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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Wraygunn (Soul Jam) 2001 - O 1º da série


O texto abaixo data da ocasião do lançamento do álbum em 2001.

"Podiam perfeitamente ser norte-americanos. Podiam mesmo ser, por exemplo, do Mississipi, mas também de Nova York, ou Austin. Aliás, poucos neste planeta têm o rock, os blues, o funk, a soul e o hip-hop tão entranhados nas suas personalidades como os filhos da Terra Prometida. Poucos, mas alguns é certo. Entre estes está uma rapaziada de Coimbra, que dá pelo nome de Wray Gunn e acaba de editar aquele que, até ao momento, pode ser considerado como o mais fantástico, fresco e original álbum português de 2001.

Os The Wray Gunn são o projecto do ex-Tédio Boys Paulo Furtado (acompanhado por Miguel Pinheiro - voz, Francisco Correia - dj e sampler, Sérgio Cardoso - baixo, Pedro Pinto - bateria e percussão e Raquel Ralha e Luís Pedro Madeira, dos também conimbricenses Belle Chase Hotel, respectivamente na voz e teclados), o que, só por si, já explica o som de "Soul Jam". Furtado percorreu a América em duas digressões com os Tédio, sentiu na pele, nos ossos e no seu âmago criativo o país e absorveu-o. "Soul Jam" é o resultado mais que elucidativo dessas viagens "coast to coast", tal como qualquer melómano imagina que seja: uma banda, uma carrinha, milhares de quilómetros pela frente, muitos palcos para pisar e inúmeras influências para absorver. Neste disco há bocadinhos de James Brown ("Get up on your feet and dance"), Sly and the Family Stone ( no funk clássico de "Under my skin") ou Cypress Hill ("W. G."), há uma versão de uma música gravada por Frederic Knight em 1972 (o single "Lonely"), há melodias viciantes ("Going Down"), há a rudeza blues-rock de "Ain´t gonna break my soul" (e a fabulosa versão em português cantada por Adolfo Luxúria Canibal) e há, sobretudo, um convite explícito à dança. Por isso ponham-se de pé e... dancem."

Fonte: Urbi et orbi

Wraygunn (Soul Jam) 2001

sábado, 9 de janeiro de 2010

Then Crooked Vultures - 2009


Algumas considerações sobre vultures e outras criaturas...


Depois da experiência ontem, de partir prum pé sujim bem imundim pra modo de entrar no clima, só para além da cerva gelada, apreciá-la na companhia deste álbum, eu não podia deixar o evento passar em brancas nuvens. Que álbum é este?


Mas, porram, leitor, neste contudo de todavia, cobri-lo (o álbum) de loas é quase tanta perda de tempo quanto fazer link para você baixá-lo. Primeiro porque todo mundo já encheu a bola – e todo mundo do mundo de gente com opinião!... Segundo porque pôr link nesta postagem é cutucar a onça com vara curta. Majors executivos feridos, camarada, são como a fera ferida - onça, tigreza, leoa, hipopótama... tudo fêmea, pq protegem mais selvagemente a cria (alheia que eles se acham donos). Então pra quê arriscar-se a subir um álbum/link que vai ficar ativo por 2, 3 dias (ou duas, 3 horas), sobre pena de ter o próprio blog cassado? E outra! Todo mundo q é ligado em rock já esperava pelo disco, segundos depois de alguém informar uma parceria entre um trio dos mais importantes músicos das mais importantes bandas de gerações díspares! Dois dos anos 90/2000 + um lá dos idos de 1968...


No entanto, camarada leitor, Then Crooked Vultures deixou uma impressão indelével na minha cabecinha etilizada ontem. Aí eu pensei, “devo dizer algo sobre a banda no blog”. Mas o que se tudo já foi dito? Foi quando começou a tocar a faixa nove do disco “Interlude With Ludes”. Bem, de tudo que li sobre o TCV, nada disseram que esta música era uma citação - das mais estilosas - da mais enigmática canção do Led Zeppelin “Friends” do Led Zeppelin III de 1970. E que a última faixa (13) do Then Crooked Vultures, “Spinning In Daffodils” é muito!, “Immigrant Song”, a primeira faixa do mesmo III do Led Zeppelin! Deméritos por isso? Mas é CA-LA-RO que não! Esse é fatalmente o melhor álbum de rock lançado em décadas! Não há nada que se compare a junção de um “dream team” formado pelo batera do Nirvana, o baixista do Led Zeppelin e o guitarrista do Queens Of The Stone Age e do Kyuss. A coisa é de deixar qualquer roqueiro salivando e exigindo mil bisis à altura da reputação destes mitos vivos que são David Grohl, John Paul Jones e Josh Homme. Mais uma semelhança interessante não citada (ao menos as que li) nos textos sobre a banda? Repare em “Elephants”, a faixa 5 do Vultures e vê se o teu lado DJ não te impulsiona a tascar na seqüência “Cult Of Personality dos Living Colours. Outro demérito nisso? ... Ah, vá te K tá!


