3 Ipod cheio de megabites musicais! Confesso que é uma teimosia. Uma reação, as vezes até tola de ducontra. Não é nada prático e um dia caio na tentação de comprar a estrovenguinha portatilíssima. Mas de qualquer forma os discos que amo, sempre estarão lá, em suas capas!

E por falar em capa, e a gata da capa, porque não se decreta também o fim da Playboy? As moças também não podem ser vistas, nas mesmas fotos, na internet? Ah, mas tem as matérias jornalísticas... Porra! (perdão pelo porra, mas há interjeição mais apropriada?), então, porra, não se diz que ninguém compra a revista para ler e sim pelas figurinhas? Então!

Então o que fica claro – e há quanto tempo não tateio as mesmas teclas pra bater no mesmo ponto? – é que a morte do CD está sendo decretada pela ganância. E aceitar uma realidade estúpida dessas, para mim, é o mesmo que enfiar a cabeça na terra, tal qual avestruz! Só que, aos avestruzes, suas cruzes! Mas, certamente, a natureza indicou um motivo prático, inteligente, para que eles enfiem suas cabeças na terra. Mas para nós, é a boçalidade mercadológica que nos faz aceitar como fato tais verdades construídas. Não se consome mais tantos CDs como antigamente, não só porque eles estão ao alcance de 2 cliques, muito menos porque perderam o sentido da necessidade, mas porque os melhores artistas ou estão impossíveis de encontrar, ou porque continuam só acessíveis aos "bacanas". E porque, se com 2 cliques se baixa de graça? Assim sendo, a nós, a fruta podre do crime. Ou... pensando no que nos é imposto, o que temos como herança, creia nisso, é o créu, créu, créu, créu, créu, créu... E da-lhe crééééééu!!!... Esse tipo de lançamento estará sempre bombando.

E aí, mermão, no mercado tem uma antiga nova droga... Ela é sempre vendida em novas embalagens e composições cada vez mais viciantes. Com o uso prolongado, assim como todas as outras drogas, faz de ti um zumbi. O nome é simples e vendedor! "Aceitação",  pra quê nadar contra a corrente? É da boa, a parada... Vai um tapinha aí?

Em tempo: não vai aqui nenhuma  intenção de usar o músico citado como exemplo de "o cara que aceita" ou o que "mete a cabeça" na terra. Mas foi com a entrevista dele que esse assunto aflorou novamente. O bom músico só tem que tocar e amar o q faz, nessas mesquinharias de dineiro, penso eu.

sábado, 14 de agosto de 2010

FOSSA PERFUMADA, A HISTÓRIA QUE DEU LUZ À SÉRIE (COM TRILHA INCIDENTAL)



REPOSTAGEM (com trilha)

Fossa Perfumada ainda é pura ficção. No mais, todas as histórias que conto e ainda contarei aqui, no balcão deste sônico butiquim, são reais. Veja, leitor, que trágica esta, não fosse ela tão patética:

Um amigo me conta que andou numa fase make exagerada na bebida. Motivos não faltavam. Um belo dia, quando menos esperava (e o que seria das surpresas se por elas esperássemos?), a esposa, sempre tão correta, incapaz de surpreende-lo sequer com a conta do supermercado, propôs (ao maridão) convidar a amiga de infância (famosa jogadora da seleção) do tempo do basquete no Flamengo, para que os 3... digamos, dormitassem juntos. E falou desse jeito blasé e de chofre enquanto descalçava os chinelos para ir se deitar. Bem - disse-me o amigo - uma coisa é a fantasia, outra a ducha fria da rebeldia...

Ele estava certo. O termo rebeldia não coube ali apenas para fechar uma rima ruim. Me explique, leitor, que outro motivo senão a modorra sexual faria a sua fiel esposinha, até ontem tão recatada, de repente propor trazer para o sacrossanto quarto do casal algum tipo de orgia com uma magic paula qualquer? Ainda se a outra jogasse vôlei e fosse, simplesmente, Leila... - perdão, aqui fui eu que divaguei cá com os meus neurônios já contaminados por idéia tão excitantemente pecaminosa.

