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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Paolo Conte (The Best of) 1998



Paolo Conte nasceu em Asti, Itália, a 6 de Janeiro de 1937. Desde menino, começou a cultivar o que ainda hoje são as suas grandes paixões: o jazz americano e as artes visuais. A escrita das suas cancoes já começaram numa idade avançada, no início com seu irmão, Giorgio Conte, e mais tarde como compositor isolado. Formado em Direito, dispendeu grande parte da sua vida como advogado. No entanto, entusiasta do jazz, foi inspirado não apenas pela vida diária, mas também pelo cinema e pela literatura compondo músicas baseadas em livros e filmes. O seu estilo jazzístico delicado e acústico, incorpora frequentemente elementos latinos nativos tais como o tango, o samba e o quadrille.


Nos anos 60, o seu estilo, altamente original, tornou-se popular com as vozes dos cantores mais famosos da altura: “Coppia più bella del mondo” e “Azzurro” foram cantadas por Celentano, “Insieme a te non ci sto pie”por Caterina Caselli, “Tripoli 69 por Patty Pravo, “Nuvole de Messico” por Enzo Jannacci, “Genova por o noi” e “Onda su Onda” por Bruno Lauzi, entre outros.


"Em 1974 um album intitulado “Paolo Conte” foi lançado, seguido por outro no seguinte ano com o mesmo título. Representam o seu princípio da carreira como cantor de suas próprias cancoes. Mas foi somente em 1979, com “Gelato Al Limon” que o público começou realmente a conhecer e apreciar Paolo Conte. Em 1981, o lançamento de “Paris Milonga” foi marcado por um dia inteiro dedicado a seu trabalho, organizado pelo Clube Tenco em Sanremo. Em 1982, foi lançado “Appunti Di Viaggio”. Em 1984 Conte lançou um outro album intitulado “Paolo Conte” que lhe trouxe a fama internacional e a possibilidade de se internacionalizar. O fruto desta excursão europeia é o registro vivo intitulado “Concerti”. 1987 era o ano de um novo projecto: “Aguaplano”, um duplo álbum seguido por uma digressão pelo mundo (França como habitualmente, mas também Holanda, Alemanha, Áustria, e mesmo os Estados Unidos da América), e participações nos mais importantes festivais mundiais de jazz. Depois de um interregno, interrompido pelo lançamento de um novo álbum ao vivo “Paolo Conte Live” (1988), produziu o que é considerado um de seus albuns mais proeminentes, “Parole d'amore scritte a la macchina”, que revela um lado despercebido do singer-songwriter, cheio de ideias musicais novas. Com o “Novecento” em 1992, retornou a seu estilo clássico, seguido de “Tournée Live” em 1993, e em 1995 lançou o álbum mais maduro de sua carreira, “Una faccia in prestito”, produzido brilhantemente com a sustentação de uma equipe first-class de músicos profissionais. 1996 o álbum, “The Best Of Paolo Conte” foi lançado não somente nos países usuais, mas também, para a primeira vez, nos Estados Unidos da América.


Sua digressão americana de 1998 transformou-se num enorme sucesso. Durante esse ano, “Tournée 2 foi lançado como uma continuação do seu álbum ao vivo "Tournée Live", e inclui cancoes nunca cantadas ao vivo. No ano 2000, Conte terminou “RazMataz”, um projecto com que sonhava há mais de vinte anos: um conto no jogo musical, em Paris dos anos 20, que combinam Europa velha e música negra. Depois da edição do CD musical, é lançado “RazMataz” em DVD onde o autor utiliza cerca de 1800 desenhos e aguarelas suas, obras que também fazem parte de várias exposições pela Europa."


Texto fonte


Uma boa maneira de descobrir um artista raro de país sem maiores tradições na música dita pop contemporênea - embora o termo esteja um tanto distante daqui -, é ouvir uma compilação caprichada. A partir disso, decide-se se gosta e se vale a pena correr atrás das obras citadas ou dela completa. O fato é que a refinada música de Paolo Conte atiçou-me a curiosidade. Eu mesmo serei um daqueles que vou querer ir atrás de ouvir bem mais do que acabo de conhecer nesta boa coletânea. Estou só no começo ainda.




