quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Zé Ricardo E Convidados (Ao Vivo) 2005


Esse cara... é sapo* de responsa. Desses que, se afagados** pelo mainstream, transmuta à realeza que há em si num estalar sincopado de dedos. Nunca tinha ouvido falar em Zé Ricardo até ficar chapado com este álbum, de legítimo soul-samba-rock de 1ªríssima qualidade. Fico imaginando o quanto perco, ou deixo de ganhar, não freqüentando mais a Lapa, aqui do meu Rio de Janeiro e sua inúmera diversidade de opções pra cair na pista. Isto porque tá na cara que este Zé, que, claro, não é um qualquer, se encontra fácil nos shows do Circo Voador e adjacências. De qualquer forma, devoro o 2º Caderno do Globo todo dia santo e até onde sei (ou me lembre), nada havia lido sobre Zé Ricardo - embora, até que sobre o projeto de Sandra de Sá + o (hum hum, ai ai ai...) Toni Garrido (cof cof) “Música Preta Brasileira”, já tenha escutado muito falar por aí. Devo confessar que sou meio um tanto ou muito desatento tbm. Enfim. É disco obrigatório e show - pelo que o álbum escancara – imperdível! Fiquem com uma reseinha que encontrei na rede sobre Zé Ricardo (há mais muitas outras é só googlar). O que mais posso acrecentar é que, podes crer: É TUDO VERDADE.

Zé Ricardo é fera, ‘bicho solto’, como diria o ídolo e maior influenciador Djavan. Em seu 3° CD e 1° DVD, o cantor, compositor e guitarrista chama para si a responsabilidade de ser um dos representantes da nova ‘Música Preta Brasileira’ (nome do grupo que forma com Sandra de Sá e Toni Garrido, que relê a obra dos mestres da black music). Nesse álbum ao vivo, Zé lembra canções dos álbuns anteriores, ‘Você Me Ama e Não Sabe’ e ‘Tempero’ (o samba ‘Sexta-Feira’, a suingada ‘É Tão Bom’, a djavaneada ‘Azul Que Vale a Pena’, com incremento de scratches), presta tributos nada óbvios (‘Ela Partiu’ e ‘Bom Senso’, músicas menos conhecidas de Tim Maia; ‘Mas Que Nada’, de Jorge Ben Jor, com citação de ‘Água de Beber’, de Tom e Vinicius; ‘Never Can Say Goodbye’, famosa com Gloria Gaynor, em releitura funkeada) e atrai um timaço de convidados. Destaque para as baladas de acento soul, com os vocais de Djavan (‘Eu Não Te Amo Mais’), Ed Motta (‘Beijo do Olhar’) e Sandra de Sá (‘Gostava de Ir’), além do encontro com os parceiros Sandra e Toni em ‘Bom Senso’. O som de Zé Ricardo – samba, funk, rap, soul, groove – traz um pouco de cada um desses convidados, de Tim Maia a Cassiano, Banda Black Rio e dos melhores ‘gringos’. Nota 10. (M.P.B.)

*a satisfação é pros que pensam que sapos (vide texto abaixo) caracterizam-se apenas pelas linhas inexatas das aparências, que, via de regra, sempre enganaram, aliás, permanecerão sendo as que mais vítimas fazem. Moça, moço, o brejo e/ou o buraco, como queiram, é bem mais além da Terra à vista.

** pois é, né, rapá... afagados pelo mainstream, afogados pelo establishment. Ê dilema! Ser ou não ser... À música! Enquanto ela é capaz de vociferar que é muito melhor.

Zé Ricardo & Convidados (Ao vivo) 2005

6 comentários:

  1. Jorge Ben está para o samba-rock da mesma forma que Bento XVI esta pra Igreja Católica.Vinicius disse que São Paulo era o tumulo do samba se referindo a cadência mais moderada do samba paulistano.Grupos como Clube do Balanço e Swing e Funk como Lê Gusta confirmam ,agora, São Paulo como território do melhor samba-rock do país.Edú.

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  2. Tai uma dúvida que venho cultivando desde q me preocupei um pouco mais com esses rótulos - antes apenas ouvia sem me ater muito a eles. Por isso me apressei em colocar no meu texto o complemento 'soul' no dito samba-rock de Zé Ricardo. Por exemplo, o Funk como Le Gusta, quando a conheci, era o boom do acid-jazz e ficava mais difícil distinguir aonde o rock acabava em samba. Tanto que é 'Funk' como le gusta. Enfim, se tiveres mais a acrecentar, Edu, estou curioso em ouvir mais explicações.

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  3. Nada acrescentar, prezado Sérgio.Quando freqüentava , em meus tempos de solterice, os ambientes de samba-rock como o Grazie Dio na Vila Madalena, ficava mais interessado em contemplar os quadris requebrantes das belas morenas que adornavam o ambiente.Quanto a Jorge Ben, tive a chance de assistir em Porto Alegre um show nos bastidores na década de 90.O sujeito é gente “fina a beça” .Uma deusa chamada Ludmila era uma de suas “backings”.Irresistível, em todos os sentidos.Edú.

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  4. Prezado Sérgio (segundo tempo), pra não perder o mote: impossível não citar no território do samba-rock a presença eterna de Bebeto e Luiz Wagner.Ontem, quando ia dormir , por conspiração do destino, vi a imagem de sua amiga Tânia num filme na Globo.Estava cansado demais pra pegar o titulo Era numa cena com Flávio Migliaccio - filme da época em que Erasmo Carlos e Reginaldo Farias, ambos participantes da película, ainda desconheciam a existência e uso do Viagra.Ela estava deslumbrante.Será a imagem que fica.Edú.

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  5. Putz. E eu que não estava mais acordado!... A culpa é do Jô. Não é nem que não o ature mais, mas quando era 11:30 tudo bem, agora Jô Soares às 4 da manhã... aí pode passar até um festival John Cassavetes depois q não estarei mais consciente pra assistir.

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  6. Era por volta das 3:15.Porém, o ministério da saúde adverte que o programa do Jô Soares é danoso aos que procuram uma opção inteligente na TV.Haja vista o pauperismo da escolha das entrevistas na comemoração dos 25 anos do programa.Ainda contínuo a estranhar o remanejamento do Letterman na GNT das 23:00 pra uma da matina.Edú.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)