sábado, 18 de dezembro de 2010

Dick Morrissey (Here and Now and Sounding Good) 1966


Bem, os amigos muito informados sobre música, jazz principalmente, já devem estar a par da morte anunciada da Carioquíssima Modern Sound. E porque começo a postagem sobre Dick Morrisey citando a quase finada? Porque este é um artista que me faria, como fez, correr à página da Modern Sound na internet, pra conferir e brincar satisfeito com uma frase tradicional em muitas das minhas postagens “super-raridades: “eu tenho, vocês não tem!”.

Na matéria de 1ª página inteira, no 2 Caderno do Globo, a respeito do fim anunciado da tradicional loja de Copacabana, uma das frases muito citadas pela clientela era, “Não encontrou o disco? Vai na Modern Sound que lá cê acha”... E é verdade! Pena não ter nem podido conferir se o Dick era o caso, simplesmente porque a página da Modern Sound saiu do ar, para dar lugar a um comunicado de pré-falecimento, justo na passagem de 2010 para 11, dia 31 de dezembro... Mórbido isso... Mas, enfim, é muito triste a situação de falência de uma Casa que já foi considerada entre as 10 melhores lojas de discos do mundo! E, não sei se fosse eu o dono, não faria o mesmo, como forma de  protesto. Bem, daqui fica a minha solidariedade a uma Casa que frequentei bastante, mas mesmo quando era um menino de classe média mais próxima do ideal da classe B, não tinha grana suficiente pra comprar lá. Preferia a Billboard ao lado, que também vendia LPs importados, mas com preços mais camaradas. E havia outro problema na Modern Saound (pros mais pobrinhos): mesmo antes deles comprarem o cinema que virou Igreja Universal (palmas para eles!) e triplicarem de tamanho, a loja já era, antes, grande demais! E ver tanto disco sem poder comprar nenhum, pra mim, era melhor ficar distante, na minha realidade classe média indefinida no alfabeto. Mas enfim... que os donos da Modern Sound nunca discansem. Nada disso de paz! Lutemos até o fim. Porque no fundo no fundo, são os CDs é que não podem morrer! A loja, como o dono, sr. Pedro Passos assegurou a’O Globo, pode mudar de endereço para um local menor, mas os nossos Cdzinhos, estes sim é que correm o maior risco. 

Dick Morrisey:

O saxofonista Dick Morrissey transitou entre os melhores e mais inovadores músicos de jazz britânico de sua geração...

Na tradução, google tranr, muitos jazzófilos torcerão seus empinados narizes, para o fato, de logo na 2ª sentença da resenha, venha destacado que...

“em 1970, ele se juntou com o guitarrista Jim Mullen para encabeçar o movimento de fusão britânica da década”. Mas enfim, quem sabe sabe, quem sabe pouco, observa... 

Nascido 9 de maio de 1940 em Horley, Inglaterra, Morrissey aprendeu sozinho a tocar clarinete. Aos 16 anos, já dominava todos as formas de saxofones e também a flauta. Em sua adolescência, enquanto aprendiz, tocou com a Original Jazz Band Climax, seguido de uma breve passagem pelo septeto trompetista Gus Galbraith, onde o saxofonista Pete King Morrissey o apresenta a sua principal inspiração, Charlie Parker. Elegeu o sax tenor e o manteve como seu principal instrumento para os anos seguintes, e com ele gravitou pelo bebop. Morrissey formou seu próprio quarteto, na primavera de 1960, e gravou seu primeiro álbum, It's Morrissey, Man!, no ano seguinte. Passou boa parte do ano de 1962, em Calcutá, onde se juntou ao Quarteto Ashley Kozak durante a sua longa residência a se apresentar no Clube Trincas. Após o seu regresso à Grã-Bretanha, ele formou um novo quarteto com o pianista Harry South, o baixista Phil Bates, e o baterista Phil Seaman se apresentando regularmente no clube Ronnie Scott's Jazz. Em 1965 grava pela Mercury o LPStorm Warning”. Morrissey também apoiou visitando músicos americanos, como o trombonista JJ Johnson, e em 1966 gravou um LP ao vivo com grande mestre do blues Jimmy Witherspoon.

Morte

No obituário publicado no The Times, o crítico musical britânico Chris Welch escreveu que Dick "Morrissey era um músico de fogo que perscrutou os mundos do jazz e do rock, mas com um estilo construído firmemente no bebop e amplamente considerado como o mais brilhante saxofonista britânico a surgir na sequência de Tubby Hayes. Sua defesa da fusão jazz-rock com sucesso, trouxe o jazz para um público rock e rock para um público de jazz ".

