sábado, 8 de novembro de 2008

DAVASTATION


Em bom português, sobre a banda.


Não é só a música que procuro na Rede. Na maioria das vezes, à procura dela, me deparo com reflexões que calam fundo. E nem importa se o texto foi escrito por um acadêmico ou um ilustre desconhecido. O que vale é a reflexão. Como o carimbado nos bloquinhos do jogo do bicho, vale o escrito:


Desde muito tempo se falou sobre o Amor. Mas especificamente neste séc.XXI as coisas têm evoluído para um quadro cada vez mais obscuro. Cada vez mais o Amor se tornou sinônimo de satisfação sexual em letras de pagode, axé, sertanejo, rap, entre outros, corações vermelhos, presentes, jóias, carros, roupas e caixas de bombons.

"Isso é questão de posse..." como dizia Luiz Melodia. A semana toda a mídia brasileira foi assolada pelo horror de um sequestro passional. O duro é que não é o primeiro e não será o último de muitos. Foi um reflexo do que o Amor se distorceu nesta sociedade perversa, uma questão de posse. O rapaz parece que entendia que o seu chamado "amor" era ter posse de uma pessoa.


Quando eu era um delinquente juvenil e vândalo estudantil, pensei em levantar a mão para minha professora de física que me expulsara da sala de aula. Quando me dirigi em sua direção, algo me impediu (misericórdia de Deus) e apenas a ironizei e batí palmas para ela e me retirei da classe. Hoje em dia, os alunos adolescentes desferem socos e chutes para ferir pra valer... Cianças causam graves ferimentos nos professores, portam armas de fogo e atiram para matar os colegas de classe.


Em outro aspecto, o Amor também está em falta na sociedade. cada vez mais se ouvem frases como: "Que se dane, eu estou pagando! ", " Faço o que eu quero, ninguém paga as minhas contas! ". O egoísmo e individualismo são antíteses do Amor. As pessoas não querem dispor seu tempo por Amor, seja pela família, seja pelos amigos e muito menos à um desconhecido que precise de míseros minutos de atenção. Todos dizem que não tem tempo pra nada.


Mas há horas disponíveis para suas rotinas de ócio, como em frente a TV ou qualquer outra distração. Não há tempo para um simples telefonema para dizer um simples "oi, como você está?", e mais constrangedor ainda, responder um e-mail, que leva menos de 1 minuto. Tudo se faz caso haja um retorno de interesses pessoais. Já ouví nitidamente pessoas me dizerem que só encontram com amigos se tiver algo que interesse em jogo. A simples presença da pessoa e sua amizade não são suficientes para dispor de um tempo para se tomar um bom café e conversar sem pretensões.


O verdadeiro Amor é quando nos colocamos à disposição de qualquer pessoa sem esperar nada em troca. Amar é abdicar. A nossa recompensa é saber que pudemos ser úteis e ajudamos alguém que estava precisando e imaginarmos como este alguém se sentiu amparado e aliviado.


E muitos falam sobre o Amor...

posted by akirarw


No blog de origem, mesma postagem, o comentário de Marcus:


A grande maioria dos seres humanos é egoísta, quer reciprocidade em tudo. O velho exemplo de 'eu não vou ligar, essa mesma pessoa não me liga, então por que ligarei?' gera um ciclo ininterrupto de futilidade e hipocrisia contra o 'amor'.


É incrível, e repito, totalmente incrível como a sociedade brasileira é manipulada pela mídia, eu fico chocado de uma forma que chega a me dar desgosto da situação, é algo automático, perco o amor prontamente mesmo sabendo que é errado, depois me forço a refletir sobre isso.. e vejo, que eu, que poderia mudar e repor o ciclo de amor, dando amor ao próximo (a compreensão), sequer fiz o menor esforço possível para isso acontecer. Tudo isso porque fico insatisfeito com uma atitude de meus irmãos, aqueles que têm o mesmo genes e classificação que eu tenho, aqueles que por mais que tenham uma vida melhor que a minha ou até pior que a minha, continuam sendo meus irmãos.


Em que me baseio? Ora.. imagine só, eu tenho noção do fator 'amor' na minha vida, eu sei que se cada um de nós darmos um simples sorriso afetivo para outra pessoa, essa mesma, ficará feliz, essa mesma, terá um dia melhor, mas não o faço, até eu.. sou manipulado, critico e ajo igual aos criticados.


