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domingo, 15 de julho de 2012

Tamba Trio (Brasil Saluda A Mexico) 1966



Qualquer crítico de música e digo qualquer do time dos que fazem a diferença, deveria deixar um álbum como esse falar por si. Assim como qualquer empresário do tipo que se preze - o que no ramo da música, guardadas as mínimas exceções, é um time de cabeças de bagre -, teria a obrigação de fazer com que um álbum desse calibre, jamais caísse no esquecimento. É um disco que o ouvinte pode deixar no seu play em função “repeat”, pelo dia inteiro. Álbum, ou melhor, obra que dispensa os mp3 com 100 milhões de músicas. Isto porque Brasil Saluda A Mexico, mesmo, na função repeat, bisando uma seleção de 11 faixas, se renova a cada audição. E olha que estamos falando de 11 clássicos da Bossa Nova. Cantados e tocados por uma infinidade de gente. Infelizmente a capa do LP, ao menos a que tive acesso, não fornece qualquer informação. A solução então foi confiar no wikipédia para creditar a formação do Trio, ao vivo no México, em 1966... Com Luiz Eça ao piano (e que piano! destaque absoluto neste show), Bebeto Castilho, corretíssimo, sem firulas no baixo e Rubem Ohana, esquentando os coros da batera. Solos fantásticos nas últimas faixas... É de impressionar também a reação inflamada da platéia. A impressão é de que o álbum foi gravado em estúdio nas primeiras faixas – não há aplausos ou ruído de público - e que em um determinado ponto, o povo acorda e já chega ao delírio. Mas, como já foi dito não há informação de capa sobre a técnica (certamente rudimentar) de gravação… Mas o áudio é o que promete a capa “Alta Fidelidad”. Enfim, “Brasil Saluda a México”, é um disco trilha sonora de uma Cidade. De um tempo que, como trilha sonora, deveria ser oficializado e, já que tá na moda, tombado pelo patrimônio histórico. Atenção: aqui quem fala não é um crítico de música. Nem um qualquer, tampouco um que faça diferença, por isso mesmo, isento do compromisso de ser profissional, não deixou o álbum falar por si. Mas numa época em que o que impera é o Tchu Tcha Tcha, obras deste nível de sofisticação precisam muito ser estimuladas. Agora vamos sentar e aguardar pra ver quanto tempo dura este link.

Tamba Trio (Brasil Saluda A México) faixa 2- Corcovado



Tamba Trio (Brasil Saluda A México) faixa 10- El Cierro


terça-feira, 12 de abril de 2011

Alemán, um aparte argentino na história da música do Brasil






"Oscar Alemán é desses capítulos curiosos e pouco conhecidos do encontro de várias tradições musicais. Argentino nascido no Chaco, província do interior, em 1909, filho de uma família de músicos, Alemán foi morar ainda pequeno em Santos, depois da separação dos pais. Lá, ficou órfão (o pai morreu em Santos e a mãe na Argentina). Fez de tudo para sobreviver, mas um cavaquinho que ganhou de presente mudaria sua vida. Menino prodígio, logo se revelou um talento no violão e em poucos anos, depois de voltar para a Argentina, iria para a França, onde dirigiu por anos a orquestra de Josephine Baker (conta-se que Duke Ellington quis roubá-lo para sua própria orquestra). Grande mestre da guitarra de swing, fez jam sessions mitológicas com Django Reinhardt. Muito amigos, os chamavam de “o cigano e o índio”. Mas com a Segunda Guerra voltou para Buenos Aires. A Argentina está comemorando os 100 anos de nascimento de Alemán, mas curiosamente poucas crônicas de sua vida enfatizam os anos que passou no Brasil e a grande influência que a música brasileira teve sobre ele ou suas maravilhosas gravações de clássicos brasileiros (clássicos hoje, pois na época eram todas músicas novas). É algo muito diferente: misturas de swing com música brasileira, puro bom humor, tudo cantado com uma voz deliciosa e um sotaque muito leve. É dessas coisas que só um cara com uma história de vida dessas poderia fazer soar de maneira tão genuína. A versão balançante de “Acontece que eu sou baiano”, de Caymmi (saiu em 1956 em 78rpm, e mais recentemente, em 2002, foi reeditada na coletânea Oscar Alemán y su Conjunto con Ritmos de Brasil), é um exemplo perfeito da fórmula única desse grande mestre argentino da música brasileira."

FONTE: Uma por dia


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Heraldo do Monte em 2 tempos


Tá. Aí você diz, quedê o Heraldo? Pois é. Ele está nesses dois tempos. Em 1960, no teatro da Folha de São Paulo, se apresentando com Dick Farney, Booker (pai adotivo da Eliana) Pittman e outras feras. E, quando li a dica no Jazz + Bossa + Baratos Outros - sobre o disco da Folha - e ouvi a pérola, consequentemente a incrível guitarra - pensa: se destacar em meio a essa galera, não é pra qualquer um... - de Heraldo do Monte, pensei. Eu conheço o Heraldo? Conheço. Tenho algo dele? Não?! Comansim? Daí providenciei este Zimbo Trio convida Heraldo (e o saxofonista Hector Costita).

Ouvir um show de Dick Farney e Booker Pittman, gravado ao vivo no final do ano de 1960 no auditório da Folha de São Paulo é coisa para  colecionadores de vinil muito raro, certo? Errado. Graças à internet, abnegados estimuladores da memória da música, digitalizam pérolas como esta e publicam em seus blogs... Outro engano. Infelizmente, este álbum, não pôde ser baixado em blogs, pois o único que o disponibilizava (LORONIX de Zeca Louro), saiu do ar - e/ou acha-se, mas sem mais disponibilizar a coleção outrora publicada. A explicação, até onde se sabe, ninguém sabe, ninguém viu, mas blogueiros experimentados que disponibilizam álbuns raros (há milhares deles), sabem que o bom blog é aquele já perseguido pela indústria algumas diversas vezes. Alguns, de pressão em pressão, acabam desistindo. Mas aqui não se tenta, tirar conclusões preciptadas, apenas entender... O único fato incontestável é que Dick Farney foi um pianista, cantor excelente que contribuiu decisivamente para a renovação da MPB, incorporando harmonias de jazz ou simplesmente praticando-o como poucos. Aqui Dick está ao piano em todas as faixas, acompanhado por Heraldo do Monte (g), Luiz Chaves (b), Paulinho (bt), e outros músicos excelentes. Booker Pittman (ss,sa) participa em algumas faixas (da 4ª em diante) também cantando, ao estilo Satchmo.

FAIXAS:
The Man I Love 2:44 (George & Ira Gershwin)
Velhos Tempos 3:56 (Luis Bonfá)
Want to be Happy 5:43 (V. Youmans &. Caesar)
Gone With The Wind 8:58 (A. Wrubel & Here Magidson)
Am I Blue 3:15 (Akst & Clarke)*
St. Louis Blues 3:46 (W. C. Handy)
Sweet Georgia Brown 2:46 (Bernie, Pinkard & Casey)
heese 4:32 (Dudu, Daniel & B. Pittman) Tiger Rag 4:08 (Sharbaro, Ragas, Shields, La Rocca & De Costa)

"Quem ficou algum tempo sem acompanhar de perto a carreira do Zimbo Trio, pode levar um susto com este disco.

