Este post serve tanto aos apaixonados por música como por livros (não. O cara aí de cima não é Joaquim José da Silva Xavier, nem tampouco J.C.).
Reza sobre músicos que criam mistérios sobre si mesmos. Os álbuns do autor misterioso aqui linkados estão pipocando por vários blogs nacionais e estrangeiros - a(s) biografia(s) sobre o mesmo personagem, vai com o link do Só Pedrada Musical - e haja imaginação pra inventar um passado sobre o artista, multinstrumentista misterioso. O que, imediatamente, me trouxe à recordação o livro de Jerzy Kosinski “Uma voz sem face”. Vejam a resenha:
“Goddard. Estrela do rock. Ano após ano, seus discos estão no topo das paradas. Seu nome significa um mundo, mas ninguém sabe quem ele é. O som de Goddard seduz milhões, mas ninguém o conhece. Sua identidade é segredo até mesmo para seus amigos mais íntimos, amantes e até para seu pai Goddard permanece como uma voz sem face.
Obcecada em descobri-lo, uma bonita jovem o persegue implacavelmente, levada pelo seu objetivo secreto que justifica todos os meios. Assim inicia-se o mistério e a caçada, os quais fazem com que Kozinski seja um dos maiores dramaturgos contemporâneos.
Uma voz sem face é uma história de música, suspense e violência passada em Nova Iorque, Califórnia e Tujuana.”
Devo admitir que o livro está longe de ser dos grandes romances do autor de “O videota” - que gerou a atuação impecável de Peter Sellers em “Muito Além do Jardim”, seu último filme (roteiro, também de Jerzy K.) - ou a obra-prima de Kozinski, O Pássaro Pintado”. O senão, totalmente pessoal, que faço ao enredo deve-se ao fato do livro valorizar mais o romance policial e o suspense na descoberta da verdadeira identidade de Goddard, do que instigar o leitor a aprofundar-se em possibilidades mais abrangentes, como por exemplo, da reação popular a um astro absoluto da música pop, campeão em vendagens, sem qualquer identidade visual. A idéia é fantástica! Imaginem a febre que uma criatura como essas poderia gerar no imaginário dos fãs... Sem um modelo a seguir(imitar), sem referência sobre a atitude, a indumentária, ideologia, opção sexual - no livro até o sexo do astro é questionável, já que, propositadamente, Goddard tem registro de voz que tanto pode servir a homens quanto mulheres.
Mas mesmo sentindo essa carência na trama, indico com entusiasmo o livro. Aliás, qualquer livro de Jerzy Kozinski, considero obrigatório - é só pesquisar a biografia do autor pra já aguçar a curiosidade, JK é uma figura para lá de controversa...
E vos digo: gostei bastante também do som sem face, mas quase todo instrumental postado no Só Pedrada (bloguizin vizin pó-rêta!). No entanto, como disse, os discos pipocam por vários blogs, por isso podem nem ser mais novidade para alguns navegantes. Assim usei a indicação mais como ótima desculpa para despertar o interesse para o livro. Esse sim pode ser novidade para uma maioria. Enfim, divirtam-se com um ou com o outro ou, na melhor hipótese, com os 2.
* no link, não só biografia(s) mas tbm dá pra baixar 3 álbuns do mito Famoso Quem?
Lembro mais de Kosinski como ator.Principalmente no papel do tecnocrata opressor Gregory Zinoniev em Reds.Longo - e por vezes aborrecido - filme de Warren Beatty.Se matou alguns anos depois.Muito Além do Jardim é um filme que sempre me encanta nas dezenas de chances que o revi.Edú.
ResponderExcluirEdu, O Pássaro Pintado, Edú! Recomendo sem medo de errar! É o livro mais famoso do autor. Dependendo da edição que encontrares (facinho em sebos) verás comentários na contra-capa de gente como Luis Buñuel, dizendo + ou -: "por vzs tinha que interromper a leitura, tamanha a violência das imagens" outro gênio que agora não lembro (emprestei o meu e não tive retorno) comparava o as imagens a uma pintura (de cenas de guerra, possivelmente) de Goya. É realmente uma porrada esse livro.
