terça-feira, 3 de agosto de 2010

George Arvanitas (Plays... George Gershwin) 1994


Um gigante longevo na paisagem do jazz europeu, com técnica grandiosa, o pianista Georges Arvanitas e sua versatilidade impressionante fez dele uma espécie de ponto de convergência para os jazzistas americanos, quando iam para a Europa - mais precisamente, a Paris. Nascido em 13 de junho de 1931 em Marselha, Arvanitas era filho de imigrantes gregos vindos de Istambul. Começou a estudar piano clássico aos quatro anos, mas como um adolescente clássico, gravitou breve para o jazz. Aos 18 anos foi chamado para o serviço militar E prestou o serviço em Versailles. Por sua proximidade com Paris Arvanitas foi logo exposto à próspera cultura jazz da cidade no pós-guerra E deu início aos trabalhos em clubes como Le Tabou e Les Trois Mailletz ao lado mestres americanos, incluindo Don Byas e Mezzrow Mezz. Depois de completar o seu serviço, Arvanitas mudou definitivamente para Paris, onde liderou a banda da casa no St. Germain Club. Apoiou estrelas americanas como Dexter Gordon e Chet Baker. E logo ganhou notoriedade, reuniu-se ao baixista Doug Watkins e o baterista Art Taylor para gravar “3 AM” (1958), vencedor do Prémio Django Reinhardt e o Prix Jazz Hot.

Arvanitas passou metade de 1965 em Nova York, colaborando com Yusef Lateef e o saxofonista e trompetista Ted Curzon para gravar para a Blue Note “The New Thing and the Blue Thing”. Retornou à terra do jazz um ano mais tarde, desta vez em uma turnê com a banda do grande trombonista Slide Hampton. Arvanitas foi também um sideman respeitado, e ganhou o apelido de "Georges Prise Une" ("One-take George"), por sua eficiência e domínio confiável. Ele foi o favorito do compositor Michel Legrand e apareceu em muitas das gravações de suas trilhas sonoras. Foi Arvanitas também que tocou o Hammond memorável que encheu de sensualidade o sucesso de Serge Gainsbourg na infame "Je T'aime, Moi Non Plus" pop hit  de 1969. No entanto, continua a ser mais lembrado por uma série de LPs, acompanhado d baixista e o baterista Jacky Samson Charles Saudrais, trio que existiu entre 1965 e 1993 – o álbum Space Balada de aniversário é particularmente notável. Ele também foi o destinatário do Chevalier des Arts et des Lettres prêmio de 1985. Mas, problemas de saúde obrigaram a Arvanitas  a se aposentar da música em 2003. Ele morreu em Paris em 25 de setembro de 2005.

Enfim, não é necessário ouvir mais que 3 ou 4 faixas desse pianista diferenciado, para entender como conseguiu obter tanto reconhecimento em tão pouco tempo. No entanto, quantos o conhecem?

Bem amigos da Rede, isto é o que diz, numa pequena biografia, o site allmusic.com.. No espaço do mesmo site, dedicado a discografia, são citados 15 álbuns solo, sendo que nenhum deles, com alguma resenha ou cotação. É provável que numa pesquisa mais aprofundada, pode ser que sejam encontradas  maiores informações. O fato é que este é mais um grande artista do jazz, praticamente esquecido. No entanto, na audição 1ª deste álbum - e esse é o tipo de disco que se escuta e quer-se postá-lo imediatamente -, minha vontade foi descreve-lo em apenas uma palavra:  
IMPRESCINDÍVEL!


George Arvanitas (Plays... George Gershwin P.1)

Faixa 03 - It Ain't Necessarily So
 
Faixa 10 - The Man I Love

13 comentários:

  1. Tua cultura musical é uma verdadeira afronta !!!
    Adoreiii

    Bjo e boa semana Mr descobridor sonoro rs
    Ale

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  2. Ufa, Alê! Bem vinda. Mas, cultura músical, tenho não, são seus olhos, ou seus ouvidos, neste caso, muito me honra pq bom gosto é melhor elogio pra mim.

    Mas vc vem lá da casa do Jazz + Bossa + um monte de erudição misical do mr. Érico Cordeiro. E eu sou um humilde aprendiz.

    De modus que bacana é vc k na choupaninha.

    Espalhe-se.

    Bjo!

