sexta-feira, 16 de outubro de 2009

DISTORÇÃO


Enquanto não fizer mal, continuo obedecendo. Ela me mandou postar assim no original:

"Estive em muitos lugares diferentes; conheci pessoas e paisagens esquisitas; conheci humanos, culturas, climas bizarros; e sempre senti a tua ausência em cada um desses recantos abençoados e malditos; Sei que você não existe - és um anátema de minha existência; contudo, sinto cada emanação de ar que provém de tuas células mitocondriais; o vapor de tua respiração, que indica-me que sim, estás vivo - perhaps, não para mim...
Pisco os olhos pintados, e deparo-me em transe - alguém estava a falar algo que não me convinha - e olho para você, e sorrio por dentro - não importa, estás sempre a repetir aquele discurso enfadonho e nauseabundo....
Penso naquele outro - que provavelmente, nunca mais pensará em mim - é um alívio e uma ironia, pois jamais imaginei que estivesse aqui, refletindo nesse lugar, sem você..."

O humanista rebelde interpretou ao feitio do outro - ele mesmo...

Estive em muitos lugares diferentes e conheci nas entranhas, pessoas e paisagens estranhas. Conheci bem de perto humanos. Rebanhos humanos. Cidades, culturas, climas bizarros, mas sempre senti tua ausência em cada uma dessas paragens abençoadas, malditas, mas singularmente familiares.
Agora sei que você não existe. És anátema da minha existência. Contudo, sinto cada emanação de oxigênio provinda de suas células mitocondriais. Células mitocondriais... O vapor de sua respiração, indica-me que sim, estás viva. Perhaps, não para mim.
Cerro os olhos marejados, e deparo-me lívido - alguém diz algo que não me convém, então olho pra você e sorrio por dentro - não me importa mais se estás sempre redundando. Aquele discurso enfadonho fez sentido finalmente.
Penso no outro que provavelmente não pensa em mim. É um alívio e uma ironia, porque jamais me imaginei aqui, refletindo neste lugar sem você.
No fundo, bem nas entranhas... No interior das mitocôndrias que respiram a dúvida, quem sou? Quem és? Quem, quais e quantos somos? Que diferença faz se não somamos?

8 comentários:

  1. Qd eu li o primeiro, senti o clima do segundo!

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  2. Ô, meu Deus! Gabi galvânica, deu pra sentir é?

    Beijos q vc sente daí!

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  3. É Seu Mr. Sonic-boy,
    Hermetismos pascoais e linguagem cifrada.
    Depois conta a história (sempre tem que ter uma história).
    Abração!!!!

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  4. Seu Érico san, essa história ainda está no plano do Alfred - em suspense. Mas pelo menos é história, não uma estorinha qualquer. E vai se complicar ainda mais. Veja Laurinha (seu Érico, se voltar leia tbm)o poema ou letra de música que encontrei num blog interessante de nome "surtoseacasos":

    Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
    Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
    (Acho que te criei no interior da minha mente)

    Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
    Entra a galope a arbitrária escuridão:
    Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

    Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
    Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.

    (Acho que te criei no interior de minha mente)

    Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
    Retiram-se os serafins e os homens de Satã:

    Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

    Imaginei que voltarias como prometeste
    Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
    (Acho que te criei no interior de minha mente)

    Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
    Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo.

    Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro: (Acho que te criei no interior de minha mente)

    Não tem tudo a ver com o teu texto, lady Lauria?

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  5. Não estou entendendo nada...acho melhor voltar ao jazz!

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  6. Poizé, seu Fig, tem um imenso, exagerado, avassalador Benny Carter aqui embaixo q o proprio John Lester assina embaixo como um dos melhores discos de jazz que ele já ouviu. Depis JJ Johnson em 3 temos... Nos melhor dos 3 tempos!

    Meu blog obedece a cartilha dos 1ºs blogs q existeram, seu Olney tbm é uma espécie de diário, o diario de um macho mas, diário. E nem tudo é pra entender.

    De qualquer maneira, e sinceramente, valeu a visita e comentário.

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  7. Prezado amigo, obrigado pelas informações acerca de nossa amiga vibrafonista. É sempre bom aprender com os amigos.

    Grande abraço, JL.

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  8. É o que garante a nossa eternidade, mr. Lester.

    Abraços.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)