Paolo Conte (The Best of) 1998





domingo, 2 de novembro de 2008

GERAÇÃO COCA-COLA É ISSO AQUI



27/05/2009 ATENÇÃO: O EPISÓDIO (O FILME É CONSTITUÍDO DE HISTÓRIAS DISTINTAS) PODE SER VISTO (INTEIRO!) AQUI NESSAS DUAS JANELAS DE VÍDEO.

Vale fechar questão com frase ilustre do ilustrado, incensado, cultuado... Gurdjieff:

"A meu ver, pode-se perfeitamente transmitir a quintessência

de uma idéia por meio de anedotas e ditos populares,
elaborados
pela própria vida." Pois é, seu zéff.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

UM BAITA NEGÃO DE SE ADMIRÁ


Monsueto Campos Meneses nasceu na Gávea, bairro hoje (quase) tão nobre quanto ele, - na época, o cucuruto da Zona Sul do Rio de Janeiro -, em 1924. Dali foi direto se instalar no morro do Pinto (complexo da favela da Providência, Centro) quando ficou órfão, ainda menino, para ser criado pelos avós. Mas descobriu muito cedo que o melhor lugar de se morar é na filosofia - de criar parcerias, cultivar boas amizades e fazer arte prá gente, como nós que somos sua cria, desfrutar deste Rio melhor que se avizinha... GABEIRA! Perdão, leitor... Onde eu estava mesmo?...: Seu primeiro grande sucesso em parceria com Airton Amorim, foi "Me deixa em paz", gravada em 1951 e que viria estourar como o maior hit do caranaval do ano seguinte (na voz de Linda Batista). Em 1954, Marlene gravou para o carnaval o samba "Mora na filosofia", com Arnaldo Passos, o libelo que ainda teve o mérito de criar a expressão "mora", no sentido de percebe, para o vocabulário popular carioca. Morou, meu irmão, a importância do negão? Esta música, aliás, havia substituído uma outra, "Couro do falecido", em show do Copacabana Palace, apresentado pela mesma Marlene, em virtude do suicídio de Getúlio Vargas, um pouco antes. Marlene ainda lançaria outros sambas do negão gente boa, "Canta, menina, canta" e "Na casa de corongondó", ambos parcerias com Arnaldo Passos. 1955 é o ano em que mr. MM, também conhecido pelo apelido de Comandante, grava seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo, com os sambas "Nega Pompéia", de Estanislau Silva e Ferreira Gomes e "Q. G. do samba", parceria sua com Rossini Pacheco e Sebastião Nunes. Também em 1955, seu samba "Mora na filosofia"* foi escolhido por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das cinco melhores letras e melodias do carnaval daquele ano.

Em 1958, participou como cantor nos números musicais do filme "Na corda bamba", de Eurides Ramos e compôs músicas para outros "O cantor milionário" e "Quem roubou meu samba?", ambos de José Carlos Burle. Ao todo, teve participação em dez filmes brasileiros, três argentinos e um italiano. O negão
néra mole, não. No mesmo ano criou seu próprio grupo com o qual excursionou pelo Brasil e países da América, Europa e África.

Já para televisão é convidado em 1959, a participar do programa humorístico "Noites Cariocas", da TV Rio, um must da época. Fez muito sucesso com seu quadro, lançando gírias como: "castiga", "vô botá pra jambrá", "mora", "ziriguidum". Nesse ano, seus sambas "O bafo do gato" e "Comício no morro" foram lançados por Edgard Luiz na Polydor. Ao final da década de 1950, teve composições incluídas em musicais de Carlos Machado como "Copacabana de tal" e "Zelão Boca Rica".

Por volta de 1964, tentou sem sucesso criar um selo de gravações com seu nome. Aí já é muita ousadia do distinto
ritinto, querer peitar as gravadoras... Conseguiu lançar singelo compacto simples com ele mesmo interpretando os sambas "O sucesso está na cara", parceria com Linda Batista e "Larga o meu pé", com Aloísio França.

