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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Staff Benda Bilili (Trés Tres Fort) 2009




Este aqui é um legítimo parem as prensas de última hora. E quem são esses agitadores, causadores do reboliço logo após o blog sofrer a violação de seus direitos? Staff Benda Bilili, jo. Foi bater no ouvido, valer na alma e postar. de coração! Admirável grupo novo de artistas paraplégicos congoleses, guitarristas, cantores e compositores de rua e... vai ser excelente assim lá em Kinshasa!, acompanhados por uma secção rítmica acústica de jovens meninos de rua dos quais se destaca Roger Landu de 17 anos tocando uma espécie singular super maximinimalista de alaúde de uma corda, idealizada e construída pelo próprio e do qual arranca solos fenomenais. A música do grupo é um cocktail descarga cubana com jazz, afro-pop, funk e soul, numa sutil mistura de tradicional e moderno que enquanto arrebata-lhe os sentidos desconjuntando-te as juntas numa espécie de furor primal tribalista, vai alertando à coletividade sobre questões importantes de pobreza e violência na África, a falta de habitação, a saúde pública que simplesmente inesistte e a poliomielite que inevitavelmente atingiu em tenra idade os elementos mais velhos da banda. A maioria dos Staff canta em vários idiomas e as harmonias são um dos seus trunfos mais importantes.


É muito bom isso aqui. Nem acabe de ler e vai baixar! Que a Cuca, (leia-se DMCA) pode vir pegar.


Só mais uma informaçãozinha para se ter idéia da atenção que se dá às subumanas condições sociais africanas: em alguma campanha publicitária as Nações Unidas se utilizaram de uma canção do grupo sem a devida autorização ou créditos, fato que levou os Staff Benda Billi a processar a mesma “organização” que supostamente foi fundada para defender-lhes o direito. Maravilha, não? Anfã...


De Portugal vem mais informações:


"(...) uma das mais relevantes edições discográficas para o primeiro trimestre de 2009 tem destaque óbvio para o grupo congolês Staff Benda Bilili. Um colectivo de músicos de rua. que não sabem ler nem escrever e nunca aprenderam a compor. Sua música, fazem de ouvido, os instrumentos improvisam com quinquilharias que acham na rua. Deveriam ter estado na última edição da WOMEX (caso não tivesse havido a habitual dificuldade na obtenção de visto para entrada na Europa). “Très Très Fort” é o primeiro álbum dos Bilili, editado pela etiqueta belga Crammed Discs, que poderia ser uma espécie de terceiro volume da série Congtronics. De referir que o produtor deste disco é Vincent Kenis, responsável pelo som electro-rústico de Kasaï Allstars e Konono nº1"


"Très Très Fort" foi gravado ao ar livre, no jardim zoológico de Kinshasa. Está à venda (Amazon, por exemp.) desde Março deste ano (2009).

Na língua deles, "Benda Billi" significa "ver para além das aparências".

Aos que exercem o dom natural da consciência, "ver além das aparências" não chega a ser uma habilidade sobre-humana. Ou é?


Staff Benda Bilili (Trés Trés Fort) 2009


Staff Benda Bilili (Trés Tres Fort) Part 2


domingo, 29 de junho de 2008

CONCHA BUIKA DE ESPANHA (2006)



Pois é, caro navegador. Nada como estar de corpo e alma numa experiência... Sorte nossa, no entanto, se o narrador (texto abaixo) souber passá-la tão próxima à realidade que basta um trago de imaginação e a mágica acontece. Então se faz possível provar a essência da coisa experimentada in loco, degustá-la - o que já não será nada mal, concordas? - e finalmente, para obra completar-se, dividimos a sensação e a descoberta com o próximo>>>

Concha Buika de Espanha

“...Luzes apagadas, um guitarrista arranca notas de seu instrumento. De repente, uma voz que enche o Teatro Caem, que se faz sentir, que te arrepia e te anima. Concha Buika entrou em palco. O meu coração bate depressa, depressa...

Parece estranho mas é verdade! Aquela terça dia 24 de Abril estava mesmo com vontade de poder finalmente ver a incrível Concha Buika em concerto. Quando ela entrou a cantar no palco (ainda às escuras) do Teatro Caem aqui em Salamanca, eu soube que tinham valido bem a pena os 15 euros de bilhete que paguei por ir.

