domingo, 13 de dezembro de 2009

Chris Harwood (Nice to Meet Miss Christine) 1970




Já faz mais de mês que fui na minha última festinha. Devo fazer esses programas umas 3 ou 4 vezes por ano. Fui porque o local era o Lagoinha em Santa Tereza (pena q o link não mostra foto). Minha 1ª vez naquele recanto escondidinho do Rio... E a vista lá de cima... O que era aquilo?! Bem, minha cisma com festas de DJ é que esses DJs, por mais conhecidos, festejados e com legiões de fãs que o perseguem - até no Lagoinha, local make desconhecido e de difícil acesso - nunca me agradam totalmente. Aposte o que quiser como uma hora vai ter a seção Jorge Bem Jor com aquelas músicas que todo mundo ouve e sai dançando em todas as festas, imendando numa ordem que a gente já prevê, com a seção Tim Maia... E por aí vai, no plano do previsível. Aqueles Soul sucessos do James Brown... Crazy dos Gnarls Barkley tbm não pode deixar de ter, enfim, o que eue quero dizer é sem-novidades-no-front. A festa vai ser tudo aquilo que você espera dela: musicalmente previsível. Ah claro, tem as moças... Isso pode até ser que não o seja (previsível). Mas nem sempre pega-se ou conhece-se alguém que valha a pena...


Mas há algo a dizer também em defesa do DJ famoso, segundo a amiga que me apresentou o Lagoinha, a festa e ao próprio, não adianta ousar muito, porque aquele público (que é o público do DJ) não aprecia novidades. Então o jeito é fazer o bêabá, mesmo, senão quem acaba dançando é o DJ. Não há público para o novo, o não tão usual, então? Creio que se não, no mínimo, nem tanto quanto se precisa para fazer uma festa bombar. Essa audiência VIP em matéria de gosto musical está dispersa em algum lugar incomum - que não o Lagoinha.

O barato então dessa festa foi ter ido com uma amiga que não via a anos. Ela estava morando na Inglaterra e voltara com um marido inglês, este sim DJ! E que fora contratado para abrir os trabalhos do DJ famoso. Enquanto o inglês estava abrindo os trabalhos o som era perfeito! O cara sabia mais de música brasileira rara do que a grande maioria dos brasileiros. E foi um desfilar feliz de raros Sergio Mendes, Cassiano, Gonzaguinha, João Donato, Jorge Mautner, Marku Ribas, Marcos Valle... Gainsbourg, Tom Waits, jazz psicodélico vintage italiano dos 70... Putz! Não parava de vir música boa! Tudo raro, tudo muito dançante, tudo maravilhoso!... Agora, me pergunte se havia alguém dançando na pista. Ninguém, meu. Talvez, e muito provavelmente, se essa festa fosse no Braz, na Paulista ou na Angélica, estaria bombando muito mais porque nesse particular, reconhecer o cult, o novo, o diferente, o paulista sabe muito mais do que esse bando de carioca amansado. Anfã, fiquei amigo do DJ Londrino, pq sou muito amigo da atual esposa dele. O cara, que, como eu disse a ele, era pra dar festas em iates cobrando 10 barão de cachê está cortando um dobrado aqui no Rio. Sem trabalho, sem muitas perspectivas... A mulher, que é uma cantora fora de série, grávida, também sem grandes perspectivas. Mas eu entendo a coisa como ela é. Trocar o Rio por Sampa, por ex., não é pra qualquer abnegado. Então nego vai vivendo como dá, aceitando uns trabalhinhos aqui outro acolá, e nesse ínterim, entre o buzum e a van sempre há o Posto 9 em Ipanema e a vida passa mais agradável de se levar... Ah! E o londrino não larga esse osso paradisiaco aqui nem que o Big Ben atrase e mude o fuso horário para "em Brasília 19 horas!". Se um cara de Manchester - acho q é de lá que ele veio - encontra uma carioca bonita, talentosa e que conhece essa cidade em que moramos, nos mínimos detalhes... vai querer voltar praquela pasmacera nebulosa? Acho que não, né? Anfã... Bairrista eu??? Como assim, por exemplo?


