sábado, 17 de abril de 2010

Etienne De Rocher - 2006




É muito mais fácil e prazeroso narrar a sensação boa de se encontrar um músico ainda totalmente desconhecido no cenário nacional do que tentar descrever a música do apresentado. A chateação já começa quando se tem que definir o estilo do artista. Vejamos, só no rock, a variedade de subgêneros que encontrei numa passada de olhos: math rock. shoegazer, shitgaze, baggy, geek rock, dream pop, paysley underground. post grunge, sladcore, slowcore, lo-fi, riot grrrrl... Ei! Riot Grrrl!? É um estilo de rock ou um claro sinal de impaciência-de-mulher-independente-e-furiosa? “Ei, amigo!” – eu penso enquanto leio uma resenha dos entendidos – “Eu sei que suas intenções são boas, mas tente falar na minha língua ou  explique no texto o que é cada uma dessas variantes, ou arranje um jeito menos "tribo dos sabidos" de me informar se vale a pena baixar o sujeito, caráio!”...

Descrever como se chega à futura promessa – a chave do tesouro - também, eu nunca canso de detalhar, talvez por ser um sistema tão simples, que me deixa instigado a estimular outras pessoas a brincar disso também. Mas aviso logo, sorte e persistência fazem totalmente a parte mais importante do negócio. E quando falo em persistência, a persistência requer tempo, certus? Pra mim o inesperado aparece (quase) sempre desta forma: procuras por uma música ou álbum de alguém e outro artista se interpõe na busca - ou porque música ou porque álbum são homônimos - e aí, você vai com a cara do nome do intrometido. Baixa e “ó meu deus, quem é esse cara!?” Pronto. Está feita a descoberta! E os orgasmos vão começar! Mas, calma, vc apenas conseguiu uma música da nova paixão. Resta o álbum... Qual o nome do álbum? Tal. Põe na busca agora o tal nome... Espera.... As vezes o tal é tão bom que você até esquece quem era aquele que você procurava anteriormente. O novo virou prioridade.

E este foi o caso de Etienne De Rocher. Quando o descobri, o álbum homônimo, só se encontrava com um único “user” que compartilhava músicas comigo no soulseek - Soulseek, vc já sabe, né? É uma espécie mais "profissional" de Kazaa. Programa facilmente baixável em qualquer "Baixaki" que se encontra por aí. Então, compartilhava o user comigo e com mais uns 28 milhões de outros users conectados naquele momento. Incrível que apenas um único tivesse o álbum. Depois, já de posse do álbum, descobri que o mesmo foi gravado em 2006!... E de um autor tão bom, tão pop, tão “bateu valeu”. que... Sei lá como pôde ninguém ainda tê-lo descoberto. E olha a sorte aí entrando em ação!

Agora a parte chata: o que é Etienne De Rocher? Que tipo de som ele faz? Só disse que o cara era pop. Vago vragarai... Então tá. Ele também é rock, mas há uma boa dose de folk, blues, também tem, lo-fi, deve haver shoegazer e muito provavelmente até “riot grrrrl!" terá... É simples, Etienne é pop e sendo pop, na assepsia da palavra, o cara mistura todos os gêneros e sub-gêneros e aí meu amigo o negócio é sentar à mesa e confiar na habilidade de dosar os temperos do chef. Entende porque essa parte me complica? Porque passar a emoção que me causou essa descoberta, esse som, me deixa tenso! E essa tensão deve indicar, pros que lêem nas entrelinhas a emoção que a música de Etienne me causou. Quer saber? Cansei de enrolar o leitor. A referência mais próxima e atual que me vem a mente no momento é Ben Harper. Isso aí, se você gosta do Bem Harper vai amar o Etienne. E se queres saber mais sobre o artista aí vai o site oficial do cara. Afinal o mais importante já está aqui mastigadinho... O álbum. Com 2 bônus que nem o disco oficial tem.