Outro bom motivo, para citar duas das questões que atormentavam o amigo, era a velha crise do ser humano moderno nesta (palavras dele): desumana selva do capital liberal. Ele, artista plástico, um talento incompreendido! Ela, simplesmente, a prática. Dessas que cobram com duplicatas na mão, resultados realistas ao fim de todo mês. E enquanto, na mesma pauta, as discussões ganhavam tons de teledramaturgia do SBT, as contas, sem ter para onde ir, superlotavam a caixa do correio do lado de lá do muro - na época, moravam de favor num imóvel da sogra, sublocado, em Pedra de Guaratiba (atenção, locações, nomes e atividades profissionais são todos ficção!).

Precisa 3º motivo para beber? Assim mesmo forneço-o! Segundo o Ênio cansou de frisar, tanto pra mim quanto antes a si próprio, ele era um sujeito moderno, oras! A proposta da mulher + outra mulher não o abalou tanto assim. Porém, coincidentemente, daquele dia em diante, aquilo da mulher, a amiga e ele, ele, a amiga e a mulher... Os três na cama rolando pelo chão, até mesmo no chuveiro, sem saber ao certo quem ensaboava o quê de qual, mexeu com o imaginário (e otras cossitas que dão rima) do cara. A questão afinal, merecia uma reflexão mais acurada. E, sabe como é, né? – disse-me entre um gole de Kronenbier e outro - cidade pequena, entretenimento masculino mais barato (pra modo de meditar) melhor que um bom butiquim, não há!

E o amigo não fugiu à regra dos temperamentais da cidade. Fraco para a bebida, chegava em casa quase sempre agastado e, não raro, a mulher era obrigada a limpar, de preferência no banheiro, mas sempre em volta da privada, a sujeirada dos refluxos da junkie food que se consome nos bares... Num belo dia (e o belo aqui é pura força de expressão), Ênio adentrou o lar com uma sonambulância danada e no piloto automático, foi direto se atirar na cama. Quando a natureza (dele) chamou, o ébrio não teve tempo nem de virar a cara pro lado certo do chão. Vomitou os prováveis torresminhos, empurrados pelo caldin de mocotó e a cervejada, lubrificada pelo Cointreau (outra de suas excentricidades), ali mesmo na cama entre o casal. Pior! Mal sabia ele que justo naquela noite, o próprio filho dele e daquela puta mulher, ocupava o espaço. Não fê-lo, propriamente, aquilo por querê-lo, claro, mas depois de generalizado o melê, virou-se, agora sim, pro lado certo que dava pro carpete e continuou caindo nos braços do morfeu. Ora, o que o leitor, se bêbado assim estivesse, escolheria? Os dejetos no colchão ou a assepsia do tapetão? Bendito piloto automático que não cochila nem quando se dorme. – pensei. Sou um bom ouvinte nessas horas...

Dia seguinte, evidentemente, a tromba da mulher atravessava o salão da casa, ia até o muro lá no quintal e, não fosse a imagem uma figura de linguagem - de tão comprido -, o membro domado até seria capaz de buscar as contas já às traças acumuladas na caixa do correio. Já o Ênio, um ingênuo profissional, espichou-se no sofá e nem atinou para o motivo do gelo. Aliás, gelo ele botou na coca-cola pra ver se aplacava aquela maldita ressaca. Depois do almoço, quando marido e mulher ficaram a sós, antes da amélia ir pro tanque das louças – claro que tinha o das roupas -, a esposa pôs tudo em pratos limpos. E as últimas palavras dela foram taxativas. (...) Olha Ênio, pra mim chega! Só vou te dar uma última chance: decida-se de uma vez por todas: ou eu ou o bar!

Aos prantos a mulher se trancou no quarto. Ênio, sem dizer palavra, saiu para caminhar e pensar. Na rua, percebeu o quanto vinha sendo omisso, mais que isso, um insosso com a família e como pai!... Vomitei no meu próprio filho... A que ponto cheguei eu, meu Senhor!... Dá-me forças pra parar com este vício maldito... – suplicou uma provável futura ovelha da Igreja Universal. A bem da verdade, Ênio estava mais pra pai de santo. Era sexta-feira dia em que costuma vestir branco.