Bem, acho que o álbum ainda não foi lançado no Brasil. Minha base para esta afirmação tem uma formulação bem simples: o google. Pelo google eu pesquiso as Americanas.com (q tbm vende importados), um dos mais gigantescos magazines populares do Brasil, e se lá não chegou (nem importado) lançamento tão mundialmente importante... Opção um: a coisa ainda está (a venda) só pros antenados fanáticos e/ou endinheirados. Opção dois: para download aos muito antenados, duros, bem informados que não baixam discos somente em blogs. Opção 3: aos antenados endinheirados pão-duros executivos (também) das majors rivais – que não gostam de comprar discos porque sabem que comprar disco é só para os abnegados da “Opção 1”.


Olha, abnegado da Opção 1, não se aperreie. Mas eu creio que se você sacrifica um prazer para ter o prazer de ter este álbum físico pagando entre 60 e 100 reais, você justifica o custo deste álbum. E você, se formar com outros centenas de milhares uma família, encarna a explicação do porque CDs custam tão caro. Então, cai na real: é você e sua numerosa família dizendo ao mundo que dá pra comprar discos a este preço absurdo, já que você, não sendo endinheirado, pode sacrificar até necessidades mais vitais, em detrimento de teu prazer. Será você também a justificar as multas sureais e até prisão (lembre-se das 'feras feridas' do executivo)?) aos que fazem a opção de baixar de graça os discos. Isso é uma guerra neguinho. Então, no mínimo, mire-se no exemplo daquela mulher de A(n)tenas - a mamãe. Poizé, a mamãe!. E antes de sair comprando a bangu, ao menos, pesquise e pechinche, s.e.u.z.é!


É impressionante. Eu mesmo me surpreendo comigo porque não consigo controlar a raiva quando penso neste assunto. Enfim... Xeu me calar.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

COBRA VERDE (COPYCAT KILLERS) 2005 E OUTROS DESABAFOS (Não necessariamente, nesta ordem)



Ontem foi um dia de cão. Pela vez (negritado que é pra frisar) tive que trocar minha impressora nova por outra 0 bala. Tudo, claro, patrocinado, só os transtornos, pela HP (Hewlett-Packard do Brasil) que é mais criativa do que as outras -
no quesito criar problemas. Não! Problema nenhum comprar um aparelho que só funciona, no máximo, 7 meses!... Problema nenhum, ter um aparelho que ao invés de imprimir, almoça, janta, banqueteia-se de papel! Problema nenhum comprar um aparelho e no dia seguinte levar ao fornecedor, e levar outro e outro e outro, 5 vezes seguidas! Poxa, é necessário pagar 400 reais pra amarrotar papéis? Faço isso sozinho desde bebê!... Enfim, para o trabalho de carregar e descarregar impressoras no balcão, eu não vou de táxi. Não sou esposa do Luciano Hulk. Vou de cata-corno mesmo. Com uma caixa do tamanho de um bonde! Até Botafogo, ali, devidamente atendido com descaso, entrego a última que não funcionava, essa última das últimas, nem ligar ligava, para trocar por outra – as duas últimas trocas, foram numa espécie de lojinha autorizada. Uma reinvenção de posto do INSS da HP.

Ontem, nesse posto, tive o prazer de conhecer pessoalmente reagindo, o roqueiro Toni Platão, ex-Hojerizah, definitivamente hojerizado com a HP, soltando cobras e lagartos pelas ventas com o serviço (des). Nervosão, porque estava de táxi, e não podia esperar - taí a desvantagem do taxi... Queria ele, num toni... digamos, levemente, "sabe com quem está falando”, ser atendido antes de nós,
demais mortais... Segundo ele... palavra de Platão, abre aspas: comprou um aparelho para facilitar-lhe a vida e agora só tem apurrinhação... E avisa (aí foi num crescendo) AO SEU GERENTE, QUE AMANHÃ, NO PROGRAMA DE RÁDIO DE MAIOR AUDIÊNCIA DO RIO DE JANEIRO, QUE EU VOU ACABAR COM ESSA HP DO BRASIL!!! Fecha aspas. E eu fiquei lá, sentado no banquinho de espera do INSS das impressoras muito impressionado, com a ira de Platão. Pena ele, na raiva, não divulgar o nome do programa de rádio de maior audiência do Rio, eu queria acompanhar ele acabar com a HP do Brasil...

