segunda-feira, 26 de julho de 2010

Samuel James, galera; galera, Samuel James

Samuel James - For Rosa, Maeve & Noreen (2009)

Pois é, dá pra manter a idéia da postagem anterior. Considerando agora que este é mesmo um artista novo - com apenas dois álbuns, contando o acima citado. Mas é novo, porém... 

Alguns puristas dirão que os blues foram feitos para serem tocados e cantados por um único homem ou uma mulher, e o arranjo, para ser mantido enxuto, tanto quanto possível - o que era método  oficial no nascedouro do gênero. E se você é um desses fãs da música orgânica que deve ser colhida fresca e na raiz, Samuel James é um bluesman feito para você. Como evidenciado em sua versão 2009, "For Rosa, Maeve & Noreen", James segue o mesmo modelo musical  previsto em sua obra anterior, "Songs Famed for Sorrow and Joy" (2008). Mas pense no blues dos anos 20 - com uma produção moderna - e você não estará muito longe do que se estabelece “Para Rosa, Maeve e Noreen”. Mais uma vez, James montou um álbum inteiro de cantigas  blues autênticas, principalmente os destaques, como a faixa logo na abertura "Bigger, Blacker Ben," bem como "Joe Fletcher's Blues" e "Wooden Tombstone" - o último dos quais, composto apenas pela voz de James e que soa ritmado na sola de seu sapato mantendo o tempo. Poucos revivalistas do blues moderno aceitam, quanto mais se contentam, com regurgitações simples xerox da obra popularizada por Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Mas Samuel James é certamente uma exceção, justo porque está n’outro plano da terra, especificamente, plantado nela. Mas germinando. 



Sobre este, vaticinou Johnny Winter: "Fantástico! Uma grande voz, um grande músico e um estilo de blues tradicional feito com uma oportuna torção do quadril." 


Enfim, Samuel James é como uma máquina do tempo - adaptada a uma maria fumaça - que se mantém viajando de volta à consciência pública. A mim, cuja palavra "tradição" sempre me causou calafrios, quem sabe não esteja passando até da hora da tradição virar a última tendência?

Em tempo: Samuel James arrebanhou o prêmio de melhor álbum do gênero, pela Blues Fundation, no The Blues Music Awards, agora, em 2 de junho de 2010.



Samuel James (for Rosa, Maeve & Noreen) 01 - Bigger, Blacker Ben


Samuel James (for Rosa, Maeve & Noreen) 11 - John Ross said


Samuel James (for Rosa, Maeve & Noreen) 2009

9 comentários:

  1. Pegue a composição de Bill Withers e Tom Waits. Agora que combinam com o poder da alma e energia do James Brown. E o carisma de PT Barnum. Digite o violão de Leo Kotke e você está começando a ter uma idéia do que Samuel James é tudo.

    O último dos grandes, pretos, trovadores americano, Samuel James é um ator de singularidade impressionante. Ele mudou irreversivelmente o que significa ser um ato solo. Infelizmente para o leitor que ele é exclusivo para o ponto de comparação não. Quero dizer, seriamente, ele tem sido chamado, "... o Guardião da Lightning", pela revista Rolling Stone, na França. Isso é muito sério, certo? Ele dominou a guitarra, piano, gaita e banjo. Sim, mesmo o banjo.

    Suas performances têm recebido grandes ovações nos Estados Unidos de costa a costa, bem como Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Escócia, França, Espanha, Bélgica, Alemanha e Polónia. E no Canadá. Ele desafia você a não. Só conta se você vem para o show. Ele vai levá-lo a partir de seus pés todo o caminho até seu coração

    Bjos achocolatados

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  2. Pronto. Senhoras e senhores, conheçam a minha correspondente especial no Delta, Sandra 'Gota' Botelho. Aliás, pra manter o clima informal: galera, Sandrinha, Sandrinha, galera.

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  3. Oi, Sérgio. Obrigada por seu comentário na Pausa do Tempo. Beijos,

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  4. Imagina, Valéria. Adoro dar pitaco.

    Valeu a visita.

    Bjos

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  5. A musica é um alento...Um extase...Um aprendizado...
    Bjusss com tulipas

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  6. Muito boa a releitura do blues do Mr.James. Ele, com certeza, ouviu muito John Lee Hooker. Violão estupendo, tocado com atitude e ferocidade - o slide é poderoso e lembra o fantástico álbum Alone & Acoustic da dupla Buddy Guy e Junior Wells.
    A segunda música é meio sombria, mas é bacanuda.
    Beleza de dica, Mr. San. Blues de primeira linha, embora fuja um pouco da ortodoxia.

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  7. Seu San, só não entendi a última frase, "embora fuja um pouco sa ortodoxia", Não seria justamente por isso, já q o cara tenta, de uma maneira natural e instintivamente, dar uma arejada na ortodoxia? Anfã, sabia q ias gostar, a parada aqui é papa finíssima.

    Valeu a visita!

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  8. Mandei um email pra vc e tô no aguardo de uma resposta ok?
    Dead

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  9. Já respondi, Dead. E comentei na devida postagem.

    Depois volta pra ouvir boa música, rapá, q é isso q nos diferencia desses tarados.

    Abraços!

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)