quinta-feira, 8 de novembro de 2007

UFRRJ



É cada história da Rural (UFRRJ) de 1977... Pra se ter idéia, Janis Joplin e Jimi Hendrix tinham morrido só 7 anos passados. E Guerras, sem contar a Mundial, mais Coréia, Vietnam não são eventos que se apaguem assim da noite pro dia. Sem contar que o tempo passava mais devagar mesmo antes da informática englobar o planeta. Reduz-se as distâncias entre as passoas e o tempo avoa na real, sem truques. 1977, eu na Rural... Golbery do Couto e Silva e o carvalho!  e/ou calvário – tão duro e de lei quanto aquele tronco! Ce vê como em tempos de democracia a coisa toda muda de figura. Hoje, eminência parda seria Zé Dirceu (seria?). Sifu, até na rima se perdeu (perdeu?). Dizem, eminência parda mais não falha. É tudo dizem - este eu, o espertinho, dá crédito pra evitar surpresas. Enfim, seja lá o que Deus quiser... Agora: Na myô hô renge kyô, eu. Feliz da vida! Mas e em 1977?... Naquele inferno lúdico, seropédico (de Seropédica RJ/Brasil)... O local mais quente do Planeta Rio de Janeiro! Onde nos víamos através da lente crepitante do tempo quente de Baixada. Eu - vê na foto. Não tem foto, imagine - numa casa ao lado do pasto, nas cercanias dos zebus e dos búfalos. Sim! Tinha búfalos, bisões... Mais um golinhos no chá que se fazia lá e tinha até revoada de pterodátilos! A África da savana pré-histórica era bem ali. Você e eu no final da rua número 7. E todos os vizinhos estudantes unidos numa corrente pra frente, cabisbaixos pastando auto-conhecimento no estrume do gado. Pesquisando nas casas dos gnomos... Éramos crescidinhos pra acreditar nas fadas. Então os gnomos, seus machos, que se escafedessem. Procurávamos suas casas plantadas na argamassa legítima de zebu, os fungos, (b)os tais que davam onda! Cabisbaixos, andávamos sem saber, no talvez, jururu. Eu, você (teve nós dois?) e os rapazes da banda. Ideologia? Todos as mesmas tínhamos! E vivíamos com e para elas! Tá bom, nem tanto para. Afinal, ditava o roquenrou do Peso: “com a cabeça feita pra não dar bandeira”.

1970e cético Golberyniano... Ernesto Gaiseificado. Rural, savana psicodélica alucinógena. E eu. Alienado, mas vi-a-jando! “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”... Chico Buarque bombando! Passando a tropa em revista semeando ironias... Por falar em semear, lembro ter plantado e cultivado, um pé de bagulho... é, daquele mesmo, e ele não crescer tão alto e viçoso quanto o que (nem) plantamos, a esmo, semeando da janela lateral da casa no campo - pau a pique e sapê - as berlotas do manga-rosa da época que forravam nossos colomis à farta... Ninguém era temente ao Bop. Ninguém pensava que um dia aquilo de apertar e acender na hora daria pecha e penalidade de fomento à violência... Que faria os companheiros hipócritas, futuros usuários do presente, se deliciarem com cenas de tortura explícita dos cabos 01, 2, 3 de Oliveira 06. Jamais, nem nas piores badtrips, imaginamos o Nascimento de tais heróis! As sementes nossas de cada dia em 77 eram simplesmente jogadas sem culpa ao chão (de terra batida), ao tempo da Rural. E na base da seleção natural, elas briotavam. E as sementes foram as mesmas que denunciaram o mau uso do curso, meu curso, e dos implementos agrícolas que levava pra dever de casa. E foi-se ali um ano de estudo (estudo?) no cinzeiro do quintal que se deu a cena... Ué, comassim? Aqui plantei mal intencionado e ao lado (de lá da janela) a que não tratei nem vi crescer foi a que vingou e floreceu? Pensando bem: OBA! Ó Universo e sua inteligência nata zombeteira, buarquiananárquica! Agora - pensei eu, diante do crescimento espontâneo e do milagre da multiplicação do pé - perguntar o quê ao mestre, sobre o  fenômeno que se deu ao lado da casa? Mestre, plantei uma plantinha diferente, mas totalmente adaptada ao clima de k, e com todos os aditivos que o senhor recomendou no dever de casa (pros os alfaces). Onde tratei, não vingou, onde caíram sementes a esmo a planta cresceu viçosa. Qual a questão então, o tipo da erva?