E lá se foi o gênio do Ênio, easy rider, pelas vielas estreitas de Pedra - quem sabe a procura do Templo perdido já que tanto aqui como lá eles estão por toda parte. Só parou de pensar e chorar quando se viu sentado em local supostamente estranho, rodeado de mesas com pessoas igualmente estranhas, diante de 5 garrafas de cerveja vazias e uma dose de Cointreau, recém entornada. Levantou-se às pressas, foi até o banheiro, lavou bem a serragem da cara, pediu ao do balcão que acrescentasse à conta 5 Bubaloo de hortelã e seguiu aos trancos e barrancos para casa. Por falar em barranco, chovia fino naquela noite e na emoção do momento, Ênio já havia catado alguns cavacos no caminho. Porra, gênio! Roupa branca? Não leve a mal não, mas até em trajes tu tá todo incorreto! – eu de novo, agora indignado, em protesto verbal.

Enfim, na porta, enquanto exercitava a clássica peleja entre a chave e a fechadura, viu-se, de repente, dentro de casa abraçado à mulher quando esta, com raiva e energia redobradas, obrigou Isaac Newton comprovar a Lei. Emocionado, com a voz embargada e aquele bafo de goma de manguaça que a esposa bem o reconhecia, Ênio, finalmente estava pronto a responder o ultimato “ou eu ou o bar” deixado em aberto horas atrás. É você, amor! Esquece o bar. Por Deus, eu juro que é você!!!

É claro que o leitor é inteligente e este mero cronista da vida privada (dos outros), não é de julgar a índole das pessoas, mas não poderia deixar de frisar que o amigo Ênio teve a pecha de ir pensar, a sério, entre a mulher, casamento, filhos, cachorro, papagaio e/ou o bar, na mesa de um maldito butiquim!

Enfim, na nebulosa manhã do "the day after", mais precisamente, no 1º de abril de um ano qualquer – do dia do mês ele lembra por questões óbvias - após noite pessimamente dormida - na rede pelo lado de fora - e a não menos incômoda viagem rumo ao Rio de Janeiro, no último bem que lhe restara, uma Belina do ano (82), sem mulher, que poderiam até ser duas, sem família e encafifado com que nome teria o correspondente feminino para Ricardão, Ênio voltava à casa de mamãe.

Assim surgiu-me a lumino$a idéia do Fossa - o Perfumada é pra já ficar subentendido que nem toda fossa cheira mal. Quem sabe a clientela assumida tope o desafio, ao colocarmos mesinhas na calçada, de se deixar filmar curtindo sua fossa a céu aberto? Sim porque, como o nome indica, o bar temático nada mais é do que um espaço lúdico, diria mais, bucólico, onde os românticos (em geral, do sexo masculino), cultuariam uma trilha musical de gente como Cartola, Nelson Cavaquinho... o “Adeus” do Lobo Edu... E enquanto enchemos a lata, trocaríamos experiências existenciais sobre a dura convivência com este estranhíssimo ser incompreensível, que é a mulher - digo, a ex, né? Porque a atual do próximo, nós, boêmios solitários, seguimos admirando.

Esta história com h é uma homenagem ao ídolo máximo de todos os boêmios, o letrista, poeta, cronista e demais etcéteras mis, Aldir Blanc.

Autor/personagem, Ênio, o gênio.
Ghost writer: Sergio, o sônico imparcial.

TRILHA INCIDENTAL

1) SARAH VAUGHAN - If You Went Away
2) TOM JOBIM - Modinha
3) KING CRIMSON - The Letters
4) CHET BAKER - My Funny Valentine
5) JOANA MACHADO - Olha Maria
6) HAMILTON DE HOLANDA - Cinema Paradiso
7) NINA SIMONE - Ne Me Quitte Pas
8) MEDESKI, MARTIN & WOOD - Hey Joe
9) NICK DRAKE - Parasite
10) GAL COSTA - Fotografia
11) ANTONY AND THE JOHNSONS - Perfect Day
12) EMÍLIO SANTIAGO & JOÃO NOGUEIRA - Amigo É Pra Essas Coisas
13) TAIGUARA - Modinha
14) LAURINDO DE ALMEIDA - Modinha
15) CHICO BUARQUE - Mulher, Vou Dizer Quanto Te Amo
16) GOTAN PROJECT - Una Musica Brutal
17) ELTON MEDEIROS - Lavo Minhas Mãos
18) CHARLES AZNAVOUR - C'est Fini
19) CAETANO VELOSO - Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim
20) CYRO MONTEIRO - Receita de mulher
21) GENE KELLY - Singin' In The Rain
22) GRANT LEE PHILLIPS - Boys Don't Cry

Dicionário Cravo Albin (Aldir Blanc)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Instant Karma



Bom dia musa única do meu desejo kármico carnal! Como acordou hoje? Tomou o seu remédio? ("...") Karma?