Lá pelo final da década de 60, 1968, Monsueto começa a ser redescoberto pelos grandes nomes da MPB. Maria Bethânia regravou "Mora na filosofia". Em 1971, Caetano também gravou "Mora na filosofia", em seu LP "Transa", exilado, lá em Londres. No ano seguinte, Milton Nascimento gravou "Me deixa em paz", em seu "Clube da Esquina" ao lado de Alaíde Costa.

Nessa época, Monsueto passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, corria o ano de 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros. Onde o negão
punhava a mão se destacava.

Sem nunca oficialmente estar ligado às escolas de samba, passou por várias delas, a última em que foi visto, foi a Unidos Vila Isabel. Em 1973, quando participava na Bahia das filmagem do filme "O Forte", de Olney São Paulo, passou mal, foi hospitalizado e veio a falecer, em decorrência de um câncer no fígado. Nesse ano, Caetano Veloso regravou "Eu quero essa mulher assim mesmo", em seu LP ”Araçá Azul” com um arranjo de rock, popularizando ainda mais o compositor entre os jovens. Na mesma época, pot-pourris com composições suas foram gravados por Martinho da Vila e MPB-4. Na década de 1990, teve o samba "Lamento da lavadeira" regravado pela cantora Marisa Monte.


Em maio de 2002, foi um dos grandes homenageados no show "Marleníssima", estrelado pela cantora Marlene no Teatro Rival-BR, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, (de quem subtraí boa parte dessa biografia) quando, em cena, eram lembrados e cantados um a um os grandes sucessos do baita negão, imortalizados por ela, tais como "Aperta o cinto", "Lamento da lavadeira" e "Fogo na marmita", este um forte libelo social com versos que diziam: "Todo dia ele acorda pro trabalho / Levando a marmita na mão." Em 2004, recebeu homenagem especial durante a entrega do Prêmio Rival BR de música, dedicado a ele, o grande, em estatura e personalidade, Monsueto Campos Menezes. Na ocasião, além de cantadas músicas de sua lavra, foram e exibidos trechos de filmes nos quais atuou.


Pois é, marinheiro, capitão ou imediato, se por aqui aportou e tem o mínimo de curiosidade, já descobriu que cada link postado te dá direiro a desfrutar do álbum mencionado. A pérola recém descoberta pela casa, a que inspirou toda a postagem, não poderia ter nome mais apropriado: "Baita Negão”. O último disco de Virgínia Rosa. Sobre este álbum você encontra texto especial neste link


Virginia Rosa (Baita Negao) 2008


Em tempo, não achei ainda a capa com imagem em tamanho decente para este disco de Virginia Rosa. *"Mora na Filosofia" (único álbum de Monsueto, por ele mesmo) foi retirada do Sacundinbenblog, onde se encontra, além de outras curiosidades sobre o artista, mais um álbum coletânea e raridades afins. E aqui, Lamento da Lavadeira, a faixa 9 do Mora na Filosofia, que segundo o dono do Sacundin... ele não consegui recuperar.

Façam bom proveito.

sábado, 6 de setembro de 2008

O MACACO É A ESSÊNCIA? ATÉ QUANDO?