Esta jovem espanhola de origens africanas é uma delicia para todos aqueles apreciadores das iguarias musicais de hoje em día.

Buika tem uma voz descontrolada que ela controla de maneira maestral como podemos ouvir no último cd dela, "Mi niña Lola" onde encontramos temas que vão dos boleros ao jazz, tudo com uma naturalidade de quem sabe e sente o que faz.

Ela grita, sussurra, ri e dança, tão à vontade como se estivesse em casa, sempre com um sorriso no rosto e palavras sinceras que vai soltando durante o concerto.

A banda (um piano, uma caixa, uma batería, uma guitarra acústica e um baixo) segue o sentimento que ela põe nas músicas ao cantar e não é estranho ver toda a banda rir-se às gargalhadas enquanto dançam e tocam.

Devo confessar que esperava um concerto diferente, mais relaxado e não tão formal. Digo isto porque a sala de espetáculos (Teatro Caem) era bem maior do que eu imaginava e o público bastante mais "engravatado" do que podía imaginar, mas de qualquer maneira Concha esteve mesmo a altura e fez de cada canção um momento de felicidade para um desgraçado que lá estava, de barba por fazer, uma camisa meio rasgada e sentado ao lado de um alemão de uns 70 anos. É verdade, adorei o concerto, adorei a personalidade dela e cada uma das canções (especialmente "Ojos verdes" sem banda. Uau!) . Gritei, assobiei e aplaudí emocionado!”

FONTE

Concha Buika (Mi Niña Lola) abril - 2006

Concha Buika (Concha Buika) agosto - 2006

sábado, 31 de maio de 2008

Afrika Underground - Jazz, Funk, And Fusion Under Apartheid





No princípio era o ritmo, nesse átimo veio a dança, com ela ritos de prazer e fertilidade! De um norte distante, desembarcaram conquistadores tementes ao Deus castrador trazendo a lei e a culpa. Diante da massa, ora inerte, todo o mundo empalideceu evoluindo ao máximo... Até essa estética ultra cool do PB Bastião.

Quanto a música aqui... Não na Terra, aqui no Blogui, bem, o ritmo e o som continuam muito bons! As imagens (as do mundo cool) é que seguem valendo tanto quanto mil palavras inúteis.

Afrika Underground - Jazz, Funk, & Fusion Under Apartheid


Really wonderful stuff -- a collection of totally unique grooves that won't cross over with any of your other African funk compilations! The focus here is on jazz, not funk or soul -- and the set features a wealth of great tracks pulled from obscure South African records of the late 70s and early 80s. Funky fusion is definitely in command here -- and the overall feel of the tracks is similar to some of the best European funky fusion of the 70s, fused with elements of African percussion and instrumentation -- creating a true crossover of styles that crackles with a freshness that will have you coming back to this one again and again! Most tracks are instrumental -- and the grooves here are a lot more complicated than on your average James Brown-inspired African funk tracks, a mix of strident modal modes, and other choppier funkier riff-heavy tunes. Plus, the whole thing's put together with the righteous intelligence of all the other Counterpoint titles -- with incredible sound and an approach that will easily take you to a whole new musical world! Titles include "I Remember You" by Mike Makahalemele, "Half N Half" by Zacks Nkosi, "Chapita" by Dick Khoza, "Lament" by Movement In The City, "Blues For Yusef" by Lionel Pillay, "The Way It Used To Be" by Pacific Express, and "La I La I La" by George Lee Larnyoh. © 1996-2008, Dusty Groove America, Inc.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

HERMETO PASCOAL (FESTA DOS DEUSES) / DOM UM ROMÃO (SPIRIT OF THE TIMES)



E pra não dizer que o Brasil pouco se manifesta por aqui...