Já que divulguei pro mundo a minha (só dei carona pro Toni) insatisfação com a HP e o modelo
C 4480 de lá, façamos justiça: o atendimento do 0800 é correto. Acabo de receber deles Hewlett-Packard, um e-mail, perguntando se foi tudo correto. Sim, de 0800 vocês estão dando um banho!, o caso da impressora não funcionar é mero detalhe depende só de alguns poucos ajustezinhos. É tipo o caso Fluminense. Troca-se diretoria, tecnico e equipe que dará tudo certo.

Outra coisa: no e-mail anterior, quando eles, HP, mandam os números do atendimento para serem apresentados no posto do INSS das impressoras, retornei com a seguinte proposta: "Para compensar todos os transtornos e prejuízos decorrentes de 5 trocas consecutivas, seria elegante da parte de vossas excelências que o equipamento retornasse com dois cartuchos cheios. É o mínimo para compensar tamanha perda de tempo"... E a HP sabe, melhor que todos nós pessas físicas, o quanto "tempo é = a dinheiro". Vejamos o que acontecerá.

Na releitura, acabo de perceber que escrevi "pessas" físicas em vez de pessoas. Ato falho interessante. Neste mundo dos negócios capitalistas selvagens, o que somos senão peças de reposição, numa engrenagem de propulsão mecânica em lugar de um coração?

Bem, amigos da Rede, esse foi o meu desabafo, mas teve também o lado lúdico. Como vou de cata-corno (ônibus, pra quem não conhece a expressão idiomática) balançante, me distraio no engarrafamento – do Leblon a Botafogo, uns 8 quilômetros numa linha reta. Conforme o dia da semana, é-se capaz de levar uma hora. O trânsito do Rio está longe de ser retinho. Enfim... Do que falava? Ê laiá!... Ah! Do cata-corno: entãããão... Eu, pra distrair, vou ouvindo uma musiquinha. Ontem, antes de ler Platão, já prevendo o que me esperava, decidi ir de rock nas orelha - cafaca entre os dentes, comme il faut. E é aí que entra o COBRA VERDE (COPYCAT KILLERS), como assim, roqueiros do Brasil varonil? Nunca ouviram falar, carái? Não há um blog desses seus antenadíssimos que se encontre uma postagem dessa banda toda boa na medida? Na medida da rebeldia, sarcasmo, diversão, beberragem, sacanagem, ironia, porngrafia levada, esporrenta... tudo na medida! E vocês,
nada?

Bom, então esse véio faceta, traidor do movimento que agora só posta jazz, mas que se diverte nas adversidades - afinal, nem chega a Proteu -, tem o prazer de vos apresentar Cobra Verde! E não me venham com aquela idéia tolinha de (mal)dar duplo sentido ao nome! Principalmente, usando da minha pessoa generosa, para pôr em dúvida a minha sexualidade!... Roqueiro que é roqueiro, se não gostar dessa cobra, está de mal com a vida. Prestes a ser um ser Platão irado doa rádio do programa de maior audiência blá blá blá do Brasil. Pobrezinha da HP...


Pra não me dar por injusto coloco aqui a única menção honrosa sobre a banda em português (de Portugal) - que encotrei na Rede: "Copycat Killers, é um magistral álbum de covers. Quando você mergulha em si descobre o registro único de reinterpretações de músicas (lado B) de Rolling Stones, Hawkwind e The Fall, bem como clássicos de New Order e Donna Summer..
"

E eu vos digo, só a primeira faixa "Get the party started" já vale o álbum todo que é phodão.

Bom, penso assim, se não encontro blog nacional postando nada e não encontro um clip sequer produzido (não falo de filmagem de fã em show) no youtube, a banda é muito obscura! Noentanto na Modern sound daqui do Rio, encontra-se, praticamente a discografia dos caras. E no allmusic muita informação. Então pra mim essa banda desaparecida é um grande mistério. Vocês hão de concordar que as deduções são óbvias. A descobri já lá se vão uns 5 anos (CV existe desde 1995). Passeia pelo reino do Glam, Hard e Punk. Baixei e encontrei no soulseek, fácil fácil, todos os álbuns. Acabo de saber que há um lançamento fresquin 2008 "Haven't Slept All Years" que já estou baixando. Não. Não é a 8ª maravilha do mundo, mas o que me desperta a atenção é o fato da obscuridade desses caras. Tive o cuidado de deixar um bonus de autoria da própria CV já que este álbum é só de covers, a música chama-se Conflict e aí, quem nunca ouviu falar vai entender do meu espanto dessa faixa não tornar-se videoclip, música de trabalho... Até porque nesse mundo dos negócios, capitalista e selvagem, o rock só escapa com muita rebedia e atitude! E aí voces podem também entender, como eu, que talvez, os caras pensem que pertencer ao mainstream pode ser um pé na saca. Que uma banda de rock só precisa ser o que é, chinfra, diversão e gozo. E que assim, simples assim, ainda pode ser muito melhor do que grandeloqüências pedantes como esse tal de Oeisis, por exemplo, que incensam por aí... Este sim, como a 8ª maravilha do mundo. Aqui abro uma sentencinha só para dizer...: deus como eu NÃO suporto esses irmãos Gallagher, promovendo a discórdia como forma de auto-promoção. E esse papo de se considerar uma espécie de novos Beatles, putz...

