terça-feira, 23 de agosto de 2011

Joe Mooney (Do You Long for Oolong) 1940-50s


... Pois é, voltei. Direto ao point - quando o point da música agora também fica na orla, Delfim Moreira, Leblon, entre General Artigas e Rainha Guilhermina (somente aos domingos). 
Outro dia recebi lá, e em mãos do autor, o livro "Rio Bossa Nova um roteiro lítero musical". No capítulo "Lojas Murray", página 41... transcrevo: "Há décadas, a rua Rodrigo Silva, 18-A, quase esquina com a rua 7 de Setembro, é ocupada por estabelecimentos como bancos ou lojas de geladeiras. Mas, no passado, por volta de 1948 e pelos quase 10 anos seguintes, esse endereço abrigou a Murray, a melhor loja de discos importados do Rio - e também um ponto de encontro de jovens que sabiam das coisas.

Ali se reuniam os cantores e músicos da época, os membros do Sinatra-Farney Fan Club e os rapazes dos conjuntos vocais entre os quais Os Garotos da Lua, Os Cariocas e Os Quatro Azes e Um Coringa. (...) A Murray tinha um estoque de discos que os fãn da música moderna, brasileira ou americana, disputavam com paixão.

Em meados dos anos 50, João Gilberto veio da Bahia para substituir o Jonas Silva, no Garotos da Lua. Foi na Murray que ele conheceu pessoalmente os seus ídolos, Orlando Silva e Lúcio Alves e ouviu os discos de cantores que o marcariam, como Nat King Cole, Joe Mooney e o Page Cavanaugh Trio... (...)."

Paremos por aqui a transcrição: "Joe Mooney", esse nome me atraiu. Já reparou como a quantidade de cantoras do jazz americano - e provavelmente em todo o mundo - é desproporcionalmente maior que a dos cantores? Há uns anos, produzi facilmente um disco coletânea, pro meu bel prazer, só de cantoras de jazz e ando pensando em fazer o mesmo com cantores, mas com a minha memória de peixe e essa disparidade numérica, no meu HD fraquin sobre o pescoço, não consigo juntar 10 nomes! Daí que esse para mim obscuro Mooney era mais um! "Mais um" só por enquanto...

Fala Scott Yanow:
"Joe Mooney, que na década de 1920gravava como um dosmeninos” do Boys Sunshine, durante a segunda metade da década de 1940 liderou um quarteto bastante popular, onde sua voz e acordeão, eram acompanhados pelo clarinetista Andy Fitzgerald, o guitarrista Jack Hotop, eo baixista Gates Frega. Uma seção das melhores gravações do grupo, entre 1946 e 47 (incluindo material recentemente descoberto e bônus a partir de uma transmissão de rádio) estão neste CD definitivo. O som do grupo, o acordeão melódico, clarinete, solos de guitarra e os vocais atraentes de Mooney deram à banda de curta duração a sua própria identidade, transformando Mooney em cultuada figura durante até décadas após sua morte em 1975 (Mooney nasceu em 1911 em New Jersey). Entre os números destacam-se "Tea for Two", "Meet Me at No Place Especial", "I Never Knew" e "September Song". Este disco intrigante por sua atemporalidade, e obrigatório, fecha com quatro números de 1951, altura em que Mooney substituiu o acrdeon pelo órgão e se juntara ao guitarrista Bucky Pizzarelli e Bob Carter, no baixo."

(meus 3) Amigos leitores, acabo de ser apresentado a uma lenda! Ouçam e me digam se nos anos 40 do século passado, em termos de jazz vocal e arranjos tão enxutos, se podia fazer algo mais atemporal.

Joe Mooney: A Warm Kiss And A Cold Heart



Joe Mooney: Shakey Breaks The Ice



Joe Mooney (Do You Long for Oolong) 1940-50s

24 comentários:

  1. A história já é antiga. O inusitado são as coincidências: acabo de postar o texto acima e recebo este emeio. A história já é antiga, mas ficou mal explicada. Quem viu/leu, entenderá melhor

    Emeio do amigo e filho de Anphilofio:

    Olhaí, Millan.
    Será que o Arlindo também ouviu o galo cantar e não sabe aonde?