Mas, finalmente, o quié é quié que tem Chris Harwood e o álbum (acho que único da cantora) raro e belíssimo a ver com toda essa história? Bem, eu tenho freqüentado o ap do casal DJ inglês/Cantora nacional, grávida, de talentos inquestionáveis e nessa de tomar umas cervejinhas o cara vai me apresentando os seus discos LPs e compactos simples – pois é, o DJ pega um CD como se estivesse manuseando uma cueca suja! A parada dele é vinil e ponto final! Inclusive uma de suas fontes de renda é vender LPs raríssimos pela internet. E nessas de bebe uma cerva aqui põe um LP pra tocar, dá-lhe som nas carrapetas! E não é que de repente, não mais que de repentelho, na octanagem do álccol que transforma toda pessoa normal em generosos amigos de longa data, o cara me presenteia com um compacto simples de Chris Harwood!? Acho que estou rico e não sei, porque a coisa é muito desconhecida. Mas antes de me dar o exemplar, claro!, ele me mostrou a música do disquinho. Uma versão matadora de Wooden Ships dos Crosby, Stills, Nash Young se apresenta nos meus ouvidos desavisados!... E a primeira coisa que eu disse, ao ouvir a versão foi: “Ué! Isso é coisa muito muderna, mermão! você não lida somente com antiguidades?”. Amigo leitor, o disco “Nice to Meet Miss Christine” é de 1970. Observe que maravilha de versão a de Wooden Ships e me digam se a impressão de modernidade não lhes saltam os olhos! No mais o resto do LP também é todo bom e, pra variar, o eu vaidoso meu que pensava que ia apresentar a maior raridade do planeta ao mundo descobriu que já existe um link do disco num blog que não me recordo mais. Mas o importante é conhecer! E o nome do álbum diz tudo o que faltou dizer...



12 comentários:

  1. meu pai tinha em LP e vendeu para comprar o rock and roll circus em LP, bootleg da época. troca justa? não sei.

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  2. Não acho que tenha sido não, Marcelo. Em matéria de raridade, não foi mesmo! Eu já vi esse dvd ou vídeo cassete vendendo até nas bancas de jornais locais... Tudo bem, o oficial deve ser raro, não tenh a menor idéia. Mas esse disco q apresento aqui, ou eu muito me engano ou é infinitamente mais raro.

    Abraços!

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  3. E o disco, Seu San (o Atlantic Piano)?
    É bacanudo ou piramidal? Ou ambos?
    Abração!

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  4. Estou ouvindo agora, seu san. Estou na faixa 7. Acabo de passar por In Walked Bud. Piramidal! a parada, meu amigo!

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  5. Ô, camarada, estoriinha bem contada "pra dedéu", como se dizia lá na roça de onde eu vim. O descanso fez bem para a pena. Acabei de baixar a cristina. Ouvirei.

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  6. Valeu Salsero, és um estímulo (espero q não te culpem por isso).

    Outra coisa q espero é que tenhas visto o (Rolls)Rollins postado, isto é, estacionado na vaga mais abaixo. É uma limousine musical, amigo.

    Abraços!

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  7. Sergio ,
    Não estava na Inglaterra , pois meu dinheirinho só deu pra ir até Saqarema, de onde cheguei hoje pra encontrar uns amigos lá no Bar do Azeitona , no inicio da Dias Fereira .Apareça por lá a partir das seis pára matar as saudades e elogiar aquele disquinho que vc me deu com todo o respeito !
    Abracos ,

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  8. Grande Edinho! Tvz d um pulolá sim, meu irmão.

    Mas, andastes sumido pra quem estáva ali em Saquarema, hein... Não tem internet lá?

    Digo isso pq te mandei um emeio sobre o tal disco presenteado, recebeu? Bem é bem provável q me expliques pessoalmete diante de uma caldereta bem gelada. Abraços!

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  9. UM BAITA DUM SONZEIRA O DESSA GATA JUNTO COM PETER BANKS, RARÍSSIMO POR SINAL. TENTEI PESQUISAR SOBRE A VIDA DELA E NÃO ENCONTREI NADA REFERENTE A BIOGRAFIA .
    ALGUÉM SABE ALGUMA COISA A RESPEITO DESSA CANTORA , SE GRAVOU MAIS ALGUMA COISA ALÉM DESSE OBSCURO E PODEROSO LP ,SE AINDA CANTA , AONDE VIVE OU SE JÁ FALECEU?
    ALGUM PARADEIRO DE CHRIS HARWOOD, FAVOR ENTRAR EM CONTATO sergioluiz.melo@bol.com.br

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  10. UM BAITA DUM SONZEIRA O DESSA GATA JUNTO COM PETER BANKS, RARÍSSIMO POR SINAL. TENTEI PESQUISAR SOBRE A VIDA DELA E NÃO ENCONTREI NADA REFERENTE A BIOGRAFIA .
    ALGUÉM SABE ALGUMA COISA A RESPEITO DESSA CANTORA , SE GRAVOU MAIS ALGUMA COISA ALÉM DESSE OBSCURO E PODEROSO LP ,SE AINDA CANTA , AONDE VIVE OU SE JÁ FALECEU?
    ALGUM PARADEIRO DE CHRIS HARWOOD, FAVOR ENTRAR EM CONTATO sergioluiz.melo@bol.com.br

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  11. Anônimo7/6/11 01:07

    Sinistro, álbum raro, valeu chará!
    Texto muito bom, divertido.

    abç!

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  12. Valeu About! Volte sempre.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)