sábado, 8 de dezembro de 2007

BA CISSOKO - SABOLAN






Se teu pai toca kora, teu irmão e o irmão dele - que pelas leis naturais de consanguinidade é seu - também toca kora, seus amigos tocam kora, boa parte de sua família a kora toca e toda a gente que conheces toca kora, e te perguntam: menino o que queres fazer da vida? O mais natural é responderes: “jogar bola”. Foi assim que, com a máxima relutância, aos 14 anos, Ba Cissoko começa a aprender a harpa tradicional mandinga com tio M’Baty Kouyaté, um dos seus melhores intérpretes. A paixão pelo instrumento só a descobre mesmo bem mais tarde, com outros jovens, numa escola do Senegal. Aos 19 anos, num hotel de Conakri, encontra por acaso o que viria a ser seu caminho. Clientes pedem-lhe para tocar temas de blues, jazz, reggae, canções ocidentais, e ele percebe que a kora até que é capaz de tocar mais do que melodias tradicionais. Anos 90: Ba integra o projecto Tamalalou, onde prossegue a sua tentência de fusões. Mas é um paradoxal reencontro familiar, em 1999, com primos Kourou e Sékou, filhos do mestre M’Baty Kouyaté, que estabelece o curso actual da sua carreira. Sékou, o parceiro ideal para o que Ba queria fazer, revela-se um génio do kora eléctrico (como?), apetrechando-o de um pedal wah-wah (ãh?) e tocando-o cheio de efeitos e distorções hendrixianas (pois é). No fim desse ano, junta-se a eles o percussionista Ibrahim Bah... Ah, o Bah, também tá?... Bom, e daí? E daí que, principalmente os que gostam, tocam ou os que são apaixonados por guitarras precisam, prestando atenção à foto acima, pra entender direitinho o que vem a ser uma kora, ouvir o que Sékou é capaz de fazer com essa moça bojudinha, desajeitada e bem acinturada de singelo nome. Os que, como este que recomenda, só apreciam ouvir a boa música, esses, sem as angústias de tentar imaginar como, em que posições, um sujeito pode solar da maneira que Sékou sola kora, vão adorar os rítimos e melodias de legítimas raízes africanas. E não mais passarão ao largo de Issa Bagayogo e de Tinariwen, meio esquecidinhos, postados mais a baixo.

Em tempo: este texto foi sampleado do blog português Alter Nação (por isso, pro português "O kora", pra mim Kora é feminino singular e estamos convesados). O álbum subtraído emprestado, claro, do Blog (((SOLIDONW))). Prestigiem.

Um abraço noélico em verde, vermelho e branco, tricolor de coração.
Clikaki pra baixar.

7 comentários:

  1. Sérgio, não conhecia esse blog, como pude sobreviver sem isso, agora o tempo pode ser reparado.
    valeu mano.

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  2. UMA MERDA PO VC NAO VAI ME ATENDER MESMO NE? ALEXANDRA

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  3. sr do vale, é muito bom chegar em casa depois da confraternização com os amigos e ler essa homenagem. Obrigadaço. E...... que dizer mais... Divirta-se, de minha parte, continuarei me esforçando pra agradar quanto mais gente melhor.

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  4. Muito bom o som dessa kora elétrica. E o cara toca com uma agilidade impressionante.
    Valeu!

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  5. Enfim ouviu! Acabo de deixar o pedido pra ouvir. Sua independência as vezes me irrita, Edilso. Vou testar o link do Tinariwen. Isso pq já restaurei pele 2ª vez. Se tiver correto não sei o que farei. Te pedir pra insistir ou te mandar outro link por emeio.

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  6. É seu moço, o negão Sekou é o demônio da kora. Muito bom esses angolanos. E que percussão! Rapaz, ondé que tu acha esses malucos?
    João Só

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  7. É + ou - como no tempo dos descobrimentos, mercadores iam ao oriente em busca de especiarias. Taí, da índia ainda não não resgatei nada que tenha causado espécie. Vou pô-la no diário de viagem como lugar a visitar.
    Valeu, João. Boa idéia!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)