quinta-feira, 4 de março de 2010

Claudine Longet (Love Is Blue) 1968



Somente porque acredito na preguiça alheia - tanto quanto boto a maior fé na minha - repostei -parte- do texto original neste espaço. Mas a recomendação é que o interessado vá direto a fonte. Para ficar perfeita a "descoberta", procure antes baixar o disco e estar pronto a ouvi-lo, e aí sim ler o texto lá. Não será trabalho algum, apenas um exercício de ordenar as ações. A fonte original traz o texto ilustrado com muitas fotos, vídeo... E mesmo aqui, dei uma editada na íntegra da história - até para forçar a busca da história original. Apenas gosto mais do disco que postei neste espaço - e com 4 bônus cirurgicamente pinçados! Lá também há um álbum raro de Claudine para baixar - aliás, de Claudine, todos os álbuns são raros.

FONTE: MUNDO ESTRANHO DE PB

"Nascida em Paris em janeiro de 1942. Infelizmente sua fama de ter assassinado seu namorado, a lenda do esqui, Spider Sabich, se tornou maior que seus discos e sua carreira nas artes dramáticas. Na manhã do dia 21 de março de 1976, aos 34 anos, Claudine atirou no estômago do namorado numa cabana na cidade de Aspen, deixando-o mortalmente ferido no banheiro. Esta cantora tão linda, de voz tão docê e angelical foi protagonista de uma vida tão cheia de idiossincrasias e contrastes que "só a realidade pode criar". Viveu momentos de celebridade ao se casar com o rei da Easy Listening Andy Willians, quando toda a imprensa quis fazer daquele relacionamento um grande conto de fadas. Mas na realidade a forma como ambos se conheceram foi lasciva, ainda quando ela, recém chegada da frança dançava em cabarés obscuros em Las Vegas fazendo aqueles famosos showzinhos solos de stripper clichês nos filmes de Hollywood, até hoje. E Willians, à época, estava mais para um velho babão caçador de menininhas. Deste conto de fadas nasceram alguns filhos aos quais Claudine muito se dedicou. Lançou ao todo 7 Lps, entre 1967 e 1972, mas nunca teve oportunidade de encontrar seu público ao vivo. Na realidade, seu trabalho naquele momento foi muito mal apreciado porque a juventude da época estava mais ligada ao rock e experiências mais extremas que o rock proporcionava. E Claudine soava cafona e adocicada demais. Talvez aquele universo de doçura lhe fosse mais saudável buscando uma pureza que lhe foi arrancada logo cedo, mas com certeza é clara uma densa melancolia nas entrelinhas de seu "sunshine pop".

Claudine nasceu no 14 º distrito de Paris - perto do Sena, uma área povoada majoritariamente por estudantes de arte. "É o centro de Paris", diz Claudine com orgulho, e acrescenta: "Quando o movimento existencialista começou foi lá onde e quando comecei." Não era uma área que os turistas frequentavam, o que dava bastante liberdade aos estudantes e artistas. Logo cedo, no frescor de sua infância já tinha certeza de sua vocação para a arte dramática. Frequentou a Academia das Artes estudando com pessoas que dedicavam a vida ao teatro e também envolveu-se com o balé clássico. Logo aos 10 anos de idade interpretou uma garotinha possuída numa montagem teatral da maravilhosa obra literária de Henry James "A VOLTA DO PARAFUSO" - no brasil saiu em dvd, o filme hollywoodiano baseado na estória chamado "Os Inocentes". Se ainda não conheces, está bobeando... (...) Seria um pecado deixar de citar sua participação no filme "Um Convidado Bem Trapalhão" com Peter Sellers. Ela interpreta uma garota que busca uma chance como cantora e que acredita no papinho dum coroa que tá só afim de comê-la e que, para tal, a leva pruma festa mega rica na casa de um produtor de Hollywood e a faz cantar para todos uma deliciosa bossinha chamada "Nothing to Loose" composta por ninguém menos que Henry Mancini, autor da trilha." (...)