Na bronca, gerei duas sentencinhas.
É CV na cabeça, véi! E fim de papo Kleber & Loureiro.

Sobre a banda no allmusic.


Cobra Verde (Copycat Killers) 2005

Ah! Em tempo, por falar em Kleber e Loureiro, no fim do dia (de cão), teve Fla X Flu. Que pena, se a vice versasse, tinha ao menos uma disputinha de pênaltis pra dar uma emoção aquela pelada baranguda.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O meu 69 preferido...


Tudo bem que o outro é um recém 40tão mais famoso, classico desde que nasceu e tal, mas a minha posição é outra a respeito dos 69vis fora que com a maior honra do mundo completa os seus 40 este ano. E o meu, meu!, tem até bandeirola pra agitar do alto de sua capa e título pomposo. Vai venu! Ou melhor, lennum...

The Kinks "Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire)" Gravado em 10/10 de 1969.

FONTE

Um dos maiores representantes do rock britânico, os Kinks também foram protagonistas da chamada Invasão Britânica – um marco na história do rock, cujo estopim foi o desembarque dos Beatles no aeroporto de Nova Iorque, em fevereiro de 1964. O fenômeno foi responsável pela popularização de bandas inglesas na terra do Tio Sam, lançando no mercado americano não só os Beatles, como os Rolling Stones, The Who, The Animals, Yardbirds, Small Faces… e claro, os Kinks, uma das prediletas da casa.

Nascido das cinzas do Ravens em 1963, o grupo Kinks era composto em sua formação original pelos irmãos Ray Davies – vocalista, guitarrista, principal compositor e também a alma da banda – e Dave Davies (guitarra e vocais) e ainda Pete Quaife (baixo e vocais) e Mick Avory (bateria). Nem sempre tão lembrados como os Fab Four ou os Stones, mas tão importantes e influentes quanto, tocaram do rock and roll ao pop, passando pelo rhythm and blues, psicodelismo, country e folk. Com o single “You Really Got Me” em 1964, alcançaram o primeiro lugar na parada britânica, lançando as bases do hard rock.


O som dos Kinks pode ser pressentido principalmente através dos acordes potentes e distorcidos da guitarra de Dave e claro, nas sensacionais composições de humor refinado interpretadas por Ray, um autêntico cronista do modo de vida britânico e simplesmente um dos melhores letristas da história do rock. Legítimos “bad boys”, desenvolveram uma carreira cercada de polêmicas, envolvendo conflitos internos, agressões mútuas entre os músicos e condutas deploráveis em algumas turnês.


Nos Estados Unidos, após performances viscerais na tour de 1965, foram proibidos de pisar em solo americano até meados de 1969. Os motivos nunca foram revelados, mas o comportamento selvagem nos palcos, as desavenças com os promotores locais por causa dos cachês, shows inacabados ou cancelados e as confusões e brigas envolvendo os integrantes são alguns dos fatores que certamente contribuiram para que o veto ocorresse. A “doce” relação entre os irmãos Davies foi definida pelos próprios na música “Hatred (A Duet)”, do disco Phobia de 1993: “O ódio é a única coisa que nos une”.


Com uma carreira sólida que se estendeu até 1996, gravaram mais de 30 álbuns, alguns indispensáveis como a estréia homônima (64), Kinks-Size (65), The Kinks Kontroversy (65), Face To Face (66), Something Else By The Kinks (67), The Village Green Preservation Society (68), Lola Versus Powerman and the Money-Go-Round – Part One (70) ou Muswell Hillbillies (71), só pra citar alguns. O disco que escuto neste momento é sem dúvidas um dos meus favoritos: Arthur (Or The Decline And Fall Of The British Empire).