ResponderExcluirEm tempo: ator acho que ele foi só nesse filme. Reds. E a morte, têm aí uns bons 8/9 anos. Se matou. Dizem que foi um dos pacientes do dr. Kevorkian. Foi encontrado na banheira de casa com um saco plástico enrolado na cabeça. Parece que tinha alguma doença terminal e apressou o inevitável.
ResponderExcluirPrezado Sérgio, lembro-me ,também,de sua apresentação na entrega do Oscar na categoria roteiro original ou adptado(impreciso neste detalhe).Grato pela dica.Semana passada,assisti e depois comprei o dvd "Shine a Light".Registro de Martin Scorsese a respeito do show dos Rolling Stones no Beacon Theatre em 2006.Às vezes aventuro-me em novas searas pra depois valorizar ainda mais o jazz.É uma opinião final, o Cuca,por sua passagem pelo futebol paulista, é a pessoa errada, no lugar errado pra tirar o seu tricolor do caminho da série B.Ainda há tempo de rever essa estupidez.Edú.
ResponderExcluirRapaziada, a Americanas está com um verdadeiro arsenal de preciosidades por prelos inacreditáveis. Comprei uma edição que traz os dois primeiros cds do Animals - separados, não naqueles horrorosos 2 em 1 - por 37,90. Perdi o prazo para pegar Hatfield & the North pelo mesmo preço, mas peguei o único disco do Tomorrow, banda de Steve Howe e Keith West, que já virou coluna.
ResponderExcluirsem contar que boa parte da música brasileira está 12,90 como os samba jazz dos anos 60 e o Som Imaginário.
o site deles é horrível pra navegar, mas o catálogo é estupendo. recomendo fortemente.
Fala, Rubão! Bom saber que voltastes a fase de poder comprar discos. Americanas normais sei q tem boas promoções mas não consigo ficar dentro de suas lojas mais do q o tempo necessário pra comprar meias e cuecas. Não dá pra aturar a trilha sonora da casa com seus pagodes a todo volume. Americanas.com eu sei que tem muita coisa boa. Já vi, navegando, um álbum de Josh Rouse (se não conheces, obrigo-o a conhecer) a 7 real. Não comprei pq cortei (com tesoura) meus cartões de crédito.
ResponderExcluirEdu, se encontrar minha dica literária nem pestaneje. E, li rápido e entendi errado suas 1ªs considerações sobre o autor: ele morreu, como vc disse, mais próximo da época do filme Reeds mesmo. Ele nasceu em 1933 e morreu em 1991.
Quem quiser se aprofundar sobre o livro "O Passaro Pintado" o melhor endereço é esse aqui:
http://livrosdeareia.blogspot.
com/2006/11/memria-lembrada-i-
kosinski.htm
eu conheço Josh, porque vendi muito cd dele quando era balconista de uma loja.
ResponderExcluirDetalhe: eu to falando de comprar via site, e não loja. e não pago com cartão e sim com boleto bancário, que é simples, dá pra tirar segunda via em caso de perda e dão baixa no pagamento no dia seguinte. eu não entro em uma loja física há séculos, até pq aqui no Maranhão é perda de tempo.
é o site que é o bicho: www.americanas.com.br
Prezado Sérgio, Reds(o filme) foi lançado em 1981, provavelmente filmado um ano e meio antes.John Reed, jornalista e escritor socialista americano colaborador da Revolução Socialista de 1917 é o personagem de Warren Beatty na película..Recentemente descobri uma associação de sebos que tem uma página coletiva na net.Não comprei ainda, por isso não posso chancelar, mas lá se encontra milhares de livros a preços convidativos.O esquema é depósito em conta pra receber depois.Vou testar ainda, pra alertar ou referendar.Edú.
ResponderExcluirO Livro de Reed, "10 dias que abalaram o mundo" é histórico. Tem uma edição em pocket book da L&PM, que se encontra por menos de 20 reais.
