segunda-feira, 20 de julho de 2009

The Rebirth (This Journey In) 2005 e Noelle Scaggs [a nêga]



Vou dar bolacha em que mexer com a minha Nêga
Já dei colher demais, agora chega
Há dez mulheres para cada um no Rio de Janeiro
A Nêga é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro, ôooi
A Nêga é minha, ninguém tasca eu vi primeiro

Diz!

A Nêga é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro, ôooi
A Nêga é minha, ninguém tasca eu vi primeiro

Quando ela andava naquela
Pindaíba que fazia gosto
Não havia nenhum matusquela
Querendo olhar pro seu rosto
Hoje ela anda bonita
E vive no meu barracão

Um, dois, três!
Fica assim de gavião, ôooi
O meu barraco, fica assim de gavião...

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Este samba antigo, segundo o Dicionário Cravo Albim, de Marinho da Muda e João Quadrado, expressa com perfeição o que senti quando conheci Noelle Scaggs - infelizmente só quem conhece a alegria que do samba transborda pederá imaginar a minha ao descobrir Noelle.


Embora o This Jorney In postado, seja de 2005, aqui no Brasil essa nêga é tão minha que ninguém tasca eu vi primeiro mesmo! E o som... Se você curtiu e/ou curte coisas como Incognito, Brand New Heavies, James Taylor Quartet (que não tem nada a ver com o velho James do Rock'n Rio) e coisas stylistcs do gênero acid jazz, baixa que a nêga pode ser sua. Mas só pra adorar a distância! Tipo os gaviões na janela do (meu) barraco, babando, porque essa nega minha! E será fiel só por tê-la descoberto.


Minha história de fã do subgênero acid no jazz começou com um amigo que tinha... agora é que ele tem uma pousada na serra da Bocaina - na época era ainda um projeto. Amigo style, galera e garotas style a freqüentarem um local de paisagem, isso sim!, super-hiper-mega style!... Enfim, era tudo absolutamente style naquele batcanal à época (que saudade!). E só o que se curtia então era acid jazz, claro! Ali, no projeto de pousada ou pegando a estrada para lá, o que rolava era US3, MESHELL NDEGEOCELLO, os já citados BRAND NEW HEAVIES, e uma penca de sons do gênero - japoneses e alemães, então, existem literalmente às pencas! Teve um que conheci depois e que tenho que citar porque é um dos melhores! Os LIQUID SOUL... Anfã, se eu puxar muito da memória pouco elástica, já bem gasta e flácida, tá arriscado ela não voltar nunca mais pro lugar, então deixa quieto.


Mas, como ia dizendo, mesmo sendo muito Style, demorou um pouco pra dar vontade de reouvir esse tipo de música. Foram over doses dela. Até que achei o álbum (coletânea) postado abaixo. O primoroso Impeach The Precendents e daí... voltou tudo à tona! Toda a memorabilia: a futura pousada na Bocaina, a galera, o meu amigo Bruno... Grande Bruno! - o futuro dono da... agora sim!, finalmente construída Pousada da Terra! As doideiras que fazíamos... (mas isso foi antes, hein!, pelo amor de deus, que o cara tem família e é responsável...) Mas não dá pra esquecer... Éramos bem mais moleques... E, putz, na estrada!... O que seria de nós com a Lei Seca naqueles tempos? Ô maigudiness! Em plena Dutra! Passando, sobrevivendo, que milágre!, e parando pra abastecer em Barra Maaansa! - como costumavamos berrar aliviados porque a viagem era longa, sempre uma aventurar (que mane abastecer o tanque!, o carro era econômico) e seguir naquela serra que mais parecia uma sintese de um clássico do cinema, com o sugestivo nome de "O Salário do Medo"!.. Quanta emoção! Pois é, amigunhos. Deus protege bêbados e criancinhas. Lóki era nós! Arnaldo Baptista? Mero aprendiz. Mas deu tudo certo. Como deu! E, Bruno, se vires essa postagem, que não conta um quase nada da diversão que foram aqueles tempos... cara, sinto tua falta.


Voltando à Noelle e os The Rebirth, o fato é que me amarrei em relembrar e reouvir alguns desses sons daquela trilha sonora, já de época. E na pesquisa sobre alguns álbuns, encontrei essa nêga Noelle Scaggs, Sagaz e lindíssima e que nem vídeo decente no Youtube se encotra AINDA. Vai saber se agora que o internacionalmente aclamado blog sônico resolveu adotá-la, Noelle não deslancha, mundialmente famosa, no gosto popular?