Lançado em 1969, Arthur era a trilha sonora de um projeto da TV Britânica que acabou não indo adiante, no qual Ray Davies colaborava com o dramaturgo e roteirista Julian Mitchell. Um álbum menosprezado pela crítica da época e atropelado meses depois pela ópera rock Tommy do The Who. Considerado ultrapassado e recebido de forma gélida pelos súditos da coroa, o long-play passou longe das paradas de sucesso e vendeu pouco, tornando-se um fracasso comercial do selo Pye. Algo que não dá para entender, já que o registro é simplesmente maravilhoso. Arthur marca também a estréia do baixista John Dalton (ex- Mark Four) como membro fixo, substituindo Pete Quaife, que preferiu respirar novos ares, montando a sua própria banda, o Mapleoak.


Obra conceitual retratando o declínio e a queda do Império Britânico pós Segunda Guerra Mundial, numa crônica debochada e miserável de Mr. Ray Davies. Um almanaque sonoro contendo uma coleção de críticas sociais e políticas das mais irônicas ao modo de vida britânico, em meio à reconstrução nacional do pós-guerra. O que se ouve são verdadeiros hinos detonando as guerras, o imperialismo, a monarquia reinante e o establishment inglês. Letras sarcásticas disparando contra a pequena burguesia, a decadência moral e econômica, o panorama desalentador da classe operária, o incógnito mercado de trabalho em outro país, lavagem cerebral e repressão institucional, vitórias e derrotas, sonhos e desilusões, o glorioso e o banal.


Faixas altamente pegajosas, embaladas por levadas empolgantes, numa sucessão de melodias e composições insuperáveis. Belos arranjos vocais, riffs memoráveis, orquestrações, naipe de metais e seção rítmica made Távola Redonda, com o quarteto mostrando porque era a mais inglesa das bandas inglesas. O que dizer de maravilhas como “Victoria”, “Yes Sir, No Sir”, “Some Mother’s Son”, “Drivin”, “Brainwashed”, “Austrália”… e eu nem cheguei no lado B do vinil. Não preciso falar mais nada… escutem e tirem as suas conclusões! Um chiclete sonoro… simples assim!!


Obra-prima à parte, outro motivo para postar esta resenha foi a confirmação, no último dia 5, de que a banda está voltando à ativa após um recesso de 12 anos. O anúncio foi dado à BBC de Londres por ninguém menos que Ray Davies, que afirmou que um álbum de inéditas já vem sendo esboçado, possivelmente para ser lançado em 2009.


Esse retorno, por sinal, vem sendo cogitado há alguns anos, mas foi adiado por conta do quadro de saúde dos irmãos Davies. Em 2004, enquanto Dave sofria um derrame cerebral, Ray era alvejado com um tiro na perna, após uma perseguição a assaltantes. Reestabelecidos, parece que agora o negócio é pra valer. Não foram divulgadas datas de lançamentos ou shows, mas uma coisa é certa: o retorno aos palcos será com a formação clássica.


Por enquanto, resta aguardar novas informações sobre a volta desta banda fantástica a versão vitaminada de Arthur lançada em 1998, com várias faixas bônus e que agora disponibilizo para download aqui no blog. Discoteca básica!


ou

Download: http://www.mediafire.com/?w2wfmn2qk0w

quinta-feira, 28 de maio de 2009

TINARIWEN - AMAN IMAN: WATER IS LIFE (2007)


INSISTINDO NO SE ORINTE RAPAZ...: Peguei meu camelo e pedalei pro Mali. Isto é uma repostagem.

Os primeiros trabalhos discográficos dos Tinariwen chegados à ribalta internacional, «The Radio Tisdas Sessions» e «Amassakoul», mostravam já, claramente, as potencialidades destes tuaregues armados de guitarras electricas e de seu trabalho produzido em gnawa, de música árabe, da tradição própria (tuaregue) e de outras músicas apanhadas em rádios a pilhas: os blues, o rock psicadélico, o rock ácido da Costa Oeste dos Estados Unidos dos anos 60. Mas nenhum deles tinha o fulgor, a chama, a verdade que está presente no novo álbum «Aman Iman» (que tem como sub-título revelador «Water Is Life»). Em «Aman Iman», os Tinariwen fazem uma música muito mais verdadeira, direta, ativa, «in your face», e dão-nos uma lição de música sem fronteiras nem grilhões nem auto-censura de espécie alguma. «Aman Iman» é um álbum que se ouve do princípio (o tema de abertura, «Cler Achel», é o resumo perfeito de tudo o que vem depois e parece uma jam de Jimi Hendrix com os Jefferson Airplane se todos eles tivessem nascido no Sahara, com Grace Slick incluída) ao fim (o tema de fecho, «Nak Assarhagh», é uma balada mágica e hipnótica, belíssima) sempre com um sorriso nos lábios, uma ginga em partes secretas do corpo e um tremor constante na alma, como se esta música nova, novíssima, fosse já uma nossa velha conhecida. «Aman Iman» é um álbum de rock? Seria, se o rock ainda fosse isto: aquilo por que vale ainda a pena viver e... viver fazendo disso uma forma de arte.