ResponderExcluirO filme de Betty, militante de esquerda, é fraco. Se inspira no filme, mas escorrega em vários momentos.
Gente, só pra esclarecer pros outros navegantes que não nós 3 que aqui estamos: eu nem li o livro de John Reed. Aqui indico os romances de Jerzy Kozinski, que, 2º bem disse o Edu, é um dos atores do filme (baseando no livro de John Reed) "Reds" de Warren Beatty - q vi e tbm achei meio chato.
ResponderExcluirPortanto a dicaqui da postagem é "Uma voz sem face" de Jerzy Kosinski. Mas o livro que insisto veementemente para todos os amigos lerem, já q o papo era sobre Kosinsiki é "O Pássaro Pintado". Esclarecido?
Abraço.
É isso, cada dia melhor esse blog.
ResponderExcluirGrande abraço, JL.
Grato o incentivo. Mas, sabe? As vzs acho que és um pândego, sir John. Isso apenas acho, certeza eu tenho d q sou um paranóico.
ResponderExcluirÓ, estás devendo um comentário aqui ou, o que seria melhor, uma resenha sobre Bobby Timmons q fosse lá mesmo no Jazzseen.
Aprecias ou não é tanto a sua praia... Ouviu Soul Time? O que achou? Pra mim, só por ter composto Moanin' o cara já era pra estar no Olimpo. Mas minha opinião não tem peso algum, sir John. Daí que, se sugestão anotada, aguardo com alguma expectativa.
Um abraço!
não sei se vc já ouviu, mas aconselho o projeto paralelo do XTC, The Dukes of Stratosphear. Apesar do cd estar fora de catálogo, ou quase isso, a americanas o importou por 37,90.
ResponderExcluirUm desbunde: só lançaram um EP e um LP (tive esse último) e juntaram os dois no CD. Utilizaram o mesmo equipamento do pessoal dos anos 60, ou seja, gravado em 4 canais com poucos overdubs. O resultado é acachapante.
Tenho o cd no HD e estou ouvindo há 4 dias. Não dá para parar, te escraviza.
E eu comparo o q estou ouvindo agora ao Left Banke em matéria de som surpreendente. Com a diferença q, The Pretty Things, o tal q estou ouvindo, eu já tinha algumas músicas avulsas. Só não o álbum dito como a 1ª ópera rock já composta, o "S.F. Sorrow". Que discaço, amigo!
ResponderExcluirQuanto ao The Dukes of Stratosphear, tenho o álbum "Chips From". Sabia q o nome não me era estranho. E o álbum está lá nos meus arquivos indicado com um monte de "!!!!!" exclamações. Deve ser bom mesmo.
Mas sofro de 2 males q não sofres, amigo. Baixo uma média de 5 álbuns por dia e minha memória saiu pra dar uma volta, enquanto eu apertava unzin, nos anos 70 e nunca mais voltou, só dá umas ligadas de longe de vez em quando pra dizer que tá comigo e não abre. Enfim, como já tenho e está agora duplamente bem indicado, retornarei a ele.
Cara, tô pasmo aqui com outro assunto. Morreu a Tânia Scher, estrela do cinema novo, teatro cinema, televisão... e, claro, super amigaça durante uma época da minha vida. Morreu aos 61 anos só, no Miguél Couto. Imagine o abandono! E a Globo não deu uma nota. E O Globo só publicou o obituário hoje! Quando a mulher morreu dia 11, sábado! E eu taco a procurar uma foto decente daquela musa, Certinha do Lalau, musa do Jaguar, melhor amiga da Leila Diniz, estrela da linha de shows do Jô Soares desde os 70s, os Trapalhões, essa mulher botou o corpo e a cara linda dela em um monte de coisa importante e não há uma foto decente na internet. No Youtube, só um video com o pessoal do Som Imaginário (até lá ela estava...) e mais nada. Como assim, camarada?
Tô dibob, e tenho certeza q uma das razões dela apressar a despedida foi esse esquecimento. "Rede Globo plin plin a gente se esquece por aí."