Consegui traduzir, sempre com a inestimável ajuda do gugou tabajara tranrleitor, uns pedaços da descrição do próprio Etienne sobre a via crucis que teve que enfrentar para realizar este (in)tento totalmente bola dentro. O mais importante foi saber que o cara levou 5 anos na gestação desse álbum. Sem contar o fato dele ter rejeitado a oferta de uma major para poder parir o disco num tipo de parto de cócoras. E parto de cócoras, cê sabe, não precisas ser gestante para saber que será um parto "calça arriada", cujo major 'facilitador' promete ser indolor. Etienne sabe das coisas... Ou soube. Os 5 anos, De Rocher conta a saga, acusaram momentos bem dolorosos. Mas a liberdade de ser o dono da própria obra, sem nenhuma interferência externa, paga qualquer sacrifício.


Etienne De Rocher 2006.

10 comentários:

  1. Valeu a descoberta, Mr. Seu Sérgio,
    Ouvi em primeira mão e posso dizer aos amigos da casa sônica que vale a pena. Pop bem feito, classudo, cheio de referências bacanudas (Beatles, Dylan, folk, psicodelia, etc.).
    Abração!

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  2. Não, mr. Érico. Esse é o tipo de música que não tem contra-indicação. Também andei submetendo as letras ao tabajara gugou 'tranrleitor', e a coisa no campo da poesia também não fica muito atrás do cuidado com a música não. É o chamado... inventei agora, Pop-papafiníssima.

    Valeu a visita!

    E o tricolor reforça: FOGO!!!

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  3. grande sérfgio. sempre passo pelo seu blog. não comento, mas isso não significa que não deixo de ler suas dicas e suas opiniões. vou deixar para o fds para ouvir sua descoberta. não gosto de ouvir discos para analisar e conhecer na correria de trampo e vida social rs. gosto de ouvir uma tres vezes, em casa, fumando um cigarro, fazendo palavras-cruzadas. te retornarei.

    obrigado!!!

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  4. Sim, Marcelo, casos assim como o do Etienne, eu costumo bater na porta de dos blogs amigos, pra ver se o som se assenta bem com a maioria. Se é pop, tem que vestir bem e unisexualmente nos moços e nas moças, certo? Tou aguardando a vossa avaliação.

    Grato à visita!

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  5. ESTOU OUVINDO e gostando do som.
    interessante.
    valeu a postagem.
    abs
    paul

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  6. Empolga-me Paul! Empolga-me.

    É isso exatamente isso q a gente quer. Afinal se o cara é pop, qual sentido do "raro"? Aqui é pra sair se espalhando e causando o efeito agradável q todo pop de bom gosto deve causar.

    Abraços! Valeu a visita!

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  7. Achei um lance na rede que pode te agradar: The new mastersound. Tem bons momentos funky.
    O link: http://avaxhome.ws/music/rnb/funk/mastersounds3.html

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  8. Fala, Salsero! Já tou até ouvindo o 1º disco dos caras. É aquela soulfunk meio blackspoitation, instrumental, bacana. Com um baixão profundo e poderoso. Só um tanto repetitivo... São quase sempre assim esse gênero de músicas. Mas é bacana. Valeu o toque e a visita!

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  9. Sergio, acabei agora o disco do Etienne e achei bacana, mas nada tão demais assim, pois faz a linha de muita gente na mesma seara (Jesse Malin, Jordie Lane, Salim Nourallah, Jason Collet, entre outros). Vou guardar o disco por aqui no HD e "There's Real And There's Moonshine" fará parte de futuras coletaneas. Abraços :)
    P.S: "Out to Sea" também merece destaque.

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  10. Valeu, Adriano! Acho q escreveste este ontem, não? É q, fico preocupado pq aqui respondo quase q de imediato os comentários. Tipo, meu escritório á o meu cmputador... Contece q se comentastes nas noites de ontem ou trézontonte, foram justo as duas jacas que carrego atoladas nos meus pés até agora... Se é que vc me entende... De modus q cheguei vi teu comentário mas não estava sóbrio p/responder e depois esqueci docê total...rs...

    Quanto a sua opinião q pedi e esperei com certa ansiedade... Poxa, embora tenha achado o De Rocher aquela coca-cola toda, nunca disse q era algo inédito, até disse da semelhança com o Ben Harperq é figurinha talentosa, mas nem quando apareceu, veio como grandes novidades... E pop bom é pop q nos lembra um monte de gente...

    Valeu a visita e sua colaboração opinando. Mas o musicaço do disco pra mim é "Juniper Rose"...

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)