Vai, bruxo acústico, reator nuclear de um bilhão de megatons, vai com tua usina de sons, com teus caboclinhos arretados e tua fazendola de bolso. Tira a roça da cartola e os galos, os marrecos e os porcos da manga. Reproduza, a teu modo supersônico, A revolução dos Bichos de George Orwell. Escancara a porteira dos estábulos, põe a bicharada pra zoar! Sim, zoar de nós! O gado de invernada aqui somos nós. Esse povo marcado com código de barra, manual de instrução e o já vencido prazo de validade. Incorpora teus exus latentes, bruxo das entranhas! Semeia de sons nossos tímpanos e mentes. Vai, Merlin suburbano, com tua cabeleira de fogo, teus quatrolhos irrequietos, tuas túnicas floridas de turista alienígena acidental, tua carcaça solar nativa do planeta Acorde! Já passa, e muito, da hora de acordar! Acordemos: paralisia quando não mata atrofia! Inebria essa massa totalmente amorfa. Fortaleça-nos com tua energia explosiva, criva-nos de dúvidas e a dose exata de rebeldia! Arranca de nós a reação tão retardada! Vai bruxo maldito! Em tua doce contradição ser maldito é que é ser um cabra bom! Então espanta-nos do marasmo e essa preguiça de pensar. Xô preguiça! Xô paralisia! Xô apatia! De hermético em ti não há nada não, home! Hermética é essa carência de emoção e fome.

HERMETO, BIO

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DOM UM ROMÃO, BIO:

O carioca Dom Um Romão (seu nome de batismo) iniciou a carreira no final dos anos 40, tocando em gafieiras, cabarés e rádios. Na década seguinte, integrou o Copa Trio e conviveu com os músicos que gerariam a bossa nova. O histórico disco Canção do amor demais (1958), em que Elizeth Cardoso cantava músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, tinha Dom Um na bateria.

Em 1962, Dom Um participou da primeira formação do sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, e se apresentou com o conjunto no Carnegie Hall, na noite que consagrou a bossa nova em Nova York. Foi Dom Um quem levou Elis Regina, em 1964, para cantar nas boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, dando um empurrão decisivo na carreira da ainda desconhecida cantora.

Ainda em 1964, o baterista gravou seu primeiro disco solo, Dom Um, capítulo importante na história da música instrumental brasileira, em especial do chamado samba-jazz. “Ele fundiu, da melhor forma, o samba de gafieira com o jazz, criando uma escola. Dom Um fez uma ponte Rio-Nova York-Los Angeles que está bem explicada nesse disco’’, afirma Charles Gavin, baterista dos Titãs, ao comentar a morte do colega músico.

Ao lado de Edison Machado, Milton Banana, Helcio Milito, Wilson das Neves e alguns outros, Dom Um Romão firmou um estilo de bateria que atraiu os ouvidos norte-americanos, pois incorporava os andamentos do samba aos movimentos do jazz. Em 1965, engrenou uma longa carreira internacional, tocando com o saxofonista Stan Getz e com brasileiros que se radicaram nos EUA, onde ele lançou nove discos solo.

Entre os músicos que Dom Um Romão acompanhou estão como Astrud Gilberto e Flora Purim. Tocou também com Tom Jobim – participou de Wave e do disco de Jobim com Sinatra – e nos anos 70, fez parte do Weather Report, um dos principais conjuntos da história do jazz fusion, do qual faziam parte Joe Zawinul, Jaco Pastorius e Wayne Shorter.

Dom um Romão morreu aos 79 anos em 26 de julho de 2005

FONTE

HERMETO PASCOAL E GRUPO - FESTA DOS DEUSES (1992)

