domingo, 9 de maio de 2010

Albert Dailey (That Old Feeling) 1978

Subestimado na habilidade e na verve com que atacava as teclas do piano, o talento de Albert Dailey (1939/1984) só começou a ser justiçado muito tempo após a sua morte. Um estilista por vezes hipnótico, suas harmonias cintilantes e as frases desenhadas com propriedade incomum eram particularmente admiradas por Stan Getz, com quem trabalhou em meados dos anos 70. Dailey iniciou os estudos de piano já numa idade adiantada - perto dos 20 anos -, começou tocando na banda do Baltimore Royal Theater entre início e meados da década de 50. Depois excursionou com a vocalista Damita Jo de 1960 a 63, Liderou um trio no Bohemian Caverns em Washington, DC, antes de se mudar para New York em 1964. Daí em diante as portas do jazz se abriram para Dailey. Tocou com Dexter Gordon, Roy Haynes, Sarah Vaughan, Charles Mingus e Freddie Hubbard entre outros. Gravou e participou ao vivo com Woody Herman em 1967 no Monterey Jazz Festival, e com os Messengers de Art Blakey no final dos anos 60 e, novamente, em meados dos 70. Foi também requisitado periodicamente por Sonny Rollins. Excursionou e gravou, obviamente com o fã de seu estilo arrojado, Stan Getz, e também cortou, embaralhou e deu as cartas em sessões com Elvin Jones e Archie Shepp na década de 70. Realizou a série de Concertos Summerpier nos anos 80, além de tocar no Upper Manhattan Jazz Society, com Charlie Rouse, Benny Bailey e Buster Williams. Gravou pela Columbia, Steeplechase, Muse, e Elektra, com sua estréia solo em 1972 no moderníssimo álbum “The Day After the Dawn” - disco imprescindível para quem quiser se aprofundar no estilo do pianista, porque, embora um tanto carregado de experiências, este álbum dá uma dimensão do artista brilhante e diferenciado que foi Albert Preston Dailey. O resultado desta 1ª realização solo, recebeu generalizadas críticas elogiosas, mas não o suficiente para manter suas vendas, caindo o álbum no esquecimento pouco depois da data de lançamento.

Quanto ao, “That Old Feeling é um álbum sincero e apaixonado, além de ser a coleção de standards que me impulsionou a postar justo porque fica fácil perceber, mesmo para leigos como eu, que esse é um pianista diferenciado, com um estilo que se destaca de todos os outros grandes pianistas de Jazz e isso só se vê ouvindo.

No mais, não encontrei qualquer informação sobre a curta obra de Dailey (3 álbuns solos incluindo-se Textures de 1983), senão lojas virtuais e sites no Ebay para a venda. Alguns sites até nem tão caros assim - $ 15 verdinhas, fora o frete - considerando a raridade e qualidade da música executada, vale muito a pena.









That Makes Me Dance (Styne) 7:47

Lover Man (Ramirez, Sherman, Davis) 4:39

Yesterdays (Kern, Harbach) 10:48

Michelle (Lennon, McCartney) 5:23

That Old Feeling (Brown, Fain)11:33

Body and Soul (Green, Heyman, Sour, Eyton) 6:53

Night and Day [Master][#] (Porter) 8:05



Albert Dailey: Piano

Billy Hart: Drums

Buster Williams: Bass

9 comentários:

  1. Mr. Seu San!
    Uma ótima resenha, para um pianista pouco conhecido (delee, na verdade só tenho o Poetry, com o Stan Getz).
    O que chama a atenção é o lirismo e a doçura com que o moço toca o piano: parece que ele acaricia as teclas!!!
    Muito bem - mais um prá listinha (quem sabe até uma encomenda à Reco Recordas, não?!? - mas te confirmo por e-mail, pois vou dar uma sacada no Amazon).
    Abração!

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  2. Seu san, desde q descobri o Tabajara Gugou tranrleitor, minhas resenhas deram um salto de qualidade! rs rs rs...

    Aguarde minha próxima postagem.

    Valeu a pronta visita.

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  3. Ô¬Ô

    SEu Sérgio,

    O Albert Dailey, é daqueles pianistas que se desenvolveram muito ligados ao toque do Mestre Barry Harris. Este álbum é um dos melhores trabalhos dele, com repertório canônico. Buster e Billy Hart foram parceiros de longa data, desde o quarteto do Stan Getz, um verdadeiro olho de lince para descobrir ótimos pianista, casos do Chick Corea e da incrível Joanne Brackeen.
    Grande post, parabens

    Ô¬Ô

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  4. Para evitar maus entendidos...Rsrsrsr

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  5. Ô, Sandra Botelho... C paraéin. rs rs rs...

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  6. Mauro, engraçado vc sitar a Johanne. A descobri não tem um mês e ela é tudo aquilo e mais um pouquinho...

    Valeu a visita,

    Alias, vc também sempre sandra. Até "sem comentários" contanto q vc esteja presente.

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  7. Tá bom ...
    Vou voltar sempre e só deixar bjinhos ok?
    Beijos achocolatados!

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  8. magnifico pianista, obrigado !

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)