quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sonny Rollins (Road Shows) 2008


Conheci um certo Victor Folquening navegando. Não. Eu não vou explicar o conceito deste blog/site genial. Qualquer pessoa com algumas gramas úteis a mais de massa cinzenta entende. E os com gramas a menos, pastam. O campo é bom. Eu já testei!

Só sei que estou muito grato por este encontro. Feliz a ponto de brindar! Aliás, sorte minha que já estou na função “bebeno”. E mais sorte ainda por ter ele, o Victor, sem saber, me apresentado este álbum (e texto) que é um tratado jazz simples, direto ao ponto. Do jeitinho qu'eu gosto. O trato -do tratado- é justo assim: ouça, pire ou passe batido. E morra sem saber. Porque eu tenho fé nas pessoas mas mais, muito mais ainda, nas tais das outras vidas. Não só acredito como atesto: eu vim de lá eu vim de lá, pequenininho...! Anfã, o essencial quem que makecagô, um um belo dia apreende. A merda é perder a coisa mais preciosa do mundo nesta vida, carái. O tempo. O tal do trem da história... Ou, no caso particularde quem deixou pra lá, o bonde.

O Texto:

“Velhinhos do jazz deveriam se aposentar?

Nem fale uma coisa dessas.

Músicos de todo gênero podem muito bem cair na armadilha de se tornarem covers de si próprios. Veja o caso dessas bandas de rock “metaleiro” dos anos 70.

Mas se determinássemos uma hora em que o intérprete deveria pendurar as chuteiras, como costumamos solicitar a jogadores de futebol como Edmundo ou Dida, o mundo perderia imensamente…

Sei, são coisas diferentes, mas às vezes ambas exigem preparo físico. Imagine se você fosse saxofonista e, ainda por cima, construísse parte de sua reputação com solos de tenor longuíssimos, exaustivos, em altura e potência de tal magnitude que seu apelido se tornasse Colosso… e os fãs esperassem que, quase aos 80 anos, você mantivesse that voodoo you did so well.

Esse cara consegue nos fazer dançar. Mais velho que a soma das idades dos integrantes do RBD. E, se quer saber, ele é melhor do que sempre foi. Mesmo que tenha gravado obras-primas como Tenor Madness (liderando John Coltrane! Em 1956!), Saxophone Colossus, uma coisa deliciosa ao vivo no Village Vanguard em 1957, a famosa trilha original de Alfie, ombreirado com Max Roach e Clifford Brown no (provável) mais espetacular quinteto de jazz jamais gravado, um disco muito estranho com Jim Hall depois de passar uns dois anos tocando sozinho numa ponte… pelo menos metade dos saxofonistas do mundo colocam o nome do camarada entre suas principais influências… mesmo assim, SONNY ROLLINS é melhor do que sempre foi.

Praticamente aos 79!

Enquanto ele faz seus shows por aí, sem nunca cair na cópia de si mesmo, investigando cada vez mais ampla e tranquilamente os limites de suas próprias invenções, aparece no mercado um dos melhores discos de jazz já produzidos.

E não é exagero, pode apostar.

Trata-se de uma coletânea de gravações ao vivo nos últimos 30 anos, com Sonny em diversas formações – que vão de trio a quinteto com guitarra. Música jamais publicada, pois foi registrada por um advogado, Carl Smith, que seguiu o saxofonista por toda a parte, dos EUA à Polônia e Suécia, gravando meticulosamente suas apresentações impressionantes.

A crítica elegeu, em vários artigos, The Road Shows Vol. 1 o melhor disco de 2008.

Por quê?

Bem, em parte porque torcemos por Sonny Rollins, essa instituição do jazz. Mas se qualquer outro, desconhecido que fosse, estivesse no letreiro principal de The Road Shows , as pessoas diriam: “finalmente, um novo Messias para o jazz”.

O som é pleno, vigoroso, desafiador. Os longos solos – como o desacompanhado em Easy Living – surpreendem mesmo quem ouve jazz todo dia. Rollins toma direções imprevisíveis sem deixar cair o beat. Seu calypso, uma marca registrada desde os anos 60, é ainda mais dançante. E é jazz, sem uma nota de condescendência, com todas as armadilhas rítmicas e melódicas que fazem os amantes da música estancarem em suspense, pedir para todo mundo ficar quietinho, e terminar a audição com os olhos acesos, sorriso petrificado e o coração inflamado.

Gostar tanto assim de Sonny Rollins, pelo menos para mim, parece supor um insuportável sinal da personalidade; quem sabe, antes disso, uma carência, uma necessidade de deixar se envolver por algo que soa tão bigger than life, mas, ao mesmo tempo, vulgar e terreno. O volume, a opera brutta de Sonny transporta para além do banal. Aquele som ferruginoso, agressivo, desconcertante, “feio”, coloca gosto de pó e asfalto na sua boca.

É a vida que pedimos a Darwin!

O álbum:

Sonny Rollins (Road Shows) 2008


Sonny Rollins (Road Shows) Parte 2


Em tempo: antes de pensar pq a 1ª parte do texto ficou com uma fonte tão exagerada, melhor creditar as razões ao acaso. De minha parte, gostei do texto do cara. Mas esse destaque, vei de lá, seja lá de onde for. Anfã. Vou beber e amanhã corrijo.