Não. Eu não vim pra explicar o que levei 49 (incompletos) anos pra entender. À conclusão cheguei, numa passagem-estágio pelo Dudu. O butiquim da esquina – de Cupertino Durão com Ataulfo de Paiva. À direita de quem vem, à esquerda de quem vai – a lugar nenhum... Mas é a pele. As mulheres já a têm. É a pele pêssego imberbe que as diferenciam da gente como nós, os macacos na essência. E elas são confusas assim porque já estão, no corpo, com a solução do dilema humano. Agora só falta fazer o download da alma. A essência, nelas, não é mais o bicho. Sacô, bicho? Mas elas não sabem lidar com isso, porque o instinto ainda uiva! (macacos não uivam, em compensação, macacos não falam, nem existe termo pros grunhidos que emitem) Até porque, nós, macacos machos não as ajudamos em nada! Infelizmente não ajudamos a esses seres estranhos de pele pêssego imberbe e profundas com sabor e forma de figo docílimo... Então elas só parem. Não param de parir, essas malucas! Mais e melhores macaquinhos. Nem sempre são, mas... Que bom quando melhores. Porque quando isso acontece dá-se a melhoria da espécie no bojo. Mas, como não sabem, mulheres, mesmo as melhores, como lidar com a idéia de ser humano (serem humanas) ainda estão presas aos instintos. Presas, como nós, numa transversal do tempo (como eu naquele butiquim). E tocam a procurar, como todos os animaizinhos da floresta fazem, os alfas dominantes. Os mais belos, fortes e mais bem formatados. Geralmente, tbm, os mais brutos, brucutus e estúpidos... Calma minha gente que eu disse, geralmente! Não generalizei. Mas, enfim, não tem um livro que diz “mulheres inteligentes, escolhas insensatas”? Pois é! Ê, butiquim conclusivo! Macacos me mordam. Malditos macacos, a maioria dos alfas não passam de macacos, suas tontas! Os mais bem formados geralmente são macacos!... Isto porque vocês se esforçaram justo para que a evolução se desse assim. Treparam nas árvores mais altas dos alfa, o que esperavam que nascesse dessa conjunção carnal? Mais macaquitos alfa. Óbvio! E, como resposta, está vencendo, a macacada, quinem no filme. “O “Planeta dos Macacos”! Tu, mulher insensata, aliás, és a produtora executiva dessa Micagem! Não. Não é à “George Lucas”! É à George Bush, mesmo! Voltem no tempo, per favore! Voltem no tempo das fábulas e procurem ler com atenção redobrada toda àquela parte, na qual vocês tanto se inspiraram na hora de (pro)criar (coragem de se entregar). Voltem tudo do começo e procurem os sapos, caralho! Já dizia o autor da fábula. Um gênio! E se vocês gostam de histórias com happy end, concentrem-se nos batráquios. É nos sapos que está o outro lado da solução do enigma. Aquela outra metade do anel que forma a palavra "Shazan"! O gene dos príncipes bunitinhos os tais que lhes calçam pézinhos de princesa com sapatinhos de cristal na medida -do desejo- e toda aquela babozeira de contos de fadas que vocês adoram adorar... está nos sapos! Meu Deus, como são tolas essas bobas... Mas que pele! Eu, como bom símio (quase sapo evoluído) que tento ser, agora que recebi num trago a compreensão do mistério, continuo com aquela mesma idéia fixa. Prossigo só pensando em me espalhar no monolítico veludo macio de figo & pêssego. Mas agora, com uma abordagem mais... digamos compreensiva de vocês. Então é a Pele a resposta, é? Que diabo, que bosta, 49. Mas até que pode não ser tarde demais.



P.s(s) de última hora.: vai por mim, moço, moça(que, no mínimo, ponderou sobre as palavras ditas aqui): Até aquele fêmur do vídeo aí encima virar estação espacial - operação simplérrima considerando a demora no prazo de entrega - esperou-se umas mil gerações!, justo por causa dos macacos prego filhinhos de papai que empataram a phoda. Um atrás do outro foi uma fileira infinita deles! Assim, não há evolução que se desenvolva. Pois é! Agora não adianta mais chorar todo aquele leite derramado! Recomenda-se só, dar uma agilizada no processo. Se é que você, mulher inteligente - ó pra mim, te apontando cheio de estilo brega&chique - me entende.

Por fim, eu, o bêbado, dedico este texto à Tainá, a equilibrista - equilibrada estava a minha avó!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

EU TE AMO TÂNIA SCHER!



Escrevia um comentário pro amigo, Rubem, freqüentador aqui da casa, quando recebo um telefonema. Minha mãe pedindo pr'eu olhar o obituário n'O Globo. Como estava com as mãos encima do teclado e o jornal bem ao alcance, dei início ao desabafo ali mesmo: "Cara, tô pasmo aqui com outro assunto"...

Morreu a Tânia Scher, estrela do Cinema Novo, teatro, televisão... e, claro, super amigaça durante uma época decisiva da minha vida. Deu-me a maior força, no começo, quando nem me conhecia!, numa empreitada complicada. Acreditou num projeto e peregrinou comigo pelas emissoras, Globo e Manchete, invadiu salas de diretoria, a custa de seu - ainda que já claudicante
, nos 90s - prestígio... Talvez ela nem percebesse, tamanha a obstinação. Mas eu, que via à distância, tentei não reparar. Enfim. Te amo Tânia Scher!...