Talvez eu deva fazer igual você me ensinara, Rubens.. "a buscar a fé, a Deus (que consequentemente é um óbvio sinônimo de amor), como se estivesse buscando pelo meu último suspiro de vida", somos fracos, todos nós, mas nem por isso devemos sempre nos render ao que perante nosso Pai, não é impossível de acontecer.

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Se te pareceu um tanto cristãos, texto original e comentários – a mim, quase incomoda – não se pode negar que há na discussão o assunto que deveria estar na pauta do dia em todas as mesas onde senta-se mais de uma pessoa. Da de jantar a do butiquim - porque não?

Durante muito tempo fechou-se os olhos para as questões ambientais com o escapismo consumista, menor, de que os que se importavam com o meio ambiente eram os eco-chatos. Hoje, ecologia é in. Porque antes de ser in, o próprio sistema teve de reconhecer que não há como lucrar num mundo miseravelmente devastado. Em contrapartida, sempre que se tenta entabular uma conversa mais filosófica, existencialista, o corte vem na medida capitalista do “vamo acabar com esse papo cabeça!” E se um indivíduo do casal julga dialogar sobre a convivência de extrema importância, aí entra o clichê regulamentando o que pode vir a ser a malfadada “DR”. E assim, nesses conceitos estúpidos, reducionistas, as pessoas vão se moldando ao gosto e à razão do establishment. Onde o que importa é produzir. Em que condições subumanas isso se dá, a eles pouco importa. Aliás, quanto mais à máquina for o operário, mais funcional será. Cabe aqui, como luva, o bom bordão, inventado por Lady Kate: Tô pagano... E eu vos pergunto, leitor - cheio de boa vontade e amor, porque chegou até aqui -, produzir pra quê e principalmente para o lucro de quem? O meu e, muito provavelmente, o seu é que não são.


E se ecológicos deixaram de ser chatos para agora serem “in”, necessários, essas necessidades não são para ecoar em primeiro lugar dentro de você e de mim?


A Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.

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Devastation, foi o título que me ocorreu para batizar esta postagem. Lembrei-me do belo álbum / banda homônima, bem no clima devastação e postei por tabela. Sobre o álbum:


The Devastations já abriram shows para Tindersticks e Black Heart Procession. Isso faz um sentido tremendo considerando sua riqueza instrumental. A "banda" (Conrad Standish, baixista e vocalista e Tom Carlyon, guitarrista e vocalista) foi formada em 2002 na Áustralia mas fez de Berlim seu lar a partir de 2003.

Lançaram 'The Devastations' em 2004. Seu novo disco, 'Coal', lançado em 19 de setembro, (2006) foi gravado em Praga, Berlim e Melbourne e conta com um dos membros dos industriais Einstürzende Neubauten, Alexander Hacke, na produção.

Assinaram com a inglesa Beggar Banquet e agora são companheiros de gravadora dos já supracitados Tindersticks, bem como The National e Mark Lanegan, todos habitantes do mesmo universo musical pantanoso e sempre cheio de neblina.

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Não é só a música que procuro na Rede. Mas através dela encontro praticamente tudo que necessito pra viver em harmonia... A paz de espírito, uma grata sensação de que faço algo por alguém, nem aí para troca. Embora acredite que sempre se espera retorno. Minha religião e meus principios não suportam hipocrisia (mas este é outro assunto espinhoso que aqui não caberá) e assim vivo de bem, de boa, como se diz, comigo mesmo. E de ótima com a minha ecologia - esperando (o que unta e dá bom bolo) do próximo, uma auspiciosa interação.


DEVASTATION - COAL (2006)

15 comentários:

  1. Oi Sérgio. :)
    Mas sabe o que realmente me fez pensar? O fato de você ter citado uma Jéssica no comentário. Eu a conheço também?

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  2. Eu acho que amor é uma coisa única,apesar de todos acharem que tem o mesmo significado pra todos.
    Amoor é amoor,apesar de nunca ter amado ninguem,penso que é isso.
    ;D


    um beeijo querido:*

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  3. Tem o amor universal e o amor entre um homem e uma mulher.
    O amor entre dois homnes é falta d vergonha e idiotice.
    O amor entre duas mulheres é falta d homem hehehe
    Amo a deus sobre todas as coisas e enquanto minha atual mina aturar minhas brincadeiras hehehehe amo ela tb.
    Abraços e beijos na Gabe e Bruna Bo hehehehe, Miguel

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  4. Adorei o seu texto muito bom, bem pensar, tens ótima dissertação.
    Um abraço e a paz de cristo e o amor de maria.

