“Three Friends”, Gentle Giant (1972 / Vertigo)
Este foi* o mais duradouro caso de amor à primeira vista que já vivi... Claro. Houve outros mais. Mas sem esbarrar na arapuca da força de expressão “amor a 1ª vista”, já que foi mesmo pelo visual da capa que o namoro começou. A ilustração, o desenho dos três muleques em idade escolar evocando amizades da infância (meus 13/14 anos), os sonhos sobre o futuro que alimentamos neste período mágico da vida, era um mote atraente demais pra mim. Tanto num começo de adolescência, quanto agora. Por isso continuo considerando Three Friends o álbum de cabeceira. Claro, valor afetivo... Qualquer maneira de amor vale à pena. Poderia ser as revistas de Zéfiro, porque não? Mas logo eu que vivo brincando que disco bom é aquele que consigo escutar inteiro, maravilhoso, quando ouvi mais de uma vez... Gostaria de saber, agora revendo essa capa, quantas benditas centenas de milhares vezes toquei este álbum pra revisitar? E, incrível, porque os malucos da banda fazem um som tão sofisticado, tão cheio de minuscias, que não faz nem tanto tempo assim, consegui reparar nuances que ainda não havia reparado. Isso tipo 20 anos depois. O difícil - tarefa impossível - é apontá-las. Um tanto inútil, também. Cabe ao ouvinte descobrí-las.
Enfim... Destino, escolha de caminhos diversos para cada indivíduo, a partir da infância, era o tema insinuado na imagem da capa. 1972! Eu pergunto: inovador, numa época em que a trilha sonora mundial fazia coro (e quorum) numa luta por questões muito mais emergenciais? Analisando agora, a singela idéia do álbum transpirava ironia. Inovador ou escapista? Eu diria, plagiando Tolstoi, fale-me de sua aldeia que estarás falando para o mundo. E pensando bem, antes de ser minha casa, minha família, minha escola, a aldeia sou eu mesmo! Ora, tive infância, fui à escola, fiz amigos, juramos nunca nos se separar, hoje juras e amizade se foram no tempo... E, muito provavelmente, eu pense: e eles que não me venham, pelo orkut, tentar me encontrar! Não é mais ou menos assim? Agora ouça Three Friends e veja como, feitas as escolhas, ficamos tão intolerantes. Daí à intransigência, às questiúnculas vulgares que nos levam à contendas mais insanas...
Arrojados, musicalmente, isso nem se discute. Gentle Giant, embora baseada em Londres, era flórida! Mas apesar da capacidade inovadora e da riqueza da sua música, nesse início dos 70, eram uma banda de popularidade relativa. Meia dúzia de fanáticos apreciava o vanguardismo destes britânicos, mas a complexidade dos seus trabalhos afastava-os das multidões, inclusive na área do “rock progressivo”, preferia-se sons menos exigentes no quesito, esforço necessário para a sua compreensão. Esta situação não justifica mais o fato d’os Gentle Giant serem hoje em dia – a memória deles, melhor dizendo - a banda progressiva mais Cult da Grande Rede. Encontrar este álbum, ou toda a discografia em duas clicadas de mouse (agora, uma), é o que há de mais simples. Dizer que só então os Gentle Giant foram assimilados? Bobagem. O som é deliciosamente datado. O tal do “vintage” cai perfeito nessa embalagem. A banda, além de tudo, é muito chique apenas merece a reverência.
*foi?
Clicando em "ilustração" no alto do texto, encontra-se/baixa-se a capa original do LP.
Sobre a banda no Wikipédia:
(...) "foi um grupo de rock progressivo britânico formado em 1970 pelos três irmãos Shulman, criado após o término da banda pop Simon Dupree and the Big Sound em 1969. Gravaram doze álbuns entre 1970 e 1980. Inspirados por antigos filósofos, eventos pessoais e os trabalhos de François Rabelais, a proposta da banda era expandir as fronteiras da música popular contemporânea, com o risco de se tornar muito impopular."