"Ah, era uma pessoa difícil, problemática"... F...........-se! Era uma estrela!

"Morreu aos 61 anos depois de 3 dias internada no Miguel Couto"... Como? Onde? Claro que, tenho certeza, na companhia da filha (idêntica a mãe em tudo de bom), Claudinha e a outra filha do 1º casamento, Isadora. Mas imagino o abandono. "Tânia sofria de crises de depressão" diz aqui, na internet,
uma nota. Mas e a Globo? Não deu um centavo? E O Globo? Só publicou o obituário hoje!, quando a atriz morreu no sábado, dia 09 de agosto? (...) Eu prefiro estar enganado e ser obrigado a desdizer toda essa essa parte infeliz. Claro que prefiro! Quem sabe, mamãe cochilou na hora do anúncio, dia 09, no Jornal Nacional ou no domingo no Fantástico?... Enfim... Vida que segue... Segundos depois do tranco, agora (6ª feira, 15/08/08) e eu toco a procurar uma foto decente da Tânia, Certinha do Lalau, musa do Jaguar do Pasquim. Tá no obituário d'O Globo.: "Tânia era conhecida por estar sempre na fossa, característica que a tornou personagem de Jaguar. Era uma das componentes do Trio Tumba, versão feminina dos rapazes Bossa Nova do Trio Tamba"... Melhor amiga de Leila Diniz - trabalhou no filme do Bigode em homenagem à Leila... A Menina do Lado, do Alberto Salvá. Em Todas as Mulheres do Mundo do Domingos de Oliveira... Estrelíssima da linha de shows da Globo, desde o Balança mais não cai, Planeta dos Homens, Viva o Gordo, Os Trapalhões, Novelas, Minisséries... Essa mulher botou a cara, corpo e alma em serviço de todas as produções importantes da história da maior emissora de televisão do país! e não é mais notícia? Nem uma foto decente na internet*? No Youtube, procuro... Ufa! Um video (clip) experimental dos anos 70, com o pessoal do Som Imaginário (até lá ela estava...), ela e Gal Costa... Onde as duas aparecem, Gal meio que de relance, Tânia com algum destaque, fechando o filme (emblemática agora essa imagem), mas é só. Jura que isso é tudo? Como assim, colegas?

Claro que a bronca aqui é particular. Pra muitos, Tânia Scher pode não passar de um nome bonito. Mas tenho certeza de que, para quem compreende o que pode dar sentido à vida de alguém que vive da arte de se expor nos veículos de comunicação, entendeu meu desbafo.

Tô chocado. E a melhor forma de traduzir este sentimento é desse jeito, largando o dedo como quem atira. E que balas, não tão perdidas, sobrem para atingir alguém que valha a pena. Pois é certo que uma das razões dessa saída à francesa, se origine nesse
estúpido abandono. Esse maldito individualismo coletivo do "antes ela do que eu".

* a foto aí encima foi retirada do vídeo citado. E é só.

"Rede Globo plin plin a gente te esquece por aí."

quarta-feira, 5 de março de 2008

VICTORIA ABRIL (PUTCHEROS DO BRASIL)


"Alegria, furor de alegria! Luz que ilumina tudo que é e será, divina alegria de criar! Não há na terra outros seres além dos que criam. Todos os demais são sombras que adejam pela terra, estranhos à vida. Todas as glórias da vida se resumem na alegria de criar: amor, gênio, ação, chamas de forças saídas de um único braseiro. Mesmo aqueles incapazes de achar lugar em torno da grande fogueira, procuram aquecer-se em seus reflexos desmaiados. Criar, na esfera da carne ou na esfera do espírito, é sair da prisão do corpo, é projetar-se na voragem da vida, é ser aquele que É! Criar, definitivamente, é matar a morte.” *

