sexta-feira, 8 de maio de 2009

EARTHA KITT


Já ouviu falar? Se, há séculos, ouvi, esqueci. É o que me intriga. A mulher já cantou e fez shows com Sergio Mendes & Brazil 66; Orson Wells a considerava a mulher mais sexy do mundo!... Nos 60s participa da série Batman - a da tevê, mais importante, porque deu origem aos filmes. E não foi uma participaçãozinha qualquer. Cumprindo o vaticínio do maior cineasta do mundo, optaram por ms. Kitt, para substituir Julie Newman como a Mulher Gato. Tudo bem, foram 3 episódios apenas, mas, pra não dizer que não envolveremos cores, supersticiosos precisam olhar o sexo de um felino para ter a certeza de que preto, nos gatos, não dá muito certo? Pensando bem, nos negros anos americanos, falava mais alto era aquela galerinha encapuzada - lembra do clã do cuzcuz? Vamos cair na real que teve grita sim!, o povo desaprovou ver seu símbolo sexual, gostosona malamada, sempre no cio do Batman, na pele de uma negrinha mitida e daí que chamaram às pressas Julie Newman de volta, pra continuar sua saga de não comer ninguém (da cor). Mas Eartha fez uns 30 filmes pós indicação de Mulher Gato. Perdoaram-na da falta de sorte de ter nascido preta. No fim das contas, clássico mesmo, no cinema, segundo a revista Veja (01/01/2009), foi filmado bem antes, em 1958, "St. Louis Blues", ao lado de Nat King Cole. Conheces? Se vi, esqueci.


Bom, até aqui, onde está a cantora? A cantora me encheu os ouvidos com sua voz rascante e realmente sensual para ca... a valer à beça. Num primeiro contato com voz e música de Kitt, ainda ontem, soou-me muito próxima à Edith Piaf. Surpreendente. Diferente de tudo que já ouvi. E Eartha Kitt, quem ouvir verá, não faz a menor questão de não demonstrar o quão madame Piaf é fonte de inspiração. Era apaixonada pela Europa e curtia cantar fluente, em 7 idiomas, do spanish, french, italian ao turco.

Disse Luiz Nassif (em seu blog), por ocasião da morte da cantriz: Aí eu fui pesquisar quem foi esta cantora, que nos últimos anos teve cadeira cativa no Cafe Carlyle, em NY. Tive a impressão de ter revisitado a história da nossa Elza Soares ao pesquisar sobre Eartha Kitt. E pelos comentários no Youtube ela influenciou muita gente de sua geração, do início dos 60. Neste vídeo que encontrei, ela canta em francês C’est Si Bon numa tevê suíça Kaskad, em 62.

"Tive a impressão de ter revisitado a história da nossa Elza Soares"... É o que eu repito sempre: a Terra gira, gira trocentas mil vezes mas a gente está sempre no mesmo lugar. Isto é, as biografias não são exatamente iguais, mas, tão semelhantes que, pelo mínimo, deveríamos somar pra depois fazer a diferença... De uma certa forma se faz, né? Não tá lá o Obama? Americanos escrotos... Imperialistas nojentos... É isso que eu digo, carái!


Anfã. Apenas um rostinho bonito, com voz europeurizada? Acho que nem... Criada nos campos de algodão da Carolina do Sul, Kitt , mestiça de mãe parte afro-americana, parte Cherokee e pai branco, entrou para a "lista negra" do governo americano após criticar a guerra do Vietnã, num almoço em plena Casa Branca. Devido ao incidente, Kittt foi posta na geladeira e atuou no estrangeiro durante vários anos, até seu retorno triunfal à Broadway, em 1974, antes de ser indicada, quatro anos depois, para o prêmio Tony, por sua atuação no musical "Timbuktu".


Um de seus maiores sucessos foi a cantiga natalina, sacana toda vida, Baby Santa. Quis o destino Eartha morresse, de cancer, aos 81 anos, em pleno 25 de dezembro (2008). Papai Noel, também não é filho de Deus? Bem, de Deus, de Deus, à vera, né não. Mas como todo bom filho de papais executivos, o Baby Santa da Kitt tem lá seus desejos secretos. Também curte ganhar presente.


Em tempo: ao original álbum "
Miss Kitt, To You" - 1952/57 adicionei 4 faixas bonus: uma 80's Disco, (que atire a 1ª pedra quem sobreviveu aos 80...) outra bem século 21, techno-remix, do mesmo hit, Where Is My Man, além de Baby Santa que não constava do original... Mas espere! Baixando o disco, você também recebe inteiramente grátis um maravilhoso kitt de ferramentas, digo, sucesso raro a lá Fever (Eddie Cooley/John Davenport) de nome My Discarded Men!

Isso aqui não são as Polyshop, mas há sempre uma promoção dia sim, outro também, pacero.

Eartha Kitt (Miss Kitt, To You) 1952-57 & Bonus

3 comentários:

  1. Caro Sérgio,
    O garimpeiro de todos os sons ataca de novo. Como disse lá no jazzseen, a Eartha é kitsh, mas sua versão de "C'est Si Bon" e seu clima de cabaré (ou cabaret) é maravilhosa.
    Abraços.

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  2. Olha, Cordeiro a Eartha é Kitsh sim, bem disse - a bem da verdade - o sei Edu. Mas estou quite com os kitshs, também. Ainda estava na fase Howard Rumsey & the Lighthouse, perdidão naquele som e seguindo todas as dicas do Jazzseen quando baixei Eartha Kitt with shorty rogers & his giant (st. louis blues). Detalhe: no arquivo original este álbum, o nome da Eartha nem estava. Tive q buscar a dona da voz no allmusic pra começar a conhecer Eartha Kitt. Aí me encantei com a moça que pra mim ainda era uma completa desconhecida! Daí googlei seu nome e veio essa enxurrada de informações no bom português que listei nas mal traçadas. E essa é a história. Outro detalhe que deixei de fora do texto: a dona Beyoncé, essa sim kitch como o Q!, está pleiteando um o papel de Eartha Kitt num filme (pro cinema) biografia. Quer dizer, ms. Kitt é QUASE uma Elza Soares, vamos combinar.
    Um abraço, Cordeiro e volte sempre pq muto me honra teus comentários.

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  3. Em tempo e aos que aqui chegarem: tô impressionado. E aposto todos os meus muito mais de 10.000 títulos rigorozamente piratas subtraídos-pelo desejo-, que o psual que compôs o sucessão brazuca "Quero passar um Weekend com você" da simpática Blitz deu uma... digamos, sugadinha de leve em "Where Is My Man". A coisa (base) é tão idêntica q vou tratar de clar meu bico por aqui. Até pq tenho uma imensa simpatia pelo Mesquitinha.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)