sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O quié quié isso aqui?! ou Lendo ou não, levas uma preciosidade pra casa!

Bem, eu entro 2010 make maizomenas putinho. Isto porque fiquei em casa ontem , esperando a chuva passar e quando os fogos espocaram, eu já meio emocionado - etilicamente emocionado, quis dizer -, só ouvi um blam blam blam distante mas nada pude fazer senão virar o ano e a cara pro outro lado e dormir. Mas o 2010 será um bom ano. É um bom numeral... E a passagem?... Xá pra lá. Então não é por isso q o putinho se dá. Ops! Dá-se o putinho pelo fato disso aqui. Ora, todos que cometem essa insanidade de me ler sabem que sou um inimigo declarado da indústria fonográfica. Durante muitos e muitos anos comprei e ajudei a sustentá-la na honestidade. Desde meu 1º emprego como ofice boy, me lembro que o primeiro salarinho, pouco mais que a mesada de papai (que também ia direto pras modern sounds da vida), eu cai pra dentro de uma loja de discos e, entre vários álbuns que não me lembro mais, açambarquei o disco de estréia da Ângela Ro Rô. E, os muleques nascidos e criados na Rede Mundial de Computadores não tem idéia da tetéia que era a Ângela naquela capa - época épica! Claro que comprei pela capa! Vês como mergulhava tanto na música quanto à paixão com a cara e a coragem? Discos, meus amigos, LPs ou CDs, nunca foram artigos baratinhos... Levei, como um bom menino romântico, crente e ingênuo q se apaixona a 1ª vista por uma linda garota que canta. Só depois constatei que a música também valia à pena. Comprei de olhos bem fechados para a obra e abertos só para a Ro Ro! E pra quem continuar descrente de que Ro Ro era um pedação de mal caminho, uma informação: o grande cineasta Antonioni, também se encantara pela Ro Ro anos antes. E, segundo o Jabor ou o Nelsinho Motta - não sei mais quem contou essa história no Jô - Michelangelo Antonioni queria porque queria enfiar Ângela Ro Ro no elenco de um próximo filme dele! Mas esta dispensou o convite e deu de ombros... Enfim, semanas, meses! se passaram para eu conseguir digerir que aquela “dotozinha” angelical da capa, era gay declarada. E que muito provavelmente já pegara 20 vzs mais garotas do que eu pudesse sequer abraçar! Claro que ser gay hoje em dia não assusta nem choca mais ninguém, mas transfira isso para 1979 e para este semblante.... Então, voltando ao que me trouxe, estou puto porque a indústria não se emenda! Não perceberam que a luta está perdida. Essa luta deles de manter isto aqui como está não vai mais pra frente! E que se eles não fizerem (mais ou menos) como a indústria farmacêutica e começarem a invadir o mercado com os chamados genéricos - em CDs teriam uma versão mais humilde de encartes - com discos de qualidade no conteúdo da mídia, ao preço máximo de r$ 15 merréu, eles estão com seus dias contados. Só falta uma alma caridosa desligar os aparelhos. O sofrimento deles, nem eu que sou inimigo declarado, vou me divertir de assistir. Isto, por um único motivo: até me amarro numa piada de humor negro, mas não sou mórbido. Mas a pá de cal pode me chamar pra cerimônia do adeus que eu jogo a cal encima. Seria como a tesoura dourada que corta a fita da solenidade de inauguração de uma nova era de liberdade para a cultura da boa música aos homens de boa vontade. E sem d.m.c.a.s e executivos tubarões sanguessugas móbidos nas ameaças pra encher o nosso saco!


Sobre o álbum: é, na minha opinião o melhor álbum do McCoy Tyner. Isso enquanto não ouço o álbum que o mestre Érico acaba de postar lá em sua prestigiada casa. Mas lá o que há é tão precioso como cá:, quis dizer, cá, o precioso são os discos, lá a preciosidade é a informação. Nem todo mundo quer espalhar álbuns pela rede, o que não deixa de ser um crime - na visão da lei ainda não sei. Mas na visão de quem detém os direitos autorais, isto certamente. Enfim 2 a missão: Ele me passou o mp3 do álbum lá postado pra minha avaliação - quanta honra! Mas sou tão romântico com as minhas coisinhas descobertas minhas, que temo ouvir e gostar mais do dele. Então este Night of Ballads & Blues precisa ser postado antes! Até porque... Leitor, o que significa isso aqui?!


Em tempo: se alguém tiver alguma informação sobre o Steve Davis, baixista que compõe o trio deste álbum, please!, deixe um comentário. No fim das contas, foi por causa de Steve Davis que toda essa pesquisa sobre Nights Of Ballads & Blues começou. De minha parte estava a cata de mais informações sobre o baixista Steve Davis, mas aí o que encontrei? Além das postagens do McCoy Tyner, este absurdo aqui!


Mais em tempo ainda!: encerro esta 1ª postagem (está cheio de primeiros e primeiras este texto) do ano com uma frase emblemática do Millôr:


"Nós, todos criminosos em potencial de uma sociedade doente, não aguentamos mais esse suspense. Acordamos todo dia perguntando, quando; quando é que vamos sair do banco de reservas."