Para divulgar o CD, Victoria Abril deu uma entrevista coletiva para a imprensa num hotel da Avenida Paulista no dia 27 de outubro (2006). Ela contou que começou a ouvir música brasileira aos 10 anos de idade, com uma fita pirateada que corria pelo bairro onde morava. Foi paixão a primeira vista. “E a trilha sonora da minha vida. Venero há quarenta anos e vou continuar venerando por mais quarenta”, derrete-se. Por isso mesmo vir ao Brasil para cantar bossa nova é a realização de um sonho: “Quando eu faço shows na Europa, antes de cantar eu preciso explicar alguma coisa para o público. Mas aqui no Brasil eu não preciso explicar nada! Todos entendem! Amam! Isso é muita felicidade para mim”, revela a atriz, que deu uma palhinha (SIC) de “Sampa” durante a entrevista.

Simpática, bastante risonha e alegre, Victoria arrancou gargalhadas dos jornalistas ao comentar sua primeira visita ao Brasil, em 1995, quando do lançamento do filme Uma Cama para Três . “Passei uma semana no Brasil sem dormir uma noite na cama do hotel. Ficava na praia quase o dia todo”. Victoria foi morar em Paris há 23 anos por causa de um amor. Mas hoje ela não está mais casada. “O amor não dura mais que cinco anos”, define. Tem dois filhos, de 15 e 13 anos. Despertada para o cinema por causa da necessidade de custear suas aulas de balé, Victoria agora se dedica a viajar pelo mundo cantando bossa nova, mas não esquece sua carreira de atriz.

Como foi seu primeiro contato com a música brasileira?

Victoria Abril – Desde os 10 anos já escutava bossa nova. Mas havia só um cassete que corria por todo o bairro e eu ficava atrás para ouvir. Por causa de um amor não correspondido eu ficava triste e a bossa nova me consolava. A bossa é como Tom Jobim dizia, se canta olhando para os outros, e cantando com amor, mesmo se for desafinado. Eu não compreendia tudo, pois eu não falo português, mas canto todas as canções em português. Acima de tudo, é preciso cantar as coisas com sentido. A música é um fio condutor que leva bálsamo por onde passa. Eu me sentia muito bem cantando bossa nova. É a trilha sonora da minha vida.

E a escolha do repertório para o disco?

Victoria Abril – Eu comecei com sessenta bossas em minha casa e cada vez que encontrava alguma nova colocava no “putchero”. Vocês sabem o que é “putchero”? É uma grande caçarola onde é feita uma espécie de feijoada malagueña, com outros ingredientes. É a caçarola onde eu ponho em fogo lento toda a gana de cantar. “Putcheros” pode significar também tristeza da criança que tenha necessidade de carinho.

Entreviste na íntegra: FONTE

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Pois é... Cada fã com a bombshell à Bardot que lhe encanta. A que elegi pra chamar de minha, não é e nem tem a exuberância conceitual da legítima, mas em matéria de senso de humor e entrega é, no mínimo, páreo duro com aquela que nos anos sessenta visitou Búzios e nos deixou uma “Maria Ninguém” como 'persone' personalizou... Este álbum é a prova. À prova de casmurros, chatos, puristas e perfeccionistas. A versão da Victoria para Águas de Março, só pra citar o melhor dos exemplos, é uma preciosa fusão ritmica de 3 continentes, representados por Brasil, Espanha e Angola. É o putchero fervendo a tal feijoada malaguenha. Quem diria que a Victoria Abril que eu nem sabia que cantava, construiria uma interpretação tão vibrante para uma das músicas mais emblemáticas da obra de Tom Jobim... Daí que me encantou. Daí que antes que os navegantes percebam já vou avisando que as mulheres estão em alta este mês por aqui. Enfim, o disco é curtinho, delicado e delicioso de deixar rolar. Feito sob medida e na intenção de se ouvir no maior descompromisso... Resta-me, porque na empolgação acaba de me ocorrer, deixar uma sugestão para o próximo Putchcero: "Eu vim da Bahia, mas eu volto prá lá / Eu vim da Bahia, mas algum dia eu volto prá lá."...

Victoria Abril (Pucheros do Brasil)

* Texto inicial tirado do livro Jean Christophe de Romain Rolland.