domingo, 22 de março de 2009

Lord Sutch And Heavy Friends + João Gordo



Sutch, cujo nome verdadeiro é David Edward Sutch, era de fato um lord britânico. Rico e envolvido com a política e a música da Inglaterra, pagava os cachês de seus amigos (esses amigos cujos nomes falam por si) e gravava alguns discos. Era uma figura totalmente louca e também muito querido, um personagem folclórico da hitória pop da Inglaterra. Em 1968 partiu para os EUA com um Rolls Royce pintado com a bandeira da Inglaterra, rebocando uma "parede" de amplificadores Marshall que ele pretendia vender. Em 1970 lançou esse "Lord Sutch And Heavy Friends" (relançado nos anos 90 como "Smoke And Fire"), um album fundamental na coleção de qualquer amante do bom e verdadeiro rock and roll. Uma constelação participou das gravações desse petardo: Jimmy Page na guitarra e John Bonham na bateria, ambos do Led Zeppelin, Jeff Beck na guitarra, Noel Redding (ex-Jimi Hendrix Experience) no baixo e Nicky Hopkins (Rolling Stones) nos teclados. Esse play é muito louco e as histórias que cercavam a vida e a obra de Lord Sutch são mais malucas ainda. Por vários anos ele foi canditado a prefeito de Londres mas nunca venceu as eleições. Após sua última tentativa, enforcou-se em 16 de junho de 1999.


Viva a memória de uma figura que fez o mundo um pouco mais divertido e rock and roll!!

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Texto e Link da postagem, um oferecimento: Camara de Eco.


Essa postagem está cheia de coincidências e quando coincidências se multiplicam, formam um desdobramento interessante para o princípio místico de que, definitivamente, coincidências não existem. Descobri esse álbum, ontem, sábado, 21/03, quando zapeava no controle remoto da tevê e acabei tragado pelo poder inquestionável do João Gordo de tornar qualquer idéia de programinha musical de quinta, numa atração para lá de divertida – evidentemente, pros que estão apertados até para sair e tomar umas brejas no butiquim da esquina.


Chororôs à parte... Às regras: a produção envia fitas de clips que passam na emissora e a interatividade decide se a fita vai para a geladeira, volta à programação ou cai no triturador (de fitas), onde o Gordo faz seu trabalho de carrasco babando de felicidade. O programa tem um formato interessante, adotado pela emissora, a partir do sucesso do 15 Minutos de Marcelo Adnet. O “Gordoshop” também só dura 15 minutos no ar. Mas ontem, sábado, era a “Maratona Gordo Shop”, onde a Emissora ajuda/força a audiência a conhecer a nova programação de 2009. Então, toda a novidade experimental no ar passa pelo processo de maratona. O target do programa exibido (ao vivo) de 2ª a 6ª, as 19:00hs é adolescente – o que, no mínimo, tira o foco da garotada para excrescências globais do calibre de 3 Irmãs, por exemplo. E o Gordão não perdoa, desanca indiscriminadamente de Coldplay e Oasis a bandinhas emo como McFly (q diabo é isso?), NX0, Paramore... E todos os sucessos passageiros fabricados pelas gravadoras. Paramore de Deeeeus!” – ruge o João Gordão – “Que merda tosca é essa?!” e continua, aos berros: “tudo bem q as meninhas gostem dos pausudos emos e das boysbands, todos bonitinhos, imberbezinhos, mas os moleques machos gostarem dessa merda!... Mariquinha! É mariquinha, é mariquinha!...”


Ah, meu amigo, pra quem está sem saco de fazer nada, meio deprimido e se sentindo burro demais pra ler um livro, uma atraçãozinha dessas é de lavar a alma...