TINARIWEN - AMAN IMAN

Atenção que este tem senha/pass: zombi

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

King Crimson (In The Court Of The Crimson King) 1969




Este ano, 40 (quarenta) anos. Sem marcas de expressão. Tanto na cutis do assustado, quanto nesses cornisin make totalmente chapado.
King Crimson, Bro! E nada mais tenho a declarar.

King Crimson (In The Court Of The Crimson King) 1969

sexta-feira, 4 de abril de 2008

THE BLACK KEYS (ATTACK AND RELEASE) 2008


Attack and Release resulta de uma combinação estranha. Os The Black Keys são um duo (Patrick Carney, bateria, percussão e Dan Auerbach, guitarras, vocais) rock puro e duro responsável por quatro registos de estúdio de boa concepção e produção, bem arranjadinhos à boa maneira clássica. Mas faltava O disco ou O single que lhes trouxesse notoriedade. Para Attack and Release juntaram-se a um dos produtores mais hype do momento, o senhor Danger Mouse, responsável por fenómenos como os The Rapture, Gnarls Barkley ou Gorillaz. A combinação parece pouco natural, mas é possível que fosse desta nova abordagem que os Black Keys precisavam. O som rock a fazer lembrar os anos de ouro do rock mais clássico dos Creedence Clearwater Revival, dos ZZ Top ou de uns Led Zeppelin na fase menos globalizada. Daqui resulta um excelente disco de originais, excelentes temas que valem por si só. Existe uma nova vaga de renascimento do rock (assim mesmo, sem adjetivos a anteceder a classificação), onde também é possível encontrar os excelentes Black Mountain(ver/ouvir postagem mais abaixo). É difícil ficar indiferente a temas como Things Ain’t Like They Used to Be, Lies ou Strange Times. Grande disco!

Este álbum conta com colaborações do guitarrista Mark Ribot (guitarra) e do multi-instrumentista Ralph Carney (sopros entre outros), ambos antigos colaboradores de Tom Waits, e da cantora de country Jessica Lea Mayfield (vocais e harmônica).

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

WISHBONE ASH - LIVE DATES 1973



Histórico da banda no Wikipédia:
Em julho de 1966, os irmãos Glen e Martin Turner se encontraram com Steve Upton, que havia tocado profissionalmente na Alemanha e Inglaterra e convidaram-no a formar o Empty Vessels. O nome não durou muito e logo virou Tanglewood. O trio saiu de sua cidade natal, Exetel, e partiu para Londres.

Sem sorte, o grupo estava quase desistindo quando foram convidados a abrir o show do The Yardbirds. Miles Copeland, que assistiu à apresentação, ficou bem impressionado com o som do Tanglewood e ofereceu-se como empresário do grupo. O guitarrista Glen Turner decidiu voltar para Exeter, mas a dupla Martin e Steve continuou em Londres com Miles Copeland. Eles precisavam de um guitarrista e Miles distribuiu papéis na cidade convocando os candidatos.

Durante a audição, a dupla gostou de dois, David Ted Turner e Andy Powell. Eles decidiram não contratar um tecladista e ficaram com os dois guitarristas. As influências musicais dos novos integrantes foram incorporadas ao som rock do grupo: Powell com o soul e David mais próximo do blues norte-americano. Eles perceberam que era necessário trocar de nome, precisavam de um que não os rotulasse, já que a mistura de ritmos estava presente e aberta para novidades. Em 1970, iniciou-se a carreira do Wishbone Ash.

Ensaiaram as primeiras músicas para montar um show e sofreram bastante no início. Sem espaço para tocar em Londres, Miles fez um contato com o produtor do Deep Purple, que gostou do trabalho do grupo e o indicou à gravadora Decca. O curioso é que eles fecharam primeiro um contrato nos Estados Unidos e não na Inglaterra.

O álbum de estréia saiu em 1970, “Wishbone Ash”. Em seguida veio “Pilgrimage”, em 1971, e uma turnê em que eles abriram shows do The Who. A experiência rendeu a música “Time Was”, entre outras, que entrou no disco “Argus”, em 1972. A revista Melody Maker escolheu “Argus” como o melhor álbum inglês em 1972.