É claro que não se modificaram a qualidade e pureza do som, a execução primorosa que sempre foram a marca registrada do conjunto. O Zimbo não é de deixar barato quando se trata de interpretar clássicos da música popular brasileira e/ou a sua própria. Mas todos perceberão que a proposta musical, a criatividade, o “punch” interpretativo são completamente outros aqui.

Tudo isso nos leva a conclusão que o Zimbo atravessa uma fase de mutação. Como as aves que após a hibernação, trocam a plumagem para incorporar à beleza do canto, uma identidade renovada.

O Zimbo resume, como manda sua própria tradição, uma posição de vanguarda musical, que certamente deixará perplexos aqueles que sempre o imaginaram numa posição cômoda de seguir seus próprios passos na teoria “Não se mexe em time que está ganhando” e nunca arriscando a contestar ou renegar, o próprio sucesso.

Hoje vemos um Zimbo mais maduro, todos vão concordar. Um Zimbo despojado de preocupações comerciais mercadológicas. Mais voltado para uma coisa chamada música do que em qualquer momento de glória da própria carreira. E é a musicalidade e esse arrojado descompromisso que vão transbordar em todas as faixas deste álbum.

Um grande momento que vai demonstrar estarmos ainda diante de um grande projeto musical, porque fortalecido por grandes músicos e participações, não diante de músicos que por já se acharem grandes, não persigam, com firme determinação, a unidade."
Luis Celso Piratininga


Como o dito acima, para este  álbum foram convidados Hector Costita, sax e Heraldo do Monte, guitarra. O Zimbo é: Amilton Godoy, piano, Luis Chaves, contra-baixo e Rubens Barsotti, bateria.

FAIXAS:
Fé Cega, Faca Amolada
(Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
Tudo Bem
(Amilton Godoy)
Brincando
(Luis Chaves)
Vai de Aracaju
(Rubinho Barsotti)

Viola Violar
(Minton Nascimento e Marcio Borges)
Poliedro
(Tito)

Laudecy, até mais
(Rubinho Barsotti & Amilton Godoy)


Dick Farney & Booker Pittman - Jam Session - 1961

Zimbo Trio & Heraldo do Monte (Zimbo) 1976

BEM AMIGOS... COMO MARIDO TRAÍDO, DEVO SER O ÚLTIMO A SABER. ACABO DE VER QUE DELETARAM TODOS OS MEUS LINKS 4 SHARED - OU SEJA, UNS 2 ANOS DE TRABALHO, NO MÍMIMO. CANSEI, JÁ DEU. TALVEZ UM DIA EU VOLTE COM ISSO DE SER BLOGUERRILHEIRO, POR HORA, ESSA É A MINHA ÚLTIMA POSTAGEM. E/OU AS MERECIDAS FÉRIAS. ACHO QUE, COMO ÚLTIMA POSTAGEM, FOI UMA POSTAGEM HONROSA - SEJA PRA ABANDONAR O BARCO, SEJA PARA DAR UM TEMPO. MUITO OBRIGADO A TODOS QUE ME ACOMPANHARAM. NEM QUE EU QUISESSE DESTACARIA ALGUÉM. OS AMIGOS SABEM O QUANTO SÃO QUERIDOS.

Dick Farney & Booker Pittman (Jam Session) T.2 - Velhos Tempos
 

Zimbo Trio & Heraldo do Monte T.1 - Fé cega, faca amolada

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MiM, um Disco Romântico (Marcela Belas & Daniel Cohen)

Recebi, alguns dias passados, por e-mail, uma proposta bem decente:

"Olá Sergio, tudo bem?
Venho por aqui fazer um convite a audição de um novo projeto que eu e a Marcela Bellas  estamos lançando, chamado "Cohen e Marcela: MiM, um Disco Romântico", totalmente independente. É um projeto paralelo ao trabalho dela no "Será que Caetano vai gostar?" e paralelo ao meu na mão de oito.

É muito importante o trabalho que vocês fazem e nossa divulgação por enquanto está sendo basicamente via blogs independentes e temos tido um retorno muito legal, principalmente dos seguidores do "Um que Tenha" e do "a Musicoteca". 
Estou te mandando os links com diferentes tamanhos, caso queira postar pelo Sergio Sônico, ou repassar para outras pessoas:

Seria muito legal pra gente!"

Pra mim também, Daniel. Até porque gostei muito do trabalho pop-honestíssimo de vocês!

Um grande abraço. Boa sorte! Sigam na luta!

320 kbps - MiM, um Disco Romântico



Faixa 2 - "Vão Dizer"


domingo, 7 de novembro de 2010

Marcio Faraco (Ciranda) 2000

 
No exterior, figura exponencial, aqui o "famoso quem mesmo?"  - essa é a realidade de vários músicos brasileiros, que encontram lá fora a oportunidade que um dia o estabulishment avisou que ligaria mais tarde. Com Márcio Faraco não foi diferente, na tentativa de lançar seu trabalho e encontrando apenas portas fechadas no Brasil, a chance para o seu sonho se realizar aconteceu no além mar. Em seu caso, nem a argumentação de que faltou-lhe apadrinhamento é cabível, ao contrário: em começo de carreira - antes de Marcio partir pro mundo - foi Chico Buarque quem se empenhou pelas gravadoras, entre Rio e São Paulo, sempre com um CD demo do violonista à tiracolo - fazer o que se, só pra contrariar, a turma do molejão chegou antes, varrendo as esperanças primeiro?

Depois de duas décadas, o violonista, compositor, arranjador e cantor está alcançando o reconhecimento mundial como uma das personalidades mais originais e inovadoras da nova música popular brasileira. Nascido em 1963, em Alegrete - Rio Grande do Sul, reside em Paris há mais de dez anos.

Em 2000, “Ciranda” foi a primeira experiência a solo de Márcio, que conta com composições próprias de altíssimo nível e de gente que não se alienou do outro lado do mundo e está muito bem interado com as questões nacionais. O som é inovador, mescla ritmos típicos brasileiros, flerta com a bossa nova, samba e um toque de baião. Além de tocar violão como poucos, Márcio é dono de uma voz suave e que se encaixa perfeitamente com suas melodias.

Enfim, Márcio Faraco pode se considerar um vencedor, teve o seu reconhe-cimento mais do que merecido, Ciranda foi muito bem na Europa e desde então, por lá viaja, além do Japão, fazendo muitos shows. Já lançou 5 álbuns. "Ciranda", a música título, com a participação de Chico Buarque, "Interior" (2002), "Com Tradição" em 2005, "Invento" (2007) e "Um Rio" (2008) avec Milton Nascimento.