Mas, enfim – fazendo minha, a ira do Gordo, somada a raiva do leitor – que catso tem a ver as coincidências e Lord Sutch And Heavy Friends com isso?! Calma, violência! Explico: a razão d'eu ter uma admiração por esse punk, tiozão ranheta, com sua rebeldia já domada e ajustadinha ao formato de um programa vespertino adolescente de MTV, é que o cara não deixa de passar a sua mensagem educativa. Em todas as edições do Gordoshop ele adentra o estúdio carregando uns 3 ou 4 LPs, do que ele considera música boa, geralmente álbuns de rock dos anos 70 e foi nessa que ele me apresentou o álbum do Lord Sutch And Heavy Friends, daí que fui buscar na rede, fazer minhas “compras”... Encontro o disco no blog do amigo Lucon do blog Câmera de Eco. Justo o mesmo que, no dia anterior, havia deixado um comentário sobre a necessidade de utilizarmos sim, os links de blogs amigos, pq, como somos fissurados por apresentar novidades, nossos blogs são frequentemente atualizados, daí que, Lord Sutch And Heavy Friends foi uma postagem antiga do Camara de Eco, de dezembro de 2007. Daí que o disco voltando à baila agora em 2009 por aqui, não ficará mais no esquecimento por alguns meses, e outro blogueiro pode achá-lo daqui há um ano, postá-lo (ainda com o mesmo link) em sua casa e assim por diante. Desse modo, muito mais gente vai conhecer esta raridade, cuja resenha lá encima mostra o tamanho da importância. Quando digo que não há coincidências me refiro ao desencadeamento desses fatos isolados. Porque ao cair novamente no blog de Lucon, encontro essa declaração espontânea. - na postagem de "Sábado, 21 de Março de 2009 - King Crimson Collectors' Club..."
É isso aí, brodi. Estamos todos conectados!


Em tempo: a melhor mensagem que o Gordoshop deixa a petizada é a seguinte frase que ele repete a de eterno: “Com tanta banda boa e de grátis na rede, como vocês ficam presos a essas merdas de EMO E BOYS BAND?! Põe no triturador essa merda!” É o próprio Flávio Cavalcante do 3º milênio! Muito mais engraçado, pode ter certeza.

14 comentários:

  1. Já estou baixando.
    Abraços,

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  2. Grato, Bocha!

    Salsa, por pouco não ofereço esse disco pro seu novo blog. Aí pensei, o cara está ainda curtindo a novidade, deve estar cheio de discos já programados então, deixemos essas colaborações pra depois...

    Tbm teve a "coincidência" com a postagem do Lucon, claro. Aí percebi q a repostagem tinha que ser por aqui mesmo.

    Salsa, acho q o álbum vai te agradar em cheio.

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  3. É importante deixar claro aqui, Lucon, q não foi no seu blog que baixei Lord Sutch And Heavy Friends. A 1ª busca foi no Google, e não encontrei nenhum blog onde achasse o Lord. Foi no soulseek que baixei. Depois sim, numa pesquisa mais filtrada, buscando por algum texto em português q falasse sobre a banda foi q encontrei o objeto de desejo no Camara de Eco.

    Mas, c sabe q, quando clicamos no link da pesquisa do Google, caímos na página em questão, não na 1ª página do blog. Então não tinha visto sua última postagem do King Crimson de 21/03. Verifiquei se o link do Lord Sutch ainda estava ativo e só depois de preparar pra repostar Lord no Sônico, o seu texto e o seu link, é q fui na página atualizada do Camara e vi q vc estava me citando justo sobre a utilidade de se repostar links de outros blogs. Espero q tenha explicado direitinho essa sequencia de "acasos", pq achei du caráio essa história.

    Valeu, brodi!

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  4. rsrsrs Sergio, essa história é um barato, cara!
    Nós não nos conhecemos pessoalmente mas o considero amigo pela afinidade de idéias, e mais: mesmo que haja discordância ainda assim é um amigo pois a amizade se faz muitas vezes por inúmeras e inúmeras discordâncias.
    Olhe só a importância (pelo menos para mim) de seu comentário lá no Câmara: me incentivou e mostrou a necessidade de mudarmos certos pré-conceitos.
    Por tudo isso, eu só tenho mesmo que lhe agradecer, meu chapa!
    Espero que outros "Lords Sutchs" continuem a fazer milhões de conexões e assim a galera faça seus downloads e façam através da música e das idéias, acima de tudo, novos amigos.
    Grande abraço!

