quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lee Morgan (Indestructible Lee) 1960



Morgan merece mais um capítulo. A sua música reverbera no jazz e no coração dos jazzófilos. Se a sua vida, como de tantos outros, teve suas agruras, isso não sufocou sua criatividade. Antes, como tantos outros (de novo), foi a música, a sua arte, que suportou, que emoldurou e emoldura a sua vida. (...) Na sua precoce trajetória, ainda nos anos cinqüenta, nos legou uma série de gravações de sonoridade especial. Ainda pouco mais que um adolescente, com a passagem de Clifford, em 1958, Morgan se tornou a bola da vez. E passou a representar o som do trompete. (por Salsa/Jazz & Backyard)


Meu coração soluça quando o vejo, mais uma vez, desfalecido sobre a mesa de bilhar dessa espelunca. Oh, Lee, Lee, eu achei seu trompete. Vem comigo, vem... Assim, assim, apóie-se em mim. Vamos, vamos, eu arranjei uma gig para você. Será com Freddie, ele quer muito te ver e ouvir. E uma voz pastosa sussurrou: ah, minha queridinha, eu só preciso dormir mais um pouco, minha Helen...


Blakey me disse que a heroína há muito havia se tornado a vida de Lee. Por isso o mandou embora. Ele não conseguiria mais tocar. Mas Lee não está morto. Minha vida é sua, Lee! É sua. A minha vida é a sua... Malditas lembranças, malditos pensamentos em mim... Mas eu dei a vida a Lee, eu o fiz renascer... E. Como ele brilhou. Você sabe, todos sabem. Você já o ouviu tocando I remember Clifford? Ouça, ouça. Eu não teria forças para fazer tudo de novo... Perdê-lo para uma vadia drogada ... Perdê-lo para a heroína. Ah, meu herói, eu não poderia deixá-lo morrer sugado por vampiros. Mato-o eu. (por CD / Jazz & Backyard & Nonato)*


Da série 'Sônica Caixa de Pandora'. Quando todo o mal e o bem têm duplo sentido inversamente proporcional.

&

Para não dizer que só as drogas são as responsáveis pela morte prematura dos gênios da música... As vezes, raras vezes, até o bom e velho amor verdadeiro também é capaz de matar.

Morgan bio.:

O trompetista Lee Morgan, instrumentista de enorme técnica e invenção emergiu na cena do jazz em meados de 50 com um som remanescente de Clifford Brown. Rapidamente, desenvolveu seu próprio estilo, fundindo os clássicos motivos de bebop com modernos ritmos, harmonias e melodias.

Morgan nasceu em 10 de julho de 1938, na Philadelphia, dentro de uma família musical, aprendendo através de aulas particulares e se iniciou profissionalmente com a idade de 15 anos. No verão de 1956 ele se integrou à big band de Dizzy Gillespie, onde tocou até 1958 quando ele foi para o Jazz Messengers.

Também em 1956, Morgan gravou sua primeira sessão para a Blue Note, “Presenting Lee Morgan”, o primeiro disco entre quase trinta que gravou para este selo. Ele voltou para sua cidade natal em 1961 para trabalhar com o saxofonista Jimmy Heath, entre outros. Lee retornou a New York em 1963 para desenvolver seus projetos de gravação com a Blue Note. Depois de um novo trabalho com Blakey de 1964-65, ele só trabalhou como líder de grupo.

Na Blue Note, o maior sucesso de Morgan foi em 1963, com “Sidewinder” (...)**

Quando Morgan morreu aos 33 anos já tinha o seu lugar na história do jazz. Uma namorada de muito tempo, Helen More, o assassinou com um tiro, no palco do “Slug”, um nightclub de New York, no dia 19 de fevereiro de 1972. Depois de cometer essa barbaridade, More deixou o nightclub, voltou para casa e se suicidou com um tiro no coração.

Lee Morgan (Indestructible Lee) part 1

Lee Morgan (Indestructible Lee) part 2

Sob patrocínio do blog amigo/recem descoberto: Jazzcrisis

* a históra já é antiga: ao lado de Vinyl e Salsa, formou-se um trio, justamente com CD, para integrar a equipe do ex-Jazzigo, hoje Jazz & Backyard (blog especializado em jazz). O conto, de ficção, narrado em 1ª pessoa, na pessoa de Helen More, a namorada e personagem da vida (e morte) real de Lee Morgan, parece q chegou as mãos de CD através do amigo autor, Nonato. E isso é tudo que sei - além de que o álbum aqui postado mereceu a colagem de textos e mídias. Indestructible Lee é, sem exageiro, exagerado de raro - e bom. Carpe Diem.