Xeu tentar te explicar sobre o que acho seja o karma... Você não acredita, mas eu e o John, acreditamos. E, sabe, princesa? Pra quem acredita, o karma não é uma coisa ruim. Não,  porque as pessoas vivem se referindo ao karma tipo: “ele é meu karma” - deve ser o chefe escroto, o marido beberrão, violento, o filho drogado, etc, etc... Mas karma não é só um mal em si, ele é todo o conjunto das ações (negativas ou positivas) desta ou de outras vidas  pelas quais você, eu e todo o mundo já passou. São as pendências. Se você trabalhou num escritório abarrotado de burocracia, você sabe que se não der conta do trabalho daquele dia, ele fica acumulado para o outro. Isso é o teu, na falta de um nome melhor, burokarma rotineiro dos nossos dias úteis (rs). Mas, isso não quer dizer que um dia, entre as pastas e questiúnculas burokármicas deixadas pro day after, não tenha um documento da chefia, te informando que fostes promovida, olha pra isso – karma! Ou, uma correspondência que não tiveste tempo de abrir, informando-lhe que tens uma vistosa herança a receber - karma, também!

Como não somos perfeitos – isto é, não atingimos a iluminação -, as pendências, sempre irão existir, tanto as boas como as más. Então quem sabe, uma pendência que eu tenha “desgraçadamente” que cumprir, não seja, ainda nesta vida, ser feliz com você numa casinha caiadinha de chaminé e fumacinha com lareira nos aquecendo, e todas as etceteras de feijão com arroz, mas com aquele temperinho gostoso que só você tem prazer em nos oferecer? E a dúvida, o “quem sabe”, é porque a gente nunca sabe, na verdade. Se soubéssemos, não haveria mais karma, nem do bão, nem do mal, a cumprir, pois já que sabemos, ao sabermos, já atingimos a iluminação. E o que acontece quando se atinge a iluminação? Essa é a parte que desconheço. Porque, em teoria, quando se atinge esse grau de conhecimento, sabe-se tudo sobre como a vida se processa. Sabe-se sobre todas as vidas anteriores e aí, que função se tem a cumprir? Pra que voltar se não há mais karmas a pagar ou receber?

Ah, deixei um misterioso John que acredita em karma. Esse John é o Lennon. E a letra (Instant Karma), diz exatamente o que o karma significa. Mas, dirigido, não aos que não acreditam como você, meu benzinho (para que não penses que estou te forçando a acreditar, por que senão... uhuhohohohahah! – gargalhada demoníaca, vais queimar no mármore do inferno). A letra de Instant Karma é especificamente dirigida aos que se acham todo poderosos e passam por cima de todo mundo (comum, como eu e você) como um rolo compressor, acreditando que a única vida é só a que vivemos e quando se morre, aproveitou-se ao máximo, curtiu-se horrores, e se viveu como se quis, marajá, sem medir conseqüências. A idéia perfeita do karma aí está: quando não se paga nesta, paga-se na outra vida, e na outra e na outra e infinitamente nas próximas até se corrigir. Assim como o mundo, a nossa terra, ela vai se aperfeiçoando, porque aquilo que te disse, a perfeição da vida se constitui em propagar-se imperfeitinha, para que as coisas vivas e as pessoas, tenham que ir se consertando indefinidamente ao longo dela própria. Só não sei o que acontece, quando ela, a vida, atinge a perfeição. E/ou, no nosso caso, nós, à iluminação. Mas como faltam infinitas vidas a viver, talvez o segredo esteja em não perseguir tanto a iluminação, mas tentar se aperfeiçoar para não nascer na próxima encarnação com karmas piores a cumprir. Há os que dizem que todos os desvios graves de caráter, poluem tanto o mundo quanto essa  poluição material que está mudando o clima do planeta... Daí, você veja que maravilha será se um dos meus karmas seja viver feliz com você! Deve significar que o último eu das vidas passadas, tenha sido uma pessoa boa praça, preocupada em melhorar e que, o mais legal: não tenha poluído tanto a terra de mau caratismos cretinos e agora não tenha tantos mais e piores karmas a pagar, mas, na média, tenha mais e melhores karmas a receber. Como por exemplo você. Essa pessoinha iluminada, que nem carece de acreditar em nada. Que presente!  Né? Eu é que não vou reclamar da minha sorte.