A história é essa. Curtam muito o som, porque coisa mais style, não há!


Aliás há sim: há a Pousada da Terra em pleno funcionamento e o resgate do samba "Ninguém tasca (Gaveão)" de Marinho da Muda e João Quadrado que é muito mais style di qui tudo enfim!


The Rebirth (This Journey In) 2005


18 comentários:

  1. Talvez, muito provavelmente, eu tenha uma forma bem amalucada de 'vender' meu peixe. Não é possível que música como aqui postada, em 24 horas (exatamente as 20:00hs do dia 21/07) tenha conseguido sensibilizar somente 3 pessoas. Imagino que a brincadeira do samba, somado a preguiça natural das pessoas de ler, a tirar conclusões apressadas numa breve passada de olhos, tenha diminuido o interesse por banda e artistas. Podem pensar que a nêga é do samba, sei lá. Nada. Nunca nada contra o samba, claro, mas o fato é que, conhecendo o som que aqui está, não pegaram bem a coisa. Ou a estratégia está errada, vai saber. Na dúvida não mudo ela, não. Enfim, não sei o que está dando errado aqui. Mas que tem algo errado isso tem. Não sabem o que estão perdendo.

    Por fim, a brincadeira aqui foi, uma já recorrente da casa. Só que dessa vez elevada à máxima potência! Pegar um som, com uma pitadinha pop, mas extremamente sofisticado, e no texto da postagem, falar dele e nas coisas q ele me lembram da forma mais corriqueira possível. Desse meu jeito mesa de bar. Mas é isso aí quem é inteligente pega bem a coisa, no bom sentido, claro. E quem não tem aquele acesso todo a sofisticação, entende o que está escrito aqui perfeitamente.

    No fim é pr'essa galera q eu faço o blog. Um dia eu atinjo eles, estejam onde estiverem. Nunca escondi isso.

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  2. Pronto, vê se recebe...

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  3. Mr. Sônico,
    Você sabe que eu tenho ouvido pouco pop e rock - embora não renegue minhas raízes roqueiras.
    Mas é que essas misturas de pop com jazz não me empolgam muito (tipo US3, Jazzmatazz, etc).
    Põe a radiolinha prá nóis, cumpadi - aí vai c xoudibola!!!!!
    Mas vou dar uma sacada na nêga.
    E o link da Aziza tá com defeito. Baixei mas ele não descompactou (mandei "extrair para" e o bichinho deu a informação de programa desconhecido ou arquivo defeituosa - what happened?)
    Abração!!

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  4. Érico, não vamos discutir gosto, mas conteúdo. Eu sei que fusion não te agrada também, mas são dois subgêneros do jazz, cada qual com seu valor agregado. Então vejamos: em matéria de conteúdo o fusion é muito mais repleto dele do que o acid, certo? No entanto, no diferencial DIVERSÃO (algum de nós é contra? Não, né?) o acid dá de mil! Enquanto q o conteúdo do fusion é tanto e tão pretensioso, q meus Tico e Teco, já não tem o menor saco. Incrível isso! Eu adorava o fusion: Passport, Return to Forever, Mahavishnu Orchestra, Weather Report… Putz! Praticamente todos os bons nomes do ramo – por exemplo, Spiro Gira eu sempre achei o fim da picada de ruim!... Mas desde que esses dois esquilos preguiçosos albergados, os únicos que sobraram e conseguiram me aturar, acostumaram-se com o Jazz puro e (até) simples, eles começaram a rejeitar coisas que eu, em particular, amava! Mas, a música pop sofisticada e de bom gosto destinada tão somente a animar o dia e balançar o esqueleto, isso, nunca me fará mal. Não tem a menor contra-indicação... Poxa vida.

    Sim, sim, concordo! No fim das contas, o que fica continua sendo o tal do gosto. Mas que um é pretensioso e pesadão, o outro, leve e não se pretende nada além - de “uma ilusão” - de fazer almas (sofisticadas) felizes, acho que isso não se discute, certo? Gostar ou não é coisa de momento! Isso eu agarantio!

