Bem, está na hora de quem fornece as raridades, entrar numa briga justa: descobri Sonny Red da mesma forma como em geral descubro os músicos de jazz menos badalados, ouvindo-o. Ouvindo-o, como sideman (músico acompanhante) de combos de grandes nomes do gênero. O que me parece estranho é, porque um músico que foi selecionado em meio a uma concorrência cruel para gravar com gente (uns caras aí) como Donald Byrd; Art Pepper; Curtis Fuller; Kenny Drew; Clifford Jordan; Bobby Timmons; Yusef Lateef; Blue Mitchell, entre uma pá de outros, pode, pela crítica que em geral não toca nada, e muitas vezes mal toca máquina de escrever, ser considerado menor? Pois bem. Em todas as pesquisas que faço tentando descobrir e conhecer a nata do jazz, Sonny Red foi o músico mais murdido e assoprado, ao menos, das minhas bisbilhotices neste universo exigente dos jazzófilos. “Murdido” porque em minha fonte de pesquisa mais visitada, o site allmusic.com, há sempre uma ressalva de que Red, “não era tão ousado”, “estava perdido” na cena, entre os anos 1950 e 60... Enfim, é só entrar no citado site, procurar pelo pobre do Vermelho que na verdade é negão, que o leitor confirma a afirmação. Por exemplo, ó a crítica d’O Cara de lá (allmusic.com), Scott Yanow sobre “Out Of Blue” (Blue Note: 52440 - 1959/60):
“Sonny Red, um altoist bastante inspirado por Charlie Parker e Jackie McLean, nunca realmente se fez no jazz, e algumas de suas gravações são um pouco sem inspiração. No entanto, isso não é verdade para o seu álbum pela Blue Note, que foi relançado em CD em 1996, juntamente com cinco seleções anteriormente não emitidas. Red, que é acompanhado pelo pianista Wynton Kelly, Sam Jones ou Paul Chambers no baixo e Roy Brooks ou Jimmy Cobb na bateria, nunca soou melhor em seus registros. Ele realiza, em sua maioria, pouco conhecidos standards e mostra uma certa quantidade de originalidade e um grande potencial que nunca foi realmente cumprido. Recomendado.”
Pô, até quando o crítico recomenda, o crítico picha? A mão que balança o berço é a mesma que chacoalha a credibilidade da criatura? Nunca vi disso! Mas, a gente gosta desses desafios, daí que desta data em diante, Sonny Red vai bater ponto freqüente no lojinha da bike. E, ah, como é bom despertar, não só a memória de um músico, no mínimo, muito competente, como a discussão em torno dele. No mais, preto no branco, este álbum - e mais o colorido “Red, Blue & Green” de 1961 - falarão por Red.
Para ouvir, a faixa 2: Stay as Sweet as You Are
"Blues in the Pocket" faixa 5:
... e faixa 6 - Alone Too Long
Sonny Red (Out Of Blue) 1959
Ô disquinho bom da moléstia!
ResponderExcluirComo já tinha te falado, no Allaboutjazz os caras falam que o Red lançou dois excelentes discos nos anos 60.
Não sei o critério do Yanow, mas das faixas que ouvi ele merece uma análise bem mais generosa.
Esse blues postado é formidável. E a sonoridade dele tem muita personalidade, é um alto que busca os registros mais graves e em várias passagens lembra o som de um tenor.
Nota dez e altamente recomendado.
O Red é sério candidato a uma postagem em breve no blog. Vou iniciar minhas pesquisas sobre ele!
Eu li a crítica do about, mr. Mas confesso q esperava q no fim das contas vc dissesse mais sonre o Wynton Kelly (q dá umas boas roubadas de show, proncipalmente no blue "Stay as Sweet as You Are" do que sobre Sonny Red. Olha seu Sam, a verdade é que se não fosse o caso d'eu ouvir os excelentes 2 discos (únicos q conheço com Sonny Red solo) e lesseas tais críticas do Yanow eu não faria tanto barulho. Seriam apenas (o q já é tudo) excelentes discos de jazz de um lider que não conhecia. E que bom que pensas em fazer uma boa pesquisa sobre o altoísta e postar no Jazz + Bossa. Sentirei-me honrado de levantar essa bola.
ResponderExcluirValeu a visita. Abraços!