Só nos 70 na Rural, o que se pastou de auto-conhecimento natural foi uma maravilha tipo no país da Alice. Se tudo que ruminávamos, noite e dia, no seguinte do seguinte, não pairasse no mais absoluto esquecimento, mudaríamos o mundo e o infinito enfim, se necessário fosse.

Mas sempre intuí que fizestes, meu amor do passado, do caminho meu e da turma riponga de 77, a mesma trilha. Careta que seja. O local Rural fez todo o sentido. Daí o esforço de te cooptar naquela época (repito: passada, já plenos 2000 de 100 anos de solidão)... A questão que me ensimesma é descobrir onde foi o desvio. Onde? Qual fim de picada, bifurcou nossos caminhos?... É verdade. Você tem razão. O que importa?

Oxalá tenha sido prum mais adiante oportuno, tanto eu como você, óbvio, num encontro de náufragos. O tal Wilson se perdeu no mar das incertezas.

Este texto está cheio de pérolas escondidas em seus links. Cada qual refere-se ao verso/palavra da música ou ou cena citada. O maior mimo (maior em preciosidade...) está na palavra "caminhos". Clicando nela você você encontra uma corruptela do álbum "Three Friends" dos Gentle Giant , por parte da banda que se juntou agora, ano passado, para fazer um, que eu saiba ,único, show pros órfãos fãs da banda - a música, claro, tudo a ver com o texto, é School Days. Que conta a história de 3 amigos de infância cujas mudanças do tempo distanciam uns dos outros. Obra Prima máxima da era Progressiva. Enjoy!

10 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Fica tranquilo...estou resolvendo p problema por aqui!!!!
    Bjs...

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  3. Só nas palavrinhas vc fez um album. Ficou bacana a idéia. A história tbm é muito engraçada. Parabens pelo blog.

    Ruralista veterano

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  4. Obrigado, RV. Espalhe-se a vontade. É só muito som bom pra todos os gostos. E a ordem dos fatores não altera o produto: é som muito bom só pro gosto de todos...

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  5. Não éramos tementes ao Bop, foi ótima!
    Roberta

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  6. Putz, Sérjão, já passou tanto tempo daquelas merdas que aprontávamos na Rural? Noites de chuva e manhãs ensolaradas eram uma festa!!! Era sair andando pelo pasto e...deixa prá lá. Não estudei lá mas cheguei a passar uma semana inteira acampado no alojamento do aluno Antônio Carlos, velho amigo de Laranjeiras. Se a Rural falasse...
    Abrações.

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  7. Edson, o que vc fez foi um intensivo.

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  8. Intensivaço! Passava fins-de-semana regado a cogutel, brenfa e que tais e aquela porra rebatia durante 3 dias! Às vezes, parecia que estava em uma cena de 'Dungeons & Dragons', hehehe.
    Ô saudade!

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  9. Pois é, amigo, olha eu descobrindo esse blog e você que ainda não sei além de SERgioSÔNICO.
    Rural, 77, Agronomia, ano de ingresso, ouço, após baixar, Schooldays e tudo o mais. Obrigada por isso.
    Vamos construindo uma comuna há dois anos e meio, juntando uma malucada - uma caretada também - daquela época. Sem reverência exacerbada quanto à época, o foco é a experiência comum e nós, aqui e agora.
    Então, por oportuno, tá convidado: dia 22 de novembro faremos uma violada na Praça da Alegria, ocupando também o que restou da CAUR.
    Se quiser saber mais, entra em contato:
    ruralinos@gmail.com

    "Um mais um é sempre mais que dois".

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)