quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Agora só daqui a 35 anos!



Gary Higgins [Second] 2009

A pedidos, digo, imposição, o link desta postagem foi deletado por Decisão Major Capitalista Arbitrária do Estado - de calamidade cultural que a todos nos cerceia. A casa se ressente mas acata.


... A cata de mais e melhores blues, jazz, mpb, rock, folk, tango... Sem rare baba nem axé babá...

Se os super cult Six Organs of Admittance não tivessem gravado uma versão de Thicker than a Smokey, tema incluido no álbum School of the Flower de 2005, é muito provável que Gary Higgins tivesse permanecido no esquecimento a que foi relegado desde o lançamento de Red Hash, quando decorria o longínquo ano de 1973. Cantor e compositor de música folk, pode dizer-se que Higgins teve uma vida atribulada, fechando, ele mesmo, as portas a uma carreira que, a se avaliar pelo único disco que gravou em toda a vida, se apresentava cheia de promessas. Red Hash, que antes da reedição em CD era disputado por coleccionadores que se dispunham a pagar pequenas exorbitâncias por um dos raros exemplares em vinil disponíveis - na altura do lançamento apenas foram colocadas no mercado três mil cópias... Originalmente, à época, um álbum, na verdade, gravado na correria, em 40 horas, antecedendo meses ao encarceramento de Higgins, durante 1 ano, para cumprir pena por porte e venda de haxixe. Se os temas compostos neste álbum não bastassem para fazer dele um ponto de paragem incontornável para quem aprecie música folk, todas estas peripécias, por si só, fariam de Red Hash um disco muito especial. Mas, evidentemiente que o disco não foi escolhido só pelo passado 'bad boy' arredio do autor. Aquela obra (Red Hash) dizia tudo sobre o mundo fumarento em que o cantor vivia então.


Ainda em Red Hash, o tema dedicado à baleia é uma celebração da liberdade reconquistada, mas a verdade é que no fim da história a que dá voz a dita morre e este pioneiro sai de cena no mesmo ano em que entra, para só agora
em 2009 gravar mais uma obra prima, o Second. Agora com uma agenda de concertos que está a ser a consequência do sucesso daquele velho LP de antanho, que, nunca perdeu o prazo de validade. Tanto Red Hash quanto o Second são álbuns essenciais históricos para a memória da música popular americana.

Mas para que tal acontecesse e Red Hash saísse reeditado em CD pela Drag City e visse a luz do dia, houve um homem que se desdobrou em iniciativas para encontrar Gary Higgins nas listas telefónicas do Connecticut, enviando cartas a todos quantos homônimos que existissem sobre o solo daquele estado americano: Zach Cowie. A sua investigação foi coroada de êxito, para nossa felicidade. O ditado é véio, mas não custa insinuá-lo, o que é do homem...



Gary Higgins (Seconds) 2009

15 comentários:

  1. O ditado eh dos melhores e a música tb deve ser; vou ver!!!


    Bisous!

    ResponderExcluir
  2. Menina, pegue os dois! O de 73 e esse, do mesmo nível, de 2009. O som vale tanto a pena que dá até pra dizer que quem achar ruim, definitivamente não sabe apreciar a boa música. O q não é o seu caso.

    Valeu a visita.

    ResponderExcluir
  3. Vc eh mt chique!!!!!, huahuahuah

    ResponderExcluir
  4. sérgio san,
    baixarei esse second...obrigadão pela dica bacanuda.

    abraçsons

    ResponderExcluir
  5. Seu Pituco san, o cara lanou 2 discos na vida. Agora deve ser tarde, mas eu em seu lugar baixava o 1º antes.

    Valeu a fé noas minhas dicas.

    Abrasônicos do Sergio!

    ResponderExcluir
  6. Ô seu Mr. Sonic-boy,
    Preguiça, preguiça, preguiça...
    Conexão lenta, conexão lenta, conexão lenta...
    Mas vou dar uma sacada no fim de semana - tava sem cumputer até ontem - usando o do Gabriel!!!!
    Abração

    ResponderExcluir
  7. Fala sério, seu Érico. Nem tudo que seduz é jazz. Assim como, nem tudo que jaz no fundo é defunto. Você, meu amigo, como bom escriba está precisando um pouco de Gide:

    "De todas as paixões a que nos é mais desconhecida é a preguiça; ela é a mais ardente e a mais maligna de todas, embora sua violência seja insensível e os prejuísos que causa sejam ocultos. O repouso da preguiça é o encanto secreto da alma que suspende subitamente as mais ardentes buscas e as mais férreas resoluções. Para dar, enfim, a verdadeira idéia dessa paixão, é preciso dizer que a preguiça é como a beatitude da alma que a consola de todas as suas perdas e substitui todos os seus bens".

    Agora é torcer pro apaixonado q há em ti, te arrastar até esse recanto. Afinal, não sou eu é o André que está lhe falando - do jeito manso, mas nada preguiçoso, dele.

    Abraços!

    ResponderExcluir
  8. Que posso eu dizer?
    Mereço o "carão", como se diz por aqui.
    Mas amanhã juro que vou tentar me redimir.
    Abraços meio-seculares!!!!

    ResponderExcluir
  9. Repare na cara do Higgins... Não dá uma pinta de que ele tbm lamenta?

    ResponderExcluir
  10. Abaixo a repressão!!!
    Deixem o Sonic-boy garimpar em paz, pelo bem da boa música.
    PERGUNTO AOS CENSORES: a) o disco foi lançado no Brasil? b) Se foi, onde encontrá-lo? c) Se não foi, onde encontrá-lo e por quanto?
    A luta continua, guerrilheiro!!!!

    ResponderExcluir
  11. Grande Érico! Se Gary Higgins não existe (pra nós) deixe q ele exista, ao menos virtualmente! Ô gente burra! E o pior que são todos podres - de ricos.

    ResponderExcluir
  12. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  13. pela internet livre...

    engrosso o coro junto com os amigos virtuais...deixem os garimpeiros garimparem, pois a internet é de ninguém...

    abraçsons pacíficos

    ps.exclui comentário acima, por constatar erro de concordância verbal...é isso aí!

    ResponderExcluir
  14. Tudo bem seu Pituco, o importante é q concordas com a causa.

    Abras.sônicos!

    ResponderExcluir
  15. Ô¬Ô
    Taí Seu Sérgio, não sou, nem nunca fui, muito chegado a essa tal de música folk não. Mas, sem tirar o mérito de teu, sempre, adorável texto, vou dar uma conferidinha nesse malucão aí só pela carinha dele.

    obs: esse teu avatar do Gentle Giant tambem é DUCAAAA

    abraços
    Fui
    Ô¬Ô

    ResponderExcluir

Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)