    Obs: meu pai falava muito do Estevão Hermann.

    16 Maio 2003 ::
    CJUB - FELIZ ANIVERSÁRIO

    Há muito anos atrás, em frente às Lojas Murray, em uma reunião semanal onde, evidentemente, o assunto era jazz, este cronista mais Luiz Carlos Antunes, Luiz Orlando Carneiro, Sylvio Tulio Cardoso e alguns outros, frequentávamos uma espécie de "mercado paralelo", no qual tínhamos acesso a LPs de Jazz, com lançamentos quase imediatos.

    Nosso fornecedor era a figura extraordinária de Estevão Thomas Hermann, nosso elo com as novidades jazzísticas saídas nos EUA.

    Desnecessário dizer que aguardávamos a chegada do amigo, o que acontecia pontualmente às 17:30 hs., naquele local.

    Era uma verdadeira "batalha campal". Discos disputados quase "a tapa", cujos preços eram o de menos. O que nos importava era o prazer de possuí-los.

    Iniciava-se, ali, uma cumplicidade jazzística entre todos, destituídos de egoísmo, pois as trocas e o empréstimo se faziam necessárias, vez que raramente havia discos em duplicata.

    Formou-se, então, um grupo fechado, em que todos disputavam entre si a primazia de divulgar ao máximo algo que, para nós, além de inusitado, era extraordinariamente sonoro, em qualidade e musicalidade.

    Isso tudo aconteceu no início dos anos 50, durante o "boom" jazzístico, graças ao programa "Em Tempo de Jazz", apresentado por Paulo Santos, na Rádio Ministério da Educação.

    Daí surgiram clubes de jazz ou agremiações jazzísticas como os "Saúvas de Niterói", liderados por Luiz Carlos Antunes, o "Lula", general de uma tropa de choque encarregada de vasculhar novidades jazzísticas em lojas como a já citada "Murray" e a "Telétrica", na Rua Senador Dantas.

    Em contrapartida, o grupo do Rio de Janeiro partiu para o contra-ataque com um time formado por mim, Oswaldo Oliveira Castro, Lousada, Oswaldo Rosa, Filipino (que, mais tarde, tornou-se um "tycoon" de discos de jazz importados).

    Com todo esse movimento, as emissoras de rádio apostaram no filão "jazz". Estevão Hermann passou a apresentar um programa na Rádio Jornal do Brasil e Anphilófio Rocha Melo, na Rádio Eldorado, sendo ele o pioneiro em apresentar uma série de programas dedicados a Charlie Parker.

    Surgiram, então, as famosas "jam sessions" reunindo a nata dos músicos brasileiros na época, tais como Cipó, Júlio Barbosa, Vidal, Sut Chagas, Jorginho, e muitos outros.

    Nascia, no Rio de Janeiro, a primeira grande manifestação jazzística no Brasil.

    O CJUB, completando um ano, certamente irá reviver esse excepcional período da década de 50, pois remanescentes daquela época integram hoje a mais nova força de divulgação do jazz.

    Vale lembrar uma frase de Luiz Carlos Antunes: "O jazz é a música que faz amigos. Por isso, continuamos sendo uma grande família".

    Vida longa ao CJUB !

    Arlindo Coutinho

    In memoriam: Sérgio Porto, Anphilofio Rocha Melo, Aramis Millarch, Armando Aflalo, Waldir Finotti. A esses, a nossa saudade.

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  2. O homem manda muito bem, Mr. Sérgio.
    Se não fosse pelo menos vinte anos mais velho que o Chet Baker, poderia dizer que ele foi influenciado pelo trompetista, mas é exatamente o contrário. Acho impossível que Chet não tenha ouvido - e adotado muitos elementos - o Mooney.
    E que acordeon magistral - de uma leveza e de um bom gosto a toda prova.
    Seja bem-vindo à blogsfera novamente e não pare.
    PS.: Parabéns pela deferência com que o Ruy Castro lhe tratou - isso não é para qualquer um não!
    Abração!