Enquanto isso, no Brasil dos 2000 pra cá, um sem número de pagodeiros passaram. Dos únicos que ficaram famosos, sobram 3. Um, com carreira internacional (???!!!) atropelou e matou um motoqueiro e nada deu, outro foi parar na cadeia, pois com o narcotráfico se envolveu, e o terceiro? O 3º é um fofo! Quando não está espancando mulheres e repórteres em pânico, vai tentando carreira solo como Senador da República - distribuindo banana e ensopapando a já nocauteada cultura nacional.

Infim, favê o Q? Q tal ouvir -e cantar- a ciranda do desapego e da resignação? "Ciranda", a música, diz tudo.
A faixa 1, é justa a que conta com a participação do Chico Buarque.

MARCIO FARACO (CIRANDA) 2000

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carta a mr. Lester (+ uma das raridades máximas do saxofonista Casé)

Ontem reuniu-se bem ao lado aqui da minha Senzala, no Oi Casa Grande, a nata da intelectualidade nacional, gente como Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, Alceu Valença, Marilena Chauí e os agregadinhos da “esquerda”, tipo o ator Paulo Betty, aquela Elba “ai carái!”, a Beth Calvário, que puxou um novo jingle(bells, nós acreditamos em papai noel!) para o pagodinho do Zeca, “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”... Enfim... Todos pra prestar apoio a campamha daquela la. Meu amigo John Lester, é o que eu digo sempre, é-o-fim-da-picada (de estriquinina na jugular!). Todos “juntos vamos” dar apoio à mais inacreditável farsa política jamais personificada num mamulengo (mamolenga soa muito melhor!) só.

Meu amigo mr. Lester, eu tava à toa na vida aqui... estudando e me divertindo com as façanhas do maior saxofonista brazuca de todos os tempos, o Casé – que descobrira outro dia, pegando um bonde andando numa matéria da Globo News - , obcecado, agora, pelo texto do Fernando Lichti Barros, que tem é história pra contar sobre as aventuras do monossilábico músico arredio à fama, quando me convidas pra participar dessa nova postagem/discussão. Querido Lester, quer saber... Calaro que tou dentro! E faça esse trabalho sim! Divulgue!  Chame as pessoas a discussão! Dou a maior força! Imagino com quanta estupefação recebes essas notícias. Me pondo em seu couro, faço coro, porque sei o quanto é complexo agüentar calado e engolir a seco essa canalha que a pseudo esquerda quer nos fazer acreditar ser a legítima defensora das classes desfavorecidas! Eu sou mais a minha classe de desfavorecidos, seu Lester!  Desfavorecidos de tolerância! E te digo mais com a minha santa ignorância - mas a mais santa intuição -, com a mesma verve do autor: afasta de mim esse calice, seu Buarque!

Agora... como sou um democrata pagão... À vontade! Deixo a Dilma os levar... Mas vão com Deus! (como reforço).

E sabe, seu mr., pra essa gente destrà esquerda, o Lula (a dilma é figuração) pode até ser pego e filmado cometendo pedofilia!, são cardeais defendendo sua entidade máxima: não há crime! Ou é a mídia comprometida com as forças do mal ou o FHC também fazia pior (pra eles, serra tbm é figuração).


Pra encerrar, hoje eu acordei com uma imagem na cabeça legal! Pena que o meu traço, tanto nas letrinhas, quanto no desenho, não ajuda, mas, realiza seu Lester...: Em Bedrock, depois de perder o 2º turno por, que sejam, 3000 votos, Lula Flintstone invade com pé na porta a casa de sua criatura e  muito P(t) da vida, desabafa: “Ô Diiiiiiiiiiiiilmaaaaaa!”  



Bom, porque eu misturei a música de Casé, com a carta/comentário que escrevi no blog do amigo Lester? Simples. É o ritmo da vida. Uma coisa leva a outra, que leva a outra e assim, nas voltas que o mundo dá, a gente gira tentando não tontear. E quem for assistir ao vídeo postado no link antterior ainda encontrará relação com o assunto seguinte: e por falar em Casé, este álbum é a trilha sonora de um filme produzido na famosa Boca do Lixo, aquele antro, famoso reduto paulista que sustentou o cinema nacional durante toda uma década (70s) no tempo das chamadas pornochanchadas.  E eu lhe digo, ouvindo essa trilha de "A Viagem a Saint Tropez", se você não for do tipo que torce o nariz para estigmatizações das elites da época, ficará muito curioso sobre o filme também! O difícil será encontrá-lo. Tanto o filme, como qualquer informação a respeito. A melhor imagem de capa  que  consegui foi essa aí de cima, com apenas um comentário: "A Viagem a Saint Tropez, uma trilha arrojada de Hareton Salvanini" e fim de papo. A participação do Casé ao saxofone  (ou na flauta, ou quiça no trombone, porque o homem mandava bem em todas) está atestada no blog do Fernando Lichti Barros onde se conhece toda a história de José Ferreira Godinho Filho, o Casé.

Guarde esses nomes, visite esse blog. Eu te garanto, palavra de adepto do ócio, nem sempre, mas, por vezes criativo, que: se começas a ler a biografia que o Fernando escreveu para o Casé... Se der chance a ele de te mostrar 3 capítulos, você não larga mais o texto. Estou no 15º capítulo e sinceramente não entendo como alguma editora ainda não tenha editado o livro "Como toca esse rapaz!"  (mas o livro pode ser comprado pelo próprio blog). E mais! Quem matou, em 1º de dezembro de 1978, o Casé? Há bons indícios de que tenha sido mais uma obra do regime  de exceção e do "acaso", naquela forma da lei... "Ih! Erramos, não era ele. Agora já era." Mas aí... é aqui que o Lichti assume o leme e o rumo da prosa.

Hareton Salvanini (A Viagem a Saint Tropez) 1974

3 curtas faixas da trilha: Na sequencia, faixa 4,5,6: São Paulo; Panorama e Amazonas







Bom, recapitulando. As "velhas" e as outras informações sobre o Casé:

O livro:
Álbuns, nos quais o Casé participa:
"Brazilian Jazz Quartet (Cofee & Jazz) 1958". Loronix

Casé (Samba Irresistivel) 1960. Loronix

Sadao Watanabe Meets Brasilian Friends - 1960

Há mais coisa, no mesmo Loronix, é só correr atrás.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cravo & Canela (Preco De Cada Um) 1977


Este disco não é nenhuma novidade na Rede. 9 entre 10 blogs especializados em samba-rock e mpb, o tem em suas postagens e na mais alta conta! Simplesmente me juntei a eles. Creio, apareceu primeiro no Loronix - postado desde outubro 2006. Eis o que a mais descobri, ontem, sobre os músicos:

CRAVO & CANELA É:
Reinaldo: Teclados
Teo: Bateria
Lincoln: Baixo
Lucio: Guitarra/Vocal
Fabíola & Vera: Vocais
PARTICIPAÇÕES
Sivuca: Acordion/Moog
Agenor: Tuba/Percussão

Somente muita cultura músical, uma memória paquidérmica, alguns bons mais de 30 (anos) além dos vinte e poucos, que o interessado tenha que ter, pra solucionar o xis do problema: afinal quem são os tais Cravo & Canela, exatamente? O Teo é o de Lima? O Lincoln do baixo, poderia ser o  tecladista e produtor Olivette? E o Agenor, o Reinaldo, o Lúcio, a Fabíola e a Vera... pesquisa no Google? Pois tente. O fato é que um dia, lá em Nova Iorque, um sujeito fanático por raridades da mpb, contatou outro adicto daqui, com igual paixão, mandou-lhe uma cópia digitalizada da pérola e o disco caiu-na-rede. E, pode acreditar, tudo é divino maravilhoso! Daí a vontade que dá na gente de saber mais sobre tudo - sabe-se quem é o Siviuca da acordeom, que, parece, é produtor da pérola e a sessão palpite termina aqui. Precisa dizer mais? Precisa. Ouça!