DOM UM ROMÃO (SPIRIT OF THE TIMES) 1973

sábado, 8 de dezembro de 2007

BA CISSOKO - SABOLAN






Se teu pai toca kora, teu irmão e o irmão dele - que pelas leis naturais de consanguinidade é seu - também toca kora, seus amigos tocam kora, boa parte de sua família a kora toca e toda a gente que conheces toca kora, e te perguntam: menino o que queres fazer da vida? O mais natural é responderes: “jogar bola”. Foi assim que, com a máxima relutância, aos 14 anos, Ba Cissoko começa a aprender a harpa tradicional mandinga com tio M’Baty Kouyaté, um dos seus melhores intérpretes. A paixão pelo instrumento só a descobre mesmo bem mais tarde, com outros jovens, numa escola do Senegal. Aos 19 anos, num hotel de Conakri, encontra por acaso o que viria a ser seu caminho. Clientes pedem-lhe para tocar temas de blues, jazz, reggae, canções ocidentais, e ele percebe que a kora até que é capaz de tocar mais do que melodias tradicionais. Anos 90: Ba integra o projecto Tamalalou, onde prossegue a sua tentência de fusões. Mas é um paradoxal reencontro familiar, em 1999, com primos Kourou e Sékou, filhos do mestre M’Baty Kouyaté, que estabelece o curso actual da sua carreira. Sékou, o parceiro ideal para o que Ba queria fazer, revela-se um génio do kora eléctrico (como?), apetrechando-o de um pedal wah-wah (ãh?) e tocando-o cheio de efeitos e distorções hendrixianas (pois é). No fim desse ano, junta-se a eles o percussionista Ibrahim Bah... Ah, o Bah, também tá?... Bom, e daí? E daí que, principalmente os que gostam, tocam ou os que são apaixonados por guitarras precisam, prestando atenção à foto acima, pra entender direitinho o que vem a ser uma kora, ouvir o que Sékou é capaz de fazer com essa moça bojudinha, desajeitada e bem acinturada de singelo nome. Os que, como este que recomenda, só apreciam ouvir a boa música, esses, sem as angústias de tentar imaginar como, em que posições, um sujeito pode solar da maneira que Sékou sola kora, vão adorar os rítimos e melodias de legítimas raízes africanas. E não mais passarão ao largo de Issa Bagayogo e de Tinariwen, meio esquecidinhos, postados mais a baixo.

Em tempo: este texto foi sampleado do blog português Alter Nação (por isso, pro português "O kora", pra mim Kora é feminino singular e estamos convesados). O álbum subtraído emprestado, claro, do Blog (((SOLIDONW))). Prestigiem.

Um abraço noélico em verde, vermelho e branco, tricolor de coração.
Clikaki pra baixar.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ISSA BAGAYOGO - TIMBUKTU



Portugal/blog Multipistas (músicas do mundo): Uma viagem ao Mali com Issa Bagayogo no álbum “Timbuktu”, o segundo deste cantautor e editado em 2002 é a nossa proposição. Issa Bagayogo cresceu numa pequena aldeia isolada, tendo então aprendido a tocar a kamele n’goni (uma harpa de caçador, equipada com seis cordas). Nos anos 90 foi até à capital, Bamako, onde conheceu o produtor Yves Wernert e o guitarrista Moussa Kone. Juntos decidiram fundir dois géneros tradicionais da música do Mali - o mandig e o wassoulou - com o techno (no seu país, Bagayogo é mesmo conhecido por “Techno-Issa”). O resultado é um género chamado afro-electro. As sonoridades griot e as velhas melodias do deserto cruzam-se então com a dub e com a música electrónica dançante. Um híbrido entre sons tradicionais e electrónicos que abre novas fronteiras às centenárias raízes Wassulu do sudoeste do Mali. O nome escolhido para este trabalho presta homenagem à cidade maliana que outrora integrou a rota de caravanas que atravessava o Saára e que foi um importante centro de expansão do Islão. Nas letras deste disco, Issa Bagayogo deixa mesmo clara a esperança de que Timbuktu, capital intelectual e espiritual no final da dinastia Mandingo Askia (século XVI) seja uma cidade multi-étnica, onde muçulmanos, cristãos e outras diversas etnias do Mali consigam viver em tranqüilidade. Acompanhado por um coro feminino, Issa Bagayogo aborda assuntos como a comunidade, o casamento, a tolerância racial, a globalização e a toxicodependência. No tema "Saye Mogo Bana", por exemplo, a morte é a principal referência. Uma canção antiga, à mistura com percussão e cordas eléctricas, onde o autor reflete: "a morte leva-nos a carne mas não o nome”…

Fonte: http://multipistas.blogspot.com/2006/11/emisso-30-11-novembro-2006.html

Observação: infeliz daquele que, sem experimentar, ligue as referências à eletrônica ou o apelido “Techno-Issa” àquela música essencialmente fria, monocórdia, aqui, na versão: a tribo de Zuludasreivi e seus batestaca drumimbeiz. Prejulgar e condenar, é correr risco de jamais saber o que se deixou de apreciar.

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