** No link, este Sidewinder, mais "The Procrastinator" restaurados pro leitor. Recomenda-se, aos não iniciados em Morgan, começar a procura da obra, por esses dois álbuns.

Fonte para a "Morgan Bio" Clube do Jazz
Grato a todos.

14 comentários:

  1. muito legal ler mais um pouco disso, embora minha pouca erudição [ou seja lá o q ñ for] para o jazz. Sou mais pela versão q me deram, algo como ser viciada em palavras, sons verbais...mas essa explicação fica por minha conta, já q esqueci exatamente o nome desse vício, q então nomeio assim.

    hum...Lee Morgan, soa bem!rs

    *

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  2. Jo. Ô, jo. Gosto de tu para carálio.

    Aí c me pergunta, "Ué, não passaram as festas?"

    Pois é. - eu respondo: Tou fazendo hora extra.

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    . Como assim 3 comentários? É Lee Morgan escrito, tocado e imaginado, em sangue, carai! Venham, venham, venham, pô.

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  4. Grande Sérgio,
    Eu fiz o carreto completo da obra de Lee Morgan. É som para, como você diz, carálio.
    Valeu!

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  5. Só não entendi se vc fez o carreto deste disco antes ou agora, pq, deste disco, encontrei muito poucos vestígios pela rede. E até onde sei isso aqui não é coletânea, pq, eu tbm pensava q tinha feito o carreto da obra até esse disco aparecer...
    Se voltares, por favor, me tira essa dúvida.

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  6. Uma vez, lendo sobre NY, encontrei um site legal falando sobre os bairros de lá e tal. Ai fiquei me imaginando em um daqueles bares ouvindo jazz. Tinha até uma listinha de cantores bons, mas não entendo muito disso. Vou começar a ouvir mais... Música boa merece mesmo esse reconhecimento! Parabéns a você pelos posts.

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  7. Ei cade voce? eu cutei, eu gotei, continuo nâo entendendo, mas fez bem pro meu ouvido. Agora so falta voce aparecer de novo e sempre

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  8. Poxa, Quieta, depois daquele may tumultinho, criado for nobody, todos sabemos, recolhi a minha verve brincante esperando os ânimos serenarem. É como faço, zôo (no sentido de zoar), brinco e tal, mas se a zoação dá defeito, espero as coisas se consertarem no tempo. Eita argamassa danada de boa essa tal de tempo!...

    Mas eu tava com saudade de você. Pode ter certeza.

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  9. Fala aí meu camarada!
    O negócio aqui anda muito blá-blá-blá e pouco som, estou vendo que vc mudou o estilo. Tudo bem, cada um na sua. Caramba velho!! Eu gosto bastante do Lee Morgan, mas não conhecia a história dele, que final trágico, roteiro perfeito para um bom filme. A tua seleção de jazz está melhorando heim! Lee Morgan (esse vc já postou uns antes), Roy Haynes e o maravilhoso Bill Evans imbatível no piano maciota.

    É isso aí!
    Hahhh!! Por falar em maciota, estou ouvindo Paul Desmond, Pure Desmond (1975), se vc gosta de um sonzinho relax esse é altamente recomendável.

    Abraço,
    WOODY

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  10. Woody, bla blá combina com blog, Woody... Foi a pretexto de bla bla bla q os blogs nasceram. É só separar o joio do trigo no teu caso. Quando vês uma capa de disco, tem música na parada, se não é bla blá bla de blogueiro filosodeiro. Simples assim. Mas o som, quando tem é de 1ª, disso pode ter certeza.

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  11. Ops. FilosoFeiro, filosofista, blablazeiro...

    Abraço!

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  12. muito legal esse blog, coisas musicais bem interessantes, e textos pertinentes

    inclusive essa seleção musical de jazz, recente, com artefatos que não se encontram facilmente por aí...

    obrigado!

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  13. Ô Ricky, que prazer te receber com essa saraivadas de comentários! Juana Molina, Kid Ory, Morgan. Já fui no teu blog. Pô, humor e carioca. Essa praia é minha tbm! Vou frequentar. E vc esteja a vontade por aqui.
    Abração!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)