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  3. sonzaço bacanudo mesmo...

    tô curtindo as radiolas

    valeô, seu sérgio san

    abrçsons

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  4. Amante da musica!
    Eu fico assim impressionada com pessoas como
    você, que consegue falar sobre esse tema com
    tanta facilidade, de forma saudável e
    cativante, a ponto de nos prender à leitura!
    Amei!!! Ainda vou aprender a conhecer mais
    sobre tudo isso...
    Deixo a você um abraço, meu carinho, e o desejo
    de que tenhas um lindo e abençoado fim de
    semana... Abraços

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  5. Grande seu pituco san! Realmente, terei que concordar, um discaço maiúsculo esse. E essas dicas vêm todas das postagens completas em informação de seu San II, o Érico. Sempre q ele cita quem tocou com quem eu vou colando os nomes q ainda não conheço e vou atrás de uma obra, geralmente encontro várias! E viva a Rede! Por exemplo agora ouço - dica da postagem do Brew Moore - o Tony Fruscela e assim vou colorindo de novidades a minha discografia jazzy pra jazzólogo nenhum botar defeito.

    Abraços! Valeu a visita!

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  6. E eu a Casa.

    Seja bem vindo ao Sônico. E, por favor, na choupaninha é de bom tom, olhar as estantes, ouvir o que dá pra ouvir e ver o que der pra ver. Enfim, bisbilhotar aqui é super in.

    Grato a visita,

    abraços!

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  7. Como diria um antigo personagem do Jô Soares: é melhor que bom, é melhor que ótimo, é bótimo!
    Nada tenho desse renomado pianista francês - pelo menos como líder.
    Seus discos são raros e as músicas postadas são de primeira - ele tem uma abordagem moderna, lembra pianistas contemporâneos como o Benny Green ou o Brad Melhdau.
    Uma excelente escolha, Meu Garimpeiro!!!!!
    E tome cuidado com peptídeos hipoglicina A e B, ambos altamente tóxicos e encontrados na akyie fofo, ok?

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  8. É verdade, seu san, pianista estilosíssimo, uma tremenda descoberta, como já disse, citado numa de suas postagens, e uma raridade difícil de se achar até no amazon. consegui baixar mais uns 3 álbuns q ainda não ouvi por pura falta de tempo. Mas só por esse aqui o Arvanitas já ganhou o direito de viajar na primeira classe pro olimpo e na janelinha.

    Abraços, e valeu a visita.

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  9. Puxa vida, eu fui te visitar antes de responder, moça... Por pura intuição. E a ficha acho que ainda nem caiu. Você escreve bem demais! Como me sinto honrado de ver uma escrevedeira de sua linhagem, nessa miscigenação homogênea de negrinha da senzala com a loura da nobreza da sede da Casa Grande... E baiana - linda como Q, pra fechar o imbroglio do presente -, aqui, na minha humilde choupaninha, sem que eu tivesse sequer a conhecido antes e feito o convite... Aqui a elogiar os meus garranchos. Dica, se eu não fosse, no mínimo, um projeto de homem bom, ficaria realmente convencido. Mas aí, contrariando o "vale o escrito" que foi dito aqui encima. Então, xeu baixar meu facho dessa luz q me alumia, você, e guardar minha pontinha de orgulho bobo só pá eu.

    Muito obrigado!

    Beijos!

    É claro q vou te freqüentar e tentar conhecer aquela estância inteira...

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  10. Eu juro que tento viu?
    Juro que tento...
    mas falando sério...
    Você é grande quando o assunto é musica.E cê sabe que eu amo piano neh?
    Vou ouvir com muito carinho, mas é só porque vem de vc.
    brigadinho miguxo.
    Bjos mais que achocolatados, lambrecados...rsrsrsrrs

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  11. Ô Zuca, tenta. Tenta pq isso não é música complicada não. Jazz é só a melhor música que há. Então é quinem/semelhante ao que se canta do samba, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé". Teus pésinhos me parecem saudáveis e a cabeça é ótima, então, deve ser aquela preguicinha básica. Lembra do André Gide? Pois é. Quando a preguiça der, lembra do André (o francês).

    Beijos com sabor de esperança.

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  12. Não tenho cultura musical alguma,mas, lendo a bibliografia na hora me lembrei do filme " A lenda do pianista do mar" Já assistiu?
    Montão de bjs e abraços

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)