domingo, 5 de julho de 2009

Ben Allison & Medicine Wheel (Buzz) 2004


Nascido em 1966 em Connecticut, EUA, o baixista Ben Allison foi considerado em 2004 pela "Downbeat" como um dos "25 rising jazz stars for the future" excursionou pelo mundo com grandes nomes do jazz como Lee Konitz. Em 1992, com apenas 25 anos de idade, ajudou a formar um dos mais interessantes coletivos musicais ligados ao jazz da atualidade, o Jazz Composers Collective, organização sem fins lucrativos baseada em Nova Iorque, cuja atividade se centra na criação de condições para que os músicos possam desenvolver a sua veia criativa, de exploração de novos caminhos musicais. Como diretor artístico e compositor do JCC já produziu mais de 100 concertos e eventos.

Tem estado envolvido em diversos projetos outros, como Peace Pipe, Medicine Wheel, o Kush Trio e o Herbie Nichols Project (liderado em conjunto com o pianista Frank Kimbrough).
A estreia discográfica de Ben Allison foi em 1996 com "Seven Arrows", na editora Koch Jazz, a este se seguiram "Medicine Wheel" (1998), "Third Eye" (1999), "Riding the Nuclear Tiger" (2001) e "Peace Pipe" (2002), todos neditados pela Palmetto.

Gravado em Maio de 2004, "Buzz" é mais um disco do projecto Medicine Wheel, nascido das experiências com o Jazz Composers Collective. Trata-se de um exercício de renovado frescor criativo, construído por músicos de fino corte estilístico, onde tradição se cruza com modernidade, num todo equilibrado e de grande interesse. Neste disco, ao lado de Allison estão Michael Blake (sax tenor e soprano), Ted Nash (sax tenor e flauta), Clark Gayton (trombone e trombone baixo), Frank Kimbrough (piano) e Michael Sarin (bateria).

O álbum abre com um magnífico "Respiration", onde o piano de Frank Kimbrough desempenha um papel fundamental na construção do edifício melódico. Destacam-se neste disco outros temas, como o excelente "Green Al", com espantosas intervenções de Michael Blake, para além do curioso tema título, no qual são utilizados pequenos "truques" (o buzz é conseguido através de pequenos sacos de sementes atados nas cordas do contrabaixo e de moedas e clips entre as teclas do piano!) e de uma versão de "Erato", de Andrew Hill. A fechar uma outra interessante versão, desta vez de "Across the Universe", da dupla Lennon/McCartney.

Fonte: Improvisos ao sul (Portugal)

Indicadíssimo para quem curtiu o cubano universal sound, também aqui postado de Dafnis Prieto. Vai na fé.

Ben Allison & Medicine Wheel (Buzz) 2004

5 comentários:

  1. Caro Sônico,
    Que disco chique, meu amigo. Uma iguaria fina - do mesmo modo que o Tapscott, é para ser ouvido no momento certo.
    Harmonias labirínticas, bastante complexas e um piano maravilhoso. O baixista é muito criativo mesmo.
    Valeu! Um abração.

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  2. Érico, hoje, antes de ver o que este álbum havia trazido de resposta, fui no Jazz + Bossa... e li o seu comentário sobre o comentário do Salsa. É isso aí, meu caro! Estamos numa luta inglória contra a divisão panzer dos arautos da estupidez! E a música cretina, a ação de valorizá-la, é a melhor forma de negar a inteligência que há! Por osmose, alistamo-nos numa espécie de Pequeno & Incrível Exército de Brancaleone as avessas! E, c sabe, né?, essa guerra está só começando.

    Força, comandante. Daqui o combativo soldado raso ainda tem muita munição pra queimar. É tanta bala e o peso tamanho que, fosse outro indolente, traidor da causa, consideraria a bagagem como um fardo e optaria a juntar-se numa cômoda trincheira inimiga, liderada numa frente avançada pelas mãos de ferro da generala Regina Casé.

    Quanto ao Horace, eu te disse há já um tempo que havia feito uma boa reserva. Ontem mesmo baixei mais 1. Agora são: Panannoica; In New York; Songs Of The Unsung; The Dark Tree, Vol.1 & 2; The Giant Is Awakened; Thoughts of dar es salaam e Up & Down - este último, ainda não ouvi todos, creio que o melhor dos que passei em revista. É só escolher qual vais querer ouvir primeiro q te passo.
    Abraço! E valeu o incentivo.

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  3. Ops, c v aí, né? A munição é tanta q confundi os Horaces: Pannanoica e Up & Down são Horace Parlan. Nada a ver com Tapscott. Então retifico o álbum q mais gostei do Tapscott: foi o The Dark Tree, Vol.1 & 2. Mas o Parlan tbm tem poder de fogo pra matar uns 10 asnos numa engatilhada só.

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  4. Caro Sônico,
    Do Parlan tenho o Up & Down. Agradeceria muito se você me disponilizasse o Pannonica.
    Do Tapscott tenho o Dark Trees I e II. Por favor, se não for incomodá-lo, gostaria muito de conhecer o In New York, o Songs Of The Unsung e o The Giant Is Awakened.
    Pois é, meu caro!!!
    A guerra será terrível. O lado negro da força, capitaneado por Regina Vader e Darth Faustão (além de Gugu Palpatine) possui recursos ilimitados.
    Nós, pobres guerrilheiros, temos que continuar a nossa luta e não podemos esmorecer. Todas as vezes em que a onipresente Ivete usar o seu indefectível grito de guerra "tira o pé do chão" ( cérebro, esse já foi tirado da cabeça há séculos), que possamos responder com todo o nosso arsenal de Tom, Pixinguinha, Cartola, Mingus, Evans, Ellington, Parker de que formos capazes.
    Abração!!!!

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  5. Estou subindo o In New York (Tapscott) e Pannanoica (Parlan). Até o fim desta 2ª feira santa, passo-lhe os links.

    E, me corrigindo: "matar 10 asnos numa engatilhada só", não né? Convertê-los seria uma estratégia mais... digamos, ecológica. Combatamos o mau com nossa inteligência uma guerra limpa. Deixemos o jogo sujo para o inimigo.

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Uma obra de arte é um ângulo apreciado
através de um temperamento.
(Emile Zola)