quarta-feira, 28 de maio de 2008

NICHOLAS PAYTON (GUMBO NOUVEAU) 1995


Altamente recomendado e obrigatório!

Uma das novas estrelas do trompete dos anos 90, Nicholas Payton combina referências de sua herança de New Orleans com o hard bop e a musicalidade dos Young Lions. Payton, nasceu em New Orleans, em 1973, e foi criado em Treme, nas vizinhanças do Armstrong Park, ele começou aos 4 anos num trompete miniatura presenteado pelo pai, o baixista Walter Payton. Aos dez, ele já participava dos ensaios e logo cursava a NOCCA (New Orleans Center for Creative Arts), da família Marsalis.

Foi Wynton quem deu a primeira chance profissional a Payton, que tinha 16 anos, recomendando-o ao pianista Marcus Roberts, em New York. Um ano depois, ele participava de um tributo a Louis Armstrong ao lado de jazzmen do porte de Dizzy Gillespie, Clark Terry, Harry "Sweets" Edison, Freddie Hubbard e Red Rodney.

Payton se formou na New Orleans Center for Creative Arts. Em 1992, saiu em turnê com Marcus Roberts e viajou para a Europa em 1994 com o “The Jazz Futures II”. Além disso, também excursionou com Elvin Jones e trabalhou com jazz no Programa do Lincoln Center.

Sua estréia solo ocorreu em 1995, em "From this moment". No ano seguinte, ele lançou (este) "Gumbo nouveau", onde recriava a seu molde clássicos da música de rua da Crescent City como "When the saints go marching in" e "St.James Infirmary".

O seu terceiro cd, "Payton's Place", que reúne os três principais trompetistas da geração neo-bop: Wynton Marsalis, Roy Hargrove e Payton e o sax-tenor de Joshua Redman, foi lançado pela Verve em 1997. Em 1999 realizou um projeto musical que homenageava Louis Armstrong.

Fonte: Clube do Jazz

NICHOLAS PAYTON (GUMBO NOUVEAU) 1995

13 comentários:

  1. Sérgio,parabéns por abrigar de forma moderna e democrática um espaço pro jazz em seu blog.O Payton Place, como o Gumba Nouveau são bons disco de hard-bop. O dedicado ao Louis Armstrong( Dear Louis,lançado por aqui) desagradou-me tanto que passei à diante, sem nenhum espírito "purista" na opinião.Edú

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  2. Grande Edu... Faz-se necessário dizer que ele se refere a álbuns de jazz como "são bons discos de hard-bop", nós, os praticamente leigos, estamos liberados pra considerá-los fundamentais!

    Agora, por favor, aumente os conhecimentos deste curioso: o que são os Young Lions do jazz?

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  3. olá sérgio, belo comentário no post do juliano!
    vamos trocar links, vou colocar seu site em nossa lista.

    www.ferrugemnuncadorme.blogspot.com

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  4. Seja bem vindo Spera, Os gigantinhos são quase minha referência única, meu rito de passagem, lá pelos idos de 1970, para um som mais sofisticado, jazzy, enquanto o Yes foi uma febre que passou rápida sem efeito colateral. Daí que vê-los, 'ambos os dois', colocados no mesmo patamar, eu não poderia deixar passar em brancas núvens. Aliás, foi graças a banda dos irmãos Shulman que conheci a obra de meu escritor maior, o mestre Rabelais - um detalhe importantíssimos que poucos resenhistas lembram, na hora de falar sobre o Gentle Giant. Daí que tive que deixar meu pitaco lá.
    Também lincarei vcs aqui.
    Um abraço!

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  5. Falas, Sérgio. eu ainda vou dar a minha quinta chance para o Gentle Giant graças a seu comentário. Eu comparei Yes e Gentle Giant no sentido de as duas bandas serem muito técnicas e, muitas vezes, esse excesso de virtuosismo é um ruído para a boa música. Isso não acontece com o king crimson, principalmente em Red.

    abração e continue lendo o ferrugem!

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  6. Juliano, na boa, Gentle Giant não tem muito a ver com Yes. Eu diria "nada a ver" se os dois não fizessem parte do mesmo movimento musical. Mas, nem na técnica se assemelham. Embora ainda haja muita gente que os compare. O que vejo, satisfeitaço, aliás, é que com o nascimento da Rede, muitos fãs começaram a dirimir essa confusão. E muitos inimigos ou quase isso, do progressivo, pintaram simpáticos à banda dos irmãos Shulman. Saiba que, geralmente, quem ama o Yes, no mínimo, aprecia Gentle Giant. Já a recíproca, nem sempre é verdadeira. Reouça sim - com mais atenção a banda do gigantinho.
    E ainda te passo o link para a obra completa dos caras:

    http://gravetos-berlotas.blogspot
    .com/search?q=gentle+giant

    Recomendo entusiasticamente, Three Friends, Octopus, In A Glass House, Power And Glory, Free Hands, Interview... E quando se conhece esses trabalhos em estúdio, ao ouvir o Playng Fool ao vivo, recomenda-se acrescentar um babador nessa audição.
    No fim das contas, só o que posso desejar é: Divirta-se!

    Como não sei se voltará pra ler este aqui, levarei esse comentário para o vosso respeitável lar.