A faixa que destaquei para a audição é a que mais desacreditei quando li a seleção no álbum. Acabou sendo uma das melhores do bolachão... Pois é, bolacha na minha terra é bofetada, neste caso, tapa de luva de pelica - no homem de pouca fé. E esse disco era para voltar em CD  (em edição de luxo!), muita informação e sem mais essa de quem é quem.

Estúpido Culpido/Banho de Lua

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ecletismo é isso aí!



Há uma faixa no álbum "Bandalhismo" do João Bosco chamada "Profissionalismo é isso aí"...

"Era eu e mais dez num pardieiro
No estácio de sá.
Fazia biscate o dia inteiro
Pra não desovar" (...)

Lembra? Parafraseei-o!

Dia desses, ano passado e o carnaval ia (ou vinha) longe, um amigo sugeriu: "faz uma coletânea de samba pra mim. Tipo uma que conte a história do gênero!" Pô, por quem o amigo me toma, Sérgio Cabral? Mas achei o desafio interessante e topei. Claro que a meu modo. Então juntei uns autores muito antigos à Heitor dos Prazeres (1898 1966), botei a carioquice de lado e acrescentei (sem reservas) o samba ponte aérea Rio/Sampa - da era pré-Electra - dos "da Garoa" e Vanzolini (com Carmem Costa e Paulo Marquez), somei a isso uns cronistas que sempre me inspiraram, como Aldir Blanc... E me divertem, tal qual Bezerra da Silva + uns paulistinhas de vanguarda, como Kiko Dinucci - e seu samba engajado, super-bem humorado. Mas logo esqueci a política da boa vizinhança e pesei as cores no Rio de novo porque não sou de ferro! Daí surgiu essa compilation-do-criolo-doido que apresento agora a você. Ao disco dei o nome de "SÓ NO SAPATO 2" - claro que teve o volume 1. Mas gostei mais do resultado deste aqui. Espero que curtam. O amigo agradece até hoje.

1) Heitor dos Prazeres - NADA DE ROK ROK
2) Nelson Cavaquinho - PRANTO DE POETA
3) Pixinguinha - PATRÃO PRENDA SEU GATO
4) Tom Jobim & R. Menescal - MULHER, SEMPRE MULHER
5) Carmem Costa & Paulo Marquez - MULHER QUE NÃO DA SAMBA
6) Demônios da Garoa - SAMBA DO ARNESTO
7) Jacob Do Bandolim - RECEITA DE SAMBA
8) Cartola - AUTONOMIA
9) Carlos Cachaça - CRUELDADE
10) Cláudia Telles - CORRA E OLHE O CÉU
11) Clementina de Jesus - SONHO MEU
12) Noel Rosa - SAMBA DA BOA VONTADE
13) Bezerra da Silva - A SEMENTE
14) Elton Medeiros - SENADOR
15) Chico B.de Hollanda - SAMBA E AMOR
16) Joao Bosco - GOL ANULADO
17) J.Bosco & Paulinho da Viola - BANDALHISMO
18) Paulinho da Viola - NÃO POSSO VIVER SEM ELA
19) Paulinho da Viola - DESILUSÃO
20) João Nogueira - GAGO APAIXONADO
21) João Nogueira - EU, HEIN, ROSA!
22) Kiko Dinucci - SAMBA MANCO
23) Kiko Dinucci & Duo Moviola - RETRATO DO ARTISTA QUANDO PEDE
24) A.Blanc & Maurício Tapajós - QUERELAS DO BRASIL
25) Dorival Caymmi - APRESENTAÇÃO DE ALDIR
26) Rolando - NA ORELHA DO PANDEIRO
27) Guinga & Aldir Blanc - SETE ESTRELAS
28) João Donato - RIO
29) Sérgio Porto & Aracy de Almeida - RIO DO MEU AMOR, ATÉ AMANHÃ

SÓ NO SAPATO 2

Bem, acima a 1ª parte do meu carnaval. Abaixo, o meu lado franco atirador. Andava meio p da vida com essa sanha momesca de um bloco-em-cada-esquina aqui, nas cercanias do meu quintalzinho particular no Jardin de Alah. Porra até a Preta Gil cruzou o meu espaço com o seu bloquinho vi ai pi que... não podia desfilar na Ilha de Caras? Enfim, naquele dia resolvi ouvir techno - seu san Érico sabe da missa a metade... Eu chamo Techno, mas não é o que é qui é o que eu chamo. Deu pra entender? Explico melhor: Não tenho o menor saco de aprender as 10.000.000 de rotulares variações que a música eletrônica absorve pelo caminho. O que eu sei é que é muito eletronco, ou seja, o tronco (ou o tranco) é eletrônico, mas é muito roquenrou, também. O destaque na compilação, embora todas as faixas sejam bem bacanudas, vão para a banda Saturna, que descobri já esse ano, e o excelente projeto de dois DJs produtores ("hitech-rock" legal!) chamado Atomic Hooligan - esses são velhos conhecidos e eu sempre tive vontade de postálos aqui. Na coletênea estão 3 faixas dos caras. A esse disco-compilation (reco-record) dei o nome de "HiTech Rocks, Remixes & Risks. Riscos porque me arrisquei numa seara que está longe de ser a minha praia. Mas o maior risco agora ficará para quem baixa. É arriscado gostar.