    E é aí que vem o segundo argumento sobre o seu comentário: aqui não se entende nada de música. Nunca neguei o fato. Mas... em compensação!... sei lá por que cargas, papai do céu me aquilatou com um bom gosto exagerado, nem pedi tanto assim pr’Ele! Mas, sobre o que eu falo na postagem? Exatamente! Diversão, amigo! A mais pura e simples diversão. A galera feliz, num lugar abençoado pelo Papai do céu - e o do Bruno... Enfim, é sobre o que o texto fala. Então a trilha a ideal pro momento, nada mais adequada!...

    Mas, Érico, ouvíamos muito jazz legítimo, também, camarada. Mas se não vinha ao caso, na narrativa, omiti. Por falar nisso, você deu um clique no link da Pousada da Terra, no texto? Então analise historicamente o continho mínimo, e, em resumo, no que dois irresponsáveis podem sonhar e um deles, com algum capital e determinação de sobra pode realizar... É essa a história no final (feliz) das contas, Érico... Prestenção que não escrevo tão bem quanto o amigo, mas nem tão mal que se precise escrever tanto pra explicar, certo? Ai caramba.

    Ah, a Aziza deu problema comigo tbm, mas tentei de novo e funcionou. Se continuar dando defeito te passo.Mas acho q se insistires funciona!

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  5. A nega é bonitona!
    Mas tb não me animei a baixar o álbum.
    E tb não consegui ouvir o som da sua radiola; seria uma boa amostra pra gente sentir se vale a pena fazer o download, né?

    ps.:estarei no Rio de 23 a 30 deste; que tal nos encontrarmos no almoço de sábado do Allegro Bistrô?

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  6. Farei o possível Fig. Me dará imenso prazer conhecer pessoalmente, no fim das contas, gente que a gente fala mais do q muito amigo que mora na outra esquina aqui.

    Quanto a radiolinha safada... Uma merda, amigo. Fiz tudo q seu mestre (Bruno do blog Eu Ovo) mandou mas a parada não quer tocar. Tanto q, de sacanagem, escrevi lá, "quando tocar melhorará".

    E a nêga deve ser provada, Fig. Vê por mim, eu virei um jazzófilo típico. O dia todo só escuto jazz praticamente. Mas, guardadas as clássicas proporções - axé e congêneres -, tem música boa em todos os gêneros. Pra mim o acid é muito melhor q o fusion e infinitamente melhor que o free e o smoth.

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  7. Mr. Sônico,
    Concordo com sua alentada argumentação, mas é questão de afinidade mesmo - até tentei ouvir, sem preconceito mesmo, mas não rolou.
    E sua radiola é bem bacanuda, mas não tá rolando mesmo.
    Vou dar uma sacada na pousada.
    Abração!!!

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  8. Legal, Érico. Vc já conversou por tel comigo e já reparou no meu jeitão espalhafatoso então, não tomou... Ops... (tomou, levou, vai tudo pro duplo sentido, não tem duplo sentido combinado?) nada do que disse como se dito com rispidez. Tou tranquilo quanto a isso.

    Érico, o que se ouvia de som bom nessa Pousada (ainda no projeto e depois de construída), meu amigo... E as moça então? Xa eu me calar.

    Outra coisa. Na frente sede, antes de toda infra q verás nas fotos, passa um rio. seguindo esse rio por 1 kilômetro mais ou menos chega-se a uma queda d'agua dupla. A 1ª faz tcham 30 metros, a 2ª faz tchum 80 metros e... Tcham tcham tcham TCHAM! No clarerona que o rio abre no morro, vê-se o mar de Angra dos Reis, ilha grande e toda aquela imensidão a qu e muito poucos têm direito! É por isso q insisti pra vires cá, ouvir essa história. Quem sabe um dia não reunimos alguns blogueiros naquela maravilha de lugar?! Muitos músicos jazzistas já tocaram lá. O amigo Bruno é muito fã de música. Então pense um músico conhecido do jazz q no mínimo ouvido falar nessa pousada ele já ouviu falar se não já tocou por lá. Era isso.

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  9. músico do 'Jazz brasuka' claro

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  10. Mr. Sonic-boy,
    Quem sabe uma hora dessas eu possa conhecer essa maravilha de cenário!
    E a idéia da reunião de blogueiros é bem legal - vamos ver se rola, né (o Fig e o Salsa, dois eméritos mochileiros, já estão nessa).
    E coloca o Zadeh e o Ponomarev (é assim que se escreve?) no monte. Não vou nem me preocupar em baixar.
    Abração!!!

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  11. Quano o moscovita estiver postado, quero ver vc resistir esperar.