A banda neste álbum:
Dick Morrisey - Tenor Sax
Harry South - Piano
Phill Bates - Bass
Bill Eyden - Drums

Essa postagem vai em homenagem aos amigos mestres Lester do Jazzseen, Salsa do Jazz Backyard,  Edinho do Jazzona, e Érico san Jazz + Bossa + Baratos Outros. Quase me ia esquecendo de Pituco san e Fig batera, a quem dedico o player da faixa da escolha. Meu bom Fig Batera, veja que solo  de... triângulo (rsrsrs, digo,) bateria, endiabrado  escolhi pra te tentar a baixar. 

Bom, muito além dos mistérios, mil mudanças hão de pintar por aí... (no mundo!, quis dizer) E de minha parte, gostaria muito de tê-los, os amigos na música, citados e os não citados, a me visitar até (ANTES) o final desse ano/década implacável de transformações...

Agora, as minhas considerações sobre o álbum: como não podia deixar de ser, elas passam pelas minhas considerações sobre mim mesmo, pq? Porque, me lembrou uma antiga paixão que, em comum comigo, tinha apenas a espontaneidade de se alto sacanear. Sobre a memória ruim, ela dizia com a maior naturalidade que os comentários em casa é que ela tinha memória de peixe. E, vá ter memória ruim lá nas geladas regiões abissais! De repente me toquei disso. Mesmo sendo um fanático por música, amanhã, daqui a 1 mês, sei lá, posso estar me perguntando, Quem é Dick Morrissey Mesmo? Toca o que mesmo? É irmão do cara dos Smiths? Apagamentos como esses, são coisas que aplicados estudiosos do gênero - da música mais importante que já se criou na face da terra -, não cometem. E, estejam certos, Lester, Salsa, Érico san e demais companheiros, que inveja eu tenho da memória de vocês. Porque, amanhã, num papo de mesa de bar, eu posso, à paulista, estar confundindo Gil Evans com o Bill e isso é imperdoável. E o que que toda essa confissão de um velho adolescente, tem a ver com o álbum do Dik Morrissey... Não sei, esqueci. Só sei que é, no frigir dos ovos – e olha que eu acabei de ouvir, hoje, o, “The Sunny Side”, do Quinichete... No frigir dos ovos, este “Here and Now and Sounding” do Morrissey está bem perto de ser o melhor álbum de jazz que descobri sozinho, este ano! E aí... pra amanhã esquecer... pensa bem... é mais chato que matar a família e ir ao cinema.

Dick Morrissey (Here and Now and Sounding) track 03 - Don't fall over the bridge


15 comentários:

  1. Caro Sergio ,

    Dias desses, fui lá na Modern Sound prestigiar o amigo Brito que estava lançando um disco , quando o Pedro me falou que ia fechar por não aguentar as dividas da casa . .Acho que é a única casa do Brasil em que você podia ver e ouvir de "graça" os artistas que por lá se apresentam, só pagando o que consome no seu "Alegro Bistrô" ...e se podia, digo, ainda pode até o dia 31/12 comprar ( VC tem razão é caro !) os melhores cd's de jazz e raridade's do mundo musical . Fiquei muito triste com a noticia do encerramento de mais um local onde se apresentam os melhores artistas , como por exemplo,a filha do Danilo Caymmi na ultima segunda feira fez o lançamento do seu CD .

    Quanto a sua raridade, estou ouvindo "Corpus" , enquanto escrevo essas mal traçadas linhas Estou gostando muito .
    Por acaso eu tenho o Segundo LP de Morrissey "It's Morrissey Man!" que caso não tenha, mandarei com maior prazer.E só avisar!
    E antes que eu me esqueça , obrigado pela homenagem ao editor do JazZona, estou lisonjeado ! Ainda mais, junto com essas feras do mundo dos blog's de jazz ...Valeu !!!

    Abraços sonoros ,

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  2. Enfim recebi o seu emeio.
    Foi um prazer ...(risos)
    Abraços álcoolicos !

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  3. Edinho, respondi. E mandei as fotos de novo.

    Quanto a sua oferta anterior do Dick Morrissey, muito grato... Mas vc me conhece e em conhecendo, achas q não saí baixando tudo q tinha desse monstro?! De qualquer maneira continue tentando achar o q eu não tenho, eu sei q cansa, mas não custa nada tentar, gentileza, gera gentileza...ha há há...

    Valeô!

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  4. Caro amigo Sergio, vou ficar devendo um comentário mais caprichado desta vez, pois o jazz não é muito a minha praia, gosto só um pouquinho, conheço e aprecio o Wes Montgomery, o Charlie Parker (Bird) e o Chet Baker (numa noite chuvosa acompanhado de um whiskinho e um charutinho!! espetacular, para mim). Um forte abraço.