1) Eels - CANCER FOR THE CURE
2) Saturna - POP ROCKS
3) The Frequency - TAKE ME AWAY
4) The High Violets - SUN BABY
5) Bassnectar - WHEN I GROW UP
6) Atomic Hooligan - SEVEN 10 SPLIT
7) Atomic Hooligan - DIRTY
8) Atomic Hooligan - BLAH BLAH BLAH
9) Plaza De Funk - DO IT
10) Peaches - STICK IT TO THE PIMP
11) Kinky - THE HEADPHONIST
12) Brazilian Girls - JIQUE
13) Anne Clark - FULL MOON
14) Dinosaur Pile-Up - MY ROCK N ROLL
15) Spiritualized - OUT OF SIGHT
16) Porcas Borboletas - A PASSEIO

Hi-Techno Rocks, Remixes & Risks parte 1

Hi-Techno Rocks, Remixes & Risks parte 2

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Joyce & Tutty Moreno (Samba Jazz & Outras Bossas) 2007


NOTA DE PRÉ-LANÇAMENTO: 26/01/2007: "Joyce vai entrar em estúdio de 5 a 15 de fevereiro para gravar seu quarto disco para o selo inglês FarOut. O CD, "Samba-Jazz & Outras Bossas", será todo dividido com o baterista Tutty Moreno, marido da compositora. A idéia de Joyce é celebrar seus 30 anos de parceria afetiva e musical com Tutty. Como o nome do álbum já anuncia, o samba-jazz será o ritmo dominante no repertório. Pelo mesmo Far Out, a artista já gravou Hard Bossa (1999), Gafieira Moderna (2001) e Banda Maluca (2003), sendo que o álbum Rio-Bahia (2005), dividido com Dori Caymmi e feito para a JVC do Japão, também teve a participação do selo inglês na produção. O novo CD trará no repertório inéditas de Joyce como Compositor e Sabe Quem Samba - feitas com Paulo César Pinheiro e Zé Renato."

NOTA DE LANÇAMENTO: 21/12/2007 "Comemorando 30 anos de parceria com Tutty Moreno, chega ao mercado nacional (Portugal) o mais novo trabalho de Joyce intitulado “Samba-Jazz & outras Bossas”. Samba jazz foi um estilo muito em voga no Brasil em meados dos anos 60 e Joyce com Tutty Moreno recuperam o som com mestria e saber, temos aqui excelentes composições essencialmente instrumentais como “Shangri-la”, “Garoto” ou “Tema pro Baden” e grandes canções como a fantástica “Compositor”, a bonita leitura de “Berimbau”, a festiva “Sabe quem?” e a delicada “Bodas de vinil”. Um disco arrebatador, muito cool, muito jazz, muito bossa-nova e que marca (em grande forma) o regresso às lides discográficas de uma das melhores intérpretes da MPB. 8/10"

NOTA DE PÉ DE PÁGINA: 14/01/2010: Bem, este excelente documento do trabalho de uma de nossas melhores compositoras e intérpretes nacionais (que também marca os 30 anos de uma feliz/amorosa parceria), foi gravado e saiu, como atestam os textos (satisfeitos) de 2 blogs portugueses distintos, no decorrer do mesmo ano de gravação e lançamento. Aqui, na terrinha em que em se plantando tudo (vai) dá (pro estrangeiro), não vimos nem ouvimos uma nota só, do e sobre, o disco. Portanto, corresponde a filosofia da Reco-Records/Shoes Box trazer - aos sortudos que nos encontram - uma amostra genérica de uma obra legítima brasileira, ainda inédita no Brasil.

Ps. (eu não resisto): é por aqui que a banda toca. Aqui e por tantas outras virtuais que dá dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-fu majors!

Joyce & Tutty Moreno (Samba Jazz & Outras Bossas) 2007

domingo, 15 de novembro de 2009

Antônio Carlos Jobim - Ao Vivo em Minas piano e voz [1981]


Seriam, queridos Tom & Poetinha, os butecos do Além tão perfeitamente imperfeitinhos como os nossos? Em meio a uma discussão acalorada de mesa de bar alguém disse: o Tom é o George Gershwin brasileiro!... Ao que o outro retrucou: corrija isso, o Gershwin é que é o Jobim americano! De minha parte eu sei lá quem é maior que o outro, só sei que ali estava um belo exemplo para explicar a expressão "briga de cachorro grande"...

Em 8 de dezembro do corrente completaremos 15 anos sem a companhia do, em minha opinião, maior artista popular do Brasil! Neste álbum, distribuído (e fora de catálogo) pela Biscoito Fino, podemos experimentar uma sensação de quase intimidade com o Tom. É possível ouvi-lo arfando ao piano, com aquela respiração pesada, característica de quem digamos, deu uma leve sacrificadinha na saúde em detrimento da bohemia, entre uma canção genial e outra. O texto abaixo fazia parte do encarte do CD e conta a história desse show quando os astros lá do firmamento conspiraram para um dos mais emocionantes registros da carreira do nosso artista maior - talvez, clima semelhante fosse e foi possível encontrar no show que Tom realizou no Arpoador, pouco antes de partir. Eu estava lá. E uma das... aliás, nada de "uma das", a cena mais antológica que presenciei num show musical aconteceu naquela quente tarde/noite de verão: enquanto Tom cantava Samba do Avião, um avião Electra voando baixinho - fazia a Ponte Rio-São Paulo - atravessou o céu por sobre o palco, desaparecendo atrás dos Dois Irmãos. Como se a alegoria fizesse parte do roteiro do show, a platéia foi ao delírio! E quem esteve naquela apresentação, jamais esquecerá esse momento mágico. Eram outras épocas, outro Rio, outros pilotos certamente, pilotando aeroplanos mais românticos... Estava no roteiro do show. Não foi mero acidente.

Texto do Encarte:

"Foi durante as águas de março de 1981 que o público presente no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, assistiu pela primeira vez, em 20 anos, a um recital de Antonio Carlos Jobim na capital mineira. Ainda tocado pela perda do poetinha Vinicius de Moraes, que morrera há menos de um ano, Tom recriou de maneira particularmente emocionada algo essencial de seu cancioneiro e homenageou seus principais parceiros de vida e música.

Só com o piano, Tom cantou, tocou e conversou, soberano das artes seja em que palácio for, como se estivesse na sala de visitas de sua própria casa – ou na sala de qualquer um de nós. São 18 músicas, duas com Newton Mendonça, duas com Dolores Duran, duas com Aloysio de Oliveira, uma com Chico Buarque, sete com Vinicius, quatro só de Tom. Era o segundo e último dia de apresentação do maestro em Belo Horizonte, a convite de uma fundação local. O jornal Estado de Minas de 15 de março de 1981 publicava uma discreta foto de Jobim com a flauta e anunciava o concerto às 21h, “com os ingressos custando 600 cruzeiros”.

De saída, Tom demonstrou que a noite seria mesmo confessional: “Não sou muito de fazer show. Quem me levou pra este negócio foi o Vinicius, o Toquinho, A Miúcha”. E prosseguiu: “É fácil fazer show escorado em músicos, parceiros, orquestra grande. (Desta vez) preferimos fazer uma coisa mais íntima porque a gente não pode ser aquele menino tímido pra sempre, né?”, gracejou o maestro, no plural, como se falasse também pelo piano, antes de dedicar o show aos parceiros, “que muito me ajudaram”.