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  5. Putz!
    concordo em gênero número e graus com todos presentes.
    Quanto aos bloguis do Lucon e Bocha - vou já dar uma olhada também, pq sou defensor fervoroso dessas trocas de links.
    Antes eu até me preocupava em deixarem crédito e tals (ainda acho os créditos importantes para os visitantes conhecerem outros bloguis), mas hoje em dia nem me preocupo com isso.
    Quanto a esse disco do Lord inglês, já estou baixando pra conferir, até porque a lista de músicos participantes é fenomenal.
    E Sergio, lembra que eu um dia lhe falei (numa postagem sobre o JT Meireles) que você havia me roubado um post bem na semana que eu ia colocar o mesmo disco...
    Pois é, eu coloquei essa semana esse disco lá no EuOvo (1964 O Som) e mais outros do grande Meireles, inclusive os mais recentes com Os Copa 5.
    Fiquem a vontade.
    Abraços a todos,
    Bruno

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  6. Em tempo, também me amarro nos programas da MTV, como 15 minutos, Quinta categoria, MTV lab ao cubo, entre outros que são sensacionais.
    Esse do João Gordo, Gordoshop deve ser muito bom.
    Sempre achei o Gordo Freak Show um exelente show de horrores.
    Essenciais para quando se quer dar umas boas risadas.
    abs

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  7. O Gordo eh mt bom!, hahahah Ainda ñ vi esse programa aih, mas c certeza ele vai mostrar mta coisa ducaraleo!

    (Aqui, c tah q nem o Gordo, hein?!: pop! Bandona seus amigos q ficaram lah no submundinho ñ!)


    Bisous

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  8. Prezado amigo,
    trabalhei na implantação da MTV durante os dois anos q trabalhei no planejamento estratégico do grupo Abril a convite de um colega de escola - um dos herdeiros do grupo.Dessa experiência - fora um estagio de dois meses na matriz americana - sobrou a motivação e a determinação de fazer televisão de uma forma diferente sob comando de Fátima Ali.O tempo passou, os VJS iniciais , quase cinquentões :Zeca,Astrid,Chris Couto,Edgar,Thunder, Maria Paula ,Sabrina e a nossa musa na época - Cuca Lazaroto.O Gordo chegou na empresa quando eu estava saindo.Era um sujeito autodestrutivo , rude , quase um neanderthal.Tomou chifre de uma menina q trabalha ainda lá, se enveredou pesado nas drogas,tomado pela diabetes e um enfisema pulmonar.Quase teve uma parada cardíaca em plena avenida 9 de julho quando era levado com seus quase 200 kg -na época - para o hospital.Os tempos mudaram, a MTV mudou vivendo bons e não tão bons momentos.O gordo ficou saudável e continua sendo uma das melhores atração do canal. Agora infelizmente decide dar uma de Flávio Cavalcanti e numa atitude fascista fica destruindo discos e videos.Para um sujeito q persegue um caminho inovador não é mergulhando no mofo e respirando o atraso q lhe trará audiência.Como todo sujeito q rasgou dinheiro , o Lord terminou a vida dando fim a própria.Em tempo , 15 minutos é um porre de chato! Abraço.

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  9. Edu, repetir o quanto sua opinião é importante e dá credibilidade a este blog é chover no molhado.

    Eu era muito muleque para me lembrar que tipo de discos o Flávio Cavalcante quebrava. Imagino que fossem aquelas obras mais popularescas, apelativas, mas imagino que muito experimentalismo tropicalista, tipo de artisatas como Tom Zé, devem ter se espatifado na bancada, entre as manoplas, de encontro com os joelhos do apresentador.

    Naquela época, era uma verdadeira heresia mesmo esse método xiita de se qualificar a obra alheia. Mas, eram outras épocas. Hoje, 80% da produção fonográfica é que é uma verdadeira heresia, Edu. Hoje, faz-se música, não só pensando no sucesso imediato, em termos de venda, como tbm, se um desses sucessos, antes de cair no esquecimento, não seriam capazes de sustentar a campanha de uma marca de sabão em pó pop, aquecer as vendas de um plano barato de celular, quem sabe até não chegue ao patamar do sucesso!, virar jingle de uma linha estreante de automóvel popular!...

    “Quer andar de carro velho, amor, q venha por q sei q andar a pé. amor, é lenha”. Olhai, Edu! Prontinho pr’um Feirão de Usados!