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  7. Prezado Sérgio, hard bop é uma corrente derivada do movimento bebop caracterizada por jovens músicos - na maioria deles com formação acadêmica.Com essa formação, possuíam o conhecimento teórico formal(facilidade de ler, escrever e arranjar música ) e com orientação em programas mais avançados de ensino didático que permitiram técnicas mais modernas de domínio e aprendizado dos instrumentos.No inicio dos anos 80, Wynton Marsalis liderou o movimento dos jovens leões(Young Lions) no cenário jazzístico americano.Foi a retomada do jazz acústico da forma “dita” tradicional, pelo grupo - na maioria deles se apresentando de terno e gravata pra afastar qualquer proximidade a imagem do jazzista “junkie” - e com a utilização desses elementos modernos associada a valorização do conhecimento da historia, profundidade e importância das raízes que sustentaram a longevidade do jazz.Afinal, o próprio jazz era dado como “moribundo” na época.Edú

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  8. Valeu, Edu. Só que, independente dos trajes engravatados, a rigor (nos 50, principalmente) nêgo metia a napa e a seringa, na elegância e sem dor na consciência...

    E o Wynton Marsalis, hein? Agora fica melhor explicado a fama de ortodoxo chato do cara. Nem um baseadinho?

    Quanto a expressão hardbop, pra mim tinha alguma ligação com o hard do rock, mais pesado e vigoroso. Bela aula vc deixou aqui.

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  9. Anônimo1/6/08 02:43

    Prezado Sérgio , o consumo de narcóticos eram completamente disseminado nos inicio dos anos 50 entre todos os estilos musicais (seja do country ao jazz).O interessante é que quando recordamos as figuras mais associadas a esse hábito - infelizmente nocivo as carreiras e as suas vidas - como Billie Holliday , Charlie Parker e Bud Powell - esquecemos da geração do West Coast Jazz.Nas capas de seus discos os encontramos: jovens, brancos, sorridentes e bronzeados a beira mar e, na realidade, eram consumidores vorazes de drogas, mais até que seus colegas do East Coast. Wynton Marsalis, pra mim, tornou-se um eficiente burocrata do jazz atrás de sua mesa no Lincoln Center em NY.No entanto, seu primeiro disco , que tem como titulo seu nome é brilhante, além de alguns trabalhos subseqüentes de enorme qualidade como Hot House Flowers,Black Codes e J Mood.Do clã ,o músico de maior inspiração , na minha opinião, sempre foi o irmão Branford que nunca teve medo de se arriscar. Seja tocando, moleque, com Miles ou não tremulando seus dedos no sax-tenor quando Sonny Rollins o convidou a gravar com ele.Edú

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  10. "FROM THE PLANTATION TO THE PENITENTIARY" tbm gostei muito, Edu. Black Codes, já o tinha. E esses são os dois álbuns dos quais sou um feliz "possuidor". Do irmão, ainda nada tenho. Mas a sua opinião é semelhante a do amigo Woody. Que disse aqui, nos comentários do xará dele Woody Shaw, a mesma predileção pelo Branford. Conferirei, portanto.

    Mudando de assunto, estou very very inclinado (sempre no bom sentido, claro) a postar uma última descoberta. Um álbum matador, que tenho certeza, conto com a sua aprovação no gosto. O artista ainda não tinha ouvido falar... Mais um trumpetista, aliás... Seu nome Charles Tolliver. O álbum precioso chama-se Music inc & Big Band - o da capa branca de 1971 (acho que há, no mínimo, um 2º álbum na série). O problema é que nada sei sobre ele. Aproveito pra te explorar um pouquinho, pq não é um disco pra passar sem um texto a altura, se quiser colaborar estamos as "ordi" e desde já, gratos - eu e o blogui.

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  11. Anônimo1/6/08 16:37

    Prezado Sérgio,faz mais de dois anos que não compro nenhum cd e nem dvd novo.O motivo é simples: combate a fobia de comprar e depois perceber, com a passagem do tempo, que os discos ficaram mofando a espera da justa audição.Tenho uma cx com mais de 1000 peças no horizonte do desenlacre.Deixei de comprar Wynton Marsalis desde de seu primeiro pela Blue Note ,gravado ao vivo, “Live at House Tribes “ e lançado por aqui.Tenho boas referências a respeito desse citado por tí apesar da revista Down Beat ter dado apenas uma estrela em sua crítica.Apenas confirma minha suspeita: “sempre desconfie dos críticos”.Quanto ao Tolliver, o conheço de maneira bastante superficial. Ele participou de uma cooperativa, no início dos anos 70, de músicos por quem tenho profunda admiração: John Hicks,Cecil Mc Bee,Reggie Workman e Stanley Cowell.Recentemente, foi nominado ao Grammy na categoria de líder de grandes grupos com o disco With Love, The Charles Tolliver Big Band, aguçando mais minha curiosidade.Por dever e respeito aos seus visitantes não possuo condições de aprofundar meus comentários.Agora, invertemos a situação, e espero que tú me informe sobre esse trabalho referencial.Edú

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  12. Eu pensava que hard bop era aquele lance modal que o miles começou com o kind of blue.

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  13. Anônimo2/6/08 02:51

    Prezado Juliano, o trabalho de Miles Davis em Kind of Blue é classificado como marco do jazz modal (agrupado em forma de modos em escalas cromáticas em vez da alternância de acordes).O hard bop, por sua vez, foi concebido como contraponto ao cool jazz e incorporou elementos do jazz modal.Um grupo dos mais citados é o do baterista Art Blakey e de seus jovens “pupilos” que durante mais de duas décadas renovaram sua formação desde o pianista Horace Silver , nos anos 50, até o próprio Wynton Marsalis , final dos 70.Estabelecendo um jazz de tempos mais acelerados e de marcação rítmica mais vigorosa em razão da sofisticada técnica e precisão que sua execução exige, abandonando essencialmente a construção melódica para dar ênfase mais a estrutura rítmico-harmônica.Edú

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)