O primeiro parceiro citado foi Newton Mendonça, em Desafinado e Samba de uma Nota Só, dois dos maiores standards internacionais da obra de Jobim. Sobre a primeira, contou o maestro que a princípio “ninguém quis gravar, os editores não queriam editar e nem João Gilberto quis nada com ela”. E emendou com uma ouverture só conhecida pelos iniciados: “Quando eu vou cantar / você não deixa / e sempre vem a mesma queixa / diz que eu desafino / que não sei cantar / você tão bonita / mas tua beleza também pode se enganar / se você disser que eu desafino amor...” Segundo o escritor Ruy Castro, no livro Chega de Saudade, a introdução teria sido composta sem Newton, com letra de Ronaldo Bôscoli.

Em seguida, Jobim falou de “uma moça chamada Dolores Duran. Eu tava fazendo uma música com Vinicius. Fomos à rádio nacional e lá estava a Dolores. Toquei a música, ela tirou o lápis de sobrancelha da bolsinha, em cinco minutos escreveu a letra e botou assim: Vinicius, dois pontos. Outra letra é covardia”. Tom tocou Por Causa de Você, a obra prima tirada da caixa de maquiagem de Dolores Duran, e engatou outra parceria com Dolores, Estrada do Sol, a única de todo o concerto executada em versão instrumental.

O início da parceria com Vinicius de Moraes já foi esmiuçado por diversos pesquisadores. Mas nada como ouvir contada por Tom. “Ele era diplomata e veio de Paris com a idéia de fazer uma peça de teatro chamada Orfeu da Conceição. Chegou no Rio e procurou um músico para compor com ele as músicas da peça”, disse, como quem confidencia ao ouvido de cada espectador. Confirmou que o primeiro a ser procurado por Vinicius foi o veterano Vadico que, adoentado, recusou a oferta. Até que se deu o mitológico encontro no Bar Vilarino, no centro do Rio, numa noite de 1956.

“Lucio Rangel me apresentou ao Vinicius, que me levou ao grande mundo carioca, em casas com pianos de cauda e senhoras bem lavadas. Eu andava com uma pastinha cheia de arranjos, competindo com o aluguel. Perguntei: Escuta tem um dinheirinho nisso? Lucio ficou escandalizado: ô Tom Jobim, esse aí é o poeta Vinicius de Moraes. Eu digo, ah bom” recorda, sob a cumplicidade de risos radiantes. Tom mencionou “alguns sambas meio bobos jogados na lata do lixo, até que apareceu um samba bom”, e iniciou uma seqüência de tirar o fôlego: Se Todos Fossem Iguais a Você, Água de Beber, Eu não Existo sem Você, Modinha, Chega de Saudade.

Dindi e Eu Preciso de Você representam a parceria com Aloysio de Oliveira, que alguns anos antes produzira o disco Tom e Elis. Depois de Aloysio, Tom falou de um certo “parceiro meu de olhos azuis, que dizem que são verdes, depende da luz do dia. O rapaz é um gênio, é craque mesmo, tipo Pelé, Garrincha”, situa, antes de proporcionar ao público uma apresentação magistral de Retrato em Branco e Preto. No piano, o contraponto dos graves, com as teclas agudas solando a melodia, deram a medida dos dias tristes e noites claras propostas pela letra de Chico Buarque de Hollanda.

Conhecedor das pedras do caminho, Jobim anunciou, por fim: “um rapaz aqui um tanto dispersivo. Meu parceiro também, um tal de Tom Jobim”. A introdução de Corcovado fez Belo Horizonte vislumbrar o Redentor de alguma janela do Palácio das Artes. Os olhos de Lígia abrangem versos pouco conhecidos: “Você se aproxima de mim / com esses modos estranhos / eu digo que sim / mas seus olhos castanhos / me metem mais medo que um dia de sol”, antecipando o samba-choro Falando de Amor. No final, a enxurrada melódica e poética de Águas de Março e o bis de Garota de Ipanema. Antonio Carlos Jobim em Minas nos transforma em testemunhas auditivas e sensoriais de uma das mais felizes noites da história da música brasileira."

EM TEMPO: A BOA NOTÍCIA É QUE O ÁLBUM FOI REEDITADO PELA BISCOITO FINO. A MÁ É QUE MEU LINKZINHO FOI DELETADO. O ÁLBUM VALE MUITO A PENA. MAS R$ 39, 90 É UMA PENA... DEIXA ELES.


Antônio Carlos Jobim - Ao Vivo em Minas - piano e voz [1981]



terça-feira, 27 de outubro de 2009

NUM BAILE DE 'ORQUESTRA LUNAR' AS DAMAS TIRAM OS CAVALHEIROS PARA BAILAR



E lá fui eu dar a minha caminhada na Lagoa (Rodrigo de Freitas), aproveitando o ensejo para passar na casa da amiga Manoela Marinho, a Manu do Cavaquinho. Eu, feliz da vida, acreditando que, com exclusividade, apresentaria o 1º álbum da Orquestra Lunar, como também, o meu inaugural inédito de MPB autorizado por uma das artistas fundadoras do grupo... Importante, não? Eu também me achei. E seria se o disco já não tivesse vazado na blogsfera e estufado a Rede de convivência interplanetária. Era de se admirar? Acho que não, dada a qualidade da música contida naquele CD e dos antenados coleguinas blogueiros do "Música da Boa" e "Um que Tenha", sempre na pista de mais e melhores artistas inéditos para nos apresentar. Pera lá, eu disse Um que tenha? Aquele que teve e já não tinha mais? Vá e veja. O UqT voltou! Deu uma parada estratégica nos boxes, mas já está de volta à pista com força e com vontade! Então tá zuzo!

Quanto a exclusiva da Orquestra... Bem, condição sinequanon para ter-se obrigação de ser o 1º, pra mim já foi. Foi naquela hora crucial quando papai e mamãe, também a seu modo, bailavam... Algo me dizia que aquela era a hora H de desembestar na frente. Então, aqui e agora, pacero, resta-me o consolo de ter de papel passado autorização para postar esse disquinho precioso. Isso a concorrência não teve. Agora, deixemos de papo furado, calce logo o bicolor, leitor, e pode baixar esse trem -de pouso- que deu teto na pista. Ela é toda tua!


RELEASE

Orquestra Lunar

A Orquestra Lunar nasceu numa noite da Lapa atual. Nessa nova Lapa que traz de volta o maravilhoso hábito de dançar ao som de música ao vivo e que enche os palcos do histórico centro carioca de grupos de grandes formações. Essas verdadeiras “orquestras de gafieira” redescobrindo sambas, choros, maxixes, baiões e apresentando uma nova safra de composições, ganham um público cada vez maior.

O grupo é formado por dez mulheres, que trazem em sua bagagem musical muitas vivências e estilos, e é dessa convivência criativa e da experiência de bailes e shows, que surge a marca da orquestra: um som vibrante, dançante e brasileiro. É esse som que a Orquestra Lunar mostrou em seu CD “Orquestra Lunar” lançado no dia 4 de Dezembro de 2007, no Teatro Rival, pelo selo Radio MEC, através de arranjos próprios e um repertório todo de mulheres compositoras, cuidadosamente escolhido entre músicas que atravessam as décadas por sua força e outras que chegaram agora soprando os novos ventos. A Orquestra ficou entre os três finalistas na categoria de Melhor Grupo de MPB do Prêmio TIM 2008.


