quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NA SAÚDE E NA DONÇA, NÉ GUSTAVE?


“A mulher, a quem eu já me esforçava em decifrar (não existe idade em que não se sonhe com isso: quando crianças, apalpamos com sensualidade ingênua o regaço das moças que nos beijam e nos mantém em seus braços; aos 10 anos, sonhamos com o amor; aos 15, o amor acontece; aos sessenta, ele ainda não desapareceu e se mortos ainda sonhamos em nossos túmulos, sonhamos decerto em conquistar sob a terra a tumba ao lado, para soerguer o sudário da falecida e nos unir a seu sono)”


... que certamente, sonha com tal união. Afinal nos esforçamos tanto! É o desejo sobrepujando a morte! "Príncipe encantado" é quem te deseja, mulher. Além do mais, nessas condições, não estás nem mais em idade - de fazer tanta exigência!


No livro "Novembro" do meu camarada Gustave Flaubert (Iluminuras), e da foto que busquei lá do blog de seu Salsa san, reparei agora, na romântica maneira de ver do autor francês, que é tão somente através do desejo e na busca do prazer que a vida encontrou a fórmula exata para teimar em se expandir. Expandir-se A de infinito! Quando existe o desejo, até na morte há vida. Todo desejo é uma espécie de oração. E sem tesão (desejo em estado bruto) não há solução, né seu Roberto Freire? Pois não é que é verdade?


E pra fechar (babaca para alguns, moral da história para os inteligentes), nessa de “ficar”, pegar e beijar na boca 15, numa balada, meu, não se pega, nem se cata ninguém. No fundo, nessa tumba em que Flaubert me enfiou e te meteu a ti jovenzinho que leu, o buraco é mais lá embaixo. Exige concentração e zelo. Na saúde e na doença.


Só existe um tipo de vida: a inteligente que se expande, outros modelos, morrem, uma, duas, infinitas vezes e renascem outras tantas, até pegar - no tranco.


Amiguinhos leitores, não dá pra evitar: quando eu bebo, no day after, invariávelmente, na ressaca eu viro filósofo. Fi-lo porque qui-lo, aquilo que me inquieta.

5 comentários:

  1. Seu San: o desejo, a vida, a morte, o prazer!!!!
    Grandes e profundas questões, sobre as quais se debruçaram filósofos e escritores, desde os tempos imemoriais.
    Mas o que a gravura me lembrou mesmo foi de Ranchinho e Rolando Boldrin (no saudoso Som Brasil, das longínquas manhãs de domingo) cantando:
    "Eram duas caveiras que se amavam,
    E à meia-noite se encontravam. Pelo cemitério os dois passeavam. E juras de amor então trocavam..."

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  2. Lembro-me bem do programa matinal, comandado tbm pelo Lima (Duarte)... Mas o Rolando era o mais autêntico! Ali não tinha “atuação” de ator, embora o Rolando fosse um, ele deu banho comandando aquele programa e contando causos de rolar de rir.

    Mas sabe o que me encafifou nesse texto do Gusta, seu san? É aquilo que acrescentei ao texto logo abaixo: esse negócio de liberação feminina, competição com o lado executivo capitalista selvagem masculino e o que veio no bojo... A mulher ali, caverinha e ainda fazendo tanta exigência!

    Se a mulher não preservar uma parte (a boa) de seu lado Amélia, não haverá desejo nem prazer que cure as feridas desse mundão de meu deus... É ou não é?

    Por falar em TV, uma vez vi uma entrevista de Drica Morais à Marília Gabriela, isso já faz tanto tempo mas jamais me esqueci. A pergunta girava em torno de uma idéia tipo, “qual a tarefa “do lar” que te desestressa e te dá prazer, Drica? A resposta veio tão na lata que eu acreditei que aquilo não era gênero: “Bater um tanque de roupa!”. Na hora invejei demais o marido daquela atriz e mulher maravilhosa! Será que isso é ser machista, seu san?

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  3. Cara, se é eu não sei!
    Mas qe ela ganhou muitos potos na minha mdesta avaliação, isso ganhou!
    Vamos descobrir o nome desse sortudo e colocar nos nossos blogs, como exemplo de cabra macho e enquadrador (rs, rs, rs).
    Falando sério, acho que a mulher tem que ser mulher (Améla também, quando necessário) e não tentar ser um homem de saias - senão, não faria sentido, né?
    Abração!!

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  4. sérgio san,

    fi-lo porque qui-lo...mas, muitos, como o ex-presidente jânio...fi-lo por tequila...rs

    brincadeirinhas às favas, vivo hoje uma comunhão no segundo item do título dessa postagem...e, como profere um grande amigo...assim caminha a humanidade...ou, assim se arrasta a macacada...rs

    abraçsons pacíficos e saúde a todos

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  5. Grande, Érico e Pituco san (Valeu, seu Érico, pelo pronto atendimento!)

    Pituco, se entendi bem, na doença, há de se perseguir a cura! Esse papo de se não tem remédio, remediado está é cristão de mais pra quem mora num país buduista. Mas eu posso não ter entendido nada, então xá prá lá.

    Abraços aos aombos!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)