Para compor um novo álbum, o grupo preferiu se isolar. Colocaram tudo em um caminhão e partiram para o interior. Ficaram numa cabana sem TV, rádio ou telefone. O resultado foi “Wishbone Four”, em 1973. Logo em seguida, saiu o primeiro disco ao vivo do grupo, "Live Dates”. Após a turnê, David Ted Turner deixou o grupo e foi substituído por Laurie Wisefield, que estreou no estúdio em “There’s the Rub”, primeiro disco gravado nos Estados Unidos. A mudança foi ainda maior e o grupo adotou o país como sua nova casa.

Com o novo selo, Atlantic, o Wishbone Ash lançou mais dois discos, “Locked In” e “New England”, ambos com Miles Copeland. Em 1979, o grupo gravou o primeiro disco com o produtor Nigel Grey, “Just Testing”. Naquela época, Martin Turner decidiu abandonar o grupo e o baixista inglês John Wetton entrou no lugar para gravar “Number the Brave”, em 1981. O grupo continuou trabalhando intensamente nos anos seguintes.

A volta da formação original aconteceu em 1986 quando Miles Copeland entrou em contato com Andy e Ted Turner. Miles havia se tornado produtor do The Police e aberto um selo, IRS Records. Ele convidou o Wishbone Ash para gravar um disco em uma coleção que o IRS lançaria em breve. Andy Powell, Ted Turner, Steve Upton e Martin Turner reuniram-se e gravaram o projeto. A formação ainda durou mais três anos, quando lançaram “Nouveau Calls” e “Here To Hear”. Steve preferiu sair novamente e se aposentou, sendo substituído por Ray Weston.

Em 1995, com Andy Pyle no baixo, o grupo gravou um disco ao vivo, “Live in Chicago”, pelo selo Griffin. O show gravado incluiu vários sucessos da carreira do grupo, como “The King Will Come” e “Throw Down the Sword”, além de algumas canções nunca lançadas nos Estados Unidos. Naquele mesmo ano, Ted Turner abandonava o grupo novamente e o único membro da formação original era Andy Powell. O guitarrista entrou no Top 20 dos melhores da história no instrumento da revista Rolling Stones.

O grupo continuou, mas só lançaram discos ao vivo ou coletâneas. O jejum de estúdio terminou em 1996, com “Illuminations”. Em 2000, eles saíram em turnê na Europa para divulgar o lançamento de “Bare Bones” e celebrar os 30 anos do Wishbone Ash. Em 2003, após várias mudanças de integrantes, o grupo era formado por Andy Powell (guitarra e voz), Bob Skeat (baixo), Ben Granfelt (guitarra) e Ray Weston (bateria). O último registro lançado foi “Bona Fide”, em 2002, com produção do próprio Andy Powell. No final do ano seguinte, eles aterrissaram no Brasil** para algumas apresentações e não demonstraram até agora sinal de que vão parar.

*Não lembro exatamente o ano. Acho que 1990, Rio de Janeiro, falecido Hotel Nacional, São Conrado... Eu fui, eu vi. Nessa ordem: Leslie West (do trio, West, Bruce & Laing), Wishbone Ash e Jan Akkerman, guitarrista do Focus. Os 3 shows em separado, numa mesma noite. Não era mais a formação original setentista do WA, claro, mas os caras no palco arrazam quarteirões. Aliás, foram 3 showzaços pra ficar na história de qualquer fã de música da boa. Aproveitem um dos raros shows ao vivo que satisfazem 100% o gosto do roqueiro mais exigente.

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BLACK MOUNTAIN IN THE FUTURE




(01/02/08) Atenção: houve "falha nossa" na linkagem da parte 2 do álbum 'In The Future', muito bem observada nos comentários do Joãojjjjr. O link foi corrigido e só agora o álbum está completo. Pedimos desculpas, mas vamos em frente.

Amigo, na boa, interrompa tudo que está fazendo. Suspenda os planos de ouvir aquele disco que baixou ou pior, comprou e ainda nem tirou o lacre. Aquele que você prometeu pro amigo - que te emprestou ano passado - ouvir e até hoje... Pois é, ano passado não faz tanto tempo assim. No fundo, no fundo (e no razo, tanto faz) és roqueiro, maluco, e quando alguém lhe diz que tem uma novidade phoda pra te apresentar, você que é crente tende a acreditar. Tende a crer que é verdade! Que é tudo que estão dizendo, inclusive. E já estão comparando essa pedreira negra ao tudo que disseram e compararam o Wolfmother: o novo Black Sabbath, Blue Cheer, Led Zeppelin, Neil Young… Ah, os Black Mountain também são canadenses, Vancouver.