Ó o 2010 aí, gente! Chora cavaco!


É isso aí, amigunhos...


MCCOY TYNER (NIGHT OF BALLADS & BLUES) 1963

Ah! Neste link não encontra-se só o Night of Ballads..., mas quase que a discografia de McCoy Tyner. Tem até um bootleg com Carlos Santana! Eu recomendo o recomendado. Mas o leitor pode se espalhar em Tyners.

9 comentários:

  1. Valeu, mr. Serjão. 76 contos é muito mesmo. Eu não compro nem a pau.
    Valeu o link. Vou conferir.

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  2. E ainda tá em promoção, seu Salsa! Na verdade é 79,90! Diria o locutor "Aproveite!". São uns caras de pau...

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  3. sérgio san,

    começo o ano 'dando uma rapidinha'(no sentido bíblico-virtual..rs) nos blogs bacanudos dos amigos...

    crônica piramidal,quase um desabafo manifesto...e concordo contigo quanto à ângela rôrô...belíssima e canta pacas...enfim,grande artista.

    creio que as gravadoras estejam com dias contados, sim...a máquina...mas,sempre será necessário um produtor musical profissa pra por ordem na casa dos músicos e artistas...isso é inevitável...

    ...resgatando o lance dos beatles, o que seriam deles sem o quinto elemento, não é verdade?

    bom, é isso aí
    boas entradas (no sentido bíblico-virtual) e muito som

    tô baixando o álbum e mais tarde, depois do trampo, vou saravá-lo...

    abraçsons pacíficos

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  4. Mr. Sonic Boy e Mr Salsa,
    Por isso é que eu deixei de comprar disco por acá e só compro no Amazon, na Mosaic/True Blue e na Oldies.com.
    Como diria o Clóvis Basoy, digo, o Bóris Casoy com sua boquinha de chupar picolé de chuchu, "isto é uma vergonha"!
    Ah! e apoio incondicionalmente sua luta, Seu San (ainda bem que esses discos que eu tenho comprado tão numa faixa de 5/6 dólares e chagam aqui por cerca de R$ 20,00 a R$ 25,00 - preço razoável, ainda mais considerando que os bichinhos vem lá das estranjas).
    Bom, mas aqui não tem público prá jazz, não é mesmo? As gravadores pelo menos nunca fizeram questão de formar público - só massa de manobra, com seus breganejos e axéculos (mistura de axé com ridículos).
    Mas vá aos festivais de jazz (especialmente os gratuitos, como Ouro Preto) e vai ver tudo lotado de gente. O mesmo ocorre com qualquer concerto da OSB ou da OSESP. Será que brasileiro não gosta de boa música, só gosta de lixo?
    Bom, vou parar de escrever porque também fico p* com essas coisas!!!!!
    Abração!

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  5. Fala Sergio!
    Já que vc tocou no assunto McCoy. Caso aidna não conheça, pra mim o melhor disco de sua carreira é o Land Of Giants. Outro muito bom também é o McCoy Tyner and the Latin All.
    Fica um abraço!

    Rodolfo

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  6. Ô¬Ô
    É isso aí Seu Sérgio,
    concordado em GNG.
    Quadrilha de caras de pau! Junta-se a quadrilha das gravadoras com a quadrilha dos distribuidores mais a quadrilha dos vendedores e pronto! É o que dá, 79 paus por um cd simples! Ah esqueci, os caras são maneiros nos dão um descontinho de 3 mangos por ter-mos entrado com o furico. Tô FORAAAAAAAA

    grande som, grande desabafo!
    Vc é um grande cara!
    Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

    Ô¬Ô

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  7. Valeu, Mauro, grato pelo apoio a causa justíssima.

    Rodolfo, vou 'estar providenciando' a sua dica... Aliás, minto: acabo de verificar nos meus alfarrábios, eu tenho Land Of Giants. É com Bobby Hutcherson. É muito bom mesmo! Boa lembrança pra uma reaudição.

    Valeu a visita idem idem!

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  8. É, Sérgio, a virada tbm não foi nada fácil para mim, enfim.
    Quanto ao cd, é um absurdo uma coisa dessa. o mais engraçado, quando acordei estava justamente pensando nisto: a questão da planificação da informação que há pela internet. Os tempos estão mudando, espero, ou esperamos, que seja algo positivo- tomara que a indústria fonográfica, ou outras tbm, não arrume uma maneira de contornar a situação, o que é pouco provável, mas tudo pode acontecer.

    Grande abraço, meu caro. Tô baixando o albúm. Valeu pela postagem.

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  9. Dependendo do contorno, né marcelo? Um contorno ao largo é falência, um contorno considerando a internet e aquela máxima de que todo ser humano que vive em sociedade captalista é um consumista em potencial e que "ter" pra gente um objeto físico como cds na estante é importante, eles contornam do modo certo. Mas já não acredito nisso não. A guerra é a única saída que eles compreendem. Vejamos qual será a próxima jogada deles.

    Abraços!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)