TOMZIN! TE AMO! FAZES UMA FALTA FÉLA DA...... POIS É, ISSO AÍ.


15 comentários:

  1. sérgio san,

    de volta às postagens...já baixei e logo mais saravarei...

    amplexossonoros e arigatô

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  2. Welcome back, Mr. Sonic boy!
    E em grande estilo!
    Gostei do texto do cara - disse tudo!!!
    Mais uma vez, o garimpeiro nos entrega jóias de alto quilate.
    Abração!

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  3. Ô¬Ô

    Seu Sérgio,
    voltastes com um pancadão hein seu moço!
    Já sei, porres tricolores, seguidos de porres jobinianos, só podia dar nisto: Tomem Sonny Rollins na cabeça! O Sr. tem uma aspirina aí? Pois sei que vou precisar. Ainda estou na fase do ...baixando.....mas uma pancada dessas....me traz logo morfina por favor....tenha peninha da minha cabecinhaaaaaaaaaa......é isso aí Seu Sérgio.....vou ficar dependente de mais este Sonny...mande mande mande quero mais......CADÊ O VOLUME 2?????????

    Ô¬Ô

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  4. Ô¬Ô

    ....e quero acompanhar os comentários também!!!!!

    Ô¬Ô

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  5. Gabi Galvã, tá na hora de amar. Podem desdenhar dessa época de festas, mas quem o faz ainda não entendeu que, no mínimo, esse é o tempo propício perfeito. E tu sabe o quanto eu gosto de você. O quanto me inspiras só coisa boa! Você é aquela que se fosse vizinha e não houvesse internet pra sabê-la, eu só cumprimentaria cheio de admiração e desejo. Pq estamos, eu e todos que admiro tão distantes? No fundo é um fato a se comemorar.

    Bjs, bjos...Beijos!

    Seu Pituco e Érico san(s)!, album e texto fantásticos! Já já porei a 2ª parte do álbum. A pressa da cerveja nessa época é maior. E, pra quem já veio aqui sabe: não há butiquins em todo o planeta Terra melhores dos que os do Leblon, então... não deu pra esperar.

    Maro! Grande Mauro!, bicho, tbm quero o volume 2! Será que já foi lançado? Não sei. Só sei q a parte dois deste álbum, já já estará disponível. Um grande abraço a todos!

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  6. Ô¬Ô

    Me imagine sentado à mesa do butikim. Olhar mei ki pra baixu, mei ki pru lado, mei ki entediado. Cotovelo direito apoiado sobre a mesinha que balança, movida pelo bater de minha mão, fechada, alçada ao movimento somente pela torção do pulso. Maginou? Então derrepente eu falo, mei ki berro, mei ki grito, mei ki imploro: Essa segunda parte vem ou não vem?
    Levanto e vou no Mic!

    Ô¬Ô

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  7. Ô, Maurão, prestenção. Já tá lá desde onti a parte 2 e já 5 pessoas baixaram! Não se aperreie! Vá e baixe. Cara, no butikin, estavas de ipod ou um discman? Eu só vou a butikin quando só com música ambiente. No ambiente do meu eu mesmo...

    Abraços!

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  8. Ô¬Ô

    O chopp tava do meu lado ixkentanu e as p_ das batatinhas esfrianu. Liga nao Seu Sérgio, é a idadi.
    Foi mausx...o q não foi mausx foi o Rollins, como sempre...

    bração mermão

    Ô¬Ô

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  9. Ô¬Ô

    Ô Seu Sérgio,

    o pessoal desse buteko é muito acelerado, qdo cheguei la pra pegar já fui o nono. Ôochii

    obs: que mané ipod, que mané diskman... eu levo meu Philco Transglobe mesmo

    Ô¬Ô

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  10. Bom agora devora o q te inquietava. Discaço, seu Mauro, um.dis.ca.ço!

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  11. PQPPPPPPPPPPP!
    Demais!!!!!!!!!!!!!!

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  12. Pois é, rapaz, todo mundo vem, v e ouve, baba. Esse disco é uma intituição!

    Abraços!

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  13. Olá, Sérgio.
    Vi que fez um link do meu texto para o seu delicioso blog. Obrigado pela generosidade! Sonny Rollins é sensacional e a cada dia espero que apareça alguma gravação escondida que nos surpreenda mais ainda. Quer ouvir um ótimo, embora meio difícil de ser visto dando sopa por aí? "Silver City", uma coletânea da Milestone. Bem diferente do som da Prestige ou da RCA Victor. Abração a todos da comunidade.

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  14. Grande Victor Folguening!, sinceramente: que honra! Vc escreve muito! E nesses assuntos musicais em particular, é só dar uma passada de olhos nas postagens e verás q há sempre uma escancarada confissão de minha inteir(iss)a, sem arestas e dura ignorância - compensada pelo bom gosto, claro. Mas tudo isso foi pra dizer que de quando em vez vou subtrair um textinho teu (sempre creditando, evidente) para dar substância a arte dos artistas postados.

    Que bom que tenha apreciado o espacinho aqui.

    Abraços e volte sempre!

    Ah!, Seguirei sua dica imediatamente.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)