Acho que tá bom, né?
GENTLE GIANT (THREE FRIENDS) 1972
... 20/10 - Parece que 2 dias depois achei ue tava bom não. Por favor, leitor, desça 3 casa-postagens. Se fã de Gentle Giant, terás uma surpresa e tanto...
tempo tempo tempo
ResponderExcluirsabe q da minha infância só restou uma amiga q até hoje mantemos contado, e fico deslumbrada com isso...
E fui ver a capa q te fascinou, realmente É.
beijoca
Eu ñ conheço Rabelais ñ, mas agorinha pesquisei brevemente e pelo q li já achei interessante. rs
ResponderExcluirPerca mais alguns minutos e vais querer comprar os livros. Falência à bombordo e a estibordo! As luxuosas edições que encontrei pelaí são pela hora da forca.
ResponderExcluirNão sei se voce sabe o que é, mas te passei um selo, um presente ou algo assim :D
ResponderExcluirTe amo...
Beijo!
Parabéns, Serjão!!!!
ResponderExcluir(Mas parabéns, mesmo! Capricha nos achados, no visual, na atenção aos leitores...)
Abração!
"Capricha nos achados, no visual, na atenção aos leitores". Puxa, Gabi, que intuição danada de boa vc tem! Era exatamente o que queria ouvir, Obrigado!
ResponderExcluirE, bom dia, fina flor! Meu míssil físsil - quase tátil! Pode mirar e me acertar. Eu güento a devastação, estou pronto a me reinventar, reorganizar e reprogramar um novo ataque. Ê "guerrinha" boa de se travar a dois... Mesmo quando o outro, do lado de lá, faz que faz corpo mole, não tem problema! É de festin nossa munição. Assim é bom porque ninguém se machuca.
Olha só cara, esse tb foi a minha primeira audição do Gaint, depois veio o Free Hands e tive a certeza de que se tratava de uma grande banda com características únicas, ainda hoje não há nem similar no mercado.
ResponderExcluirAbraço,
WOODY
Pô, o ZShare tá com defeito......
ResponderExcluirquando vai dar o download ele volta pro começo de novo......
Aquele Abraço.
Sidão.
PS: Maravilha seu blog, parabéns...
Pô, Sidão, mas não tem só o ZShare. Aliás o ZShare anda chato paca. Tem outras 3 opções de baixar esse album lá! Mete as caras, Sidão! É mais fácil que imaginas.
ResponderExcluirE, se vc descer a página do Sônico até o fim, depois da última postagem, irá encontrar entre tantos outros links, em ordem alfabética, um "COMO BAIXAR ÁLBUNS" alí diz tudo e serve para todas as outras opções de programas. Avexe-se não home.
Visual novo e os cambau. A gente dá uma saídinha e quando volta a casa tá toda reformada, beleza. O importante é que o recheio continua excelente. Eu me lembro dessa bolacha, embora não fosse a banda dos meus sonhos.
ResponderExcluirDe qualquer modo, e pela saudade, providenciarei o download.
Abraços.
Meu pai sempre cita alguns álbuns que fizeram a juventude dele ter mais graça. Deu um toque todo especial e marcou pra sempre, sabe? Acho que antigamente se fazia música de verdade...
ResponderExcluir'Bruna Bo' é um nome e tanto, moça. Espero que brilhe à vera.
ResponderExcluirMas será que hoje em dia não se faz? Acho que sim. O problema é que pelo momento interessa mais a pobreza de espírito musical. Como o universo é sábio, veio a internet então é só a pessoa decidir se vai optar pelo gosto educado ou o vulgar.
Salsa conhece Gentle Giant! Quem sabe numa nova audição não veja o algo mais que não reparou tantos anos passados?... Que essa banda tem um diferencial isso tem, o problema é o tal do gosto, né?