Orquestra Lunar:
Áurea Martins e Vika Barcellos (vozes), Sheila Zagury (piano), Mônica Ávila (sax alto e flauta), Kátia Preta Nascimento (trombone), Sueli Faria (sax barítono e flauta), Manoela Marinho (violão e cavaquinho), Geórgia Câmara (bateria e pandeiro), Luciana Requião (baixo) e Samantha Rennó (percussão e vibrafone)

Convidadas: Dona Ivone Lara, Daniela Spielmann, Vera de Andrade, Cristina Bhering, Ana Costa, Ângela Suarez, Daniela Rennó e Délia Fischer.


ORQUESTRA LUNAR - 2007 NOVO LINK


Beijo para você Manuka e toda a Orquestra. Que brilhem e reluzam muito (mais ainda) nas pistas deste país e mundo a fora!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Olímpia!


Baba, bobo.

Eu sei. Não é lá muito higiênico. Mas, aqui... Vocês vão ter que me engolir!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tenorio Jr. (Embalo) 1964


Bem amigo, queres saber quase na íntegra a história do músico Tenório Jr, que em 1976, viajou à Argentina acompanhando – para acompanhar, ao piano, shows de Vinícius de Moraes & Toquinho – e nunca mais voltou? Vá direto à fonte. Lá, no clique do link, lê-se também sobre este disco postado. Infelizmente, aqui não se vai tratar desse assunto. Depois, na volta, se Deus Misericordioso.Com Aceitação, fechar seus olhos pro lado de k da força, o link aqui estará te esperando.


Mais abaixo no Sônico, ouve-se mais Tenório Jr. O que será sempre um imenso prazer, dividí-lo com você.


Por hora, no meu microcosmo circular recorrente, vou analisar porque não se encontra mais álbuns como estes 2 (super-citados e postados), na praça. Direto ao ponto:


Não tem mercado pra eles? Não. Claro que não, pra Q? Ou melhor, para quem?


Não há o interesse em mexer nesse vespero. O mercado raciocina: “é o que o público, este que está aí, quer? Evidente que não! O que o povão quer é a música de consumo rápido e de produção a toque de caixa, que nós executivos, pais do mercado, atenciosamente dedicamos a eles.


Lembras de uma canção de Zé Ramalho? Êh, vida de gado. Povo marcado. Povo feliz!


Entendeu o "marcado"? Se entendeu, você não serve ao mercado. Calaro que não era pra entender!


Tem mais uma que curto muito:


(...) "Eu sou a música da gente quando nua e crua
Escorro do nariz do pobre quando ele se assua
Sou Carolina na janela desejando a rua...
Com a solitude eu ando acompanhado
Cada virtude minha é um pecado

Varejeira come lixo feito creme chantili
Qual mistério tem aí?
E qual lição eu aprendi?"


Essa de Guinga & Aldir Blanc. Título, "Sete estrelas".


Então, se você vai nas poucas lojas de discos que ainda sobrevivem, você tem duas opções. Ou são aquelas especializadas em música de qualidade (com os preços, obviamente, ajustados a essa categoria e a qualidade de um consumidor limpo e bem vestido), geralmente dentro de livrarias como a Saraiva, Travessa... ou vai ao lugar que o seu poder aquisitivo e a sua necessidade te arrasta: Americanas , Casas Bahia, Ricardo, Casa & Video... Nelas, você entra e o que estará tocando naqueles auto-falantes em alto e bom som? Ivete Sangalo, Calypso e congêneres, certo? Não está certo, mas é o que é. Em compensaçããão (adoro as compensações!), nas telas das tevês de plasma da loja, estará passando vídeos/DVDs, adivinha de quem!?... Sabidão de papai! Claro! Na ordem invertida, mas Calypso & Ivete, idem, idem. Papai capital já decidiu isso antes pra você, filho. Lembra? Logo que você nasceu, papai foi trabalhar, mamãe foi pra lida no tanque e nós o deixamos entregue a sua querida rainha dos baixinhos... Então...


E agora, papai?


E agora é o caralho! Aliás, papai... é a...


Bom, deixa eu me calar, sabe... Agora você já é um marmanjo! Pensando o quê? Que é mole de viver? Não há 3ª via pra você, não, operário! Ponha isso embaixo do teu capacete em sua marretada consciência! E depois compre um Melhoral, qué melhor e não faz mal, se lhe doer as idéias. Porque o barato desse pai patrão é te manter comprando e ocupado! Nós te fornecemos a doença e até, se merecer, o barato da cura. Cachaça! – não necessariamente nesta ordem, claro... No fim e ao cabo (pro caso de você se apaixonar), o nosso maior negócio é que permaneças quieto, ordenado, ordenhado, estabulado, enfim, gado produtivo e feliz! Sorvendo lixo como creme chantilly. Qual mistério tem aí?.................. Burro pra carái....


Mas se você é abastado e conhece de cabo a rabo (mais o rabo) as artimanhas do Capital, é claro, que a essa altura, pulou a parte chata de ter que ler e já está escutando no Embalo o seu Tenório Jr, certo?... E nem se dignou ir no link indicado porque sabe da missa mais da metade. Só não sabia onde achar digrátis o álbum em questão. Então não está mais lendo esse prego do blog que bate em várias teclas pra insistir no mesmo assunto. Aliás, essa alma existe?... Você existe? E gosta de Tenório Jr?... MPBossa nova?!... Se sim, tens o poder! Então, além de fazer o copo aqui ao lado escrever "babaca", eu mereço, rogo que sejas sabichão o suficiente pra entender que não é por você que me dou esse trabalho. Desde a 1ª postagem, nunca foi.


Tenorio Jr. (Embalo) 1964


No fim das contas, Abraços, aos dois. Um pro bem amigo, outro pro amiguinho da onça.

Tico da Costa (Latente) 1983



Ele tem um jeito de cantar que lembra muito Antônio Nóbrega. Mas um estilo ainda mais singelo e naïf, como a arte tipicamente produzida no nordeste.

Infelizmente, para saber dos acontecimentos sobre os artistas da real música popular brasileira, é necessário se ter tempo e um computador, porque a informação não me chegou pela grande imprensa, mas, em detalhes, pelos blogs, ou, de Nova Iorque, como foi o caso aqui. Lucas Mendes informou no Manhattan Connection. Delicioso paradoxo. Pra saber sobre a cultura popular foi necessário estar ligado num dos programas mais burguêses da televisão...

Vítima de câncer morreu no início da tarde de sábado, 29 de agosto, o cantor e compositor Tico da Costa, 57 anos.

Ele estava internado no Hospital Onofre Lopes desde o final de julho quando sofreu um acidente vascular cerebral.

Casado com Sara Fracchia, pai de três filhos, Tico da Costa morou oito anos na Itália, onde gravou sete de seus 16 discos. Natural de Areia Branca, desenvolvia um importante trabalho de divulgação da Música Popular Brasileira na Europa e nos Estados Unidos.