E essas são as comparações obvias. “No Hits”, por exemplo, 6ª faixa está condenada a fazer balouçar em esquizofrenia os ossos mais adormecidos de quem aguardou pacientemente a passagem do furacão stoner para se deparar com uma aberração quase discomusic. “No Hits” é faixa para baralhar as contas a peregrinos que possam equacionar descer a montanha pela rota que usaram para escalá-la - seja lá o que isso signifique, esse cara, de um blog poruguês antenadérrimo, é um intelectual. Senta a borduna em regra. Já amadores como eu vêem/ouvem com o encantamento primordial. Destaquei essa música porque me pareceu um divisor de águas no álbum, algo eletctro kraftwerkiano num disco de puro rock. Talvez a marca que registre a diferença entre uma banda madura que veio pra ficar, de tantas outras que são excelentes, mas... E veja: ainda estamos falando do 1º álbum, lançado em 2005 pelo selo Jagjaguwar. Já há um Black Mountain 2, saído do forno em 22 de janeiro de 2008... Se escrevo as mal traçadas hoje, 25 de janeiro, a sensação é de estar praticamente on line com o lançamento. Afinal, até ontem, o que era Jagjaguwar, o que era Black Mountain? Nem um nome.

Assim descobri a existência dessa banda. Estava lá no Allmusic.com, “Lançamento do Mês”: Black Mountain, álbum “In The Future”. Aí, assim como você, interrompi o que fazia, porque a intuição era forte, corri atrás de maiores informações e de ouvir. Não necessariamente nesta ordem, claro. Descobri, também, na brevíssima pequisa, que havia o 1º álbum homônimo. Vamos por partes! - soou-me ponderada, a voz do Jack - aquele mesmo. Vamos por partes, primeira parte começar do começo. E foi assim que se deu a experiência Black Moutain, imediata e avassaladora.

Ah, sim, os Wolfmother são muito bons, também, ninguém aqui contesta, mas... Teve um “mas”? Então ouve isso aqui.

BLACK MOUNTAIN (2005)

Em princípio não era intenção disponibilizar o mal saído do forno. Mas aí eu ouvi.

IN THE FUTURE (2008)

IN THE FUTURE (2008) 2

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

HADDEN SAYERS BAND - SWINGIN' FROM THE FABULOUS SATELLITE



Em toda a minha vida de devorador de discos, este Sergio Sônico roqueiro por formação, jamais ouviu (assistiu cabe mais justo) álbum ao vivo tão instigante e tão dentro da proposta, à sensação: “ouço como se na platéia estivesse”. No desgastado estilo do artista, completamente desconhecido no Brasil – mato a cobra e mostro o pau - Hadden Sayers é o que há de novo em matéria de blues-rock. Novo, obviamente, para os milhares de roqueiros que não o conhecem - o cara está na estrada já desde os 90s...
Conheci Sayers ao acaso, assistindo como telespectador, uma matéria do Canal SportTV aonde usou-se a música do guitarrista para sonorizar a trilha incidental. “These are the Good Old Days”, repetia o refrão da power balada... E essa era toda a informação que deu pra ter acesso porque espichei os ouvidos até pegar a frase. My english is luso do Brasil 3º mundano - sem orgulho nem culpa... Pus o título na busca no Allmusic.com e descobri tratar-se de faixa do disco, “12 Bars And The Naked Truth”, único álbum que peno ainda não ter. Portanto, este "Swingin' From The Fabulous Satellite" é a melhor parte da história. Além da posse, ela confirma a idéia de vivermos num momento privilegiado, quando, com um rabisco de informação, se chega ao objeto do desejo em 4 ou 5 cliques de mouse. De tanta confiança, ao postar o álbum, semanas passadas, imaginei que a sua apresentação na série “Porque no te callas” - encabeçada pelo consagrado 10 Years After - bastava para promover a descoberta, dando de quebra ao ouvinte, o benefício da surpresa. Em respeito ao artista e, principalmente, aos que por aqui aportam sem qualquer conhecimento de quem se trata, acrescentei o adendo (em 17/01/08). Pode ir na fé que a parada bomba!

Da série: "Porque no te callas!"

No Allmusic, sobre o álbum
Site Oficial


Por falar nesse bordão "ferme la bush", Vejam o que encontro no blog do amigo e confrade Fafão "Fofocas do Fafão":

Pelo sim, pelo não...



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(colaboração de Carlos Ruiz)
Hugo Chávez, prohibe fiesta en honor a los Reyes Magos:
- Si un Rey lo mandó a callar, tres lo mandarían
a la mierda!