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  3. E que tal o John Pizzarelli, mr Érico? Que inclusive é filho do mesmo Bucky que tocou em pessoa com o Joe Mooney? Esse Mooney influenciou meio mundo, no melhor dos mundos dos cantores de jazz, bossa nova e quetais! Não pode ficar na penumbra.

    Abraços! Grato pela visita.

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  4. Mestre, não consegui ouvir o tal Mooney. O 'player' não aparece...

    Grande abraço, JL.

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  5. Mr. Lester, quanto tempo! Bom, conheço sua pouca disposição para cantores, no geral. Li uma postagem sua ou de um de seus colaboradores dando conta de que és da opinião de que música, nem sei se com raras exceções, deve ser feita exclusivamente instrumental, quase tanto como a poesia, de palavras. Estou próximo do que pensas? Lembre-se, minha memória não é o meu forte. Infim, partilho um pouco dessa idéia, mas só no caso das palavras - geralmente não presto atenção às letras, numa música. E sempre observo com maior atenção à melodia e a colocação dos instrumentos. Mas no caso do Mooney, acho que devias insistir. O cara é um estilista, vai por moi.

    A coisa dos players não aparecerem pra vc, certamente fazem parte daqueles mistérios virtuais da internet que conhecemos bem.

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  6. Ok, Mr. Sônico, vou perpetrar uma audição que seja do tal vocalista.

    Quanto aos players, continuam não aparecendo por aqui.

    Grande abraço, JL.

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  7. Mr. SÔnico, estamos sempre retornando ao blog. Agora, quanto aos 'players', apenas o primeiro aparece em minha tela. No lugar do segundo a inscrição 'Missing plug-in'.

    Grande abraço, JL.

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  8. É verdade, mr.. Assim q entrei ao ver sua resposta, o 1º player estava apagado, aparecia só o nome da música e o 1º é, se não me engano, o que o Mooney canta. O outro é um intrumental, onde o cara toca seu acordeon. Mas o play acaba de aparecer pra mim (rsrsrsrs), não sei realmente o q fazer. Vc deve ter lido o comentário do mr. Érico, e viu q ele ouviu. Dá pra entender? Mas, meu amigo Lester, pq, a título de curiosidade, não tenta baixar o álbum? Ou, se quiser te mando a música por emeio. Vale o do Jazzseen? Quero mesmo q ouça.

    Abraços!

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  9. Mestre Sônico, problema resolvido. Contudo, guardarei para mim as impressões sobre o sanfoneiro de New Jersey.

    Grande abraço, JL.

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  10. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!! Tá bom, mr.

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  11. Professor, o Lester pediu que eu lhe enviasse esses dois links, ambos fornecendo o tal MJT + 3:

    http://files.mail.ru/2GZTGV

    ou

    http://narod.ru/disk/22628146001/MJTMFWS.rar.html

    Beijos!

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  12. Muito obrigado, aos dois, Paula!

    Ah, gostei do "professor".

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  13. Então, Mestre Sônico, tudo em ordem agora?

    Grande abraço, JL.

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  14. Já estou ouvindo, mr. Lester. Muito obrigado!

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  15. Valeu, meu bom Fig!...

    agora digui, estarás cá na noite de autógrafo de mr seu san?

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  16. Prezado Professor, farei de tudo para conferir ao vivo mais este grande lançamento. Aguardo maiores informações de Mr. Érico para decidir.

    Grande abraço, JL.

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  17. Isso aí, mr. John, em vez do em geral fadado à tragédia, "homens ao mar", radicalizemos: todos ao Rio!

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  18. Prezado, estarei no Rio dia 2/10, domingo, e gostaria de ir Festival de Contrabaixos, para dar um abraço no Érico. Você estará por lá?

    Entre em contato: jazzseen@live.com

    Grande abraço, JL.

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  19. Claro que sim, mestre. A bordo da lojinha mais simpática e polêmica do Rio de Janeiro. Nos veremos.

    Até lá!

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  20. Fantastic share these old recording of Joe Mooney are!
    Thanks a lot for this fine album, very much appreciated!
    Woody

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  21. Thank you Woody and welcome home sonic.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)