Tico da Costa (Latente) 1983

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

d'Os & d'A$


OS COBRAS: Corria o ano de 1963 quando um grupo de artistas, craques da música instrumental brasileira se enamora e se junta em torno de uma idéia. Modéstias a parte, auto-intitulam-se "Os Cobras" e dão luz a um único herdeiro. Batizam o filho legítimo de O LP.

“Parla!", bem poderiam dizer, a exemplo de Michelangelo, ao perceber que arquitetaram uma das obras mais importantes e fundamentais da história do samba-jazz.

Cobras? Manja o escrete: Milton Banana (bateria); Tenório Jr .(piano); Raulzinho (trombone); Zezinho (baixo) e Hamilton Cruz (trompete)

Participações especiais:
Pascoal Meireles (sax-alto, flauta, arranjos), PauloMoura (sax-alto, arranjos), Maestro Cipó (sax-tenor, arranjos), Jorginho (sax-alto, flauta), Aurino (sax-barítono), Ugo (vibrafone), Roberto Menescal (violão), Carlos Monteiro de Souza (arranjos)

A produção ficou a cargo de Roberto Jorge, a supervisão com Maestro Zaccarias e a direção artística seria de Paulo Rocco.

O que mais dizer?........Obrigatório, Imprescindível.

Os Cobras - O LP [1963]

Meio século dispois...

AS $OBRAS: Corria - desabalado - o século 21, quando um coletivo de duplas (à moda junina pode-se considerar formação de quadrilha?), se incorpora em torno de um plano e entitula-se "OS CABRA". Ligeiramente prenhes parem O DVD - deu no Fantástico.

...

Bem, já essa é uma outra estória. Ficção ou não, baseado em fatos reais, é melhor deixar quieto.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson - In Bossa Moments [2008]


Vai em paz, menino maluquinho.

Michael Jackson - In Bossa Moments [2008]

SENHA/PASSWORD: www.bajateloz.com

Observem que a postagem lá encima indica a data de 25/08/2009. Este texto foi postado em 03/07/2009:


Bem (tambem poderia ser "Ben") passada a febre que acometeu o mundo com a morte - fatalidade mais que anunciada e prevista - de Jakko, dar-te-ei meu pitaco: Em 1º lugar, alguém com imaginação ainda mais delirante que a minha conseguiria imaginar Michael Jackson um ancião? A imagem que mais me chocou no Scorseseano A Ultima Tentação de Cristo foi justo o cristo ancião, pai de filho, entediado – só faltou o pijama... Inimaginável visão. E, para aqueles que acham q vou comparar o rei do pop com o rei dos cristãos, alto lá! Não é por aí. A ligação é outra. Passamos a vida vendo a imagem de Cristo jovem assim como o Michael. Sua doença era não admitir a velhice, daí q Jakko ancião, vai no mesmo diapasão. Impensáveis, duas aberrações.


Michael é um gênio? Sim! Acima de tudo gênio dos negócios, gênio do marquetingue, gênio que anteviu q o audiovisual se tornaria o novo caminho da música pop e quase o maior gênio de todos na dança. Um misto Gene Kelly e Fred Astaire modernos + Elvis + James Brown e por aí vai. Todo o conjunto de conquista é pouco para rotular alguém como gênio?... Preencha a linha pontilhada. Até aqui, falou-se o óbvio – mas tem gente que não concorda, então deixa eu continuas a dar minha visão dos fatos.


E na música? Ben... (agora é ben mesmo) the two of us need look no more...


É... Mais ou menos, né? Gênio da música na minha humildíssima, quase rasteira visão é Gershwin, Tom Jobim, Jimi Hendrix, Heitor Villa-Lobos, Hermeto Pascoal, John Coltrane, Ennio Morricone... Só pra ficar nos mais ou menos contemporâneos. Michael Jackson é o que eu sempre digo - ainda é e será por muito tempo - aquela coca-cola toda. Coca-cola, gente! Produto pop perfeito, em breve nem o casco será retornável.


Então, agora sim tomo um desvio do óbvio: a grande discussão é a em torno da personalidade desse menino de 50 anos. Um Forest Gump da vida real. Q como o personagem, com tudo que ouvi em depoimentos de gente que conviveu com o astro, me fez pensar numa possibilidade, surreal, pela qual torço, sempre que me vem o atro rei do pop no pensamento: e se ele realmente não tiver molestado as criancinhas? Hein? Hein? Hein - como diria o Adnet. Alguém aí pensou que o garoto, cuja idade mental regulava (regulava é ó-ti-mo!) com a dos meninos que ele levava para dormir em sua cama, pudesse ter com eles apenas brincadeiras inocentes, condizentes com as da idade mental comum a petizada? Ah que tremenda sapecada seria, nos córnis da humanidade inquisidora!, a possibilidade da inocência de Michael Jackson... Sim, pq muitos alguns pelo mundo refletiría(mos) como seria bom rever nossos conceitos. Alguém aí viu o Jakko bolinando garotinhos, visitou o suposto abatedoro, Neverland? Poxa, nunca vi de perto nem o castelo kitsh do deputadinho anão! Mal ultrapassei as fronteiras da Sarneyland... Pois, é gente! Vastos são os domínios daquele pederasta! Molestados somos nós, marmanjões, cas carça nas mãos! Mas agora sério: sequer imagine, leitor, que esteja eu me excluindo desse novo julgamento. Nunca jamais acreditei na possibilidade de inocência de Michael Jackson, simplesmente, sequer cogitei uma fantasia dessas. Seria quase tão grave como acreditar numa palavra sincera vinda da Xuxa. Mas agora sei lá, sabe? Tenho ouvido umas coisas de gente próxima demais e interessada de menos em mentir... Além de que, dizer que a hipótese de inocência é impossível seria o mesmo que assumir que estando naquela pele, a sordidez seria a maneira natural de lidar com os outros meninos. E por falar nos meninos: por outro lado, do de cá da sanidade, q pais em sã consciência entregaria os próprios filhos aos cuidados de um seqüelado como o dr. Jakko, em sã consciência, sem antes recomendar, cheio das boas intenções...: "Faça tudo que tio Michael mandar, viu, filho?" Enfim, era isso.


Valeu menino maluquinho. Se não nos deste uma lição edificante na estada, mostre-nos, uma fresta que seja, de redenção e esperança, à saída - com luvas de pelica seria legal e bem ao seu estilo moonwalk de se afastar do caso.

Em tempo: o link desta postagem foi deletado - muito provavelmente por um poder paralelo. estratosfeérico qualquer. Costumo e até gosto de brigar com essas entidades do além restaurando links mas desta vez não o farei não. Afinal os pobres herdeiros do cantor precisam e tem lá os seus direitos de garantir o leite dos Jacksons por mais algumas gerações, certo? E não serei eu q meterei minha colher nessa pendenga. Nem esse som vale tanto à pena assim.

Abraços a todos!