Se clicares na foto acima da contra-capa do LP, poderás visualizar melhor o repertório. A ele acresci as faixas:

12) THE LOOK OF LOVE (03:20)

13) HOW INSENSITIVE (03:22)

14) MANHÃ DE CARNAVAL (03:57)

15) LOVE CAN NEVER DIE (02:56)


E se fores mais atento, verás que quem produz este álbum (e canta em algumas faixas) é um certo TOMMY LIPUMMA – companheiro (produtor) de Claudine em, praticamente todos os álbuns da moça. E se o nome não lhe disser nada – a mim também não disse – não fosse o fato d’eu ter escutado dois dias antes o magnífico “You must believe in spring” de 1977 de Bill Evans. E aí, é só somar 2 + 2, clicar no almusic e ver a quantidade de medalhões e álbuns magníficos o sujeito produziu. Ah, sim, dá mesmo preguiça.



Claudine Longet (Love Is Blue) 1968

11 comentários:

  1. Uma bela que é fera!
    Não conhecia a moça e nem a sua história. Mas é doideira total!
    E o LiPuma é um dos grandes produtores do jazz - trabalhou com muita gente de peso!
    Abração!

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  2. Seu san, eu sei q tem a janta das criança, mas Tommy LIPUMA só está destacado e destacado depois da postagem publicada, pra dar credibilidade ao trabalho dessa mulher. E, sinceramente, de minha parte, todo esse clima de assassinato só me importa a partir do momento em que se pára pra escutar a música da artista. Tipo: "nossa, q voz frágil... Q delicadeza... Mas ela matou alguém?!" São viagens que este primata que vos fala, ainda prende a mesma pata na mesma armadilha. O resto é restolho. Esqueci de um detalhe crucial, se eu fosse tandeta me levava a sério.

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  3. sérgio san,

    baixei e tô saravando as bossas...depois ouvirei o disco inteiro...valeô a dica

    pois então, essa maneira de cantar sussurada, creio fosse coqueluche à época...pois, aqui temos a cantora sônia rosa, que fez muito sucesso anos 70, com esses maneirismos vocais...

    abraçsons

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  4. Valeu a visita seu Pituco san.

    Cara, hoje em dia está muito na moda o estilo de cantar de Claudine. Existem centenas de moças cantando assim. Mas, é meio pule de 10 que uma cantora que desenvolveu o estilo quase 50 anos atrás e com o bom gosto de escolher só autores do n´vel de Jobim, Paul Simon, Lennon & McCartney, Jony Mitchel... e por aí foi e insistiu até o fim, numa época tão antagônica aquele tipo de música, tem muito mais valor.

    Enfim, gostei de ter, da forma que me é possível, ajudado a resgatar Claudine Longet do limbo.

    Abraços!

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  5. Já estou baixando a Claudine, fiquei curioso.
    Quanto ao disco gravado pelo Otávio que vc "redescobriu", tbm gostei muito. Valeu!
    Abraço!

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  6. Como te disse, era quetão de honra achar o independente do Otávio, "Descendo a Rua".

    C v, né? Podes até não gostar de Claudine, mas com uma história dessas... Te garanto q se não houvesse história e eu só dissesse q era uma cantora/atriz q participou de um filme importante c/ Peter Sellers e q tem uma voz miúda, talvez isso não atissasse sua curiosidade. Mas é ca-la-ro q histórias pessoais de uma forma ou de outra são importantes para atrair nossa curiosidade, pô.
    Abraços, seu fig.!

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  7. Pobre namorado: mulher certa, na hora errada.

    Grande abraço, JL

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  8. Pois é, mr.Lester. Acrescenta-se ao fato, uma TPM fatal.

    Valeu a visita, seu John!

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  9. Seu site é maravilhoso! É um privilégio ser seu seguidor.

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  10. Caro Abel, também fico muito honrado por tê-lo acompanhando o meu bloguinho. E me identifiquei totalmente com suas preferências em cinema e música.

    Frequentarei su casa também.

    Abraços!

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  11. http://baiaboyisback.blogspot.fr/2014/10/claudine-longet-love-is-blue-1969.html

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)