Mas menina, eu ia te falar de outras coisas, sei lá, coisas até de amor, e olha o que saiu!

Então, mudando de assunto, me diga: como acordou esta manhã? Já tomou o seu remedinho? Por favor hein, bom. Não quero receber o karma de uma moça  linda, apaixonada, mas com um defeito, cujo qual (adoro cujo qual!) é ser temosa como Q e cisma em não se cuidar tipo uma cazuzinha rebelde a cantar, "não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesma" como se causar mal a si, não atingisse aqueles que te amam... Ah! No mais, se eu for teu karma, se agarra n'eu e ponha o capacete.

Beijos de quem te ama. Se te ama te cuida. Karma bom, viu?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A.M.O.R.A.M.A.R.A.M.E.M. AMAR E NÃO AMARRAR NINGUÉM



Gota, Gotosa , Gotinha, Momô, Musamô, Princesinha, Kutchuka, Delicinha, Purezinha, Bebêzin, Prendaminha, Amor da minha vida, Meu tudo enfim, Coisikinha, Deusinha, Delicadeza, Ternurinha, Pescocinho, Bicuda, Bombonzinho, Ishkindô de Iaiá...

Ô-mô-deusô! do que mais eu te chamo, nesse tatibitati do amor? Quanto carinho você faz transbordar de mim! Eu fico bobo, derretido, completamente exposto, aparentemente indefeso, ao mesmo tempo tão alerta, tão pleno, tão me sentindo o máximo, me sentindo vivo, me sentindo útil, me sentindo lógico, fértil, rico, inteligente, perspicaz... Bonito, até! Era só o que me faltava. E acima de tudo, amado, admirado, imprescindível, insubstituível..

Que responsabilidade lidar com todas essas sensações de poder! Sem me corromper, ser possessivo, me tornar arrogante, me sentir melhor do que os demais... Mas me sentido a mais especial das criaturas. Se isso não é amor, o q é? E em sendo amor, que outro sentimento equilibra toda esse poder, sem fazer um estrago devastador no próprio caráter. Por exemplo, no de um homem fraco para amar? Pense: seres corruptos amam? Meu palpite é que não amam! Já que tudo que têm é possuído. É posse. Todos os fracos de caráter não são capazes de amar. Eles pensam que amam, porque nessa hora, a primeira, quando o verdadeiro amor quer se manifestar, eles querem se sentir normais como nós! Mas acreditam que, por possuir, a posse é o fim, como finalidade. Sendo a posse o que os faz acreditar que podem tudo o mais: roubar, matar, burlar as leis e serem diferenciados no meio da multidão. Compram o que e quem querem. E põem a leilão, quando não querem mais ou a pique, quando ameaçados. Mas, principalmente, desprezam as pessoas comuns que amam este amor comum que antes desejaram ter pra si. Este mesmo amor que eu amo. Este amor que não se vale do poder espiritual, sensitivo, da boa e velha argumentação e da boa e velha ponderação, para passar por cima dos outros. Este amor romântico e puro, é o que mais dói-lhes nos cornos! Porque? Foi dito lá encima: não há poder maior! E não há poder tão inacessível aos que se contentam com a posse. Amor comum? Impossuível aos fracos de caráter. Daí o ódio. Aos comuns, o amor!

É provável que nem amem mulheres comuns, até porque as comuns nem se apresentam para eles. Não fazem parte do mobiliário ou do ambiente comum a esses todo poderosos. Daí é certo que no meio ambiente deles, o amor não encontre a atmosfera propícia para se propagar. Definitivamente, possuir não é amar! Nunca! Em hipótese alguma! Possuir é uma merda. Na maioria dos casos. E só quem ama, entende esta total discrepância. Um fim, no sentido de adeus, nesse universo do “Ter” dos capitalistas, mercantilistas, consumistas, imediatistas, sexistas, midiáticos.

Mas ninguém acredita n’alguém tão cheio de certezas, certo? Então, mesmo diante das incertezas do amor, achem alguém especial, cumulem-se a ambos, da certeza de que um é para o outro aquele que procura e acordados, façam, de preferência juntos, sentirem-se on the top tipo como descrevi lá encima. E aí, sim, venham me dizer do contrário. E aí vos direis: “do contrário, não é amor.”

Dedicado a um novo amor, quase "ex".

Poema no alto na foto: Carlos Drummond de Andrade.