    Quanto a descrição das quedas de 30 e 80 mts, eu digo "na clareirona que o rio abre no morro"... Que mané morro! É montanha. Essa visão do oceano atlântico em Angra é apreciada a mais de 1000 metros acima do mar. Façamos justiça sempre!

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  12. Mata o veio! Esse samba zoou uma fase duca de minha vida (pra usar o jargão da época). Era a entrada, a saída e o meio de campo de um grupo de viola, tantã, chocalho e cantores desafinados que fugia da existência (ditadura da braba) e caía na gandaia, com muito "tudo". Pra não ficar nela só, outra que acompanhava con frequencia era "Pressentimento"...Ai, ardido peito, quem irá entender o meu segredo.... Quanto à atual nega propriamente dita, vou tentar ouvir, sou mais do jazz. Grande lembrança e grande abraço
    Dario

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  13. És carioca, Dario? Vou sugerir a inclusão dessa música no repertório de uma amiga. A Manu do Cavaquinho. Ela toca no Belmiro em Botafogo com um grupo de samba federal de bom! Pedirei pr'ela ler e tentarei sensibilizá-la afinal um sambão 'crasse' desses merece ser desenterrado. Abraços!

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  14. carioca de Ramos, infância e juventude em Quintino, primeiro emprego em Madureira, nove anos de rua do Matoso, morador do Jardim Botânico; sabe que aqui onde moro, nas cercanias do Horto, há um ar de subúrbio? tem até festa junina, coisa que a ZS não conhece; não conheço o Belmiro
    grande abraço, Dario

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  15. Cara, frequento o clube dos Macacos. Conheço o Horto como a palma! Trabalhei lá, naquela casa Grande e Senzala muitos anos. Uma tal que fica em frente a Padaria Século XX, na rua Von Martius 22. E, (in)justiça seja feita, né Dario, cá entre nós, até em Copacabana tem umas vilazinhas com esse ar interiorano. O Horto é mais orconcurs. Alí subindo a ladeira, nas cercanias do Serpro, a coisa vira roça mesmo! Mas o Rio, pela própria geografia, é pródigo em recantinhos quitais.

    E trabalhei no Madureira Shopping, nos 90, uns bons 6 meses! Mas no suburbão não sou expert não. Muito mais por falta de oportunidade, preguiça, as vzs 4 rodas. Lembro que, mais muleque, frequentei muito o River... Ali... É Piedade aquela região? Não lembro mais. Mas a cidade ainda sobrevive, mantendo as diversidades e acolhendo todo mundo. Taí a Lapa, embora o lado fashion-casual esconda em parte a diversidade, ela prevalece!

    Sou bairrista do Rio! Acima de tudo. Mas só um pouquinho mais do q sou bairrista do Leblon.

    O Belmiro é um butiquim de fato e de direito. Fica ali perto da Cobal, Ladeado pel’O Plebeu e uns outros bares mais burgueses q agora o nome não me ocorre. Se quiseres me escrever um emeio (sergiosonico@gmail.com), eu peço para a Manuela (do Cavaquinho) incluí-lo na lista de amigos, pras chamadas pros shows, que não são só no Belmiro. E ela não toca só nesse pequeno grupo de samba (se a gente fala pagode fode tudo...) no Belmiro. Há também uma orquestra, nos moldes da Tabajara, só de mulheres que é um arraso! Minha memória é péssima. Fui já a alguns shows dessa orquestra, mas o nome não me ocorre. Xá pra la – Manu q não me ouça.

    Abraços!

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  16. com certeza já nos esbarramos pelas quebradas da vida: moro no edifício ao lado do da Século XX; o clube dos Macacos hoje é palco de meus filhos, q estão sempre por lá no samba das sextas, que acabou de retornar; já joguei pelada no River, que fica realmente lá na Piedade; o Belmiro com certeza já vi, pois trabalhei mais de vinte anos em Botafogo, só q não me lembro dele
    grande abraço, Dario

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  17. Pô, me amarrei na negona!
    Não conhecia e foi uma boa surpresa. No mesmo naipe da que tive ao baixar "Battles" [faz um tempinho jah, hein?]
    Parabéns pelo "blogsônico"! Me amarro nos textos, ou melhor informações! VLW

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  18. P^ô, faz um tempaço!, benis. Mas, antes um comentário por ano, que nenhum. Grato, e continue testando.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)