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  5. Sim, amor é amor, Gabe. Só que há controvérsias. E é sobre elas que o debate é salutar. Entender o real sentido sobre uma idéia tão complexa demanda uma vida inteira as vezes. Com o agravante que, entender, não significa saber lidar com isso. Já pensou? Entre casais pode ser papo cabeça e DR para algumas existências!

    Quanto ao Miguel... é como diria um filósofo da várzea, em time que tá ganhando não se mexe.

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  6. Faaala Sérgio, tudo tranquilo? Acabei de descobrir teu blog e vou dar uma fuçada nele... Olha, nos comentários do post do Boban Markovic no EUOVO, o Bruno explicou oq houve sobre o Beirute, e eu escrevi um texto lá expressando minha indignação... Vou dar uma olhada por aki no teu acervo... Abração!

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  7. Vou ler teu comentário, Louiz. E sinta-se em casa por aqui.
    Um abraço.

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  8. L'amour toujour l'amour...

    et la musique aussi!

    :*

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  9. Caramba, quantas informações em um só post. Gostei muito. :)

    Sobre o amor não tenho muito a acrescentar. É um sentimento misterioso pra mim, e que assim seja até que eu o encontre pessoalmente.

    Um beijo. :*

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  10. Pois eh Serjão,

    eu ñ acho graça nesse trem 'ñ me ligou, tb ñ vou ligar'... Acho mesquinho, bobinho.

    Deu vontade? Sou impulsiva, soh controlo se for muuuuito o caso.

    Então... Cah estou.

    Bela imagem. E vc viu??!! Os estadunidenses dando um banho d 'coolzice'...


    Abraço!

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  11. Sérgio, você tem as manhas de postar outro link pra esse disco? Os que vc postou foram todos deletados mas eu achei aqui, ó:
    https://rapidshare.com/#!download|866dt|461636108|DVSTNSCL06.rar|268748|R~CA5A84BE30B41082BE61B8D3A30E4280|0|0
    Quero indicar o post completo no meu blog. Muito produtiva, toda essa discussão, que vai de uma questão passional para a ecológia. No meu caso, não sei se são meus ranços cristãos (que também me incomodam) que me levam a dizer isso, mas acho que tudo isso está mesmo muito articulado.
    Enfim, quero linkar o post, veja aí se corrige o link do disco, pode ser?

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  12. Hum, vi agora, o disco que eu baixei está em FLAC, sei lá que formato é esse. Pode desconsiderar meu pedido, e até o comentário anterior. Vou pra cama, ver a disposição da patroa. Abraço!

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  13. Ah, no arquivo tem uma playlist em m3u. Cara, que som bonito. Me lembra um pouco o P.Floyd do Waters e, principalmente, The Boatman's Call do Nick Kave. Ó, aqui tem direitinho:
    http://www.mediafire.com/?gbeydntytjbyp48
    Reposta aí, pode ser???

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  14. Olha só, Ravel, quando seu arquivo vier em FLAC, isso é uma benção! O som vem muito melhor! E pra converter pra MP3 é só baixar um programa chamado " Free FLAC to MP3 Converter " É molinho trabalhar com ele e ele é um dos poucos que vc usa digratis!

    Quanto a disponibilizar os álbuns, cara, estou muuuito sem tempo. Sem contar que o megaupload q ainda era um dos poucos programas de lincar grandes arquivos grátis, está me parecendo q este seguiu a tendência do rapid share e agora cobra taxa de inscrição pra dar acesso aos downloads. Foi o q aconteceu e ainda está acontecendo quando linkei um álbum pra postar aqui. Não sei se é definito, mas por enquanto tá assim. Mas descontando a falta de tempo, é só vc me lembrar (encher o saco mesmo) eu preciso disso até pra não esquecer q eu coloco disponível, caso, claro, ainda haja um programa q d pra fazer isso...

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  15. Valeu a dica, Sérgio, vou baixar o programa agora mesmo. Por que vc não insere, simplesmente, um dos links válidos que eu te mandei na postagem? Não seria uma solução, digo, remediação pros links quebrados?

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)