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  5. Mr. Sérgio,
    Lamentável o fechamento da Modern Sound, um espaço para a boa música, pois além dos discos, ali havia o bistrô, onde muitos grandes músicos costumavam se apresentar.
    Pena mesmo.
    Tomara que a loja reabra em algum outro lugar.
    Obrigado pela citação no post - realmente esse disco eu não tenho (quem sabe uma recomenda - mistura de Reco + encomenda, rs, rs, rs).
    Abração!

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  6. sérgio san,

    boas festas pra ti e todos os teus

    saúde, paz e dicas bacanudas pra 2011

    abraçsons

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  7. Pois é, seu Pituco san e Érico, assim também, q a parte mais difícil tenha passado e d'agora em diante seja a melhor parte.

    Abraços!

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  8. Que sonzaço! Parabens pela belissima pescaria. Super bacana o Morrissey e esses musicos, todos muito bons.
    Como poderia conhecer mais desse disco?
    E Feliz Natal, claro.
    Abraço

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  9. Pprecisamos marcar novos encontros no bar 'Dudú'para botar a garganta em dia (risos) e assim ver e inaugurar a loja que quem sabe não vai ficar no lugar da Modern Sound !?!

    Pois é , até agora as fotos não chegaram.... quem sabe pro ano !?!
    E + uma vez .... Feliz Natal, e que venha ótimos discos como aquele último que recebi !!!

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  10. Tenêncio, adoro elogios! "Tenêncio", se não me faia o q vive me faiando, é o Tandeta! Brodi, felicidades! Só não entendi completamente a pergunta "Como poderia conhecer mais desse disco?". O disco está aí pra baixar... Tive hoje com o Sá do CJUB. Gente muito fina. Me comprou 4 CDs (todos claro, out of print total), salvou-me a vida no Braca com aquele monte de consumista de Shopping Center. Se eu tivesse levado gorrinhos de papai noel ao invés de thelonious monks e ellas, em vendas, tinha sido mais feliz.

    Mas a Lojinha já vive, mr. Ed e te reenviei as fotos, só q o teu emeio tá recusando os meus. Coisas da internet...

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  11. e o millanfly q vos fala sou eu, sob a identidade eletrônica do meu irmão - sei lá como isso aconteceu, ele andou usando o meu computador e quando respodi o comentário acima apareci com esse link...

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  12. Prece para Ano Novo Neste ano que se inicia, abra os meus olhos, os meus ouvidos, os meus sentidos e o meu coração. Que eu veja além do comum. Que eu enxergue, através dos homens, o que há de melhor em cada um. Que eu ouça somente as palavras bonitas. Que eu sinta apenas as coisas boas. Que eu seja mais do que um simples mortal. Que eu seja eterna como eterna deve ser a esperança. Que eu seja maior que a própria vontade de crescer. Que eu queira mais do que o próprio querer. Que eu seja mais do que esperam de mim. Que eu possa expandir felicidade e perceber na simplicidade o valor de todas as coisas. Que eu seja a semelhança do bem. Que todos que de mim se aproximarem pressintam o amor que tenho a oferecer. Que eu nunca cobre nada dos outros, mas cobre de mim. Que eu consiga me doar sem esperar agradecimento. Que eu seja simples e grandiosa, como simples e grandiosa é a criação. Que eu permaneça voltada ao que é bom e precioso - a vida em toda a essência de sua grandeza. E assim, serei humana e feliz, humilde e poderosa, amante e amada. Estarei pronta e de braços abertos para colher os frutos de um novo tempo, que espera mais compreensão e tolerância de cada um para todos os seres do universo. Assim, teremos a verdadeira comunhão entre o ser e o mundo que o acolhe - todos os seres inteirados, respeitando o espaço comum. E o mundo ficará bem melhor e eu terei feito apenas, uma parte de tudo isso. Aquela pequena parte que poderá ser a grande diferença. Que eu tenha a felicidade de ver meus amigos e familiares unidos em um só pensamento, o de amor, paz e harmonia. Que eu tenha a felicidade de um ser privilegiado por sua bondade de encontrar no ano que se inicia um mundo melhor para todos os seres do universo. Então estarei em paz. Que assim seja! Bjos achocolatados

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  13. A sua reflexão é muito elevada, Sandra, usaste os "eu" na 1ª pessoa, tipo "que eu seja", "para que nós tenhamos". Ah! os 51 anos me deram no mínimo essa certeza: 1º eu opero a mudança em mim, para modificar algo no conjunto.

    Tou contigo e não abro, pequena.

    Não custa repetir: te amo.

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  14. Valeu, Sérgio, vacilei quando li a sua mensagem da primeira vez; agora compareci e agradeço a homenagem conjunta (fiquei no meio de gente boa).
    FELIZ ANO NOVO PROCÊ e todos os frequentadores da "sua casa"...
    Abração!

    ps.: gostei da música e do solo.

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  15. re upload please, this record is truly rare!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)