    Caramba, Edu, sabe uma classe que deve estar disputando espaço nos sinais de trânsito? Os jingleros. Um da classe que conheço de longa data, o Zé Rodrix: se com a música pop honesta que ele fazia, estava difícil se viver, e agora que os jingleros todos perderam o emprego?... Será q ele sabe se virar no malabares de bolinhas de tênis ou, no caso dele, de limões?

    Então, concordo discordando - no que considero o lado um tanto romântico - do seu ponto de vista.

    Sobre o Gordo, a proximidade com a morte lhe fez um bem danado. Vejamos se, com esse amadurecimento, de súbito, ele não se deixe levar pelo q há de mais viajante, muito mais que a mais potente das drogas, que é o sucesso. Você entendeu a dimensão do sucesso a q me refiro, né? Hoje em dia, aquele punk radical, drogado, muleque irreponsável, mal-educado, boquirroto, está provando, a um diversificado público antenado - sem aquele enfado intelectual, que, em termos de comunicação na tevê e credibilidade, ele É o Cara. Um fenômeno desses não é pra qualquer um, Luiz Tunderbird.

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  10. Caro Sérgio, vou precisar de sua ajuda e lhe explico por e-mail.O q vc sabe a respeito de um grupo chamado Som Imaginário q o Zé Rodrix fez parte?Amigo, não faço um senão aos seus argumentos porém a atitude destruir fisicamente o produto final fomenta uma síndrome de intolerância e fascismo.Não gosta, evite escutar apenas.Não recomende aos próximos, utilize, enfim, seu espírito critico.Não é preciso professar a violência – através de atitude depredatória e a irracionalidade.Se for levar ao pé da letra esse principio passamos a desconhecer o próprio direito individual.O Thunder , ta na toada do antigo João, infelizmente, pelo q sei.

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  11. No fundo vc tem bem as suas razões. Fomentar qualquer tipo de violência numa época dessas, nunca é uma boa idéia.

    Só acrescento q não são cds, nem lps, a obra final destruida no triturador é fake toda vida. São fitas VHS q, propositadamente, mal simulam as betacan dos clips que a emissora põe no ar.

    Acho q a emissora toma esse cuidado, afinal, pode parecer um contra-senso, mas a MTV não se furta de seu lado politicamente correto. Vc q trabalhou por lá deve saber melhor que eu, relis telespectador, que a emissora tem essa preocupação, apesar do todo.

    Agora vamos a sua precisão: do Som Imaginário eu tenho dois álbuns, o homônimo de 1970 e Matança do Porco, 1973.

    Qualquer força é só falar q te envio por emeio.

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  12. Eu assisti Flávio cavalcanti quebrando um disco de Caetano. Um jurado, não me lembro qual, disse qualquer coisa assim: "onde já se viu um verso desse: "sobre a cabeça, os aviões... que chapéu mais esquisito"
    Eu, mesmo criança, achei ridículo.

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  13. Prezado amigo,

    Agradeço pela valiosa contribuição.Ela foi inestimável pra meu trabalho.Uma informação adicional:o Luiz do Som Imaginário é o Alves.O Luizão Maia é o extraordinário contrabaixista elétrico - provavelmente o maior deles surgido entre nós.O filho dele, Zé Luiz, enviou dois discos q fez em homenagem ao velho apenas com composições dele de nome "Tal Pai"(Delira Música) pro Lester e eu.Trabalho instrumental de primeira linha - divertido e vibrante.Obrigado pela ajuda, novamente.

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  14. Grande Edu, tá vendo? Acabo de postar um comentário no Jazzigo, tentando desculpar a confusão de um visitante novo, entre Louis e Neil Armstrong... É claro q é Luizão Alves! Careca e barbudo desde sempre e bem mais velho que o Maia - pra mim um garoto ainda...

    Nessas confusões sou mestre. Por isso, quando vejo um companheiro de "viagem", astronauta perdido no espaço-tempo, confundindo Louis com Neil, acho q ele merece respeito e uma correção, mais ao seu modo, sutil e educada. Quanto a minha colaboração lá no Som Imaginário, ficou como eu disse, foi o que deu pra fazer. Inda bem q tu gostou.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)